Com recorde de doações, fundo patrimonial de Harvard passa dos US$ 56 bilhões

A universidade cresce mesmo enfrentando Trump na Justiça, após alegações do presidente afirmarem que Harvard não combate assédio contra estudantes judeus

20 out, 2025
Escola de medicina da universidade de Harvard, em Cambridge | Reprodução/X/@Harvard
Escola de medicina da universidade de Harvard, em Cambridge | Reprodução/X/@Harvard

Estabelecida como a universidade mais rica dos Estados Unidos e do mundo todo, Harvard cresceu quase US$ 4 bilhões no ano fiscal de 2025 com fortes retornos de investimentos, chegando aos 56,9 bilhões de dólares. Os valores aumentaram mesmo com os cortes e congelamentos financeiros exercidos pelo governo Trump.

Durante meses, Donald Trump vem acusando a universidade de promover antissemitismo contra estudantes judeus no campus e decidiu congelar 2,2 bilhões de dólares em bolsas de pesquisas além de US$ 60 milhões em contratos com instituição.

Independente, a companhia de investimentos da universidade, a Harvard Management Co, divulgou na última quinta-feira (16) que obteve um retorno de 11,9% no ano fiscal que foi encerrado há quatro meses.

Batalha judicial contra Trump

Sediada em Cambridge, Massachusetts, Harvard vem sendo o foco central do governo Trump para alavancar o financiamento federal e forçar mudanças nas instituições de ensino dos Estados Unidos que na visão do presidente estadunidense, estão dominadas por ideologias antissemitas e de “esquerda radical”.


Presidente de Harvard responde ameaças de Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/@wsj

Além de cancelar bolsas para pesquisadores, afirmando que a universidade não fazia o suficiente para prevenir o assédio contra estudantes judeus, Trump segue tentando impedir que estudantes estrangeiros frequentem Harvard, ameaçando ainda mais cortes de verbas alegando violação da lei federal de direitos civis.

Em seu pronunciamento, a universidade garantiu ser acolhedora para os estudantes judeus e israelenses.

Diferentes investimentos

Superando a meta de longo prazo da universidade com o retorno de 11,9% no ano fiscal, o relatório anual de Harvard mostrou 8% a mais nos valores referentes ao ano anterior. Junto a isso, Harvard atingiu o recorde de doações da instituição com 600 milhões de dólares em doações irrestritas de ex-alunos e amigos.

O fundo patrimonial de Harvard alocou em grande número dois tipos de investimentos além de permanecer com 14% de alocação em ações públicas. Com a segunda maior porcentagem, a universidade tem 31% em fundos de hedge, conhecido no português como “cobertura” ou “limite”, os investimentos em hedge são parecidos com seguros, sendo um instrumento para garantir valores de ativos para compra e vendas futuras. Outros 41% em ativos da instituição são com investimentos de private equity, uma estratégia de participação em empresas privadas como compra sem ser listados na bolsa, recebendo lucro pela valorização pós-venda.

Em uma carta, o presidente-executivo da Harvard Management, N. P. Narvekar e Alan Garber, presidente da faculdade, contaram que a instituição continua se adaptando às incertezas e ameaças “às fontes de receita”, mas em nenhum momento citam Trump.

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