Com recorde de doações, fundo patrimonial de Harvard passa dos US$ 56 bilhões
A universidade cresce mesmo enfrentando Trump na Justiça, após alegações do presidente afirmarem que Harvard não combate assédio contra estudantes judeus

Estabelecida como a universidade mais rica dos Estados Unidos e do mundo todo, Harvard cresceu quase US$ 4 bilhões no ano fiscal de 2025 com fortes retornos de investimentos, chegando aos 56,9 bilhões de dólares. Os valores aumentaram mesmo com os cortes e congelamentos financeiros exercidos pelo governo Trump.
Durante meses, Donald Trump vem acusando a universidade de promover antissemitismo contra estudantes judeus no campus e decidiu congelar 2,2 bilhões de dólares em bolsas de pesquisas além de US$ 60 milhões em contratos com instituição.
Independente, a companhia de investimentos da universidade, a Harvard Management Co, divulgou na última quinta-feira (16) que obteve um retorno de 11,9% no ano fiscal que foi encerrado há quatro meses.
Batalha judicial contra Trump
Sediada em Cambridge, Massachusetts, Harvard vem sendo o foco central do governo Trump para alavancar o financiamento federal e forçar mudanças nas instituições de ensino dos Estados Unidos que na visão do presidente estadunidense, estão dominadas por ideologias antissemitas e de “esquerda radical”.
Presidente de Harvard responde ameaças de Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/@wsj
Além de cancelar bolsas para pesquisadores, afirmando que a universidade não fazia o suficiente para prevenir o assédio contra estudantes judeus, Trump segue tentando impedir que estudantes estrangeiros frequentem Harvard, ameaçando ainda mais cortes de verbas alegando violação da lei federal de direitos civis.
Em seu pronunciamento, a universidade garantiu ser acolhedora para os estudantes judeus e israelenses.
Diferentes investimentos
Superando a meta de longo prazo da universidade com o retorno de 11,9% no ano fiscal, o relatório anual de Harvard mostrou 8% a mais nos valores referentes ao ano anterior. Junto a isso, Harvard atingiu o recorde de doações da instituição com 600 milhões de dólares em doações irrestritas de ex-alunos e amigos.
O fundo patrimonial de Harvard alocou em grande número dois tipos de investimentos além de permanecer com 14% de alocação em ações públicas. Com a segunda maior porcentagem, a universidade tem 31% em fundos de hedge, conhecido no português como “cobertura” ou “limite”, os investimentos em hedge são parecidos com seguros, sendo um instrumento para garantir valores de ativos para compra e vendas futuras. Outros 41% em ativos da instituição são com investimentos de private equity, uma estratégia de participação em empresas privadas como compra sem ser listados na bolsa, recebendo lucro pela valorização pós-venda.
Em uma carta, o presidente-executivo da Harvard Management, N. P. Narvekar e Alan Garber, presidente da faculdade, contaram que a instituição continua se adaptando às incertezas e ameaças “às fontes de receita”, mas em nenhum momento citam Trump.