Musk chama ex-banqueiro do Morgan Stanley para comandar finanças da xAI

Anthony Armstrong chega para colocar ordem nas contas da xAI e projetar a nova fase da inteligência artificial sem filtros de Elon Musk

08 out, 2025
Elon musk | Reprodução/x/@automatonjapan
Elon musk | Reprodução/x/@automatonjapan

Elon Musk acaba de recrutar um nome de peso para cuidar do dinheiro e da estratégia da xAI, sua empresa de inteligência artificial: o ex-banqueiro do Morgan Stanley, Anthony Armstrong. A nomeação marca um novo capítulo para o império do bilionário, que tenta consolidar a fusão entre a xAI e a plataforma X (antigo Twitter), criando um ecossistema digital que mistura redes sociais, finanças e inteligência artificial.

Armstrong não é um estranho no universo Musk, foi um dos executivos do Morgan Stanley que ajudaram a estruturar o financiamento da compra do Twitter em 2022. Agora, ele assume uma função decisiva: recuperar o fôlego financeiro de um projeto que ambiciona desafiar OpenAI, Google e Anthropic em escala global.

De banqueiro a estrategista

A chegada de Armstrong mostra que Musk entendeu uma lição básica do Vale do Silício: inovação precisa de lastro financeiro. O novo CFO traz experiência em fusões e captações bilionárias, mas também carrega a reputação de ser meticuloso com custos e metas, exatamente o que falta à xAI em meio à recente reestruturação.


Elon Musk com chefe da Nvidia (Foto: reprodução/x/@luxalgo)

Desde que fundou a empresa, em 2023, Musk tem pregado uma IA “honesta e livre de vieses”, o oposto do que ele chama de “moderação política das grandes Big Techs”. Mas o discurso idealista encontrou o peso da realidade: queda de receita publicitária na X, altos custos de infraestrutura de IA e um mercado cada vez mais competitivo por talentos e chips.

A missão: fazer o caos dar lucro

Armstrong chega em um momento delicado. A xAI passa por trocas constantes na liderança, incluindo a saída de Mike Liberatore e a dança de cadeiras na X, que perdeu executivos de alto escalão nos últimos meses.

Sua missão não é apenas ajustar planilhas: ele precisará costurar a integração financeira entre duas empresas com ritmos e prioridades diferentes. Enquanto a X busca estabilidade e receita recorrente, a xAI quer velocidade e risco para competir com gigantes que investem bilhões por trimestre em pesquisa.

O sinal para o mercado

Com Armstrong no comando das finanças, Musk envia uma mensagem clara a investidores e ao mercado: a fase experimental acabou. A xAI quer se posicionar como uma empresa sólida, capaz de levantar capital e operar de forma sustentável, sem depender apenas do carisma do fundador.

A aposta é ambiciosa: transformar a fusão entre X e xAI em uma plataforma única, onde dados, conteúdo e inteligência se retroalimentem. Se der certo, será um modelo inédito de integração entre rede social e IA generativa. Mas, como costuma acontecer no universo de Musk, o sucesso depende de um equilíbrio instável entre genialidade, velocidade e caos. E é justamente essa tempestade que Armstrong foi contratado para organizar.

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