A Seleção Brasileira de vôlei feminino ficou com a prata em Tokyo e teve como destaque uma estreante em olimpíadas. Rosamaria teve grandes atuações vindo do banco de reservas, mudando as partidas. Além de sua grande habilidade, a jogadora ficou marcada por sua postura aguerrida, com muita vibração, que contagiava o elenco e botava fogo nas partidas.
A oposta da seleção viralizou na internet durante as olmpíadas, após a atuação na partida contra a Coreia, onde o Brasil venceu por 3x0, a jogadora foi apelidada pelos internautas como 'Rosamaria pistola'. Um bloqueio de Rosamaria no terceiro set foi um dos pontos altos da partida que levou os internautas a comentarem sobre o desempenho da atleta. A expressão flagrada em imagens durante a transmissão "Não vai passar", dita pela atleta após a jogada, foi parar entre os principais destaques de uma rede social. Antes mesmo de desembarcar de volta ao Brasil após os Jogos Olímpicos, ela chegou a 1 milhão de seguidores nas redes sociais.
Rosamaria Brasil x Rússia vôlei Olimpíadas — Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko
A sensação das olimpíadas, Rosamaria, concedeu uma entrevista exclusiva para o Portal Lorena R7. Confira!
- Qual foi a sensação de jogar sua primeira olimpíada?
“Foi uma sensação bem diferente. A Olimpíada tem uma energia especial. Senti um pouco de ansiedade da estreia, mas com a ausência de público acabou sendo mais tranquilo do que eu imaginava. Tinha feito um bom trabalho na Liga das Nações para tentar me preparar para as Olimpíadas, e fiquei feliz por ter entrado bem em todos os momentos em que fui solicitada. Sabemos que, mentalmente, é uma competição bem diferente, mas nos mostramos bem preparadas”.
- Como foi assumir uma responsabilidade tão grande, entrando no lugar da Tandara, umas principais jogadoras da seleção?
“Todas nós trabalhamos duro para suprir alguma ausência se houvesse necessidade. O grupo se preparou bem para dar força para quem tivesse que entrar. O tempo todo foi assim. Não estávamos despreparadas. A gente treinou para suprir qualquer mudança. Nosso grupo estava muito fechado, independentemente de qualquer coisa que acontecesse. A Olimpíada tem o fator psicológico, mas é voleibol, é o que estamos acostumadas. Nada mudou. Então esse foi o pensamento: fazer o que a gente trabalhou e se preparou”.
- Você ficou marcada pela garra e raça em quadra. O que te motiva a entrar sempre com essa postura?
“Quem me conhece, acompanha a minha carreira, sabe que eu sempre tive esse perfil. É uma característica minha muito forte. Aquela energia sou eu e. pode fazer a diferença, principalmente, em momentos de alto nível. Muitas vezes essa energia é que faz você querer mais, buscar, conquistar um ponto. Além do físico, técnico, tático, a gente tem que querer muito”.
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- Você esperava tanto sucesso na internet durante as olimpíadas? E como reagiu a tanto carinho por parte de seus fãs?
“Fiquei muito feliz com o crescimento do carinho que tenho recebido até hoje. Quando eu cheguei no Brasil foi que eu pude ver toda a proporção. É o reconhecimento do meu trabalho. A gente fez bonito e as pessoas gostaram. É claro que a visibilidade das Olimpíadas é totalmente diferente. Adorei e fico feliz por ter correspondido às expectativas, por ter ajudado o Brasil e por ter esse reconhecimento. Agora é trabalhar ainda mais duro para que todo mundo continue acompanhando e vibrando”.
- Qual a lição que você tirou da medalha de prata nas olimpíadas?
“A lição que fica é a de que trabalhando as coisas podem acontecer, até porque não existe jogo ganho fora de quadra. Ninguém ganha antecipadamente e nem no papel. Acho que o trabalho duro é recompensado no final quando acreditamos nas nossas convicções e não damos ouvidos aos outros. Muitas vezes, a nossa seleção não foi colocada entre as favoritas, mas trabalhamos muito para fazer o nosso melhor.”
- Quais são suas expectativas para sua próxima temporada na Itália?
“As expectativas são muito boas. Foi montado um time muito forte e acredito que vamos brigar por títulos. Pessoalmente, venho evoluindo nessas duas temporadas na Itália, e a Olimpíada veio para coroar isso, mostrando o quanto eu consegui crescer lá fora. Agora espero que esse crescimento continue na equipe do Novara. Jogar uma Champions League, o campeonato de clubes mais forte do mundo, será uma grande experiência, uma bagagem que quero muito ter. Espero conseguir realizar muitas coisas nesta temporada”.
- O quanto Tokyo 2020 pode ajudar a seleção brasileira a buscar a medalha de ouro em Paris 2024?
“Acho que essa Olimpíada trouxe uma motivação muito legal. Grande parte do grupo tem chances de brigar para estar em Paris, e tenho certeza de que essa experiência pode contribuir, principalmente, por todo o cenário que passamos e por termos construído o nosso caminho no dia a dia”.
(Foto destaque: Reprodução)