Clássicos eternos e incomparáveis performances de Axl Rose marcam show do Guns N’Roses na capital paulista

Entre riffs e memórias, banda californiana contagia público de diferentes gerações, em apresentação carregada de nostalgia com seus inúmeros hits de sucesso

27 out, 2025
Axl Rose | GNR São Paulo Press
Axl Rose | GNR São Paulo Press

O palco do Allianz Parque recebeu neste último sábado (25) ninguém mais, ninguém menos que Guns N’ Roses, transformando a arena em um verdadeiro templo do rock! É a décima vez que a famosa e excêntrica banda de hard rock traz seu show para o Brasil. Transcendendo quaisquer críticas sobre a qualidade vocal de Axl Rose, 63, vocalista e líder do grupo, o Guns trouxe uma setlist que agradou o público 40+, 50+ e 60+, que cresceu ouvindo seus grandes sucessos, apesar da presença marcante das gerações mais jovens, que curtiram junto com os pais e irmãos mais velhos, lotando o estádio paulista, onde 49 mil pessoas marcaram presença.

Performances inigualáveis

Axl Rose vem sendo alvo de críticas nos últimos tempos, especialmente pelo fato da qualidade de sua voz não ser mais a mesma, não só pela idade e excessos, que afetaram seu desempenho vocal, mas por não alcançar mais a sexta oitava, nota extremamente aguda, que o fez ser eleito o cantor com o maior alcance vocal do mundo, no ano de 2014, por um estudo feito pelo Concert Hotels, superando nomes como Mariah Carey, Prince e Steven Tyler.

Sua presença de palco, contudo, continua idêntica àquela dos áureos tempos. Além de percorrer por toda a extensão do palco, em absolutamente todas as músicas, o vocalista esbanja carisma  e empatia em suas performances, sempre únicas, em que ele pula, gira, dança com a haste do microfone, interagindo o tempo todo com a plateia, em uma energia sem fim!


Guns N' Roses em performance no show de São Paulo, no Allianz Parque (Foto: reprodução/GNR São Paulo Press)

Os Raimundos se mostraram extremamente honrados por terem sido convidados pela produção pra abrir o show dos seus grandes ídolos do rock, e eram pura emoção a cada música tocada. Assim como Axl teve um problema no seu retorno, no show feito na Argentina, nessa turnê “Because What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things” (“Porque o que você quer e o que você consegue são duas coisas completamente distintas”), que gerou enorme polêmica junto à imprensa, devido ao seu comportamento explosivo, atirando longe seu microfone e chutando a bateria, relembrando os velhos tempos de irritação e agressividade, o vocalista Digão também teve um problema no seu microfone, que falhou bem no momento do refrão de “Reggae do Manero”. Após reclamar com a produção, o erro foi sanado e o show seguiu sem maiores implicações.


Digão, vocalista do Raimundos (Vídeo: reprodução/X/@giulianag25)

Mais de três horas de show ininterruptas

O Guns assumiu o palco e foram mais de três horas ininterruptas de show. Slash foi o primeiro a aparecer, com aquele riff único de “Welcome to the Jungle”, inaugurando a apresentação em São Paulo. Escrita por Axl Rose, após um encontro com um morador de rua que gritara: “Vocês sabem onde estão? Vocês estão na selva, baby”, se referindo à cidade de Los Angeles, na Califórnia, como uma “selva” de perigos e prazeres.

Ao longo da primeira hora, a banda mesclou faixas recentes com covers e uma homenagem a Ozzy Osbourne, falecido em 22 de julho de 2025. A partir da segunda hora, tocou um sucesso atrás do outro, sem parar: “Yesterdays”, “Don’t Cry”, “Knockin’ on Heaven’s Door” (Bob Dylan cover), “You Could Be Mine” (tema do filme “O Exterminador do Futuro 2”), “Slash Guitar Solo”, “Sweet Child o’ Mine”, “Civil War”, “November Rain” e “Paradise City”.

O público estava ansioso, especialmente pra saber se a banda ia tocar dois grandes sucessos, baladinhas românticas, as quais não foram incluídas na setlist do show de Florianópolis, no último dia 21 de outubro: “Don’t Cry” e “Patience”. Ana Paula Silva Vieira, 43, veio diretamente de Fortaleza com seu marido Paulo Roberto Menezes Sousa, 33, pra assistir ao show e aguardava ansiosa por este momento, que, felizmente, chegou pra São Paulo! Sendo a 18ª da setlist, “Don’t Cry” foi só emoção, um verdadeiro êxtase de deleite para os fãs. Já “Patience” ficou de fora.

Performance do Guns N' Roses (Vídeo: reprodução/Instagram/@papocomgiuli)

A iluminação grandiosa e os telões imersivos reforçaram a atmosfera de espetáculo. No entanto, o auge da noite foram os milhares de fãs em perfeita sintonia, ecoando versos que atravessaram o tempo. Muitos cantaram abraçados, alguns com lágrimas nos olhos, outros gravando cada detalhe para eternizar a experiência.

Nesse clima de nostalgia, o público teve acesso a um Guns N’ Roses mais maduro e centrado, especialmente após o retorno do baixista Duff McKagan e do guitarrista Slash, no ano de 2016, integrantes essenciais para a composição física e energética da banda, fundamentais para um bom espetáculo. Axl Rose deixou as polêmicas irritações para trás, e ainda que com a voz bem aquém daquilo que fazia no passado, mostrou sua empatia, conduzindo a banda numa celebração arrebatadora, que uniu gerações, reviveu memórias e reafirmou seu status de lenda viva do rock ‘n’ roll mundial.

A turnê segue para Curitiba (28/10), na arena Pedreira Paulo Leminski; Cuiabá (31/10), na Arena Pantanal e Brasília (02/11), na Arena BRB.

 

 

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