Aqui você fica por dentro de tudo que acontece no Mundo das Celebridades, e do Entretenimento. Somos um site respeitado, completo, informativo sem ser apelativo, e que tem diversidade de assuntos.
A princípio, a pré-estreia nacional do filme Marighella dirigido por Wagner Moura e estrelado por Seu Jorge aconteceu na noite de segunda-feira, 25 de outubro, no Teatro Castro Alves em Salvador. Finalmente, o filme chegou ao Brasil após dois anos da estreia internacional no Festival de Berlim em 2019. O filme também circulou por Festivais de outros países e cidades como Seattle, Hong Kong, Sidney, Santiago, Havana, Instambul, Estocolmo e Cairo.
Na sessão do filme estava presente o educador e ativista Douglas Belchior e lideranças negras do movimento social Coalizão Negra por Direitos. O longa-metragem é produzido pela O2 Filmes e as filmagens foram finalizadas em 2017. Além disso, o filme sofreu ataques de alas políticas conservadoras e enfrentou boicotes do presidente da República e do governo que impediram o lançamento da produção do filme no Brasil.
Seu Jorge, Wagner Moura e Bruno Gagliasso no Festival de Berlim (Imagem: Reprodução/IMDB)
Por sua vez, o Filme é inspirado no livro do jornalista Carlos Magalhães e narra os acontecimentos dos últimos cinco anos de vida do militante e guerrilheiro Marighella que liderou a luta revolucionária de resistência contra a ditadura militar. No palco do tetaro Castro Alves, o diretor se emociona e declara: “Esse é um filme de amor, feito com muito amor. Não tinha como isso aocontecer em outro lugar. Salvador é a nossa cidade e a cidade de Carlos Marighella” disse Wagner Moura
Anteriormente, o papel de Marighella foi oferecido ao Rapper Mano Brown a convite de Wagner Moura. Contudo, Mano Brown acabou recusando o papel em decorrência de estar envolvido com outros projetos pessoais. O elenco ainda conta com Bruno Gagliasso, Adriana Esteves, Humberto Carrão, Rafael Lozano, Luiz Carlos Vasconcelos, Herson Capri e Bella Camero. A estreia oficial do filme acontece no dia 4 de novembro, data do assasinato de 52 anos de Carlos Marighella.
Assista ao trailer:
Trailer filme Marighella. Reprodução/Youtube
Foto: Filme “/Marighella”/ é exibido pela primeira vez no Brasil. Reprodução/Globo Filmes)
O Filme “Los Lobos” estreou dia 16 de setembro nas salas de cinema do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza. O Longa é dirigido pelo Mexicano Samuel Kishi Leopo que ganhou a categoria de Melhor Filme do grande prêmio do Júri Internacional da Berlinale – Festival de Cinema de Berlim em 2020. No Brasil, o Longa foi exibido na 9º Mostra Internacional de Cinema de Curitiba e ganhou o prêmio da Crítica, concedido pela Abraccine – Associação Brasileiras de Críticos de Cinema. Anteriormente, o diretor estreou o seu primeiro Longa-metragem “Somos Mari Pepa” de temática adolescente/coming of age no Festival do Rio em 2014.
Os irmãos Maximiliano Nájar Márquez e Leonardo Nájar Márquez (Imagem: Reprodução/VitrineFilmes)
Aprincípio, “Los Lobos” é um drama intimista inspirado na biografia de vida do diretor Samuel Kishi Leopo. O Longa-metragem narra a jornada de Lucía, uma mãe solteira e seus filhos Maxy e Leo que atravessam a fronteira do México para o EUA em busca de melhores condições de vida. O enredo da trama é centrado na relação de confiança da mãe que é forçada a deixar seus filhos sozinhos em casa enquanto trabalha nas fábricas. Assim, os irmãos Maxy e Leo precisam comporta-se e obedecer às regras estipuladas pela mãe em um gravador de voz durante a sua ausência. No apartamento os meninos passam o tempo brincando, desenhando na parede e sonhando em ir a Disneylândia. O elenco principal é estrelado por Martha Lorena Reys e os irmãos Maximiliano Nájar Márquez e Leonardo Nájar Márquez.
No primeiro ato do filme, a Direção quase quebra a quarta parede ao enquadrar planos frontal de alguns inquilinos que anunciam em voice over o preço dos apartamentos. A câmera que acompanha Lucía e seus filhos a procura de moradia é bem intimista e fechada nos personagens, expressando assim o realismo das barreiras e dificuldades da família. As imagens de precariedade dos bairros de Los Angeles e do apartamento pequeno e sujo que Lucía pode alugar por US$ 400 dólares a um casal de chineses, retrata o forte contraste crítico do sonho americano.
Na ausência da mãe, Maxy é o chefe da casa e assume a responsabilidade de cuidar de Léo. Os meninos passam o tempo no apartamento brincando e aprendendo as lições da língua inglesa através do gravador de voz deixado por sua mãe que prometeu recompensa-los com uma viagem à Disney. A senhora chinesa acaba tornando-se uma mãe/avó dos meninos em determinados momentos de apuro. Ocasionalmente, os irmãos aventuram-se a sair sem a permissão da mãe para fora do apartamento e brincar com outras crianças. Logo após, um grupo de crianças mais velha entra em seu apartamento e depois a lata com o dinheiro do mês desaparece. A infância dos garotos, frequentemente, é interrompida pela dura realidade. Sendo assim, Maxy e Léo precisam amadurecer cedo.
O filme também aborda a dura jornada de trabalho dos imigrantes nas fábricas estadunidense. Lucía chega todos os dias tarde da noite e sai de manhã cedo para trabalhar nas fábricas. Em determinados momentos, Lucía chega a levar os filhos para o trabalho e leva uma bronca do chefe, perdendo assim o emprego. Sem saber o que fazer, Lucía encontra ajuda em uma comunidade cristã que oferece aulas, doações de cestas básicas e itens de higiene aos imigrantes.
Embora a realidade narrada seja realista e por oras duras e dramáticas, o diretor acerta em cheio em usar o recurso da linguagem animada em determinados trechos do filme para conduzir a narrativa. Desta maneira, os personagens do desenho de Maxy e Leo ganham vida e cores e expressam o mundo lúdico dos meninos e as situações de perigo e contradição vivenciadas por eles dentro e fora do apartamento. O ultimo ato termina com Lucía levando os meninos a kiddleland, um parque de diversões mais humilde. A expressão de felicidade das crianças mostra que o mais importante a ser valorizado é o amor e a união familiar. A última cena do filme encerra-se com o enquadramento frontal da mãe e os filhos no parque de diversão olhando para o espectador.
Assista ao trailer:
(Foto destque: Filme Mexicano “Los Lobos” chega aos cinemas brasileiros. Reprodução/VitrineFilmes)
O Filme “Meu nome é Bagdá” da diretora Caru Alves de Souza estreou nos circuitos comerciais do cinema brasileiro em 16 de setembro. Em 2020, o Longa produzido pela Manjericão Filmes foi o grande vencedor do prêmio principal do jurí da mostra Generation 14plus na 70ª edição da Berlinale – Festival de Cinema de Berlim. No Brasil, a pré-estreia do filme aconteceu na 21ª edição do Festival do Rio de Janeiro e foi exibido no dia 10 de agosto nos cinemas do grupo Estação Net em Botafogo. A sessão foi marcada pela presença do elenco e da equipe de produção do filme. Anteriormente, o filme “De Menor” da diretora foi seu primeiro longa a estrear no Festival do Rio e, eleito o Melhor Filme da Première Brasil de 2013.
(Cartaz promocional do Filme “Meu nome é Bagdá” (Imagem: Reprodução/ManjericãoFilmes)
Por sua vez, o Longa recente de Caru Alves de Souza é inspirado no livro homônimo “Bagdá” de Toni Brandão cujo o protagonista era um skatista masculino. Entretanto, a diretora decidiu que Bagdá deveria ser uma protagonista feminina com a proposta de debater e discutir o lugar da mulher no espaço urbano e dentro da prática esportiva do Skate. Dessa forma, a protagonista Grace Orsato dá vida a Bagdá, uma adolescente que anda de Skate pelos espaços urbanos do bairro Freguesia do Ò, na periferia de São Paulo.
No primeiro ato do filme, a cena de abertura mostra Bagdá invadindo um local abandonado e pixando a parede com palavrões. Em seguida, o a câmera na mão acompanha Bagdá andando de Skate junto de seus amigos em uma pista de parque. A jovem de 17 anos é a única menina que faz parte de um grupo de Skatistas dominado por rapazes adolescentes e maiores de idade. Todavia, Bagdá com o seu estilo tomboy e rebelde sabe se posicionar de forma confiante e responder a altura as piadas e comentários machistas de seus colegas.
A jovem Skatista vive com a mãe solo Micheline interpretada pela cantora Karina Buhr e sua irmã mais velha Joseane e a caçula Bia. A Família de Bagdá é unida, feliz e acolhedora e representa a grande parte das famílias brasileiras formadas por mãe solos. O cotidiano de Bagdá centra-se na sua relação com seus amigos, sua família e, os colegas de sua mãe. O Elenco dos personagens secundários é composto pela atriz Gilda Nomacce e a trans Paulette Pink. Assim, o longa aborda temas como machismo, assédio sexual, preconceito de gênero, homofobia e violência policial.
O segundo ato do filme destaca-se pela tensão da cena em que Bagdá e seu amigo negro Deco e outros rapazes são abordados e revistados de forma truculenta pela polícia. O discurso racista dos oficias da polícia que aborda o grupo de jovens representa os inúmeros casos de injustiças sociais e acusação de roubo que acontecem com jovens negros oriundos de bairros periféricos. E, o discurso misógino e machista evocado por parte das autoridades policiais representa a fala de muitos políticos ultraconservadores e reacionários que acredita que a mulher deve desempenhar um determinado papel de gênero e comporta-se de acordo com os valores da cultura patriarcal.
Apesar do filme abordar questões de gênero e diversidade sexual, a expressão identitária de Bagdá é uma grande incógnita durante o filme. A personagem tem uma personalidade rebelde, seu corte de cabelo é curto, usa sempre calças jeans, tênis e blusas largas. Em contraposição, a sua irmã mais velha Joseane que se expressa de acordo com as normas de gênero e os padrões de beleza feminino. No decorrer do filme, há algumas indagações a respeito da identidade de gênero e orientação sexual de Bagdá. Porém, em nenhum momento do filme a protagonista afirma a sua identidade de gênero e sexualidade, ou, mostra-se interessada amorosamente por algum amigo, seja do sexo masculino ou feminino. Há ainda uma cena bastante poética e metafórica de uma dança de luta que expressa um ataque homofóbico sofrido por um colega homossexual da mãe de Bagdá ao caminharem na rua.
Em diversos momentos do filme, Bagdá assume o controle da narrativa com a sua câmera registrando os colegas de sua mãe, sua família e seus amigos andando de Skate. A direção de fotografia reproduz imagens em vhs para mostrar a ótica da câmera de Bagdá e intercala com recursos da linguagem documental e self-tape. No terceiro ato filme, Bagdá conhece um grupo de garotas skatistas e imediatamente faz amizade e identifica-se com os desabafos do preconceito de gênero e machismo enfrentado no universo do Skate. O clímax do final do filme é expressado pela agressão de assédio sexual vivenciado por Bagdá em uma festa. Por fim, o silencio de Bagdá é interrompido pela intervenção das novas amigas skatistas que apoiam a jovem a denunciar o seu agressor.
Assista ao trailer:
Foto destaque: Longa “Meu Nome é Bagdá” chega aos cinemas brasileiros. Reprodução/Manjericão Filmes