Papa Leão XIV pede o fim da “barbárie da guerra” após ataque a igreja católica em Gaza

Pontífice manifestou pesar pelas mortes e cobrou respeito ao direito humanitário; três pessoas morreram no bombardeio

21 jul, 2025
Papa Leão XIV | Reprodução/Antonio Masiello/Getty Images Embed
Papa Leão XIV | Reprodução/Antonio Masiello/Getty Images Embed

O Papa Leão XIV fez neste domingo (20) um apelo contundente pelo fim da guerra em Gaza, ao comentar o ataque israelense que atingiu a única igreja católica da Faixa, a Paróquia da Sagrada Família, na Cidade de Gaza. Durante a oração do Angelus, o pontífice classificou a ofensiva como uma “barbárie” e pediu respeito ao direito humanitário, especialmente à proteção de civis e locais de culto.

O bombardeio ocorreu na última quinta-feira (17) e resultou na morte de três civis cristãos, além de deixar dez pessoas feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli, pároco da igreja. A estrutura do templo foi parcialmente destruída, o telhado foi atingido nas proximidades da cruz principal, janelas foram quebradas e a fachada ficou queimada.

O papa demonstrou solidariedade às famílias das vítimas e aos membros da comunidade cristã da região, afirmando que acompanha com preocupação os contínuos ataques militares contra civis e locais religiosos. Segundo o Vaticano, ele destacou o sofrimento dos cristãos no Oriente Médio, dizendo compreender o sentimento de impotência diante da escalada do conflito.


Pronunciamento do Papa Leão XIV em português (Foto:reprodução/X/@Pontifex_pt)

Bombardeio atinge igreja católica e causa mortes entre civis em Gaza

A igreja Sagrada Família vinha sendo usada como abrigo por famílias que perderam suas casas desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. Segundo autoridades palestinas, as vítimas foram levadas ao Hospital Al-Ahli, na mesma cidade. Os mortos foram identificados como Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud.


Torre da Igreja Sagrada Família em Gaza após ataque que deixou 3 mortos (Foto:reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Israel lamentou o episódio e alegou, por meio do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que uma munição “perdida” teria atingido o local. O Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram uma investigação para apurar o ocorrido e que o país não tem como política atacar igrejas ou qualquer tipo de templo religioso.

Crescente número de civis mortos

No mesmo dia do pronunciamento do pontífice, a Defesa Civil local de Gaza informou que tropas israelenses teriam disparado contra palestinos que aguardavam ajuda humanitária, matando ao menos 93 pessoas. O episódio foi considerado um dos ataques mais letais contra civis que buscavam assistência desde o início da ofensiva militar.

Desde o início do conflito, acredita-se que cerca de mil cristãos viviam na Faixa de Gaza, uma região de maioria muçulmana. A paróquia atacada tinha forte ligação com o falecido papa Francisco, com quem mantinha contato frequente antes de sua morte.

De acordo com o Vaticano, o Papa Leão XIV deve retornar ao Vaticano nos próximos dias, após passar um período de descanso em Castel Gandolfo. Ele renovou o apelo por uma solução pacífica no Oriente Médio e reforçou a necessidade de interromper ações que, segundo ele, violam normas básicas do direito internacional humanitário.

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