Juliana Marins pode ter permanecido viva por 32 horas após queda

Nova autópsia realizada no IML do Rio de Janeiro aponta possível horário da morte da jovem por politraumatismo depois de acidente no Monte Rinjani, Indonésia

11 jul, 2025
Juliana Marins | Reprodução/Instagram/@ajulianamarins
Juliana Marins | Reprodução/Instagram/@ajulianamarins

Nesta sexta-feira (11), em coletiva no Rio de Janeiro, promovida pela Defensoria Pública da União, legistas informaram os resultados de nova perícia e revelaram que Juliana Marins, brasileira que morreu após cair na Indonésia, pode ter resistido por até 32 horas após a queda. A primeira autopsia do corpo da jovem foi realizada no país asiático, mas uma nova perícia, agora realizada no Brasil, foi solicitada pela família pela Juliana.

Resultados da nova perícia

Em necropsia realizada no Instituto Médico Legal (IML), a estimativa do tempo de vida de Juliana após a queda foi descoberta mediante exames entomológicos, estudo de larvas que estavam na raiz dos cabelos e no tórax da jovem. A investigação feita por Janyra Oliveira Costa, especialista na área, ao observar traços, ovos e evolução, conseguiu chegar ao possível momento da morte da brasileira.

“A estimativa indica que Juliana morreu por volta do meio-dia do dia 22 de junho, horário da Indonésia. Como a queda ocorreu às 4h da manhã do dia 21, ela pode ter permanecido viva por até 32 horas”, declarou o legista Reginaldo Franklin.


Perito Nelson Massini explicando o novo laudo em coletiva (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O novo laudo da necropsia, confirmou a causa da morte como politraumatismo, ferimentos provocados pelos impactos sofridos no acidente. Durante os dias em que esperava resgate, Juliana ficava cada vez mais distante do local em que caiu por conta da superfície escorregadia onde estava, sofrendo várias quedas. Entre todas essas quedas, a última foi fatal, provocando uma morte dolorosa, afirmou o perito Nelson Massini.

“Foi um processo de sofrimento, com dificuldade respiratória enorme. Os alvéolos pulmonares estavam cheios de sangue, o que impede a entrada de oxigênio. Entra-se numa agonia respiratória e, em seguida, ocorre a morte”, disse Massini.

Sobre o acidente

Juliana Marins, de 26 anos, sofreu um acidente durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no final de junho. Após a queda, a publicitária esperou pelo regaste por mais de três dias e segundo novos relatos, a brasileira teria gritado por ajuda por mais de 10 horas. A jovem de Niterói, Rio de Janeiro, foi encontrada morta e teve corpo retirado por profissionais da região e voluntários que se sensibilizaram pelo caso.


Registro de Juliana Marins em Vale do Alcantilado, Minas Gerais (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

O novo laudo, divulgado nesta sexta (11), também mostrou que Juliana enfrentou um longo processo de morte, o que volta atenção ao despreparo das autoridades quanto ao resgate. O caso de Juliana segue sendo investigado sob sigilo pelas autoridades brasileiras.

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