Trump parabeniza Lula por seu aniversário e elogia reunião com o presidente do Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, parabenizou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo seu aniversário de 80 anos, completados nesta segunda-feira (27). Os dois presidentes se reuniram em Kuala Lumpur, capital da Malásia, no último domingo (26).

Durante conversa com repórteres, Trump afirmou que Lula é um homem “vigoroso” e considerou uma “boa reunião” o encontro com o petista, mas mostrou incerteza em relação a um acordo comercial com o Brasil.

Lula é parabenizado

Durante voo a caminho do Japão, nesta segunda-feira, Trump comentou sobre a reunião com Lula, que ocorreu no dia anterior, na 47ª reunião da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia. O republicano aproveitou para desejar feliz aniversário ao presidente brasileiro: “E feliz aniversário. Quero desejar feliz aniversário ao presidente, ok? Hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso”, além de mostrar certa incerteza a respeito de um possível acordo com o Brasil.  “Não sei se algo vai acontecer, mas veremos”, afirmou Trump.

O encontro entre os líderes de Brasil e EUA ocorreu após semanas de negociação entre representantes dos governos dos dois países desde quando ambos os presidentes estiveram na Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York. A aproximação entre Lula e Trump era vista como improvável, uma vez que o líder norte-americano impôs uma tarifa de 50% a produtos brasileiros como forma de reprovação à atuação da justiça brasileira em relação à investigação contra o ex-presidente, e principal adversário político de Lula, Jair Bolsonaro.


Lula discursa na reunião da Asean, em Kuala Lumpur, capital da Malásia (Foto: reprodução/Arif Kartono/AFP/Getty Images Embed)

Acordo garantido

Em coletiva de imprensa realizada na Malásia, Lula afirmou que o acordo entre Brasil e EUA está garantido, e que ele poderá ser fechado “mais rápido do que qualquer um pensa”.

O presidente brasileiro se mostrou otimista em relação ao acordo de redução da tarifa de 50% imposta ao Brasil por Trump no mês passado, completando que isso será resolvido nos próximos dias.

Donald Trump diz que pode fazer bons acordos com o Brasil após encontro com o presidente Lula

Na tarde deste domingo(26), os presidentes Donald Trump e Lula se encontraram na Malásia, fuso horário local e madrugada no horário de Brasília.  No primeiro momento da reunião, os dois conversaram com jornalistas durante 10 minutos. O governante dos EUA informou que é uma honra estar com o presidente do Brasil. Disse, ainda, que se sente mal pelo que o ocorreu com Jair Bolsonaro, porém afirmou que não sabia se isso entraria em pauta de discussão, apenas se ateve ao foco da conversa.

Donald Trump carreira

O atual presidente dos Estados Unidos, nasceu em Nova York e estudou na Universidade da Pensilvânia no ano de 1971, e recebeu do seu pai, Fred, o controle da empresa, a The Trump Organization. Ao londo da sua trajetória, ele construiu empreendimentos utilizando a sua marca. Fez breves participações em filmes e series de televisão apresentando e coproduzido o reality show The Apprentice. Em junho de 2015 resolveu se candidatar para a presidência para as eleições de 2016, em que acabou derrotando Hillary Clinton.

Em 1968, ele foi empregado na Trump Management, que na época possui moradias por aluguel de classe média, segregadas racialmente, localizado nos bairros periféricos de Nova York. No ano de 1992, ele, seus irmãos Maryanne, Elizabeth e Robert, e seu primo John W.Walter, cada um com 20% de participação, formaram a All County Building Supply e Mainteance Corp, empresa que não tinha sede física e havia sido acusado de servir como fachada para pagar os fornecedores de serviços e suprimentos.


Donald Trump e Lula em conversa na Malásia no dia 26 de outubro(Foto: reprodução/Andrew harnick/Getty Images Embed)

Presidente Lula trajetória

Nascido em 27 de outubro de 1945, em Caetés, o então presidente do Brasil atual migrou com sua família para o litoral do estado de São Paulo como o objetivo de encontrar com o seu pai, Aristides, ao chegarem, porém, perceberam que, na verdade, descobriram que Jaime tinha mandado a carta, pedindo que fossem para São Paulo. Após a separação dos pais, Lula perdeu o contato com seu pai e só soube da morte dele, que ocorrerá em 1978, alguns dias após ter sido enterrado como indigente.

Sua carreira política se iniciou nos anos 80. Ele disputou a presidência em 1989, derrotado por Fernando Collor, após isso em 1998, tentou novamente para o mesmo cargo, agora contra Fernando Henrique Cardoso em 1998, porém foi derrotado novamente, ele conseguiu se tornar presidente nas eleições de 2002, conseguindo ainda ficar 2 mandatos até 2010 quando saiu do cargo, em 2022 derrotou Jair Bolsonaro e hoje é o presidente do Brasil.

Matéria por Lucas da Silva Fiuza (In Magazine)

Lula declara que os traficantes também são vítimas

Em uma coletiva de imprensa em Jacarta, na Indonésia, feito nesta sexta-feira (24), o presidente do Brasil, Lula, acabou fazendo uma declaração polêmica ao discursar sobre o combate às drogas. Segundo ele, com suas palavras, os traficantes de drogas “são vítimas dos usuários”, que são “responsáveis por eles”, e que também o jeito “mais fácil e viável”, para o Brasil e Estados Unidos, seria “combater os viciados”. Segundo Luiz Inácio, acrescentou também que os países precisam ter muito cuidado no combate às drogas, trazendo muitas repercussões negativas. A declaração foi feita nesta madrugada.

Motivo da declaração

A razão pela qual acabou levando Lula a essa frase, se deve ao fato das declarações recentes do presidente Donald Trump, onde o americano disse que não há necessidade de uma declaração de guerra para matar os traficantes. Vale lembrar que ambos os presidentes irão se encontrar neste domingo (26).


Declaração polêmica de Lula, sobre as drogas (Vídeo: reprodução/YouTube/@veja)

Reações e repercussão política

A oposição reagiu rapidamente à declaração. Parlamentares afirmaram que o governo relativizou o crime organizado e invertendo “vítimas” e “culpados”. Um deles disse que “para ele, o bandido é vítima e o cidadão de bem é o culpado”. O comentário ganhou destaque nas redes sociais e foi interpretado como enfraquecimento da política de segurança.

Impacto no debate sobre drogas

A declaração relança o debate sobre como o Brasil encara o tráfico e o consumo de drogas. Embora Lula tenha defendido o tratamento de usuários como prioridade, a frase sobre traficantes como vítimas foi vista como redirecionamento de responsabilidades. Especialistas esperam que o governo detalhe como pretende equilibrar repressão ao crime organizado e políticas públicas de saúde.

Pragmatismo e críticas simultâneas

Apesar da polêmica, o presidente reiterou que o Estado brasileiro está empenhado em reduzir o consumo e oferecer acolhimento aos dependentes. No entanto, a escolha das palavras abriu caminho para quem considera que foi uma espécie de retratação da política de combate ao narcotráfico vigente  e reforça o risco de que a mensagem seja interpretada como leniente com facções criminosas.

Maduro faz apelo em inglês: “No crazy war, please” e pede que EUA evitem escalada militar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou uma expressão em inglês — “No crazy war, please” (“Não à guerra maluca, por favor”) — para fazer um apelo à administração dos Estados Unidos em meio a um aumento da mobilização militar americana em águas próximas à costa venezuelana. O discurso, marcado por tom de conciliação, ocorre em meio à tensão crescente entre os dois países, que observam manobras navais, bombardeios de embarcações suspeitas e acusações mútuas de provocação.

Contexto e motivos do apelo

Em pronunciamento feito no evento de juramentação de uma comissão sindical chavista, Maduro direcionou diretamente o recado à Casa Branca, dizendo que a Venezuela rejeita uma escalada descontrolada: “Yes peace, yes peace, forever, peace forever” (“Sim à paz, para sempre”). Em seguida brincou com sua própria pronúncia improvisada do inglês, afirmando tratar-se de “linguagem tarzaneada”.

O apelo surge após episódios em que forças americanas teriam atacado embarcações próximas à costa venezuelana, supostamente envolvidas com narcotráfico, o que Caracas interpreta como parte de uma estratégia de cerco e “mudança de regime”.


Presidente Nicolás Maduro (Foto: reprodução/FEDERICO PARRA/Getty Images Embed)

Tensão militar e reação venezuelana

A Venezuela, por sua vez, responde incrementando exercícios militares em sua costa, com o presidente agradecendo publicamente a aliados como Rússia e China por equipamentos de defesa que, segundo ele, visam evitar qualquer “agressão externa”. Maduro reforçou que o país está pronto para defender sua soberania, porém buscou transmitir uma mensagem de que a guerra não está nos planos e que a diplomacia ainda deve prevalecer.

Especialistas em relações internacionais apontam que o recado em inglês tem duplo objetivo: amenizar a imagem venezuelana perante a comunidade internacional ao mesmo tempo em que fortalece o discurso interno de resistência ao que o regime considera pressão dos EUA.

Impactos para a diplomacia e o Caribe

O uso desse tipo de linguagem — misturando inglês e espanhol, com declarações públicas de apelo — evidencia uma tentativa de Maduro de posicionar a Venezuela como um ator que prefere o diálogo, mas que se coloca preparado para o embate.

Para os Estados Unidos, essas declarações representam um desafio diplomático em um momento em que o foco se expande do Oriente Médio ao Caribe em questões de segurança e narcotráfico. A região se mantém sob alerta, já que qualquer erro de cálculo pode desencadear uma crise maior entre superpotência e país latino-americano aliado a poderes como a Rússia e a China.

Trump exige que governo dos EUA o indenize em US$ 2,4 bilhões por investigação

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou com uma demanda para que o governo federal lhe pague cerca de US$ 2,4 bilhões em indenização (equivalente a cerca de R$ 12 bilhões) sob o argumento de ter sido alvo de investigação “injusta e motivada politicamente”. A ação representa um novo capítulo da longa batalha judicial e política em que Trump se vê envolvido, ampliando o confronto entre ele e órgãos de Estado.

Motivos da reivindicação

Trump afirma que a investigação em seu desfavor ultrapassou os limites legais e violou seus direitos, contribuindo para prejuízos financeiros e danos à sua imagem pública. Ele sustenta que os processos foram impulsionados por motivações partidárias e não apenas por critérios jurídicos. A exigência de indenização se baseia em cálculos que incluem perdas diretas, lucro cessante e danos morais, segundo advogados que trabalham com o caso.


Donald Trump ( Reprodução / Pool / Getty Images Embed)

Repercussão político-judicial

A ação provocou reação entre autoridades e observadores jurídicos nos EUA. Críticos argumentam que o pedido de Trump visa pressionar e deslegitimar as investigações em curso, enquanto apoiadores do ex-presidente interpretam a medida como estratégia para reforçar sua narrativa de vítima de perseguição. O debate reflete a polarização política profunda que marca o país, especialmente em torno da figura de Trump e seu legado.

Próximos passos do litígio

O processo deverá passar por uma análise preliminar sobre a admissibilidade e os possíveis fundamentos legais de uma causa de ação civil contra o governo. Caso seja aceito, o julgamento pode se estender por meses ou até anos, devido à complexidade institucional do caso e ao alto valor reclamado. A medida abre precedentes significativos quanto à responsabilização do Estado em investigações envolvendo figuras públicas e levanta questionamentos sobre os limites entre o interesse público e a proteção de direitos individuais. Especialistas em direito constitucional e processo americano acompanham de perto a situação, destacando que a decisão poderá influenciar futuras disputas jurídicas semelhantes e definir novos parâmetros para a relação entre poder político e justiça nos Estados Unidos.

Trump novamente ameaça taxar a China caso não haja um acordo entre Washington e Pequim

Nesta segunda-feira (20), o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a ameaçar taxar a China caso o país asiático não entre em um acordo com os EUA. As tarifas, segundo o republicano, podem chegar a 155% a partir de novembro.

Representantes de EUA e China se encontrarão na Coreia do Sul nas próximas semanas visando chegarem a um acordo. Trump também pretende aceitar o convite do governo chinês e viajar ao gigante asiático, no início de 2026.

Trump se mostra insatisfeito com ações da China

Em entrevista à Fox Business Network, na última sexta-feira (17), Donald Trump confirmou que se encontrará com o líder chinês, Xi Jinping, nas próximas semanas. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, esse encontro poderá ocorrer na Coreia do Sul.

Ainda em entrevista, o republicano afirmou que as tarifas de 100% impostas à China para entrarem em vigor no próximo dia 1 de novembro não são sustentáveis, mas que a postura dos asiáticos, que sempre buscam obter vantagens nas negociações, segundo Trump, foi o fator determinante para a decisão.

Trump ainda utilizou as redes sociais para comentar sobre o tema. Em seu perfil na Truth Social, o republicano afirmou que tomou conhecimento da “carta hostil” enviada ao mundo pelos chineses, em que declaravam que acentuariam o controle sobre os produtos exportados que fabricam. No último dia 10, o presidente norte-americano também cogitou a hipótese de encerrar negócios voltados a óleo de cozinha e outros elementos do comércio com os asiáticos.


Donald Trump e Xi Jinping, presidentes de EUA e China, respectivamente, no congresso de Osaka, em 2019 (Foto: reprodução/ Brendan Smialowski/ AFP/ Getty Images Embed)

Avaliação da China

Na última sexta-feira, a missão chinesa na Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou que os EUA têm enfraquecido a política multilateral por conta de suas decisões tomadas no governo Trump. O comunicado dos asiáticos menciona as decisões de cunho discriminatório, tarifas utilizadas como forma de retaliação, e sanções unilaterais que violam os compromissos assumidos na OMC.

A delegação da China irá avaliar, por meio de um relatório do Ministério do Comércio, o cumprimento de regra dos EUA em 11 áreas. O documento também deve servir como um apelo para que os americanos respeitem as normas da OMC.

Zelensky pede mísseis a Trump, mas americano fala em ‘fazer acordos’

O presidente Donald Trump recebeu Volodymyr Zelensky na Casa Branca nesta sexta-feira (17). Após 2h30 de reunião, o presidente norte americano viajou para a Flórida, não chegou a falar com a imprensa, mas deixou uma mensagem em suas redes sociais:

“O encontro com o presidente Volodymyr Zelensky foi muito interessante e cordial, mas disse a ele, como sugeri ao presidente Putin, que é hora de parar com a matança e fazer um acordo.” disse o americano.

Zelensky disse que o encontro foi muito bom e amigável e que trataram de assuntos diversos, incluindo o tema sobre as defesas aéreas da Ucrânia, mas sem prolongar sobre assuntos de mísseis:

“Confiamos nos Estados Unidos, e acreditamos que o presidente quer acabar com esta guerra” disse o ucraniano.


Trump e Zelensky tiveram uma conversa produtiva na Casa Branca (Foto:reprodução/Mandel Ngan/Getty Images Embed)

Trump reitera uso e prioriza o governo

Durante as conversas, o presidente Zelensky vem solicitando ao presdiente Trump para que venda os mísseis Tomahawk para a Ucrânia. O armamento é um míssil teleguiado de longo alcance, onde daria acesso para o governo ucraniano fazer ataques com altíssimo grau de precisão. Entretanto, Donald Apesar dos pedidos do presidente ucraniano, Donald Trump recusou o pedido.

“Nós precisamos dos Tomahawks, nós gostariamos muito mais se eles não precisassem dos mísseis” disse Trump ao ser questionado sobre a situação.

Zelensky argumenta que o uso dos mísseis Tomahawks faria com que Vladmir Putin levasse mais a sério os apelos de Trump sobre o acordo para o fim da guerra na Ucrânia, e segundo um membro da delegação de Zelensky que conversou com a AFP sob anonimato, o presidente da Ucrânia mostrou alguns possíveis alvos a serem atacados com os mísseis.

Ao passar do ano, a relação entre ambos os presidentes oscilou bastante, com inclusive uma discussão entre os presidentes e com o vice de Trump, James David Vance, subindo o tom com o presidente ucraniano.

Porém, desde as ultimas semanas, o presidente norte-americano mudou sua postura em relação a guerra, citando até a recuperação dos territórios ucranianos tomados pela Rússia.

Telefonema para Putin

Na última quinta-feira (16), Trump entrou em contato com Vladmir Putin por telefone, e anunciou em sua rede social, que marcaram um encontro em Budapeste, na Hungria, na semana que vem, mas sem um local definido, onde assessores de ambos irão tentar encontrar o melhor caminho para uma paz entre os países

“Acabei de conversar com o presidente russo, Vladmir Putin, e foi muito produtiva. O presidente me elogiou pela conquista de paz no Oriente Médio, algo que segundo ele, era algo que era sonhado há séculos (…) Também conversamos sobre o comércio entre Rússia e Estados Unidos após o fim da guerra com a Ucrânia, acredito que a conversa de hoje foi teve muito progresso” disse o presidente.

Um porta-voz da Casa Branca informou que a conversa durou mais de 2 horas, e que o presidente americano ainda acredita em um encontro entre Zelensky e Putin para selar uma paz.

As promessas de paz na guerra da Ucrânia e no Oriente Médio foram fundamentais para o discurso de Trump em 2024, em detrimento às críticas que Joe Biden, útimo presidente antes de Trumo, sofreu pela forma como lidou com ambos os conflitos. No entanto, tal qual Joe Biden, Trump teve seus esforços negados por parte do presidente russo, que recusou formas de selar a paz entre os países.

Maduro critica autorização de Trump a operações secretas na Venezuela

Na noite desta quarta-feira(15), o presidente da Venezuela Nicolás Maduro fez duras críticas a autorização do presidente dos Estados Unidos Donald Trump a CIA para operações secretas no país sulamericano.

As críticas foram feitas em um discurso realizado na Venezuela, mas sem mencionar diretamente a outorga de Trump, a qual chamou de golpe de Estado da CIA.

Maduro criticou oposição fora do país

Durante o discurso, Maduro criticou a oposição, a qual chamou de covarde por não estar no país e por segundo ele pedir os Estados Unidos para bombardear ou atacar militarmente um país onde reside uma população nobre cujo objetivo é trabalhar e viver em paz.

Maduro ainda relembrou campanhas militares da CIA no Afeganistão, Iraque e Líbia, chamando de guerras eternas e fracassadas. Além disso, classificou as ameaças dos Estados Unidos como guerra psicológica.


Trecho do discurso de Nicolás Maduro (Vídeo: Reprodução/X/@somoscorta)

Outro agente do governo venezuelano que se pronunciou sobre a autorização de Trump foi o Ministério de Relações Exteriores, que classificou a declaração do presidente estadunidense como belicista e extravagante e que as políticas adotadas são de ameaça, assédio e agressão. Na nota, o governo venezuelano afirma que os EUA querem tirar Maduro do poder e também admite pela primeira vez que o objetivo da operação é os Estados Unidos se apropriarem das reservas petrolíferas venezuelanas, de onde os EUA compram petróleo desde o início da guerra russo-ucraniana.

Operação já era analisada desde setembro

De acordo com a imprensa estadunidense, uma operação que incluia ataques na Venezuela já eram discutidas pela Casa Branca desde setembro em busca de tirar Nicolás Maduro da presidência da Venezuela e combater cartéis de drogas que supostamente estariam presentes no país.

O próprio Maduro é acusado pelos Estados Unidos de liderar um cartel de drogas chamado Cartel de los Soles, o que o presidente venezuelano nega veementemente, mas o torna alvo legítimo para o governo estadunidense que considera o cartel como organização terrorista.

Em agosto, Trump já tinha anunciado o envio de embarcações e aeronaves militares para o Caribe em uma área próxima à Costa venezuelana. Além disso, foi anunciada uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.

EUA tem bombardeado navios no Caribe

Os Estados Unidos estão desde setembro bombardeando embarcações no Mar do Caribe com a alegação de serem embarcações pertencentes ao tráfico de drogas. No ataque mais recente, seis pessoas foram mortas em Águas Internacionais, o que é considerada uma violação dos direitos internacionais.

O governo da Venezuela pede investigação a órgãos internacionais e países estrangeiros, afirmando que os EUA estão bombardeando pescadores na Costa venezuelana.

Órgãos internacionais criticam a operação, afirmando que vai contra as leis nacionais tanto por se tratarem de execuções sumárias como pelos ataques serem feitos em Águas Internacionais.

A pauta é discutida no Conselho de Segurança da ONU, que vê com preocupação um novo conflito no Mundo, desta vez na América Latina, que é um continente que tem registrado poucos conflitos nos últimos anos.

Trump autoriza ações secretas da CIA contra Venezuela

O jornal americano “The New York Times” divulgou nesta quarta (15) que o governo de Donald Trump autorizou que a Agência Central de Inteligência (CIA) faça operações secretas contra a Venezuela visando tirar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.  No mês passado, a imprensa americana também havia informado que o governo americano estava avaliando uma operação militar com alvo a possíveis estruturas ligadas a cartéis de drogas, podendo resultar em ataques à Venezuela.

Essa ação da Cia representa mais uma investida contra o presidente venezuelano, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, grupo que recentemente o governo americano classificou como organização terrorista internacional envolvida no tráfico de drogas. 

A carta-branca de Trump

Segundo o “The New York Times” essas ações podem incluir operações letais. O alvo seria o governo venezuelano, principalmente Maduro, porém, não está claro se a CIA já planejou ou quando essa operação pode ocorrer. 

Trump confirmou que autorizou as operações porque a Venezuela tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos. Mas preferiu não responder quando jornalistas perguntaram se ele tinha conferido autoridade aos agentes da CIA para eliminar o presidente venezuelano. 

A relação entre EUA e Venezuela nos últimos meses tem ficado cada vez mais tensa e preocupante. Em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA ofereceu uma recompensa de US$50 milhões para informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, quem eles consideram um fugitivo. E logo após, o governo americano enviou navios e aeronaves militares para uma área próxima à costa da Venezuela, no Caribe. 

O jornal também afirmou que dificilmente se tornam públicas as ações secretas da CIA, que alguns integrantes do Congresso podem ser informados, mas são proibidos de dar qualquer detalhe. Uma das exceções mais conhecidas foi a operação que ocasionou a morte do terrorista Osama Bin Laden, responsável pelo ataque do 11 de setembro. No entanto, só foi anunciada após a conclusão da ação. 


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Mattey/Getty Images Embed)

Os ataques

Desde setembro, os Estados Unidos bombardeiam barcos que eles dizem ser de organizações narco terroristas envolvidas com o transporte de drogas para o país norte-americano. 27 pessoas morreram. O mais recente foi na última terça (14), militares atingiram, em águas internacionais, um barco próximo à costa da Venezuela, o ataque matou 6 pessoas, segundo Trump. 

Especialistas dizem que o aparato militar levado ao Caribe pelos EUA é incompatível com uma operação militar contra o tráfico de drogas. Pelo menos 7 navios foram enviados, incluindo um esquadrão anfíbio, um submarino nuclear e aviões espiões P-8 sobrevoam a região, em águas internacionais, além de 4.500 militares. 

A Casa Branca não comenta claramente quais são os objetivos militares dessa operação, mas Trump, apesar de recusar a falar se ordenará ou não um ataque contra Venezuela, deixou claro que autorizou aos militares irem contra caças venezuelanos que ofereçam risco aos Estados Unidos. 

Já na Venezuela, está sendo criada uma mobilização com militares e milicianos para defender o país caso haja um ataque. Civis também estão sendo treinados. 

A comunidade internacional tem criticado fortemente as operações. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por ser um caso de “execuções extrajudiciais ilegais”. Já o Conselho de Segurança da ONU, em uma reunião na última sexta (10), levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento e com a possível escalada militar. 

O governo venezuelano pediu para a comunidade internacional investigar os ataques e afirmou, contrariam as falas do governo americano, que as vítimas eram pescadores.

Trump reacende temor de nova guerra comercial contra a China

Donald Trump voltou a empunhar seu tom mais conhecido: o da ruptura. Em declarações recentes, o ex-presidente americano afirmou considerar o fim de certos vínculos comerciais com a China, reacendendo uma tensão que parecia adormecida desde os anos mais intensos da guerra tarifária iniciada durante seu primeiro mandato.

A fala, feita em tom de ameaça, foi o suficiente para movimentar mercados e colocar novamente em pauta a relação entre as duas maiores economias do planeta, uma parceria tão indispensável quanto desconfiada.

O retorno da retórica nacionalista

Trump, que busca retomar a Casa Branca em 2025, vem reforçando sua narrativa de autossuficiência econômica. Ao sugerir um possível rompimento de acordos comerciais, ele tenta se reposicionar como defensor do trabalhador rural e da indústria americana, setores que sofreram com as variações de exportação de soja e derivados nos últimos anos.

A estratégia é política, mas também simbólica: apresentar a China não apenas como rival comercial, mas como ameaça direta à soberania dos EUA. O discurso apela ao eleitorado conservador e reacende a memória de 2018, quando Trump impôs tarifas bilionárias sobre produtos chineses sob o argumento de “proteger empregos americanos”.


Donald Trump para a capa da revista Time (Foto: reprodução/x/@time)

Dependência invisível

Apesar da retórica dura, o rompimento total é improvável. A interdependência entre as economias é profunda: boa parte da produção industrial americana depende de componentes, semicondutores e matérias-primas chinesas. Do outro lado, a China continua sendo um dos maiores compradores de bens agrícolas dos EUA.

“Cortar laços” teria, na prática, um efeito bumerangue, causando prejuízos mútuos e inflacionando cadeias globais. Mesmo assim, a ameaça cumpre um papel: pressiona Pequim e fortalece a imagem de Trump como negociador inflexível, um traço central de sua persona política.

Reflexos no agronegócio e no Brasil

A simples menção à medida já desperta preocupação entre produtores americanos de soja, enquanto países como Brasil e Argentina observam de camarote. A China vem ampliando sua preferência por fornecedores sul-americanos, o que pode se intensificar se as tensões com Washington crescerem.

Para o agronegócio brasileiro, um cenário de atrito entre as potências pode abrir novas oportunidades de exportação, mas também aumentar a volatilidade dos preços globais.

Um jogo de cena com efeito real

Trump domina como poucos a arte da pressão pública. Suas declarações raramente são casuais: funcionam como balões de ensaio para medir reações e pautar o debate internacional. Mesmo que não concretize a ameaça, o simples ato de anunciá-la já cumpre um propósito político, projetar força e testar limites da diplomacia.

Enquanto isso, Pequim reage com cautela, evitando comentários diretos, mas reforçando sua imagem de parceira comercial “confiável e estável”, em contraponto à instabilidade política americana.

Entre retórica e realidade

Com o mundo cada vez mais polarizado, cada palavra de Trump volta a ter peso estratégico. A ameaça de romper laços comerciais pode não sair do papel, mas serve como lembrete de que a disputa EUA x China vai muito além das tarifas, é uma batalha por influência, tecnologia e narrativa global.

Se concretizada, a medida provocaria uma nova onda de reajustes em mercados agrícolas e industriais. Mas, no campo político, a mensagem já foi enviada: os EUA, sob sua ótica, devem sempre negociar como quem está pronto para romper.