Absolvição no caso Ninho do Urubu gera protestos

Após decisão da justiça de absolver todos os réus acusados pela tragédia do Ninho do Urubu, jornalistas de diversos veículos de imprensa se manifestam em protesto contra essa decisão. A tragédia aconteceu em fevereiro de 2019, nela 10 jovens da categoria de base do Flamengo morreram e 3 ficaram feridos.

Esses atos reacendem o debate sobre impunidade e falta de justiça aos familiares das vítimas. A 36º Vara da Capital concluiu que não existem provas plenas de que os sete acusados tenham participação direta na tragédia ocorrida. Destacando ainda que não se pode acusar criminalmente alguém apenas pelo cargo que ocupa, seriam necessárias provas de ação direta ou omissão determinante para acusação.

Manifestações nas redes sociais

Os jornalistas Renato Maurício Prado e Mauro Cezar, os quais acompanham o dia a dia do Flamengo, se manifestaram sobre esta decisão em suas redes sociais. “Uma vergonha. Um escândalo“, publicou Renato Maurício Prado em suas redes sociais ao comentar sobre o caso. Já Mauro Cezar em sua fala afirma que concluir que ninguém errou ou que ninguém tem responsabilidade é estranho.


Mauro Cezar fala sobre decisão de absolvição (Vídeo: reprodução/X/@maurocezar)

Outro jornalista que se manifestou sobre a decisão judicial foi Craque Neto, durante o programa Os Donos da Bola ele afirmou que é inacreditável um juiz afirmar que não tem subsídios para culpar ninguém.


 Neto se revolta contra decisão no caso Ninho do Urubu (Vídeo: reprodução/YouTube/Os Donos Da Bola)

Protestos dos familiares

Para além dos jornalistas, os familiares das vítimas da tragédia se manifestaram logo após a decisão. Em nota, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) diz que a absolvição aumenta ainda mais o sentimento de impunidade, fragilizando o mecanismo de proteção à vida e à segurança de menores em entidades esportivas.

A AFAVINU seguirá em busca de Justiça e na esperança de que a decisão seja revista e assim reitera seu pedido de que o processo seja acompanhado com rigor pelos órgãos de recurso para que a sociedade receba a mensagem de que tais condutas não ficarão impunes.“, no trecho a associação deixa claro que os familiares não irão desistir de buscar justiça pelos Garotos do Ninho.

Procurados pela equipe de reportagem do GE antes da decisão, o Flamengo afirmou que não iria se manifestar sobre a decisão da Justiça.

Presidente do Peru impõe estado de emergência e promete ações contra crime

O presidente do Peru, José Jerí, anunciou nesta terça-feira (21) o decreto de estado de emergência em Lima e Callao, com duração inicial de 30 dias. A decisão, aprovada pelo Conselho de Ministros, foi apresentada como uma resposta direta ao avanço da criminalidade nas principais cidades do país. Segundo Jerí, a medida marca uma “mudança de postura” do governo na luta contra o crime, passando de uma atuação defensiva para uma ofensiva.

Em pronunciamento televisionado, o presidente afirmou que o objetivo é “recuperar a paz e a confiança dos peruanos”. O decreto autoriza ações conjuntas das Forças Armadas e da Polícia Nacional, incluindo patrulhamentos reforçados, bloqueios em áreas de risco e operações especiais contra organizações criminosas. “Guerras se vencem com ações, não com palavras. Viva o Peru!”, declarou Jerí em tom patriótico.

Desde que assumiu o cargo, no início de outubro, após a destituição da ex-presidente Dina Boluarte, Jerí tem reiterado que o combate à criminalidade será a principal prioridade de seu governo. Seu gabinete foi empossado na semana passada com a missão de enfrentar o aumento da violência e reorganizar as forças de segurança, que enfrentam críticas pela falta de eficiência.

Protestos e tensão nas ruas de Lima

A decisão do presidente ocorre em meio a uma onda de manifestações convocadas por grupos civis e por jovens da chamada “Geração Z”, que exigem políticas mais eficazes contra o crime. Na última quarta-feira (15), milhares de manifestantes marcharam em direção ao centro histórico de Lima, concentrando-se na Plaza San Martín antes de seguir para o Congresso, fortemente protegido por tropas policiais


Confira detalhes da onda de protestos no Peru (Vídeo: Reprodução/Instagram/@globonews)

Os protestos resultaram em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. De acordo com a Defensoria do Povo, uma pessoa morreu por ferimento a bala, 78 policiais ficaram feridos e 24 manifestantes precisaram de atendimento médico. A Autoridade de Transporte Urbano de Lima e Callao (ATU) anunciou a suspensão temporária de rotas de transporte público durante a mobilização.

O governo lamentou a morte de Ruiz, uma das participantes da manifestação, e prometeu investigação transparente. “Esperamos que as investigações determinem objetivamente os fatos e as responsabilidades”, declarou Jerí. O episódio aumentou a tensão política no país, que enfrenta um cenário de instabilidade institucional desde 2018.

Histórico de instabilidade política e medidas repetidas

Esta não é a primeira vez que o Peru adota o estado de emergência como tentativa de conter a violência. Durante o governo de Dina Boluarte, uma medida semelhante foi aplicada em março, mas, segundo analistas, teve pouco efeito prático sobre os índices de criminalidade. Especialistas afirmam que, sem políticas públicas estruturais, as ações emergenciais tendem a ter impacto limitado e temporário.

O país tem vivido uma sucessão de crises políticas: em apenas sete anos, o Peru teve seis presidentes, o que dificultou a implementação de reformas consistentes. Essa instabilidade contribuiu para o enfraquecimento das instituições e para o aumento da desconfiança popular no sistema político.

Com a nova medida, José Jerí tenta se diferenciar de seus antecessores ao propor uma “estratégia de segurança integrada”, que incluiria investimentos em tecnologia policial e maior controle nas fronteiras. No entanto, críticos alertam que sem diálogo com a sociedade e sem transparência, o estado de emergência pode apenas aprofundar o clima de repressão e instabilidade que marca o país.

Karina Milei é alvo de ataques da população, na Argentina

Nesta quinta-feira (28), Karina Milei, foi retirada às pressas de um evento em Corrientes, província à margem do rio Paraná, onde participava de uma campanha do candidato à governador, Lisandro Almirón, do partido do presidente argentino (Liberdade Avança), após mais um dia de manifestação da população.

O evento, uma caminhada pública, precisou ser cancelado após ataques da oposição, que acusam Karina de ter “roubado dos aposentados e pessoas com deficiência”, após cortes de gastos públicos e escândalos de corrupção. No dia anterior (27), houve também manifestações, onde junto com seu irmão, o presidente argentino Javier Milei, foram apedrejados em uma caravana, em Zamora.


Karina Milei sendo retirada após manifestação da população, em Corrientes (Vídeo: reprodução/X/@AldoAlmeida013

A manifestação popular começou quando apoiadores e opositores do governo argentino começaram a trocar provocações, sendo preciso a intervenção da Polícia, que prendeu duas pessoas no local. É a terceira manifestação nesta semana, a primeira no dia 25 de agosto, em Junín, mesmo havendo forte tensão, não houve confrontos. A mais tensa foi a do dia 27 de agosto, em Zamora, onde Javier Milei, sua irmã, Karina Milei e outros apoiadores foram alvejados por manifestantes. Houve presos e feridos.

A investigação contra Milei

Karina Milei é investigada, pelo Ministério Público da Argentina, após ser apontada como grande beneficiada em um esquema de desvio de dinheiro, na compra de medicamentos para pessoas com deficiência. Foram encontrados áudios, onde Diego Spagnuolo, advogado de Milei, detalha os esquema dos desvios de dinheiro. Milei nega as acusações.

Quem é Karina Milei

Irmã é a atual Secretária Geral da Presidência da Nação da Argentina. A irmã mais nova do presidente Javier Milei, foi chefe de campanha do seu irmão, que tem ela como seu braço direito, onde costuma se referir como “A Chefe”.  formada em marketing e relações públicas, foi gerente financeira de seu irmão, antes da política.

Prefeita de Los Angeles Karen Bass luta contra políticas de imigração de Trump

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, reafirmou seu compromisso inabalável com a comunidade imigrante da cidade em uma coletiva de imprensa na terça-feira (01). Com a administração Trump intensificando suas políticas imigratórias, Bass não hesitou em condenar as ações federais, descrevendo-as como “cruéis e injustificadas”, e um “ataque total a Los Angeles”.

Ela enfatizou que a cidade, construída sobre a diversidade e a contribuição de imigrantes, não será intimidada pelas pressões de Washington, e reiterou que Los Angeles permanecerá um porto seguro, defendendo seu status de cidade santuário e garantindo que todos os residentes, independentemente de seu status migratório, se sintam seguros e valorizados.

Forças federais em Los Angeles

Uma implantação de forças federais, como a Guarda Nacional e Fuzileiros Navais, em Los Angeles ocorreu em meados de junho, por ordem do presidente Donald Trump, que alegava a necessidade de conter protestos violentos e garantir a “lei e ordem” na cidade.


Protestos eclodem no Condado de Los Angeles motivados por operações federais de imigração (Foto/reprodução: David McNew/Getty Images Embed)

Os protestos que antecederam a repressão foram desencadeados por uma série de batidas de imigração realizadas por agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE) em vários locais da cidade, que resultaram na detenção de dezenas de indivíduos por supostas violações de imigração, gerando indignação e medo na comunidade imigrante e entre defensores dos direitos humanos.

A luta pela ‘Cidade Santuário’

Los Angeles adota uma política de “cidade – santuário” que limita a cooperação da polícia local com as autoridades federais de imigração. Esta estratégia busca criar um ambiente de confiança entre os imigrantes e os órgãos de segurança, para que crimes sejam reportados livremente, sem receio de retaliação ou deportação

Em resposta às políticas de Los Angeles, a administração Trump chegou a abrir um processo contra a cidade, a própria prefeita Karen Bass e o Conselho Municipal. A prefeita de Los Angeles afirmou que a cidade “não se deixará intimidar” e “combaterá” a ação judicial. Ela caracterizou o processo como uma tentativa de “subverter a vontade da cidade” e de interromper uma política antiga de proteção a imigrantes.

Trump lidera desfile militar em Washington no dia do próprio aniversário

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comandou neste sábado (14) um desfile militar em Washington. O evento comemorou os 250 anos das Forças Armadas e coincidiu com o aniversário de 79 anos do presidente.

A cerimônia, porém, foi marcada por um clima tenso. Algumas horas antes, uma congressista estadual democrata foi assassinada a tiros, o que provocou manifestações em diversas cidades pelo país.

Evento reúne milhares e exibe força militar

Aproximadamente 7 mil militares estiveram presentes no desfile, alguns a cavalo e outros em trajes históricos que remetiam a diferentes períodos das Forças Armadas. Também foram exibidos 150 veículos blindados, incluindo tanques modernos e viaturas de transporte, e cerca de 50 aeronaves sobrevoaram a capital, atraindo olhares da multidão. O percurso passou por monumentos históricos, como o Lincoln Memorial, e terminou próximo à Casa Branca. No final do evento, paraquedistas fizeram a entrega simbólica da bandeira ao presidente, sob aplausos. O Exército preparou cuidadosamente a infraestrutura para evitar danos às ruas, instalando placas de aço e almofadas de borracha nos trilhos dos tanques. O custo estimado de todo o evento ultrapassou US$ 45 milhões, gerando debates sobre gastos públicos.

Protestos contra Trump crescem (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Protestos nacionais e críticas ao presidente

O desfile aconteceu em meio a um clima tenso, com manifestações em mais de 1.500 cidades. Sob o lema “Sem Reis”, os manifestantes acusaram Trump, entre outras coisas, de autoritário e de transformar a celebração em um show de interesse pessoal. Eles também criticaram sua política que, segundo eles, favorece bilionários e militariza a democracia.

Trump avisou que responderia com “grande força” a qualquer tentativa de interrupção do desfile. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, fez comparação do desfile a eventos de regimes autoritários, como os da Rússia e Coreia do Norte. “Isso não combina com democracia”, afirmou o governador. Apesar da polêmica, apoiadores lotaram as ruas de Washington para acompanhar a cerimônia.

Protestos em Los Angeles geram violência; Trump envia Guarda Nacional

A cidade de Los Angeles foi palco de confrontos violentos pelo terceiro dia consecutivo neste domingo (8), após o presidente Donald Trump autorizar o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para conter manifestações pró-imigrantes e contrárias à política de deportação em massa.

Com forte presença e cultura latina, a Califórnia é um estado majoritariamente democrata — partido da oposição, pelo qual Kamala Harris concorreu à presidência no ano passado. O governador Gavin Newsom, também democrata, se opôs ao envio da Guarda Nacional e não autorizou o uso dos soldados para conter os manifestantes. Mesmo assim, Trump contrariou a decisão estadual. Newsom anunciou que o estado da Califórnia processará o presidente, classificando o envio como “ilegal, imoral e inconstitucional” e o acusando de “jogar lenha na fogueira”.

Segundo a agência Associated Press (AP), o confronto teve início em frente a uma prisão em Los Angeles. Homens encapuzados incendiaram veículos, e as forças de segurança reagiram com spray de pimenta e balas de borracha. Ao menos sete pessoas foram presas.

Políticas de deportação de imigrantes

O segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos começou ainda mais rígido que o anterior, principalmente no que diz respeito à deportação de imigrantes. Mais de 100 brasileiros foram recentemente deportados e retornaram ao Brasil. Protestos semelhantes também ocorreram em Washington e Nova York.


Carros incediados durante protesto em Los Angeles (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Não é a primeira vez que Trump recorre à Guarda Nacional para conter manifestantes. Em 2020, ele convocou soldados para reprimir protestos após a morte de George Floyd. Desta vez, no entanto, a medida foi adotada sem o aval do governador.

Violência em Los Angeles

Em entrevista à MSNBC, o governador Gavin Newsom responsabilizou Trump pelo caos transmitido pela televisão. “Ele disse em um tweet que tudo está seguro agora”, ironizou o governador. Ele também fez um apelo à população: “Los Angeles, não mordam a isca de Trump. […] Aqueles que agredirem policiais ou causarem danos materiais estarão sujeitos à prisão.

Durante a cobertura dos protestos, uma repórter australiana foi atingida por uma bala de borracha.


 Repórter australiana é feriada no protesto (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

As manifestações ganharam destaque em veículos de imprensa ao redor do mundo e se tornaram tema de debate nas redes sociais. Internautas anti Trump acusam o presidente de abuso de poder, enquanto apoiadores criticam os manifestantes e o “caos” gerado na cidade.

Oruam lidera protestos pela morte de jovem no Rio de Janeiro

Na tarde deste sábado (7), moradores do Morro do Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, realizaram um protesto após a morte de Herus Guimarães Mendes, baleado durante uma ação da Polícia Militar (PM) enquanto participava de uma festa junina na noite da sexta-feira (6). O episódio também deixou outras cinco pessoas feridas.

Herus chegou a ser socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar e, posteriormente, foi transferido em estado gravíssimo para o Hospital Glória D’Or, mas não resistiu aos ferimentos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já iniciou as investigações, requisitando imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos e solicitando perícias independentes.

Oruam lidera manifestações e cobra justiça

Um dos nomes mais influentes da cena musical urbana, o rapper Oruam teve participação central nos protestos. Com forte ligação com a comunidade do Santo Amaro, ele não apenas esteve presente fisicamente na manifestação, como também usou suas redes sociais para amplificar a indignação dos moradores.


Oruam abraçando a mãe de Herus (Foto: reprodução/X/@vozdacomunidade/@uendel_vn7)

“Até quando vão ficar acabando com meu povo? A gente só quer justiça”, declarou o artista em um vídeo publicado nos stories do Instagram, que rapidamente se espalhou e repercutiu nacionalmente. Oruam também registrou momentos do protesto, mostrando faixas, cartazes e a mobilização popular contra a violência policial. Sua presença impulsionou a visibilidade do caso e atraiu apoio de outros artistas e ativistas.

A morte de Herus, ocorrida em meio a uma celebração comunitária, causou comoção. A festa junina era considerada um evento pacífico e tradicional da comunidade. Testemunhas relataram pânico e correria quando os disparos começaram, transformando o que seria uma noite de alegria em uma tragédia.

PM justifica operação e autoridades investigam

A Polícia Militar informou que a ação tinha caráter emergencial e foi motivada por denúncias sobre a presença de criminosos armados disputando território. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) teria sido chamado diante de um suposto confronto iminente. De acordo com a corporação, os agentes só reagiram após serem atacados, em uma área distinta daquela onde acontecia a festa.

O Ministério Público requisitou o material das câmeras corporais dos policiais, o laudo necroscópico e outros documentos, buscando entender a cronologia dos acontecimentos e identificar eventuais abusos por parte dos agentes.

Feridos, investigações e desdobramentos

Das cinco pessoas feridas, quatro já tiveram alta hospitalar, e uma continua internada em estado estável. A corregedoria da PM está analisando as imagens registradas pelas câmeras dos uniformes dos agentes envolvidos na ação.

Enquanto isso, a comunidade segue mobilizada e em alerta. A presença de Oruam nos protestos serviu como catalisador para a causa, dando voz às famílias e às lideranças locais. A cobrança por justiça continua, e os desdobramentos do inquérito deverão definir os próximos passos em relação à responsabilização policial e à conduta da operação.