Após ofensiva aérea de Israel, Irã suspende negociações nucleares com os EUA
Governo iraniano acusa Washington de apoiar as ações militares; a decisão agrava o cenário de tensão no Oriente Médio e representa revés para os esforços diplomáticos

O governo iraniano anunciou neste sábado (14) a suspensão por tempo indeterminado das negociações sobre seu programa nuclear com os Estados Unidos. O diálogo, que ocorreria em Omã, foi interrompido após os intensos bombardeios israelenses contra alvos em território iraniano, entre os dias 12 e 13 de junho.
A decisão foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, que classificou as tratativas como “injustificáveis” enquanto o país permanece sob ataque. O chanceler também acusou Washington de apoiar a ofensiva israelense, ao fornecer suporte logístico e militar. Embora Teerã não descarte retomar as conversas no futuro, Araghchi deixou claro que o momento atual inviabiliza qualquer avanço diplomático.
Ofensiva de Israel desestabiliza negociações
A crise foi desencadeada pela operação militar em larga escala batizada de “Leão em Ascensão”, conduzida por Israel na madrugada de 12 para 13 de junho. A ofensiva teve como alvos instalações nucleares, centros de comando militar e bases da Guarda Revolucionária Iraniana.
O ataque provocou a morte de dezenas de pessoas, incluindo altos comandantes e cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano, além de causar extensos danos à infraestrutura crítica do país.
Em retaliação, o Irã lançou mísseis balísticos e drones contra centros urbanos e instalações estratégicas em Israel, atingindo cidades como Jerusalém e Tel Aviv e provocando mortes e ferimentos entre civis e militares.
Repercussões internacionais e efeitos econômicos
A suspensão das negociações representa um duro revés para os esforços diplomáticos internacionais que buscavam um novo acordo para limitar o programa nuclear iraniano. Desde abril, ao menos cinco rodadas de diálogo haviam sido realizadas, com avanços pontuais nas pautas técnicas.
A comunidade internacional reagiu com preocupação ao impasse. Líderes da União Europeia, da ONU e de outras potências mundiais emitiram apelos por uma retomada das conversas e pela contenção militar. Além do risco de escalada regional, a crise já reflete nos mercados globais, com aumento nos preços do petróleo e crescente volatilidade nas bolsas.