Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Após despacho divulgado no início da noite desta segunda-feira (4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O motivo do decreto se justifica pelo descumprimento de uma medida cautelar imposta pelo ministro, uma vez que Bolsonaro utilizou das redes sociais de terceiros durante a manifestação em seu apoio, ocorrida no último domingo (3).

Decreto de Moraes

Na decisão, divulgada na noite desta segunda-feira, Moraes declara que Bolsonaro divulgou mensagens através dos perfis nas redes sociais de seus três filhos, que são parlamentares. Conforme o despacho realizado pelo ministro do STF, as mensagens possuíam conteúdo que faziam incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal, além do apoio à intervenção estrangeira no Poder Judiciário nacional.

Moraes mencionou uma das publicações, que ocorreu no último domingo, promovida pelo senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro. O ministro afirma que o desrespeito às medidas foi tão notório, que Flávio removeu a postagem posteriormente.

Além de estar proibido de receber visitas em sua casa, Bolsonaro teve um aparelho celular apreendido pela Polícia Federal, após mando de busca ordenado por Moraes.


Apoiadores de Jair Bolsonaro durante manifestação na Avenida Paulista (Foto: reprodução/Maira Erlich/Bloomberg/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

No último dia 18 de julho, Alexandre de Moraes havia imposto algumas medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, uma vez que, segundo a interpretação do ministro, o ex-presidente estaria prejudicando o processo de investigação pelo qual ele, e mais sete pessoas, são réus por tentativa de golpe de estado.

Além de passar a utilizar tornozeleira eletrônica, Bolsonaro ficou proibido de deixar a sua residência  à noite e aos finais de semana. Após a imposição das medidas, o ex-presidente também não pôde utilizar-se de suas redes sociais, e nem ter conteúdo veiculado ao seu nome em perfis de terceiros, motivo pelo qual sua prisão domiciliar foi decretada nesta segunda-feira.

Tarifaço de Trump contra o Brasil poupa alguns setores produtivos

Na última quarta-feira (30), a Casa Branca publicou o decreto assinado pelo presidente Donald Trump, que implanta as tarifas de importação para produtos brasileiros em 50%. A medida entra em vigor a partir de 6 de agosto. Contudo, o denominado tarifaço excluiu alguns produtos considerados importantes para a economia brasileira.

O republicano havia anunciado a medida em 9 de julho, em carta direcionada ao governo brasileiro. A justificativa de tal atitude são as medidas do Judiciário impostas ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.

Produtos poupados

O decreto publicado pelo governo americano impõe tarifa de 50% para produtos brasileiros. Produtos como café e carne bovina serão os mais afetados. Porém, a medida isenta as principais importações que os Estados Unidos realizam, como suco de laranja e peças de aeronaves que beneficiam a Embraer.

Fertilizantes, artigos de borracha, madeira tropical e sua polpa química, suco e polpa de laranja, artigos de polpa de papel e pasta de celulose são alguns dos itens que foram excluídos da taxação promovida pelo governo norte-americano. Além destes, o petróleo bruto, o gás natural, o carvão, os lubrificantes, a parafina e até a eletricidade permanecerão fora do aumento.

Os produtos já em trânsito para os Estados Unidos antes da entrada em vigor do decreto, desde que cheguem no país até a data limite de 5 de outubro, não estarão sujeitos às novas tarifas.


Lista completa dos produtos isentos do tarifaço (Vídeo: reprodução/Instagram/@poder360)

Carne sob risco

Se por um lado, Trump poupou alguns setores da economia brasileira, por outro lado, aquele que é considerado o mais importante será duramente afetado. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, e os Estados Unidos, o segundo maior comprador.

Porém, a Austrália se tornou o maior exportador do produto para os americanos. O país enviou 27% a mais de carne bovina para os Estados Unidos no ano do que o Brasil e aumentou seu volume de exportação em 30% em relação a 2024.

A razão está nas tarifas. A carne australiana, que adentrava nos Estados Unidos isenta de tarifas, agora possui somente 10% de taxa. Em contrapartida, o produto brasileiro já estava com uma taxa de 26%, que aumentou para 36% em abril. Com a tarifa de 50%, a carne brasileira terá um aumento total de astronômicos 76%.


Donald Trump assina acordo comercial com a Coreia do Sul (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Em negociação

Enquanto o Brasil possui a maior taxação aplicada pelo governo Trump (com exceção da China), outros países obtém êxito em suas negociações comerciais. Um exemplo é a Coreia do Sul, que concordou com a taxa de 15% de importação em seus produtos.

A União Europeia também chegou a um acordo com o governo norte-americano e será taxada em apenas 15%. Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, selaram o acordo no último domingo (27).

Com o México, o governo americano suspendeu o aumento das tarifas, que iria ocorrer a partir de sexta-feira (1º). A taxa de 25% continuará em vigor pelos próximos 90 dias enquanto os países entram em negociação.

Trump acusa Democratas de subornar Beyoncé por apoio a Kamala

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou neste fim de semana que o Partido Democrata teria pago milhões de dólares para celebridades endossarem a campanha de Kamala Harris nas eleições de 2024. Em post na plataforma Truth Social, Trump afirmou que Beyoncé recebeu cerca de 11 milhões de dólares por um breve

depoimento em comício, que teria ocorrido sem apresentação musical e sob vaias do público. Ele também mencionou pagamentos de 3 milhões a Oprah Winfrey e 600 mil a Al Sharpton, acusando-os de violar leis eleitorais.

Segundo Trump, tais valores teriam sido disfarçados como custos de produção ou despesas de eventos, configurando ilegalidade na legislação sobre financiamento de campanha. Ele exigiu que Harris e os envolvidos sejam processados judicialmente, classificando os pagamentos como fraudulentos e incompatíveis com a lei vigente.

Estratégias de distração

As acusações de Trump surgem em meio a crescente pressão pública relacionada ao caso Jeffrey Epstein, cujos arquivos ainda não foram totalmente divulgados. Especialistas apontam que o ex-presidente tem usado o escândalo como base para atacar figuras proeminentes do adversário político e desviar atenção de investigações em curso.


Caso Epstein ameaça o governo de Trump (Vídeo:Reprodução/Youtube/CNN Brasil)

A ofensiva retórica de Trump segue uma estratégia identificada por analistas como de desvio das controvérsias internas, direcionando a discussão para o financiamento de campanhas democratas e lançando suspeitas sobre figuras influentes, sem apresentar provas. O presidente chegou a criticar também artistas como Bruce Springsteen, Bono e outros, questionando os valores recebidos, ainda que não haja confirmação de pagamentos pessoais.

O episódio intensifica o debate sobre os limites da influência de celebridades em campanhas políticas e sobre a necessidade de transparência em gastos eleitorais. As regras da Comissão Federal permitem que candidatos paguem por custos de produção, desde que declarados. Até o momento, Kamala Harris ou representantes não emitiram comentários adicionais sobre o pedido de investigação ou sobre as acusações específicas feitas por Trump.

Falta de evidência e explicações oficiais

A campanha de Kamala Harris nega que tenha pago qualquer valor pessoal às celebridades. Documentos da Comissão Federal de Eleições mostram que foram feitos pagamentos à empresas de produção ligadas ao evento: 165 mil dólares à empresa de Beyoncé e 1 milhão à empresa de Oprah, destinados à cobertura de custos logísticos e técnicos. Não há comprovações de que esses valores tenham sido entregues às artistas como contrapartida por endosso político.

Beyoncé e sua equipe negaram ter recebido os 11 milhões apontados por Trump. A mãe da cantora divulgou declaração classificando o número como falso e reiterou que a filha não recebeu pagamento pela aparição. Oprah também declarou publicamente que não foi remunerada por sua participação, afirmando que os custos se referiam apenas ao pessoal e à infraestrutura do evento.

Moraes pede explicações à defesa de Bolsonaro sobre violação de restrições

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, nesta segunda-feira (21), que os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestem esclarecimentos sobre um suposto descumprimento de medidas cautelares do ex-chefe de Estado brasileiro. Caso sua defesa não se manifeste dentro do prazo de 24 horas, Bolsonaro poderá ter sua prisão decretada pelo ministro.

Conversa com a imprensa

A determinação de Moraes ocorre após o ex-presidente conversar com a imprensa na saída da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta segunda-feira, após sua participação em uma reunião do Partido Liberal (PL), legenda na qual Bolsonaro é filiado desde 2021. Além de responder perguntas, o investigado por tentativa de golpe de Estado mostrou sua tornozeleira eletrônica que está usando após decisão do STF.

Sobre o uso de tornozeleira, Bolsonaro se diz inocente, que não subtraiu bens dos cofres públicos, tão pouco cometeu assassinato ou tráfico para que tal medida fosse tomada, afirmando ainda que a decisão sobre suas restrições é um símbolo da máxima humilhação ocorrida no país. O ex-presidente complementou a sua fala afirmando que enfrentará tudo e todos.


Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica para a imprensa (Foto: reprodução/José Osorio/AFPTV/AFP/Getty Images Embed)

Proibições impostas

O ministro Alexandre de Moraes já havia determinado nesta segunda-feira que Bolsonaro estava proibido de participar de transmissões em redes sociais, seja em perfis de sua autoria, ou de terceiros.

A determinação é parte das medidas cautelares impostas no inquérito que apura ataques praticados pelo ex-presidente à soberania nacional. Não à toa, Bolsonaro cancelou uma entrevista que estava agendada para ocorrer no início da tarde desta segunda. De acordo com seus assessores, o ex-capitão do exército temeu que o evento pudesse ferir as restrições judiciais. Entretanto, as medidas não impossibilitam Bolsonaro de conceder entrevistas, mas sim, que essas sejam retransmitidas por ele, ou por seus pares.

Indo de encontro as determinações de Moraes, a declaração dada por Bolsonaro na Câmara dos Deputados foi divulgada por veículos de imprensa e por seu filho, Eduardo. Sendo assim, o ministro do STF considerou que tais atitudes violam as medidas cautelares impostas por ele, que, em resposta, anexou imagens de capturas de telas como provas de descumprimento.

Moraes reforça proibição do uso das redes sociais de Bolsonaro

Nesta segunda-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, reforçou a proibição do uso de redes sociais por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proibição inclui a não transmissão e veiculação de áudios, vídeos, nos perfis, seja de Bolsonaro, ou de terceiros.

Proibição detalhada

A pedido da Polícia Federal, o ministro já havia, na última sexta-feira (18), imposto restrições quanto ao uso das redes por parte do ex-presidente. Entretanto, essa medida não foi tão detalhada quanto a imposta nesta segunda-feira.

Em comunicado realizado do início desta semana, Moraes afirma que a medida que limita a atividade de Bolsonaro em seus perfis nas redes sociais, ou de terceiros, impossibilita o ex-chefe de Estado brasileiro de veicular qualquer tipo de mídia. O ministro ainda alerta que o investigado por tentativa de golpe de Estado não poderá se valer de tais meios para burlar a decisão, sob pena de revogação imediata e decretação de sua prisão.

As medidas cautelares impostas a Bolsonaro ocorreram após a Polícia Federal reunir indícios que apontam crimes de coação, obstrução e atentado a soberania do país. Segundo Alexandre de Moraes, Bolsonaro confessou uma tentativa de extorsão contra a justiça nacional ao atrelar o fim da tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao Brasil, com a sua própria anistia.

Para o Supremo, a Polícia Federal afirmou que Bolsonaro e o seu filho Eduardo fizeram movimentações recentes junto a autoridades norte-americanas com o intuito de possuir a imposição de sanções contra agentes públicos brasileiros.


Ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro com sua tornozeleira eletrônica ao deixar o Congresso Nacional em Brasília (Foto: reprodução/
José Osorio/AFPTV/AFP/Getty Images Embed)

Medidas restritivas

Além da proibição do uso de suas redes sociais, Bolsonaro também passa a usar tornozeleira eletrônica para ter seus passos monitorados, uma vez que a justiça enxerga risco de fuga do ex-presidente. O político do Partido Liberal também está proibido de sair de sua casa a noite e nos finais de semana, além de ter o contato com seus filhos, diplomatas e outros investigados restringidos.

Eduardo Bolsonaro pode perder mandato após fim da licença

A licença de 120 dias solicitada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) encerra-se neste domingo, 20 de julho, conforme prevê o Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Ele está nos Estados Unidos desde fevereiro, alegando motivos pessoais e de saúde, e afirmou que permanece no país para articular sanções contra autoridades brasileiras.

Se Eduardo não retornar ao Brasil após o término da licença, as faltas serão computadas automaticamente a partir da volta das atividades legislativas, oficialmente previstas para 4 de agosto, durante o recesso parlamentar. Caso supere o limite de um terço de ausências não justificadas, poderá perder o mandato.

Articulações nos bastidores

Durante o período de afastamento, aliados do PL trabalham para evitar que Eduardo perca o cargo. Uma proposta em discussão inclui a convocação de sessões extraordinárias, de modo a iniciar a contagem de faltas antes do dia 4 de agosto.


PL tentará manter mandato de Eduardo Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Parlamentares da sigla também buscam alternativas, como uma nova licença não remunerada ou mudanças no regimento para permitir atuação à distância, medidas ainda sem apoio suficiente.

A cadeira está ocupada interinamente pelo suplente Missionário José Olímpio (PL-SP), que assumiu em 21 de março.

Retorno e contexto de tensão

Eduardo declarou que está disposto a “sacrificar o mandato” para permanecer nos EUA, citando risco de prisão caso retorne, especialmente por ordens do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Jair Bolsonaro reforçou esse argumento, afirmando que o filho tem “consciência” do perigo ao voltar ao Brasil.

A Procuradoria-Geral da República investiga Eduardo por supostos crimes relacionados à coação no curso do processo, obstrução de investigação penal e golpe contra o Estado Democrático de Direito, suspeitas originadas de suas atividades nos EUA para pressionar sanções contra autoridades brasileiras.

Lula pensou que carta de Trump se tratava de material apócrifo

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (PT) não acreditou na carta enviada por Donald Trump na última quarta-feira (9). Após receber a notícia que o Brasil será taxado em até 50% pelos Estados Unidos, a notícia foi recebida como surpresa no Palácio do Planalto.

Na última quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aplicar uma tarifa de 50% nos produtos de importação do Brasil. Gerando um grande desconforto por parte do presidente Lula e fazendo com que no primeiro momento não acreditasse na carta enviada pelo líder norte-americano.

Lula pensou que fosse material apócrifo

Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não é normal a troca de correspondência entre os presidentes, ainda mais com Donald Trump, usando o site da presidência. No entanto, pensou que fosse material apócrifo.


Lula se pronunciando contra tarifas impostas por Donald Trump (Reprodução/Instagram/@lulaoficial)

A carta de Trump

O presidente norte-americano inicia sua carta mencionando sua amizade e respeito com Bolsonaro e com líderes de outros países. Em seguida, o republicano chama de “vergonhosa” a forma com que o Brasil tem tratado o seu ex-chefe de Estado.

Por considerar injusta a forma com que a justiça brasileira tem tratado Jair Bolsonaro, Trump anunciou em sua carta a tarifação de 50% em produtos importados do Brasil a partir de 1 de agosto deste ano. Além disso, aqueles que tentarem “driblar” essa medida, poderão sofrer cobranças ainda mais elevadas.

Lula irá retribuir na mesma moeda

Assim que recebeu a Carta de Donald Trump, o presidente Lula também se pronunciou pedindo respeito ao Brasil que a melhor forma de retribuir será com a lei da reciprocidade, uma lei aprovada pelo Congresso Nacional. Caso não haja negociação, o Brasil irá pagar na mesma moeda, cobrando 50% dos americanos.

Motivo da tarifação

O teor da discussão sobre a taxação de 50% veio como uma medida de Donald Trump, aliado do ex presidente Jair Bolsonaro, ameaçar a Suprema Corte Brasileira, já que Bolsonaro é réu em um dos processos que tramita no STF, por acusação a tentativa de golpe de estado e por liderar os atos do dia 8 de janeiro de 2023, que culminou com a invasão na sede dos três poderes. Donald Trump também afirma que o amigo Jair Bolsonaro sofre com perseguições até hoje depois da derrota nas eleições em 2022.

Trump faz postagem em defesa de Bolsonaro contra possíveis perseguições

Nesta segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, usou as redes sociais para sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na publicação realizada na Truth Social, o chefe de Estado norte-americano afirma que ex-capitão do exército brasileiro é alvo de perseguição, e que acompanhará o caso em que seu aliado é investigado de perto.

Trump escreveu que “algo terrível” está sendo feito contra Bolsonaro desde a sua derrota nas eleições presidenciais de 2022, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vitorioso na disputa. Para o republicano, o povo brasileiro não vai tolerar o que está sendo feito com o ex-presidente do país, e que acompanhará de perto a “caça às bruxas”, contra a família Bolsonaro e seus apoiadores.

Bolsonaro agradece

Após a publicação de Trump, Bolsonaro agradeceu o apoio do republicano, afirmando ter recebido a mensagem com alegria, além de mencionar que o “ilustre presidente e amigo” passou por algo parecido nos EUA, sendo “implacavelmente perseguido”.

No último dia 26 de março, Jair Bolsonaro e outros sete aliados tornaram-se réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota do candidato do Partido Liberal (PL) ser derrotado nas eleições de 2022. A decisão foi tomada pelos cinco ministros que compõe a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que aceitaram a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com isso, os réus responderão a um processo penal que pode ocasionar em prisão para esses acusados de formar uma organização criminosa com o intuito de romper o estado democrático de direito.


Donald Trump sai em defesa de Jair Bolsonaro, em publicação nas redes sociais (Vídeo: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Governo rejeita comunicado

Diferente de Jair Bolsonaro, o governo brasileiro mostrou sua insatisfação a respeito da publicação de Donald Trump. Em comunicado assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto respondeu à mensagem do presidente norte-americano. Segundo a nota, compete aos brasileiros defender a democracia do país, por tratar-se de uma nação soberana. A mensagem ainda diz que o Brasil não aceita qualquer tipo de interferência externa.

A ministra das Relações Internacionais, Gleisi Hoffmann, também “subiu o tom” para rebater a publicação de Trump. Hoffmann disse que o presidente dos EUA deveria se preocupar com os problemas de seu país, e que ele está enganado se pensa que pode interferir no processo judicial do Brasil.

Trump impõe tarifa de 10% a países alinhados ao Brics: “Não haverá exceções”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (7) a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre todos os produtos importados de países que, segundo ele, “se alinharem às políticas antiamericanas do Brics”. Em publicação feita no Truth Social, rede oficial do atual presidente americano, Trump afirmou que a medida visa proteger a soberania econômica dos EUA e será aplicada de forma ampla: “Não haverá exceções a essa política”, ele declarou.

Pressão econômica contra o bloco emergente

O anúncio representa mais um passo da nova ofensiva econômica da Casa Branca sob o segundo mandato de Trump. O Brics — atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia — tem se fortalecido como um contraponto à influência do Ocidente, promovendo uma agenda de desdolarização e cooperação Sul-Sul.


BRICS summit no Rio de Janeiro, Brasil. (Foto: Reprodução/PABLO PORCIUNCULA/Getty Images Embed)

Para Trump, o bloco representa uma ameaça estratégica. “Países que se alinham ao Brics estão endossando uma agenda que mina os interesses dos Estados Unidos e do povo americano”, escreveu. O presidente ainda disse que “essa tarifa é uma resposta justa a governos que se envolvem em políticas hostis à liderança americana”.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos confirmou que a tarifa será implementada nos próximos 30 dias e poderá ser ampliada conforme o nível de “cooperação diplomática ou econômica” com o bloco.

Reações globais e impacto para o Brasil

A medida gerou críticas imediatas de países-membros do Brics. O Itamaraty, em nota oficial, classificou a medida como “discriminatória e contrária aos princípios do comércio multilateral”. O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, declarou que o governo brasileiro buscará diálogo com Washington, mas advertiu que o país “não recuará de sua posição soberana dentro do Brics”.

Especialistas apontam que o impacto sobre a economia brasileira pode ser significativo, especialmente em setores como o agronegócio, mineração e manufatura, altamente dependentes do mercado americano. De acordo com a análise da Bloomberg, o percentual pode reduzir em até 12% o volume de exportações brasileiras para os Estados Unidos ainda em 2025.

Já a Reuters informou que a União Europeia acompanha a escalada com preocupação e poderá acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), caso entenda que a tarifa viola acordos internacionais.

Trump supervisiona ataque ao Irã da Sala de Situação da Casa Branca

Na manhã deste sábado (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acompanhou em tempo real, diretamente da Sala de Situação da Casa Branca, a ofensiva militar que atingiu três importantes instalações nucleares no Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. As ações ocorreram após dias de tensão crescente no Oriente Médio, marcados por trocas de ataques entre Israel e Irã.

Imagens divulgadas pela equipe de comunicação da Casa Branca mostram Trump com seu tradicional boné vermelho, estampado com o slogan “Make America Great Again”, cercado por membros de seu alto escalão de governo. Entre os presentes estavam o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado, Marco Rubio. Outros assessores militares e de segurança nacional também participaram da reunião emergencial.

Ofensiva militar de grande escala

Durante o ataque, os Estados Unidos utilizaram uma combinação de mísseis Tomahawk e bombardeiros furtivos B-2 Spirit. As forças armadas americanas classificaram a ação como uma operação de precisão, planejada para atingir exclusivamente alvos estratégicos relacionados ao programa nuclear iraniano.

Em pronunciamento após a ofensiva, Trump destacou que a ação teve como propósito enfraquecer a capacidade bélica do Irã. “Nós quebramos as pernas do regime com as bombas lançadas hoje”, afirmou o presidente, demonstrando firmeza na postura militar dos Estados Unidos. Ele também ressaltou que a operação foi cuidadosamente planejada para evitar vítimas civis, embora ainda não haja confirmação oficial sobre o número de mortos ou feridos do lado iraniano.



Fontes do Departamento de Defesa informaram que todos os aviões retornaram em segurança para suas bases, sem perdas entre os militares americanos.

Riscos de escalada e reações internacionais

A ação norte-americana provocou reações imediatas na comunidade internacional. Especialistas em relações exteriores alertam para a possibilidade de o ataque desencadear uma nova fase de escalada no conflito entre Irã e Israel, com potenciais desdobramentos para toda a região do Oriente Médio.

Trump, no entanto, enfatizou que os Estados Unidos não buscam iniciar uma guerra prolongada. “Ou haverá paz, ou o Irã enfrentará consequências ainda mais severas”, disse o presidente americano, ao afirmar que o governo permanece aberto ao diálogo caso Teerã demonstre disposição para evitar novas hostilidades.

Até o momento, o governo iraniano ainda não emitiu uma resposta oficial à ofensiva. Analistas políticos apontam que o episódio pode impactar diretamente as futuras negociações diplomáticas envolvendo o programa nuclear iraniano e as relações com o Ocidente.