Moraes questiona polícia do DF pelo não retorno imediato de Bolsonaro do hospital

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira (15), que a Polícia Penal do Distrito Federal (DF) apresente um relatório, em até 24 horas, contendo informações sobre a escolta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao hospital local no último domingo (14), para a realização de procedimentos cirúrgicos em sua pele.

Moraes deseja saber o motivo pelo qual o ex-presidente não retornou ineditamente para sua residência após ser liberado pela equipe de atendimento do hospital, uma vez que o ex-chefe de Estado cumpre prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto por uma determinação do próprio ministro do STF.

Detalhes sobre a escolta

Em despacho, Moraes solicitou à Polícia Penal do DF, a apresentação de um relatório sobre a escolta realizada para Bolsonaro, o veículo que o transportou, e os agentes que acompanharam o ex-presidente no quarto do hospital. O ministro ainda pede explicações sobre o motivo que levou Bolsonaro a não retornar imediatamente para sua residência.

Mesmo cumprindo prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares, Bolsonaro foi autorizado por Moraes para cuidar de sua saúde no último domingo. O ex-presidente chegou ao hospital DF Star, na Asa Sul, por volta das 8h, e deixou o local por volta das 14h30, onde foi submetido a um procedimento para retirada de manchas de sua pele, além de realizar alguns exames.


Bolsonaro deixa o hospital após procedimento cirúrgico no último domingo (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Bolsonaro em silêncio

Na saída do local, Bolsonaro, que possuía um curativo em seu pescoço, estava acompanhado de seu filho, o vereador Jair Renan (PL-SC), e permaneceu em silêncio, apenas assistindo ao seu médico conversar com jornalistas, além de ouvir manifestações de seus apoiadores.

O cirurgião Claudio Birolini disse à imprensa que retirou oito lesões da pele do ex-presidente e encaminhou as amostras para a biópsia, que irá analisar se essas tratam-se de um problema benigno ou maligno. A cirurgia ocorrida foi um pedido médico, que posteriormente foi apresentado ao STF pelo ex-presidente.

A prisão domiciliar de Bolsonaro não possui relação com a condenação ocorrida na última quinta-feira (11), em que o ex-presidente foi punido com o cumprimento de 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado. Por descumprir medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes, o ministro decretou, em 4 agosto, que o ex-chefe de Estado brasileiro estava proibido de deixar a sua residência e de receber visitas sem autorização prévia do STF.

Flávio Dino suspende repasses de emendas em nove municípios

Foi determinado pelo ministro do STF, Flávio Dino, nesta segunda-feira (15), para que o governo suspendesse os repasses de emendas parlamentares em nove municípios, sendo esses em: Roraima, Acre, Amapá, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. O motivo foi que eles não cumpriram os requisitos de transparência e rastreio, e isso foi de acordo com a Controladora-Geral da União (CGU). Dino também apontou indícios de crimes e ele enviou para a PF (Polícia Federal), para uma investigação no caso.

STF estabelece medidas

O Supremo Tribunal Federal havia estabelecido medidas assim para que houvesse uma transparência na utilização de recursos federais para os estados, feitos por deputados e senadores. A CGU então fez uma auditoria de municípios que mais receberam emendas individuais a partir de 2020, e foi descoberto que 10 cidades receberam mais de 700 milhões de reais, ficando conhecida como “Emenda PIX”, devido a rapidez do repasse.

Cidades que não cumpriram

Dos 10 municípios que tiveram auditoria da CGU, nove não cumpriram as determinações dadas pelo STF e terão recursos suspendidos pelo ministro Flávio Dino até que sejam esclarecidas todas as suspeitas de irregularidades. A medida visa prevenir o uso indevido de recursos públicos enquanto as investigações seguem seu curso. As cidades identificadas são: Rio de Janeiro, Iracema, Sena Madureira, Camaçari, São Luiz do Anauá, Macapá, Coração de Maria e Carapicuíba. Apenas São Paulo cumpriu o que foi requisitado. O ministro solicita à CGU para que ampliem as apurações sobre os emendas nos outros locais.


Flávio Dino em uma conferência (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Encaminhamento para investigação pela PF

Além da suspensão dos repasses, foi ordenado que os relatórios da auditoria sejam enviados à Polícia Federal para que sejam apuradas eventuais responsabilidades criminais ou administrativas. A intenção é garantir que sejam tomadas providências cabíveis contra aqueles que possam ter se beneficiado de irregularidades.

Importância do controle e transparência

O episódio reforça a relevância dos mecanismos de controle nos repasses federais, especialmente nas chamadas “emendas individuais”, cujo uso nem sempre é alvo de fiscalização aprofundada. Também evidencia demandas urgentes de transparência, prestação de contas e responsabilização para garantir que verbas públicas sirvam efetivamente aos cidadãos.

Viúva de Charlie Kirk quebra o silêncio após assassinato e revela planos políticos do marido

A viúva do ativista conservador Charlie Kirk, Erika Kirk, falou pela primeira vez nesta sexta-feira (12) após o assassinato do marido, morto durante um evento universitário nos Estados Unidos. Em um discurso marcado pela emoção, ela agradeceu o apoio recebido, enviou um recado direto aos autores do crime e ainda revelou que Charlie havia cogitado entrar para a política.

Erika fala sobre apoio e legado de Charlie Kirk

Em sua declaração, Erika destacou o trabalho das autoridades na captura do suspeito e agradeceu ao presidente Donald Trump, ao vice-presidente J.D. Vance, além de aliados próximos do Turning Point USA,  organização fundada por Charlie. Ela também fez questão de reconhecer a força das mensagens de apoio vindas de diferentes partes do país.


Erika Kirk se pronuncia pela primeira vez após assassinagto do marido Charlie Kirk (Video: Reprodução/Canal Brasil Paralelo/Youtube)

Segundo Erika, o marido deve ser lembrado por três pilares que definiram sua trajetória: fé, coragem e patriotismo. Essas, segundo ela, eram as bandeiras que Charlie defendia em cada palestra, programa ou projeto que liderava.

O pronunciamento foi feito ao lado da cadeira vazia onde o ativista costumava gravar seu podcast. O gesto simbolizou a ausência do marido e, ao mesmo tempo, marcou o compromisso dela em manter vivo o legado que ele deixou.

Mensagem aos autores do crime e planos políticos

Ao se dirigir aos responsáveis pelo assassinato, Erika afirmou que eles “não têm ideia do que fizeram” e reforçou que a morte de Charlie não apagará sua mensagem. Pelo contrário: para ela, a missão do marido agora ganha ainda mais força.

Erika também compartilhou algo que até então era desconhecido do público: Charlie chegou a cogitar disputar eleições nos Estados Unidos. Embora não tivesse definido cargo nem momento, sua intenção, segundo a esposa, era clara, reviver a família americana por meio da política.

O discurso de Erika foi transmitido pelas redes sociais e acompanhou uma enorme audiência online. Apenas no YouTube, mais de 500 mil pessoas assistiram ao vivo. Além disso, ela confirmou que os programas conduzidos pelo marido, como o podcast e o programa de rádio, seguirão no ar.

Encerrando sua fala, Erika fez uma promessa: “Charlie, eu prometo que nunca vou deixar seu legado morrer. Eu te amo.”

Lula debate sobre “chantagem tarifária” em cúpula virtual do BRICS

Em cúpula virtual do BRICS, realizada nessa segunda-feira (08/09), o presidente Lula criticou o que classificou como uma “chantagem tarifária”, em meio a uma guerra comercial iniciada pelo governo dos Estados Unidos que atinge vários países participantes do bloco.

A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para a conquista de mercados e para interferir em questões domésticas”, afirmou o presidente aos chefes de estado presentes.

Sobre a reunião

A reunião não foi transmitida, tendo algumas imagens divulgadas, como a transcrição do pronunciamento de Lula, que foi divulgada pelo Palácio do Planalto. Lula é o atual presidente do BRICS, cargo esse que é rotativo e como divulgado pelo Planalto, o presidente não mencionou Donald Trump, nem os Estados Unidos.

Estiveram participando o presidente chinês, Xi Jinping, o russo Vladimir Putin e o sul-africano, Cyril Ramaphosa, entre outros chefes de estado.


Presidente Lula durante a reunião virtual do BRICS (Foto: reprodução/X/@raul_gimenez10)

Sanções secundárias restringem nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos. Cabe ao Brics mostrar que a cooperação supera qualquer forma de rivalidade. […] O comércio e a integração financeira entre nossos países oferecem opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo”, completou o presidente brasileiro.

Xi Jinping também se posicionou

O líder chinês também deixou suas palavras sobre o assunto, “Devemos defender o sistema comercial multilateral com a Organização Mundial do Comércio como núcleo e resistir a todas as formas de protecionismo”, afirmou ele em seu discurso ao grupo.

Independentemente de como a situação internacional mude, devemos permanecer firmes na promoção da construção de uma economia global aberta, compartilhando oportunidades e obtendo resultados benéficos para todos através da abertura”, acrescentou Jinping.

Incômodo de Trump

Donald Trump, que em oportunidades passadas, já havia demonstrado o seu incômodo com o BRICS, como quando ao anunciar, no início de agosto deste ano, a imposição de tarifas de 25% de produtos importados da Índia aos Estados Unidos, Trump utilizou a participação do país no BRICS como um dos agravantes para a sua decisão.

Eles têm o Brics, que é basicamente um grupo de países que são anti-Estados Unidos“, disse Trump à repórteres na Casa Branca.

As palavras deixam claro a visão que Trump possui do bloco e as posturas, para ambos os lados, parecem ser definidas.

Dia da Independência do Brasil é marcado por soberania, Motta e Novo PAC

O tradicional desfile de 7 de setembro em Brasília, deste domingo, foi marcado por fortes mensagens de soberania nacional e presença do presidente Lula ao lado de aliados, enquanto se destacava uma ausência estratégica: nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) esteve presente. A simbologia reverberou em meio ao julgamento da “trama golpista”, com a presença de figuras-chave do governo e protestos do público.

Slogans visuais, entoações populares e pronunciamento

O tema deste ano foi “Brasil Soberano”, estampado em faixas pelos ministérios, bonés distribuídos ao público e nas falas oficiais. A plateia reagiu com gritos como “sem anistia” e “soberania não se negocia”, especialmente durante a aparição de Hugo Motta, presidente da Câmara, conhecido por atrasar a votação da proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

O presidente Lula fez um pronunciamento de cinco minutos, criticando pressões externas e políticos que atuam contra os interesses do país. Ele também citou adversários classificados como “traidores da pátria”. Presidente também ressaltou que o Novo PAC é peça central da estratégia de soberania nacional, já que envolve investimentos em infraestrutura, energia, tecnologia e defesa.


Lula no desfile (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Presenças de alto escalão

Durante o desfile, houve presenças de nomes famosos como: Geraldo Alckmin, vice-presidente, Marina Silva, Ricardo Lewandowski, Anielle Franco, Simone Tebet, Camilo Santana e claro, Hugo Motta. Vale lembrar que os ministros do STF não estavam presentes neste domingo (7), assim como o Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal.

Contexto tenso e institucional

O desfile ocorreu em clima de tensão política e diplomática, poucos dias antes do voto decisivo de Alexandre de Moraes no julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. A ausência dos ministros do STF foi amplamente interpretada como uma medida para evitar aparente alinhamento com o Poder Executivo. Além disso, O evento contou com forte esquema de segurança, envolvendo Forças Armadas, policiamento do DF, inspeções e drones. A Organização contabilizou cerca de 45 mil pessoas nas arquibancadas, intensificando o simbolismo de mobilização em torno dos temas de independência, democracia e soberania.

Gás do Povo: governo lança programa para beneficiar 15,5 milhões de famílias

Nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte, foi lançado o Programa do Governo “Gás do Povo”. O programa deve beneficiar cerca de 15,5 milhões de famílias, com início previsto para 30 de outubro, substituindo o Auxílio Gás e podendo triplicar o número de beneficiários.

Para ser beneficiário, é necessário estar cadastrado no Cadastro e ter renda mensal igual ou inferior a meio salário mínimo por pessoa.

Programa Gás do Povo

O Programa Gás do Povo integra as ações do governo para reduzir os impactos da inflação sobre as famílias de baixa renda, oferecendo um alívio direto no orçamento doméstico. Além disso, busca ampliar o acesso ao gás de cozinha de forma mais organizada e segura, fortalecendo a rede de revendas credenciadas e garantindo transparência na distribuição dos benefícios.


Governo Lula lança programa Gás do Povo (Foto: reprodução/X/@govbr)

Como vai funcionar

Os beneficiários poderão trocar um voucher por um botijão em 59 mil revendas credenciadas, identificadas pela placa “Aqui tem Gás do Povo”, com acesso feito por meio do cartão do Bolsa Família. O programa terá custo estimado de R$ 5 bilhões em 2026, e, segundo o ministro Alexandre Silveira, representará uma economia de mais de 10% do salário mínimo no orçamento das famílias beneficiadas.

A região Nordeste concentra o maior número de famílias que se enquadram no perfil do programa, com 7,1 milhões. Em seguida vêm o Sudeste, com 4,4 milhões; o Norte, com 2,1 milhões; o Sul, com 1,1 milhão; e o Centro-Oeste, com 889 mil famílias beneficiárias.

O programa também têm acompanhamento contínuo dos beneficiários, garantindo que os recursos cheguem de forma justa e eficiente. As expectativas são que a iniciativa contribua para a melhoria da qualidade de vida das famílias mais vulneráveis, reduzindo despesas básicas e promovendo maior dignidade no acesso a um item essencial como o gás de cozinha

O governo destaca ainda que o Gás do Povo não se limita apenas ao benefício financeiro, mas também representa uma política de inclusão social. Ao assegurar o acesso regular ao gás de cozinha, o programa contribui para melhorar a alimentação, a saúde e o bem-estar das famílias, reduzindo desigualdades e garantindo condições mais dignas para milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.

Bolsonaro e mais sete réus serão julgados por crimes ligados a abolição da democracia

Na próxima terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento de oito réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusados de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições gerais de 2022.

São réus no processo, além de Jair Bolsonaro; o ex-diretor-geral da ABIN, Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; Anderson Torres, ex-ministro da justiça; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-ministro da defesa, Paulo Sérgio Nogueira; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

Dentre os crimes, os réus, que ganharam essa condição em março deste ano após decisão unânime do STF, serão julgados por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado, além de dano qualificado contra o patrimônio da União.

Situação particular

Um dos réus, o deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem (PL-RJ) possui uma situação peculiar. Em maio, a Câmara dos Deputados aprovou uma solicitação para suspender parcialmente a ação contra o parlamentar, e, com isso, Ramagem será julgado apenas por três dos cinco crimes que havia sido acusado antes: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa armada.  Os outros dois crimes teriam ocorrido após a diplomação de Ramagem como parlamentar, fazendo com que as condições do processo fossem alteradas.


Os ministros do STF, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Sérgio Lima/AFP/Getty Images)

Andamento do processo

O julgamento se inicia com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, terá duas horas para defender a denúncia apresentada pelo STF.

Na sequência, as defesas dos oito réus terão uma hora, cada, para defender os acusados. Por ser delator do caso, Mauro Cid será o primeiro a se manifestar, provavelmente. Em seguida, as defesas seguem suas respectivas falas em ordem alfabética do nome dos réus.

Após as sustentações feitas pelas defesas, os ministros do STF iniciam a votação do caso. Alexandre de Moraes será o primeiro a votar, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Se a maioria optar pela condenação, o colegiado terá a missão de decidir a pena por cada réu. Em caso de absolvição, não haverá necessidade de decisão sobre penalidades.

Avião de chefe da UE tem sistema de GPS desativado no ar

Na tarde deste domingo (31/08), o avião que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sofreu uma interferência a caminho da Bulgária devido a um bloqueio de sinal. Segundo uma porta-voz da União Europeia, há suspeita de envolvimento da Rússia no caso. Kremlin nega envolvimento.

A ocorrência

Segundo o jornal britânico ”Financial Times”, a aeronave que levava von der Leyen perdeu o contato dos sistemas eletrônicos de navegação enquanto se aproximava do acesso para o aeroporto de Plovdiv. Os pilotos então tiverem que aterrissar utilizando mapas de papel após uma hora circulando o local, conseguindo então, um pouso seguro.

O bloqueio do acesso ao sinal de GPS foi confirmado pela porta-voz da Comissão Europeia, Arianna Podestà, que afirmou também que as autoridades búlgaras suspeitam de que o ocorrido se deu após uma interferência ”descarada” de Moscou.



Uma autoridade do aeroporto búlgaro classificou a interferência como ”inegável”, em declaração ao ”Financial Times”.

Não seria a primeira vez

Os relatos envolvendo bloqueio de GPS aumentaram consideravelmente desde que os debates sobre a Guerra na Ucrânia foram ficando ainda mais  acalorados em solo europeu. Segundo Podestà em coletiva de imprensa, os países da União Europeia já estão ”acostumados com ameaças e intimidações da Rússia” e descreve  o comportamento do presidente russo Vladimir Putin como ”hostil”. A porta-voz acrescentou também que o incidente reforça a ”guerra híbrida” promovida pela Rússia contra os europeus e a necessidade de reforço na segurança europeia.

Justamente sobre o assunto

Ursula von der Leyen se encontra na Bulgária, após ter estado na Polônia, já que a mesma se encontra em uma série de viagens pelos países da UE que possuem fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, as visitam possuem como objetivo a discussão de questões relacionadas à segurança e defesa dos países contra ameaças russas, visando aumentar o preparo destes, que temem que Putin não queira limitar os planos no território ucraniano.

Kremlin nega envolvimento

Apesar da Rússia ainda não ter se pronunciado oficialmente, o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov procurou o ”Financial Times” para responder à acusação, descrevendo as informações divulgadas como ”incorretas”.

STF inicia julgamento de Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta semana a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete integrantes do seu governo. Todos são acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022, que teria ameaçado o funcionamento do Estado Democrático de Direito.

Processo detalhado

O processo resulta de um levantamento minucioso da PGR, que compilou mais de 500 páginas detalhando a conduta de cada investigado. Somente a seção dedicada às ações de Bolsonaro ocupa 137 páginas, assinadas pelo procurador-geral Paulo Gustavo Gonet Branco. Entre os crimes apontados estão: dano qualificado por violência ou ameaça, tentativa de destruir ilegalmente a democracia, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio público e golpe de Estado, com penas que podem variar de um a 17 anos de prisão, dependendo do enquadramento.


Julgamento de Bolsonaro e aliados no STF: veja o que esperar (Vídeo: reprodução/YouTube/MetrópolesTV)

Segundo a PGR, Bolsonaro atuou como líder do grupo, utilizando-se do cargo de presidente da República para difundir desconfiança sobre as urnas eletrônicas e instituições públicas. A denúncia destaca o uso de recursos estatais, transmissões oficiais e eventos públicos para dar respaldo a um discurso que questionava a integridade do sistema eleitoral, incluindo a utilização irregular de estruturas de inteligência, conhecida como “Abin paralela”.

Documentos

Documentos apreendidos indicam que a estratégia incluía repetir críticas ao sistema de votação e criar um ambiente de contestação caso os resultados fossem desfavoráveis. A denúncia cita ainda falas de Bolsonaro em 7 de setembro de 2021, em Brasília e São Paulo, interpretadas como ataques coordenados ao Judiciário e ao processo eleitoral.

Na fase de interrogatório, realizada em junho, Bolsonaro negou qualquer intenção de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e classificou a denúncia como injusta. O julgamento seguirá a ordem de votação determinada pelo STF: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Matéria por Natasha Ferreira

Moraes pede detalhes à PGR sobre reforço policial na residência de Bolsonaro

Nesta segunda-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou detalhamento, em um prazo de cinco dias, à Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito do pedido de reforço policial na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Assinado pelo diretor-geral, Andrei Rodrigues, o ofício da Polícia Federal (PF) solicita reforço urgente nas intermediações da casa do ex-chefe de Estado brasileiro.

Risco de fuga de Bolsonaro

Solicitado pelo deputado federal e líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), a Polícia Federal elaborou um pedido ao STF para haver reforço policial ostensivo nas proximidades da casa de Bolsonaro, além de checagem do sistema de monitoramento eletrônico, incluindo a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente.


Bolsonaro mostra sua tornozeleira eletrônica à imprensa (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

No ofício, a PF declara que possui conhecimento acerca de uma possível fuga de Bolsonaro, e uma evasão para o interior da Embaixada norte-americana, localizada a aproximadamente dez minutos de sua casa, podendo assim solicitar asilo político aos EUA. O político do PL cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, e ainda é réu, assim como outras 7 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, caso esse que será julgado no dia 2 de setembro.


Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues assinou o pedido de reforço policial na residência de Bolsonaro (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

Desde o início deste mês, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, podendo receber visitas apenas de advogados e familiares, sob autorização judicial. A pena aplicada ao ex-presidente decorre do descumprimento de medidas cautelares ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Na semana passada, a Polícia Federal divulgou um relatório em que indicia o ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL), por coação na suposta tentativa de golpe de Estado. O documento da PF ainda aponta novos descumprimentos de Bolsonaro das medidas cautelares.

O relatório revela também que Jair e Eduardo Bolsonaro teriam influenciado diretamente a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, acerca da aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, como Alexandre de Moraes. Mensagens trocadas entre pai e filho corroboram para a tese em questão.

Com isso, o ministro do STF deu um prazo de 48 horas para que a PGR se manifeste a respeito das explicações prestadas pela defesa do ex-presidente. Em seguida, Moraes poderá decidir se manterá a prisão domiciliar de Bolsonaro, ou a converterá em prisão preventiva.