A reunião do BRICS que teve início nesta terça (28) reuniu os chanceleres dos países integrantes do bloco econômico para discutir o impacto que as decisões comerciais que o presidente estadunidense vem tomando. O objetivo principal da reunião é organizar uma linha de defesa para os países e alinhar a resposta ao "tarifaço" que te sido aplicado desde fevereiro deste ano.
O BRICS e o posicionamento oficial perante as tarifas de Trump
O BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e recentemente ampliado para incluir Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, tem enfrentado desafios diante das ações comerciais tomadas pelos EUA.
A posição oficial do BRICS é de crítica à centralização das negociações comerciais, conforme afirmou o embaixador brasileiro Maurício Lyrio: "Os ministros estão negociando uma declaração para reafirmar a centralidade das negociações comerciais multilaterais como o principal eixo de ação no comércio. Eles reafirmarão suas críticas às medidas unilaterais de qualquer origem, que tem sido uma posição de longa data dos países do BRICS."
Assim, pode-se esperar que o tom do comunicado seja crítico. No entanto, segundo fontes, a China desejava maior severidade na fala, que não nomeará diretamente os EUA, como queriam os chineses.
Ministros do BRICS posam para foto antes do início da reunião no Rio (Foto: reprodução/Fabio Teixeira/Anadolu/Getty Images Embed)
Outros assuntos que serão discutidos na reunião
Os ministros do BRICS também tratarão sobre a cúpula climática da ONU que o Brasil sediará em novembro, onde falarão sobre compartilhar o financiamento climático mitigar as mudanças climáticas (reduzindo as emissões de gases de efeito estufa) e adaptar-se aos seus impactos (como secas, inundações e aumento do nível do mar), principalmente em países mais pobres.
O Embaixador Lyrio enfatizou que a discussão não se centra em revisar quais países devem arcar com os custos da transição energética, nem em quais países podem contribuir voluntariamente para financiá-la. Ele reiterou que a obrigação de financiar a luta contra as mudanças climáticas e a transição energética nos países em desenvolvimento recai sobre os países ricos.
Foto destaque: Mesa da reunião do BRICS com o Embaixador Mauricio Lyrio (à esquerda), o Ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira (ao centro) e o Chefe de Gabinete do Ministério das Relações Exteriores Ricardo Monteiro (Reprodução/MAURO PIMENTEL/AFP/Getty Images Embed)