Lula sanciona aumento de pena por consumo de bebidas alcoolicas por menores

Na manhã desta quinta-feira(09), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que aumenta a pena para pessoas que forneçam bebidas alcoólicas consumida por menores de idade.

Além de bebidas alcoólicas, a nova lei também inclui na pena outros produtos que causem dependências em menores de idade, com um aumento de até 50% na pena.

Nova lei altera o ECA

A lei sancionada hoje por Lula traz uma atualização para o ECA com a possibilidade de aumento na pena que hoje é de 2 a 4 anos e multa se o fato não constituir crime mais grave caso o alcoólico seja consumido pelo menor. Neste caso, a pena pode aumentar em um terço ou até a metade da pena.

Além disso, houve um aumento naquilo que se configura crime no que diz respeito a bebida alcoólicas a menores. Agora, vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar produtos que podem causar dependência a menores de idade.


Consumo de bebidas alcoólicas pode trazer danos a menores (Foto: Reprodução/Tang Ming Tung/Getty Images Embed)

Conforme o parecer da Comissão de Direitos Humanos do Senado, quanto menor for a idade de início, maiores as possibilidades de o menor se tornar um usuário contumaz ou dependente ao longo da vida e no excesso na idade adulta.

Além disso, o documento também ressalta o risco de acidentes tanto de trânsito como com armas de fogo, homicídios e até suicídio.

Projeto vem em meio a crise do metanol

O projeto, que vinha em discussão desde 2022 e que já teve um semelhante arquivado em 2012, foi aprovado em meio a uma situação que tem preocupado consumidores nos últimos dias: a detecção da presença de metanol em bebidas destiladas.

Foram mais de 100 casos confirmados de presença de metanol em bebidas, com cinco mortes até o fechamento desta reportagem. Nesta quarta-feira(08) foi registrado o primeiro caso de intoxicação por metanol no Rio Grande do Sul, somando o quinto estado a ter registro dessa natureza.


Metanol foi adicionado a bebidas (Vídeo: Reprodução/YouTube/Rádio Bandnews FM)

Em perícia feito em um lote de bebidas envolvida em contaminação, a Polícia Científica de São Paulo conseguiu chegar a conclusão de que o metanol foi adicionado as bebidas e não faz parte de algum processo próprio de bebidas alcoólicas.

O governo federal e o Congresso Nacional já discutem a volta de regulamentações para comprovar a proveniência das bebidas e a ausência de riscos a população. O Ministério da Saúde inclusive acelerou a compra de etanol hospitalar utilizado no combate a contaminação por metanol.

Lula pede pelo fim do tarifaço e das sanções contra autoridades em conversa com Trump

A diplomacia entre Brasil e Estados Unidos deu um passo significativo na última segunda-feira (6 de outubro de 2025), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um telefonema do presidente americano, Donald Trump.

O diálogo, por videoconferência, durou cerca de 30 minutos e foi descrito como “amigável” e “extraordinariamente bom” por ambos os lados.

Lula celebrou a “excelente química” entre os líderes, que já haviam tido um breve encontro na Assembleia Geral da ONU em setembro. O foco principal da conversa foi a economia e o comércio, com o lado brasileiro buscando resolver rapidamente as barreiras impostas por Washington.

​O pedido direto de Lula pelo fim das restrições

​O presidente Lula utilizou a conversa para abordar a principal fonte de atrito: as tarifas punitivas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Ele solicitou formalmente a retirada da sobretaxa de 40%, que se somou a uma tarifa existente de 10%, totalizando 50% em muitas exportações.

​As tarifas foram impostas em julho de 2025 por Trump, que as justificou como retaliação a o que chamou de “caça às bruxas” contra seu aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula garantiu, no entanto, que o tema Bolsonaro e o recente julgamento que o condenou não foram mencionados diretamente na chamada, classificando a sanção original como um “equívoco”.

​Além das tarifas, o presidente brasileiro pediu o levantamento de sanções que foram aplicadas contra autoridades de alto escalão do Brasil. Para o Planalto, as sanções representam um obstáculo nas relações diplomáticas.

​Trump delega negociações a Marco Rubio

​Apesar do tom cordial, Trump não respondeu diretamente aos pedidos de Lula. Em vez disso, ele designou o secretário de Estado, Marco Rubio, como o principal interlocutor americano para dar seguimento às negociações.


Marco Rubio, Secretário de estado dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Sean Gallup/Getty Images Embed)

​Rubio é conhecido por sua postura crítica a regimes de esquerda na América Latina, o que gerou ceticismo entre diplomatas brasileiros. O governo americano escalou também Christopher Landau, vice de Rubio e fluente em português e espanhol, para apoiar a equipe de negociação. Pelo lado brasileiro, o grupo de trabalho será liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e contará com o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Otimismo brasileiro e os próximos passos

​Trump expressou publicamente que gostou da conversa e que os países “se darão muito bem juntos”, prometendo que “vão começar a fazer negócios”. Lula, por sua vez, disse que o objetivo é um “jogo de ganha-ganha” para ambas as nações.

​Os líderes concordaram em se encontrar pessoalmente em breve e trocaram telefones pessoais para comunicação direta. As sugestões de Lula para o encontro incluem a Cúpula da Asean, na Malásia, no final do mês, e a COP30 em Belém, em novembro, evento para o qual reforçou o convite a Trump.

​O ministro Haddad classificou a reunião como “positiva” e demonstrou “determinação” em “virar a página” das tensões recentes, sinalizando a possibilidade de conversas com o indicado de Trump para o Tesouro, Scott Bessent, já na próxima semana. O vice-presidente Alckmin resumiu o sentimento: “Foi muito boa a conversa. Melhor até do que esperávamos.”

 

Trump confirma conversa com Lula e acredita em boa relação entre Brasil e EUA

O presidente dos EUA, Donald Trump, se mostrou satisfeito com a conversa que teve com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorreu por meio de uma ligação telefônica, nesta segunda-feira (6).

Em uma publicação realizada na rede Truth Social, Trump afirmou que a conversa com Lula foi “muito boa” e acredita na boa relação entre Brasil e EUA.

Uma boa conversa

Em seu perfil nas redes sociais, o presidente norte-americano confirmou que conversou com o chefe de Estado do Brasil por cerca de trinta minutos. A ligação, segundo Trump, teve como tema as relações econômicas e comerciais entre os dois países.

O republicano ainda escreveu que novas discussões poderão ocorrer, e que uma reunião em um futuro próximo é possível, seja no Brasil ou nos EUA. “Nossos países irão muito bem juntos”, disse Trump.


Lula discursa na Assembleia Geral da ONU (Foto: reprodução/Spencer Platt/Getty Images Embed)

Pedidos e possível reunião

Em comunicado emitido na manhã desta segunda-feira, o Palácio do Planalto também confirmou a ligação entre Lula e Trump, seguido com a informação que o presidente brasileiro havia solicitado para o republicano a retirada de 40% de sobretaxa sobre produtos brasileiros, impostas pelo governo americano, além da retirada de sanções contra autoridades judiciais do Brasil.

Na conversa, Lula teria mencionado que o Brasil é um dos três países do G20 que os EUA possui melhor superávit na balança de bens e serviços.

O comunicado do Planalto ainda informou que os líderes mantiveram o mesmo tom amigável que tiveram no encontro presencial na Assembleia Geral da ONU, que ocorreu em Nova York, há duas semanas.

Os líderes de Brasil e EUA ainda discutiram sobre a possibilidade de um encontro presencial ocorrer. Lula teria sugerido que esse encontro pudesse ocorrer na Cúpula da Asean, na Malásia; ou na COP30, que acontecerá em Belém-PA em novembro, convidando Trump para o evento, o que seria a primeira vez que o republicano estaria em solo brasileiro como presidente. O chefe de Estado brasileiro ainda se dispôs a viajar aos EUA.

Haddad fala sobre conversa entre Lula e Trump

Os presidentes Lula e Donald Trump tiveram a aguardada conversa desse ano nesta segunda-feira (6). O bate-papo, que foi anunciado mês passado durante a Assembleia da ONU, foi realizado através de uma ligação telefônica às 10:30 da manhã. Haddad esteve acompanhado com o presidente do Brasil na conversa com o americano, no Palácio da Alvorada. Junto deles, também estavam o vice-presidente, Geraldo Alckmin e Mauro Vieira e Sidônio Palmeira, esses dois, ministros das Relações Internacionais e Secom, respectivamente.

O que era a conversa

O encontro ocorre num momento delicado nas relações Brasil-EUA. Na agenda recente, Trump impôs tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros, o que gerou preocupação nas exportações nacionais e esse foi o principal motivo da conversa. O diálogo virtual foi uma resposta diplomática imediata, buscando desanuviar as tensões e sinalizar reaproximação. Além dessa tema discutido, estavam também em pauta: cooperação econômica e possibilidades de aproximação institucional entre Brasil e EUA.


 Lula publicando sobre a conversa com o Trump (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Posicionamento oficial

Após o término da videoconferência, Haddad afirmou que o Palácio do Planalto divulgará em breve uma nota com os pontos acordados. “Foi positivo e vai sair uma nota do Palácio dando os detalhes que foram pactuados”, disse o ministro à imprensa.

Expectativas para os próximos passos

Com a videoconferência já consumada, o foco agora passa a ser os encaminhamentos. Espera-se que a nota a ser publicada traga compromissos práticos, além de acenos para negociações comerciais e cooperação em outras áreas. Alguns analistas já especulam que Lula pode realizar visita aos EUA ou receber Trump no Brasil.

Sobre o Tarifaço

O tarifaço imposto por Donald Trump foi devido ao caso recente do agora condenado, Jair Bolsonaro, como uma forma de pressão no atual governo, mas não houve algum efeito em cima do STF. Trump determinou o tarifaço em agosto desse ano e não há data prévia da remoção dessa ação.

Lula permite acabar com a obrigação de aulas em autoescola

O Ministério dos Transportes foi autorizado pelo presidente Lula, para prosseguir com o projeto que traz o encerramento de aulas obrigatórias em autoescola para poder tirar habilitação de motorista. Foi aberto nesta quinta-feira (02), uma consulta pública, para receberem sugestões sobre o novo modelo.

Motivo do projeto

As principais razões para a criação desse projeto é para dar o fim das exigências das 45 horas teóricas e 20 horas de práticas nas aulas em autoescola. Isso é o sonho do Conselho Nacional de Trânsito para acabar com essa obrigatoriedade. Além disso, o projeto fará com que o candidato possa escolher entre a autoescola ou um instrutor autônomo que seja credenciado pelo Detran e poderá ganhar habilitação nos cursos digitais nas plataformas que o governo possui.


Notícia do fim da obrigatoriedade da autoescola (Vídeo: reprodução/YouTube/RadioBandNewsFM)

Como ficará o processo de habilitação

Mesmo sem a exigência obrigatória de aulas práticas, o candidato ainda precisará ser aprovado nos exames teórico e prático que avaliam conhecimentos de legislação, direção defensiva, mecânica básica e habilidades de condução segura, ou seja, as provas teóricas e práticas serão mantidas. A mudança atinge apenas a exigência de contratar aulas na fase de preparação, e não os critérios de avaliação dos testes.

Críticas e preocupações

Especialistas em trânsito e instrutores de autoescola expressaram preocupação com os efeitos da nova regra. Um dos receios é que candidatos vão mostrar ausência de preparação adequada para situações reais de direção, o que pode aumentar acidentes. Alguns sugerem que essa flexibilização precisará ser acompanhada de fiscalização mais rigorosa nos exames práticos e possibilidade de aprimoramentos nas etapas de avaliação.

Próximos passos e regulamentação

Com a sanção, é necessária uma regulamentação por parte dos órgãos estaduais de trânsito para ajustar procedimentos e prazos de implementação. Os estados terão de adaptar seus processos de habilitação e capacitação de examinandos para a nova realidade sem aulas práticas obrigatórias em autoescolas.

Lula celebra isenção de IR até R$ 5 mil aprovada pela Câmara

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta quinta-feira (2) a aprovação pela Câmara dos Deputados da proposta que isenta cidadãos com renda mensal de até R$ 5 mil do Imposto de Renda. Segundo Lula, a medida corrige uma distorção histórica no sistema tributário brasileiro, beneficiando milhões de pessoas que vinham sendo penalizadas por impostos elevados sem reajuste da faixa de isenção. Agora, o texto seguirá para análise no Senado.

Unanimidade e impacto social

A proposta foi aprovada por unanimidade pelos deputados presentes — um indicativo da força política da medida. De acordo com o governo, a isenção beneficiará diretamente cerca de 10 milhões de brasileiros que deixarão de pagar IR. Outros 5 milhões terão redução da carga tributária por conta de desconto progressivo para rendimentos entre R$ 5.000 e R$ 7.350. Lula destacou que, mesmo com essas mudanças, a arrecadação não será comprometida, pois haverá compensações tributárias para as faixas mais elevadas de renda.

O relator da proposta, deputado Arthur Lira (PP-AL), manteve trechos que ampliam a base de renda sujeita a tributação e também dispositivos para tributar lucros e dividendos de altos rendimentos. A previsão é que o custo fiscal da medida chegue a R$ 25,8 bilhões em 2026, mas o governo aposta que a compensação será feita com a taxação dos super-ricos.


presidente lula falando sobre a isenção do IR (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Crítica à estrutura tributária atual

Lula avaliou que a regra anterior era injusta porque, entre 2016 e 2022, a faixa de isenção não sofreu reajuste, fazendo com que muitos trabalhadores caíssem na tributação mesmo sem aumento real dos salários. “A aprovação da isenção do Imposto de Renda … corrige uma grande injustiça com trabalhadoras e trabalhadores brasileiros”, afirmou.

O presidente também comentou que o foco do governo é garantir justiça fiscal e aliviar a carga tributária sobre quem mais precisa. Ele classificou a votação como um passo estrutural para uma reforma tributária mais ampla, que precisa englobar também tributação sobre consumo e riqueza.

Caminho para o Senado e desafios futuros

Depois de passar pela Câmara, o projeto segue para o Senado, onde poderá sofrer alterações ou acolher emendas. Parlamentares defensores da justiça tributária já sinalizam apoio, mas também há críticas de setores que argumentam que a compensação da renúncia fiscal pode não ser suficiente.

Se aprovado pela casa legislativa e sancionado, o texto entrará em vigor em 2026. A expectativa é que a medida alivie o bolso de milhões de brasileiros e reformule parte do sistema tributário, diminuindo desigualdades e promovendo mais justiça fiscal no país.

STF mantém 513 deputados nas eleições de 2026 e adia ampliação para 2030

Na última terça-feira (30), o Supremo Tribunal Federal (STF), localizado em Brasília, decidiu que a Câmara dos Deputados permanecerá com 513 membros nas eleições de 2026. A Corte avaliou que a proposta de aumento para 531 cadeiras, aprovada pelo Congresso, só poderá ser implementada a partir de 2030, uma vez que o processo legislativo ainda não foi finalizado e é necessário garantir segurança jurídica para o próximo pleito.

Decisão responde à solicitação do Congresso

O relator do caso, o ministro Luiz Fux, aceitou um pedido de liminar feito pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP). O intuito é proporcionar estabilidade ao processo eleitoral e prevenir alterações a pouco mais de um ano da votação.

A decisão de Fux foi acompanhada pelos ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. O julgamento ocorre em um plenário virtual e será finalizado nesta quarta-feira (1º), quando ainda faltarão votar André Mendonça, Edson Fachin, Dias Toffoli, Flávio Dino e Luís Roberto Barroso.


 Ministro Luiz Fux (Foto: reprodução/Evaristo Sa/ Getty Images Embed)

Dificuldades legislativas deram origem à decisão

A liminar foi concedida devido ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à proposta que visava a ampliação já para 2026, e o veto ainda não foi revisto pelo Congresso. Essa incerteza paralisou o processo e impediu a aplicação imediata da mudança. O ministro Luiz Fux apontou que a falta de uma decisão legislativa clara poderia afetar a organização das eleições, resultar em disputas jurídicas e até causar confusão na definição do número de representantes por estado. Segundo ele, as regras devem ser firmadas antecipadamente para garantir igualdade de condições entre os partidos, previsibilidade para os candidatos e clareza para o eleitor. A avaliação é de que, sem essa segurança, haveria risco de instabilidade política no ano eleitoral.

Contexto da discussão

O STF já tinha reconhecido em 2023, ao avaliar a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 38, que o Congresso estava, e continua, excessivamente lento na revisão do número de deputados, conforme determinado pela Constituição de 1988. Naquela oportunidade, foi estabelecido um prazo de dois anos para a aprovação da lei complementar.

Em junho de 2025, o Legislativo aprovou a ampliação para 531 deputados e alterou os critérios de divisão das cadeiras. Contudo, com o veto presidencial ainda em aberto, a mudança foi postergada. Assim, a nova composição da Câmara só será válida a partir de 2030.

Ficha Limpa: Lula veta mudanças na Lei

Nesta terça-feira (30), o presidente Luís Inácio Lula da Silva vetou trechos do projeto que já havia sido aprovado pelo Congresso no início do mês que previam mudanças na Lei da Ficha Limpa. Os dispositivos seriam utilizados para reduzirem o tempo que políticos permaneceriam inelegíveis. A sanção com os vetos foi publicada no Diário Oficial da União.

O veto

Seguindo as recomendações da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça, Lula vetou os trechos que concederiam redução do período de inelegibilidade aos políticos que já foram ou seriam atingidos pela norma.

No início do mês, o Senado aprovou o texto que modificaria a contabilidade do prazo de inelegibilidade para alguns casos que foram definidos pela Lei da Ficha Limpa.

Com veto, o presidente impossibilitou que houvesse a alteração na contagem deste prazo, o que evitará a redução do tempo que políticos poderão voltar a poder se candidatar. Atualmente, o prazo é de oito anos. Para políticos que exercem algum cargo e estão condenados, este prazo é contado a partir do encerramento do mandato e do cumprimento da pena.

O Senado previa mudar a forma como esse prazo seria contado. A pretensão era antecipar a contagem da pena, que seria feita a partir das condenação e não somente após ela já ter sido cumprida, o que, na prática, diminuiria o período em que o político estaria vetado para se candidatar novamente.


Veto Lei da Ficha Limpa (Vídeo: reprodução/youtube/@jovempannews)

Clima político

Mesmo havendo um risco pra que um possível desgaste em relação ao Congresso ocorra, o Planalto avaliou que não há como retrocessos na Lei da Ficha Limpa serem aprovados, principalmente após a manifestação popular contra à PEC da Blindagem nas última semana.

O Palácio do Planalto reiterou em nota que os vetos tem o objetivo de garantir o respeito a igualdade e a segurança jurídica.

É previsto que o Congresso deverá considerar novamente os dispositivos que foram vetados. Para que ocorra a derrubada do veto do presidente Lula, é necessário que mais da metade dos votos de Deputados e Senadores sejam positivos à isto, caso não aconteça desta maneira, o veto será mantido.

Lula afirma que PEC da Blindagem é uma vergonha nacional

Após o segundo dia de Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira(24), o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a PEC da Blindagem ser arquivada pelo Senado era um destino previsível para o projeto.

Para o presidente, a PEC é um equívoco histórico e passa um sinal ruim para a sociedade brasileira e que a única proteção contra uma investigação é não fazer coisas erradas.

Lula afirma que deputados queriam se proteger

Ainda na declaração, o presidente afirmou que a PEC da Blindagem era uma forma dos deputados se protegerem entre si, dificultando investigações e sanções judiciais.

O projeto previa que a abertura de qualquer processo criminal contra um parlamentar deveria ser aprovado pela Câmara caso fosse contra um deputado ou pelo Senado caso o processo fosse um senador. Para aprovar a investigação, o Congresso faria uma votação secreta.


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Lula durante discurso na ONU (Foto: Reprodução/Michel M. Santiago/Getty Images Embed)

Além disso, a PEC também aumentava o foro privilegiado para os presidentes dos partidos, presente no Congresso Nacional com a mesma votação secreta que também se estende para prisões em flagrantes dos parlamentares.

Lula finalizou sua declaração chamando a PEC da Blindagem de vergonha nacional e que o destino dela era desaparecer e isso foi cumprido.

PEC da Blindagem foi arquivada por unanimidade

Ainda ontem(24), o presidente do Senado Davi Alcolumbre arquivou durante a sessão da casa a PEC da Blindagem. Ao abrir a declaração de arquivamento do projeto, Alcolumbre afirmou não ter nada a esclarecer sobre a PEC e que o arquivamento se dá pela unanimidade pelo projeto ser reconhecido como inconstitucional e pelo mérito de sua rejeição na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. 

O arquivamento não cabe recurso e não será submetido a votações de qualquer tipo em plenário.


Senador Alessandro Vieira, relator da PEC da Blindagem, fala sobre a PEC (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Para Davi Alcolumbre, o arquivamento da PEC cumpriu todas as regras do regimento do Senado com rapidez, coragem, altivez e serenidade na CCJ. O presidente ainda falou que foi muito importante uma resposta célere a esta questão que mobilizou a população.

Oposição teme que PEC da Dosimetria tenha o mesmo destino

O que mais chamou a atenção na votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado foi a unanimidade entre senadores tanto do governo quanto da oposição em um tema que pelo menos na Câmara teve uma maioria considerada ampla.

A votação gerou uma preocupação entre deputados da oposição sobre a PEC da Dosimetria, como passou a ser chamada após a relatoria ser entregue ao deputado Paulinho da Força.

De acordo com interlocutores, a base oposicionista tem tentado costurar um acordo para que a PEC tenha votação semelhante nas duas casas, porém a votação da PEC da Blindagem na CCJ do Senado e o avanço da proposta de aumento na isenção da declaração de Imposto de renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil tem chamado a atenção, principalmente porque a segunda é uma das maiores bandeiras do PT no Congresso Nacional. O partido, no entanto, segue irredutível a PEC da Dosimetria

Com isso, a oposição busca travar a votação em plenário da isenção para só ser votada quando for votada a PEC da Dosimetria, antigamente chamada de PEC da Anistia.

Governo avalia realizar conversa entre Lula e Trump por videoconferência

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana ter sentido uma “ótima química” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita após um rápido cumprimento entre os dois na sede da ONU, em Nova York. Segundo o próprio Trump, a conversa durou menos de um minuto, mas foi suficiente para que ambos indicassem a possibilidade de um encontro mais estruturado já na próxima semana.

No entanto, a avaliação do governo brasileiro é de que a reunião não deve ocorrer presencialmente. Fontes da diplomacia em Brasília apontam que a tendência é que a conversa seja conduzida por telefone ou videoconferência, como forma de evitar constrangimentos e de acelerar as negociações. Essa seria a primeira conversa direta entre os dois presidentes desde que Trump reassumiu a Casa Branca.

Entre os principais temas em pauta está o tarifaço de 50% imposto pelo governo americano sobre produtos brasileiros. Além disso, Trump sancionou recentemente autoridades do Executivo e do Judiciário do Brasil, medida que gerou forte repercussão em Brasília e acentuou as tensões diplomáticas entre os países.

Diplomacia brasileira adota postura cautelosa

No Itamaraty, a orientação é de prudência. A cúpula diplomática entende que o momento exige uma preparação cuidadosa para evitar que a reunião resulte em desgaste político. A lembrança de episódios recentes envolvendo outros líderes mundiais, como Volodymyr Zelenski e Cyril Ramaphosa, que foram alvo de constrangimentos públicos por parte de Trump, serve como alerta.

Para os diplomatas brasileiros, a estratégia é criar um ambiente seguro para que Lula não seja colocado em situações desconfortáveis. Nesse sentido, a opção por uma reunião virtual ganha força, já que reduz a exposição pública e facilita o controle sobre os termos do diálogo. O objetivo é assegurar que as pautas centrais — tarifas e sanções — sejam tratadas de maneira clara e objetiva.

Por parte dos Estados Unidos, a porta-voz Amanda Robertson declarou que a iniciativa de organizar a reunião partiu do breve contato entre os presidentes. Segundo ela, caberá às equipes diplomáticas definir os detalhes. Robertson ainda destacou que Washington vê a relação comercial com o Brasil como um tema urgente e que a renegociação de tarifas estará no centro da conversa.

Lula reforça defesa da democracia e da soberania

Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Lula respondeu indiretamente às ações de Trump, afirmando que a democracia e a soberania brasileira são “inegociáveis”. O presidente também classificou como “inaceitável” qualquer tentativa de enfraquecer o Judiciário e descartou a possibilidade de anistia para ataques contra as instituições democráticas.


Confira discurso completo de Lula na Assembleia Geral da ONU (Vídeo: Reprodução/YouTube/G1)

A fala de Lula foi interpretada como um recado direto ao governo americano, que mantém uma postura crítica às recentes decisões judiciais no Brasil, especialmente a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Trump, aliado de Bolsonaro, já havia demonstrado insatisfação com a condução do processo.

A viagem de Lula a Nova York, a primeira desde o início da crise tarifária, também teve impacto nos mercados. O dólar recuou para R$ 5,27 após o sinal de aproximação entre os dois países, e a Bolsa de Valores de São Paulo atingiu 146 mil pontos pela primeira vez. O movimento reflete a expectativa de que, mesmo em meio a divergências políticas, Brasil e Estados Unidos busquem um canal de diálogo para evitar maiores danos econômicos.