Israel e Irã proclamam vitória após fim do conflito e confirmam cessar-fogo

Após 12 dias de conflito, Israel e Irã celebram o desfecho como vitória. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país conquistou uma vitória histórica, mas ressaltou a necessidade de continuar a campanha contra o ‘eixo do Irã’, derrotar o Hamas e assegurar o retorno dos reféns em Gaza. Já o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o resultado representa uma grande vitória para Teerã.

Essas declarações foram feitas em meio à pressão de Donald Trump, poucas horas depois do anúncio desta segunda-feira (23) de um cessar-fogo pelos Estados Unidos, negociado com a mediação do Catar. Irã e Israel demonstraram apoio à trégua.

As Forças Armadas de Israel suspenderam, às 20h no horário local (17h em Brasília), as restrições impostas à circulação no país. Segundo autoridades, o aeroporto Ben Gurion já voltou a operar. Do lado iraniano, a agência Nournews informou que o espaço aéreo do país também voltará a funcionar.

Trump anuncia cessar-fogo

Segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o cessar-fogo passou a valer no início da madrugada desta terça-feira (1h, horário de Brasília). Trump anunciou após conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Já o Irã concordou com a trégua após uma mediação conduzida pelo primeiro-ministro do Catar, com participação direta de integrantes da Casa Branca, segundo a agência Reuters.

Segundo fonte oficial dos EUA, o Irã indicou que obedeceria ao cessar-fogo desde que Israel não fizesse novos ataques. As negociações envolveram o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.

O acordo foi fechado poucas horas após o Irã disparar mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação ao ataque dos EUA a três instalações nucleares iranianas no sábado (21).


Irã e Israel anunciam vitória e aceitam cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Trégua começa sob tensão e incertezas

Apesar do acordo, houve registros de novos ataques em Teerã, e as declarações das partes envolvidas colocaram o acordo como incerto desde o início. Trump afirmou que ambos os países descumpriram os termos da trégua e demonstrou insatisfação com a situação.

Antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia, Trump declarou que Israel precisa se acalmar. Em publicação nas redes sociais, alertou que, se o país lançar novos ataques, isso representará uma grave violação.

Israel volta a mirar o Hamas

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Eyal Zamir, declarou que o país retomará o foco nas operações contra o grupo Hamas e no resgate dos reféns que ainda estão em Gaza.

Israel recomeçou os ataques aéreos na Faixa de Gaza em março, o que encerrou uma trégua que durou pouco mais de dois meses. Embora tenha permitido a entrada de ajuda humanitária, surgiram relatos de longas filas e confrontos armados nos locais de distribuição de alimentos.

Trump diz que conflito de Irã e Israel pode começar de novo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre o cessar-fogo entre o país, Israel e Irã. Ao responder perguntas durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (25) na Cúpula de Haia de 2025, evento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Holanda, Trump afirmou que “Lidei com os dois [Israel e Irã] e ambos estão cansados, exaustos. Pode começar de novo? Acho que um dia, sim. Talvez comece em breve“.

O acordo foi anunciado pelo presidente na segunda-feira (23) e depois reforçado na terça-feira (24), após Irã e Israel trocarem acusações, horas depois do pronunciamento. No dia seguinte, Trump escreveu em uma rede social que os países violaram o cessar-fogo, no entanto, apesar disso, ele seguia em vigor.

Os sistemas de defesa de Israel detectaram o lançamento de mísseis, porém o Irã negou a ação.

Cessar-fogo

Esta é a primeira trégua desde que o conflito começou, em 12 de junho, e prosseguiu por 10 dias de ofensivas. O acordo foi mediado por Donald Trump, que também atacou o governo e o território iraniano.

No sábado (21), o governo americano afirmou ter bombardeado instalações nucleares do país. Já o líder político e religioso do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez diversas declarações no X (antigo Twitter), dizendo, por exemplo, “O dano que os EUA sofrerão será definitivamente irreparável se eles entrarem militarmente neste conflito“.


  Em publicação, Trump fala sobre ataque contra o Irã (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)

O conflito

Os ataques tiveram início na sexta-feira (12), quando Israel bombardeou o centro de programa nuclear do Irã. O Oficiais iranianos e cientistas morreram na investida.

O governo israelense justificou a ação como uma forma de impedir os avanços das atividades nucleares iranianas. Ainda segundo ele, esse estudo seria uma forma do Irã derrubar o estado de Israel.

A capital iraniana enviou drones a Tel Aviv (cidade em Israel) como resposta ao atentado. Os Estados Unidos entrou no conflito contra o Irã e iniciou seus ataques.

Israel reconhece novo ataque iraniano após Trump divulgar cessar-fogo

Nesta terça-feira (24), horário local de Israel, militares divulgaram informações sobre a identificação de novos lançamentos de mísseis iranianos em direção ao país após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar que havia concordância para um cessar-fogo entre os países.

Os sistemas aéreos de defesa foram acionados e as sirenes soaram em diversas áreas ocupadas de Israel. A população foi então orientada para procurar abrigo em locais seguros e até o momento não há informações se houve feridos.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirma que seu país revidará com força após a quebra do acordo de trégua por parte do Irã. O cessar-fogo entrou em vigor nesta manhã, porém, segundo ele, dois mísseis foram interceptados por defesas israelenses.


https://youtube.com/shorts/-uIjcyuQNEc?si=SewMbMAE8jBIaHTv

Reportagem Irã e Israel (Vídeo: reprodução/Youtube/O Povo)

Irã nega as acusações

Os canais de comunicação do estado iraniano negam que o país tenha disparado mísseis contra o estado de Israel após o acordo de cessar-fogo ter entrado em vigor a partir da meia-noite de hoje, no horário de Brasília.

A agência de notícias ISNA declarou que a informação de disparos de mísseis iranianos contra os territórios ocupados de Israel é falsa. Outras fontes também negaram a ação como, a Nour News e um funcionário de alto escalão da segurança do Irã.

Cessar-fogo

Nesta segunda-feira (23), o presidente Donald Trump emitiu um comunicado o qual afirmava que Irã e Israel haviam concordado com o cessar-fogo completo e total que se iniciaria em aproximadamente seis horas após este anúncio em suas redes sociais. Ele escreveu: “Gostaria de parabenizar ambos países, Israel e Irã, por terem resistência, coragem e inteligência para pôr fim ao que poderia ser chamada de ‘A guerra dos 12 dias'”.

Durante estas negociações, Donald Trump lidou diretamente com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.  Enquanto o Irã, de acordo com informações de um diplomata para a CNN, concordou com o cessar-fogo após debates com o Catar.
As autoridades iranianas declaram que se Israel cometesse algum erro, todos os territórios ocupados seriam atacados.

O que pode acontecer caso Estreito de Ormuz seja fechado pelo Irã

Neste domingo (22), o Parlamento iraniano votou a favor do fechamento do Estreito de Ormuz, responsável por 20% do fluxo de petróleo comercializado globalmente. Para ser implementada, a proposta depende da decisão final do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país.

O fechamento do canal entrou em votação após ataques dos Estados Unidos às bases nucleares iranianas e a entrada do país norte-americano no conflito entre Irã e Israel. A situação se agravou também após declarações do presidente Donald Trump à imprensa sobre o bombardeio, que considerou como um “ataque muito bem-sucedido“.

O conflito direto se iniciou com um ataque de Israel no Irã no dia 13 de junho, que mirava bases nucleares e comandantes militares iranianos. 

Canal é ponto estratégico no conflito Irã x Israel 

Variando de 50 km de largura na sua entrada e chegando a 34 km em seu ponto mais estreito, o corredor de Ormuz é uma passagem do Golfo Pérsico para o Golfo de Omã e para o Mar Arábico. O canal abrange a costa sul do Irã, o norte dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e uma parte do território de Omã. 

Ormuz possui duas rotas marítimas, cada uma com três quilômetros de extensão. Apesar do país persa não dominar a região completamente, ele possui uma maior vantagem sobre o estreito por conta de fatores geográficos, sendo maior em extensão costeira.


Mapa do Estreito de Ormuz (Foto: reprodução/Maps/Google Earth Images) 

Passam diariamente pelo canal 21 milhões de barris de petróleo e derivados, cerca de 30% do consumo mundial, além de um terço do gás natural liquefeito (GNL) do planeta. Para alguns países como Iraque, Kuwait e Catar, o estreito é a única rota marítima de exportação do seu petróleo. Apesar da Arábia Saudita e os EAU possuírem rotas alternativas, apenas uma fração do total exportado consegue ser escoado por essas vias 

Embora Israel esteja distante de Ormuz de um ponto de vista geográfico, um possível fechamento da região pode afetar indiretamente o país, como, por exemplo, com ataques a petroleiras aliadas a Israel. 

Impacto global 

Esta segunda-feira (23) foi marcada por oscilações no preço do barril de petróleo Brent, que terminou o dia com uma desvalorização de 7% nas negociações. A variação é um reflexo da incerteza do mercado frente a escalada dos conflitos no Oriente Médio e a ameaça de fechamento do estreito. 

Para analistas do banco JPMorgan, o pior cenário possível a partir do bloqueio do canal ou de uma retaliação pelos principais produtores da região pode elevar os preços do barril para a faixa de US$ 120 a US$ 130 (R$ 714,75), quase o dobro do que é previsto atualmente. 

Outros impactos para além do aumento imediato no preço do petróleo para produtores e consumidores envolvem, por exemplo, o aumento da inflação e uma crise energética. Segundo John Plassard, estrategista do Grupo Mirabaud, as forças norte-americanas, britânicas e chinesas têm um interesse em comum em manter o canal aberto, “dada sua importância para a segurança energética global e para as economias da Ásia, Europa e outros países” afirma Plassard. 

Embora haja um histórico de ameaças do Irã em bloquear o estreito, o país nunca chegou a realizar a ação completamente.  

Cessar-fogo entra em vigor entre Israel e Irã após 10 dias de confrontos

O cessar-fogo entre Israel e Irã teve início na madrugada desta terça-feira (24), após quase duas semanas de confrontos envolvendo ataques aéreos, mísseis e bombardeios em áreas civis e militares. A trégua foi mediada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou o acordo na noite anterior, após negociações conduzidas com representantes dos dois países. 

O entendimento prevê a suspensão imediata das ofensivas, com a condição de que nenhuma das partes retome as hostilidades. Mesmo com o anúncio da trégua, autoridades israelenses mantiveram o estado de alerta e ressaltaram que eventuais violações por parte do Irã resultarão em respostas militares.

Última rodada de ataques antecede trégua

Horas antes do início oficial do cessar-fogo, o Irã lançou uma série de mísseis contra o território israelense. As ofensivas atingiram, entre outros locais, a cidade de Beer Sheva, onde quatro pessoas morreram e outras ficaram feridas. Em paralelo, ao menos nove pessoas foram mortas no Irã em bombardeios atribuídos a Israel, pouco antes da entrada em vigor da trégua.

O Irã também disparou mísseis contra uma base militar dos Estados Unidos no Catar. Os projéteis foram interceptados e não causaram vítimas. Já os Estados Unidos, antes do cessar-fogo, haviam conduzido uma operação contra instalações nucleares iranianas, tendo como principal alvo a usina subterrânea de Fordow.

A suspensão dos ataques ocorreu após ataques mútuos que se inciaram em 13 de junho, quando Israel iniciou uma operação com o objetivo de impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Ao longo dos dias, ambos os lados realizaram ofensivas que deixaram dezenas de mortos e milhares de feridos, segundo estimativas oficiais.

Mediação de Trump e reações ao cessar-fogo

Na noite de segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o cessar-fogo. Segundo ele, o conflito seria encerrado por completo nas seis horas seguintes. Trump afirmou que entrou em contato direto com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e que o acordo também envolveu conversas com representantes do governo iraniano por meio de canais diplomáticos. A informação é da agência de notícias Reuters, baseada no que declarou um alto funcionário da Casa Branca.


 

Donald Trump anuncia acordo em suas redes sociais| Foto: Reprodução/X/@WhiteHouse


Netanyahu confirmou a aceitação da trégua e declarou que Israel havia atingido seus objetivos militares, entre eles neutralizar ameaças nucleares e de mísseis balísticos. O primeiro-ministro, no entanto, advertiu que qualquer violação do cessar-fogo resultaria em resposta imediata. O exército israelense declarou que permanece em estado de alerta, embora tenha confirmado o início do acordo.

Por outro lado, o governo do Irã adotou uma postura cautelosa. O páis, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, afirmou que só aceitaria o cessar-fogo caso Israel interrompesse todos os ataques até o horário estipulado em Teerã.  Segundo a agência de notícias Reuters, os veículos iranianos SNN e Press TV, após o fim das ofensivas, confirmaram a suspensão das operações militares: “Cessar-fogo tem início após quatro ondas de ataques em territórios ocupados por Israel”, afirmou a Press TV.

Escalada anterior e repercussão internacional

O conflito teve início com ataques israelenses a estruturas militares e nucleares do Irã, sob a justificativa de conter avanços no programa atômico iraniano. Em contra-ataque, o Irã lançou mísseis nas cidades de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém além de alvos norte-americanos na região. As ações elevaram a tensão regional e provocaram mobilizações internacionais para tentar conter uma possível escalada.

Durante os combates, civis foram atingidos em ambos os lados. A trégua surge como uma tentativa de interromper o ciclo de ataques. Governos como os do Reino Unido, França, China e Catar pressionaram por um acordo, temendo desdobramentos mais amplos no Oriente Médio.

Após bombardeios dos EUA, líder do Irã promete “punição ao inimigo sionista”

Em sua primeira manifestação pública após os ataques dos Estados Unidos, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que o “inimigo sionista” deve ser responsabilizado pelos bombardeios às instalações nucleares iranianas. A declaração foi feita em meio ao agravamento das tensões no Oriente Médio, após uma ofensiva dos Estados Unidos contra três complexos nucleares iranianos.

Na rede social X, Khamenei classificou os ataques como um “grande erro e crime” e afirmou que as punições já estavam em curso. A declaração foi publicada pouco após as Forças de Defesa de Israel informarem que sirenes de ataque aéreo soavam na região central do país, indicando um possível lançamento de mísseis por parte do Irã.


Pronunciamento de Ali Khamenei (Vídeo:reprodução/Youtube/Terra Brasil)

EUA bombardeiam instalações nucleares

Durante a noite do último sábado (22), os Estados Unidos lançaram bombardeios contra três instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a operação, alegando que se tratava de uma ação “defensiva”, visando barrar o avanço do programa nuclear iraniano.

Durante seu pronunciamento, Trump declarou que a ofensiva busca proteger os Estados Unidos e seus parceiros estratégicos, e advertiu que, sem uma interrupção nos confrontos, novas ações militares poderão ser realizadas.


Pronunciamento de Donald Trump (Vídeo:reprodução/Youtube/Metrópoles)

Segundo Trump, o Irã “precisa escolher entre paz ou tragédia”, e reforçou que a ofensiva representa uma resposta à escalada de ataques registrados nos últimos dias. Os alvos escolhidos são centrais estratégicas no programa nuclear iraniano.

Reações internacionais e reunião de emergência da ONU

As respostas ao ataque americano vieram de diferentes frentes. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou a operação como “ilegal e perigosa”. Em coletiva realizada em Istambul, ele afirmou que os Estados Unidos violaram a Carta da ONU e prometeu consequências diplomáticas. 

Durante uma coletiva em Istambul, o chanceler também anunciou a convocação de uma reunião de emergência com representantes de países aliados para avaliar os impactos da operação militar e discutir possíveis medidas diplomáticas.

Rússia e China também se posicionaram de forma crítica. O governo russo classificou a ofensiva como uma “ação irresponsável” e ressaltou que representa uma violação à soberania do Irã. A China, por sua vez, relembrou a invasão do Iraque em 2003 e alertou para o risco de o Oriente Médio mergulhar em um novo ciclo de instabilidade.

Em contraste, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saiu em defesa da ação norte-americana do presidente Donald Trump.

Israel intensifica ataques contra Irã e atinge central nuclear de Fordow e alvos militares em Teerã

As Forças Armadas de Israel realizaram novos ataques aéreos contra o Irã nesta segunda-feira (23), agravando ainda mais a tensão no Oriente Médio. Entre os alvos confirmados por autoridades iranianas e israelenses, estão a central nuclear de Fordow, localizada na província de Qom, o quartel-general da Guarda Revolucionária e diversas estruturas associadas à repressão estatal no centro de Teerã.

Segundo o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, a operação teve como objetivo atingir a infraestrutura do regime iraniano e instituições consideradas símbolos da repressão política no país. Ele afirmou que a ofensiva ocorreu por orientação direta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e teve “intensidade sem precedentes”

Entre os locais atingidos estariam a sede da milícia Basij, a prisão de Evin, conhecida por abrigar presos políticos, além de quartéis ligados à segurança interna e à ideologia da Guarda Revolucionária.

Central nuclear sob ataque

Um dos principais alvos do bombardeio foi a central nuclear de Fordow, construída no interior de uma montanha para resistir a ataques aéreos. O complexo já havia sido atacado no último fim de semana por bombardeiros americanos, em ação que provocou fortes reações do governo iraniano, incluindo ameaças diretas aos Estados Unidos.


Imagens dos recentes ataques israelenses contra o Irã (Vídeo:reprodução/Youtube/Record News)

Em nota divulgada após reunião de emergência, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que os danos provocados pelas explosões devem ter sido “muito significativos”, especialmente nas áreas subterrâneas da instalação. Grossi destacou que as centrífugas utilizadas no enriquecimento de urânio são extremamente sensíveis a vibrações, o que amplia a possibilidade de prejuízos ao programa nuclear iraniano.

Mortes e ataques a hospitais

O Irã reagiu ao bombardeio lançando um míssil contra o território israelense, interceptado pelas defesas aéreas. No entanto, o governo iraniano acusa Israel de uma escalada militar que já teria deixado, até o momento, mais de 430 mortos no país desde o início dos ataques em 13 de junho.


Imagens dos ataques de Irã a Israel (Vídeo:reprodução/Youtube/UOUL)

Segundo o Ministério da Saúde do Irã, entre os mortos estão mulheres, crianças e profissionais da área da saúde. A pasta também informou que três hospitais foram atingidos, resultando na morte de dois médicos e no ferimento de dezenas de civis. Sete ambulâncias teriam sido danificadas e ao menos 14 profissionais de emergência médica ficaram feridos.

Em contrapartida, autoridades israelenses relataram a morte de 24 civis em território israelense em decorrência dos mísseis lançados pelo Irã.

EUA entra na guerra: ONU alerta para “consequências catastróficas” e pressão internacional aumenta

Na noite de sábado (21), os Estados Unidos iniciaram ataques aéreos em três instalações nucleares do Irã, marcando uma escalada dramática no conflito do Oriente Médio. Os bombardeios atingiram as usinas de Fordow, Natanz e Esfahan, conforme confirmado pelo presidente Donald Trump, em pronunciamento realizado no Salão Oval. Ele afirmou que os mísseis lançados “quebraram as pernas do regime iraniano”, em uma demonstração de força sem precedentes. Ainda assim, o presidente deixou claro que essa foi uma operação cirúrgica, projetada para atingir objetivos militares e evitar baixas civis, embora detalhes sobre vítimas ainda não tenham sido divulgados.

As fotos divulgadas nas redes sociais mostram Trump usando seu característico boné vermelho “MAGA” enquanto monitora a missão na Sala de Situação da Casa Branca, acompanhado de membros de seu gabinete, como o secretário de Defesa Pete Hegseth, o senador Marco Rubio e o vice-presidente J.D. Vance. Ao lado deles, assessores militares anotavam os desdobramentos em tempo real, evidenciando a dimensão da operação.

A ONU reage: catástrofe ao alcance

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou estar “gravemente alarmado” com o uso da força pelos EUA contra o Irã, descrevendo a ação como “uma escalada perigosa em uma região já atingida por crises” e “uma ameaça direta à paz internacional”.


Estados Unidos atacam o Irã, informa Trump (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Em alerta, Guterres apelou aos países-membros para reduzirem as tensões e cumprirem suas responsabilidades conforme a Carta da ONU, reforçando que “não há solução militar, o único caminho é a diplomacia”. Ele também advertiu sobre um risco crescente de que o conflito se estenda, gerando “consequências catastróficas para civis, região e mundo”.

Reações globais e tensão diplomática

A repercussão internacional foi imediata. Israel, por meio do premiê Benjamin Netanyahu, saudou a ofensiva como decisão acertada para neutralizar uma ameaça nuclear, dizendo que a operação “mudará a história”. Já a diplomacia europeia e líderes latinos manifestaram preocupação. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, sublinhou a urgência de uma resolução diplomática, afirmando que o programa nuclear iraniano representa risco à segurança coletiva.

Na América Latina, o presidente colombiano Gustavo Petro advertiu que o bombardeio afeta não apenas a região, mas todo o planeta. A Venezuela manifestou indignação, exigindo término imediato das hostilidades, enquanto o governo mexicano reforçou seu compromisso com o diálogo pacífico, ressaltando princípios pacifistas.

Após ataques dos EUA Irã lança mísseis contra Israel deixando dezenas de feridos

O Irã lançou na madrugada de sábado para domingo (22) uma série de mísseis contra Israel. O ataque, que feriu ao menos 23 pessoas e causou grandes danos em diversas cidades israelenses, é uma retaliação direta ao ataque coordenado dos EUA a três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. Segundo autoridades americanas e israelenses, o objetivo da ofensiva era impedir que o Irã desenvolvesse uma bomba nuclear.

O cenário em Israel

O exército israelense informou que os ataques do Irã ocorreram em “duas ondas” e que, desde o início do conflito entre os países em 13 de junho, os sistemas de defesa aérea de Israel já interceptaram mais de 450 mísseis e cerca de 1.000 drones. 

Os serviços de resgate israelenses confirmaram que 23 pessoas foram atendidas, sendo duas em estado moderado e as demais com ferimentos leves. Os mísseis atingiram principalmente áreas residenciais e comerciais, deixando buracos em fachadas de edifícios em Ramat Aviv, Tel Aviv, e causando estragos em Haifa e Ness Ziona.

O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, informou à imprensa local que as pessoas nos abrigos estavam “bem e em segurança”. Ele destacou a extensão dos danos materiais, mas ressaltou o alívio de que “em termos de vidas humanas, estamos bem”.

A escalada de violência entre Teerã e Washington, com Israel no centro do conflito, eleva a preocupação internacional sobre as “consequências catastróficas para o mundo”, conforme alertou o Secretário-Geral da ONU.


Bandeiras dos EUA e do Irã (Foto: reprodução/ Manuel Augusto Moreno/Getty Images Embed)

As implicações da retaliação e a preocupação global

O Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, foi enfático ao declarar que os EUA e Israel “decidiram explodir” a diplomacia com suas ações. Segundo ele, os ataques às instalações nucleares do Irã inviabilizaram qualquer diálogo, forçando Teerã a se defender “por todos os meios necessários”.

A Rússia, por sua vez, atribuiu a responsabilidade pela situação ao Ocidente, enquanto os mercados globais reagiram com a alta do preço do petróleo e a queda nas bolsas asiáticas e europeias, demonstrando a apreensão com os impactos econômicos de uma crise prolongada.

Putin afirma estar preocupado com possível Terceira Guerra Mundial

Durante participação em um Fórum Econômico em São Petersburgo, nesta sexta-feira (20), o presidente Vladimir Putin foi questionado sobre os conflitos entre Israel e Irã e disse estar preocupado com a eminente possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial.

Também comentando sobre os conflitos que seu país trava com a Ucrânia desde 2022, Putin diz que especialistas russos estão construindo dois novos reatores nucleares para Teerã e demonstrou preocupação com os recentes ataques a instalações nucleares em território iraniano. A Rússia é aliada do Irã.

É preocupante. Estou falando sem ironia, sem brincadeiras […] E isso exige, é claro, não apenas nossa atenção cuidadosa aos eventos que estão ocorrendo, mas também a busca de soluções, de preferência por meios pacíficos, em todas as direções”, afirmou o líder russo.

Guerra da Ucrânia

O conflito entre Rússia e Ucrânia completou três anos em fevereiro e continua alarmando a comunidade internacional. Recentemente, Putin voltou a fazer ameaças e sugeriu a possibilidade de ocupar novos territórios ucranianos, como a cidade de Sumy. Ele declarou que “a Ucrânia é nossa” e que os dois povos “são um só”.

Algumas tentativas de cessar-fogo já foram feitas, mas todas fracassaram. Uma das exigências de Putin é que os 20% do território ucraniano dominado por tropas russas sejam reconhecidas como parte da Rússia.

O conflito tem intensificado os atritos entre Moscou e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), composta por países como os Estados Unidos, Reino Unido e membros da União Europeia, todos aliados da Ucrânia. Especialistas temem que a guerra ultrapasse as fronteiras de Rússia e Ucrânia, ampliando ainda mais a instabilidade global.


Vladimir Putin comenta sobre crescentes conflitos mundiais em entrevista (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Conflito entre Israel e Irã

Os ataques de Israel a instalações do programa nuclear iraniano começaram em junho, e Teerã logo respondeu. Desde então, drones foram lançados contra Tel Aviv, capital israelense. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, chegou a declarar em uma postagem no X que “a batalha estava começando”.

Diante da crescente instabilidade no Oriente Médio, Putin recomendou que cidadãos russos evacuassem o território israelense. O presidente chinês, Xi Jinping, pediu “calma” ao conversar com Putin sobre o conflito. Ambos os líderes condenaram os ataques israelenses ao Irã.