Hamas aceita trégua de 60 dias no conflito com Israel

Nesta sexta-feira (4), o grupo Hamas anunciou que aceitou uma proposta de trégua na guerra na Faixa de Gaza, apresentada pelos Estados Unidos. Segundo um representante do Hamas em contato com a agência “Reuters”, o grupo deu resposta positiva ao acordo de 60 dias por intermédio dos mediadores do Egito e do Catar. Esta será a terceira tentativa de cessar-fogo, porém o grupo terrorista se mostrou disposto a dar um fim no conflito que acontece desde 2023.

Declarações de Donald Trump

Donald Trump falou sobre a proposta de cessar-fogo na última terça-feira (1). Segundo o presidente americano, Israel teria aceitado o acordo e as condições para o encerramento do conflito, mas o Governo israelense ainda não se pronunciou sobre a trégua. Trump ainda afirmou que os dois meses de duração da trégua seriam voltados para busca de formas para acabar com os ataques em Gaza definitivamente.


Presidente americano Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

O presidente dos Estados Unidos receberá o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Washington, EUA, na próxima segunda-feira (7). Trump declarou que pressionará Netanyahu para agir e por fim no conflito. “Esperamos que aconteça. E esperamos que aconteça em algum momento da próxima semana” “Queremos tirar os reféns de lá.”, disse Donald Trump sobre o acordo de cessar-fogo.

Conflito na Faixa de Gaza

A guerra na Faixa de Gaza dura dois anos e teve início com a invasão terrorista do Hamas ao território israelense, que resultou em mais de mil mortos e no sequestro de mais de 200 pessoas. Desde então, diversas tentativas de cessar-fogo foram realizadas, mas nenhuma conseguiu pôr fim aos confrontos.


Militares israelenses na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)

Segundo informações do Hamas, a ação israelense matou mais de 40 mil palestinos e os ataques frequentes e de grande dimensão deixou a população que vive na região deslocada e desnutrida.

A relação entre os palestinos e israelenses é conturbada desde o início do Século XX, mas um dos principais motivos para o conflito é a disputa de Israel e Palestina pelo território e pelo reconhecimento de Jerusalém, local sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos, como capital de ambas as nações.

Israel aceita cessar-fogo em Gaza, segundo Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou através de seu perfil na sua rede social, a “Truth Social”, que Israel concordou com as condições para o cessar-fogo em Gaza. “Meus representantes tiveram uma longa e produtiva reunião com os israelenses hoje sobre Gaza… trabalharemos com todas as partes para pôr fim à guerra”, escreveu o presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira (01).

O cessar-fogo entre o país e o grupo Hamas deve durar 60 dias e os representantes do Qatar e do Egito também fazem a articulação das propostas. Trump finalizou a publicação com “Espero, para o bem do Oriente Médio, que o Hamas aceite este acordo, porque a situação não vai melhorar“.

Hamas

Segundo a agência de notícias Associated Press, o grupo terrorista Hamas está disposta a aceitar o acordo, mas com a condição de que o pacto colocasse um fim à guerra que já dura mais de um ano.

No entanto, ainda conforme a agência, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu quer o fim do grupo, ele disse que “não haverá Hamas” depois que o conflito acabar. A proposta dos 60 dias quer garantir que tropas de Israel sejam retiradas de Gaza e que a região receba suporte humanitário.


Pronunciamento de Trump (Foto: reprodução/Truth/@realDonaldTrump)

A guerra

Após décadas de confrontos entre Israel e Palestina, em 2023, o grupo militar Hamas invadiu o país israelense, o que causou a morte de pessoas e reféns levados pela organização terrorista. Desde então, Israel vem bombardeando a Faixa de Gaza.

Entre ataques e pessoas capturadas, em outubro de 2024, forças de Israel assassinaram Yahya Sinwar, líder do Hamas. Ele foi o responsável pelo ataque de 2023.

O motivo do conflito é a disputa da Faixa de Gaza, a região é estratégica militarmente e possui reservas de gás natural. O cenário de devastação já deixou civis e inocentes mortos e feridos – pelo menos 48 mil mortos -, além de condições mínimas de existência, como alimentação e saúde, estarem ausentes na realidade dos palestinos.

 

Irã suspende cooperação com agência nuclear da ONU após trégua com Israel

Em um movimento que pode acirrar ainda mais os ânimos no Oriente Médio, o Irã suspendeu oficialmente sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), responsável por monitorar o desenvolvimento de programas nucleares no mundo. A decisão foi tomada pelo Parlamento iraniano no dia 24 de junho deste ano, apenas um dia após o cessar-fogo com Israel, que pôs fim a 12 dias de confrontos diretos entre os dois países, e divulgada oficialmente nesta quarta-feira (2).

Irã endurece postura após trégua militar

O Parlamento de Teerã aprovou uma nova legislação que determina a suspensão imediata das inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a retirada das câmeras de vigilância instaladas em instalações nucleares sensíveis do país. Segundo o presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, a medida é uma resposta à “passividade da comunidade internacional diante das agressões israelenses” e ao que o país classifica como “violações dos compromissos nucleares por parte do Ocidente”.

A segurança nacional do Irã não será refém de acordos desequilibrados”, afirmou Ghalibaf durante a sessão parlamentar transmitida pela televisão estatal iraniana.

Segundo a rede Al Jazeera, a AIEA confirmou que seus inspetores foram retirados de algumas instalações e que está em diálogo com autoridades iranianas para avaliar os impactos da medida. Já os Estados Unidos, por meio do Departamento de Estado, afirmaram estar “profundamente preocupados” com a decisão, que classificaram como “um retrocesso significativo nos esforços diplomáticos”.


Presidente americano Donald Trump confirma 
cessar-fogo em entrevistas (Foto: Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)

Especialistas temem avanço sem transparência

A decisão iraniana reacende temores de que o país possa acelerar seu programa nuclear sem supervisão internacional. Para o analista em segurança internacional Ali Vaez, do International Crisis Group, “sem a presença da AIEA, o mundo terá menos clareza sobre as intenções e capacidades nucleares do Irã, o que pode aumentar a possibilidade de novos conflitos na região”.

O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos, mas países como os EUA e Israel veem com ceticismo essa declaração, especialmente diante da retomada de atividades que violam o acordo nuclear de 2015 — do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018.

Segundo a “BBC”, a AIEA já enfrentava dificuldades para obter acesso irrestrito às instalações iranianas nos últimos meses. A suspensão formal da cooperação marca, segundo especialistas, “um novo e perigoso capítulo” na já conturbada relação entre Irã, Israel e o Ocidente.

Israel e Hamas seguem em conflito, apesar do apelo de Trump por paz

Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, se diz favorável a um acordo de cessar-fogo entre o grupo terrorista palestino Hamas e Israel, o governo israelense ordena que cidadãos naturais de seus adversários no conflito evacuem a região ao norte de Gaza antes de uma escalada militar.

A guerra continua

Até a manhã do último domingo (29), ao menos 86 pessoas vieram a óbito em decorrência dos ataques de Israel no dia anterior, segundo o Ministério da Saúde, administrado pelo Hamas. Tida como uma região segura, o ataque na região de al-Mawasi vitimou três crianças, entre outros feridos.

Os moradores dos bairros da Cidade de Gaza e Jabalia, ao norte, foram orientados a se deslocarem para a área de al-Mawasi, ao sul, ao mesmo tempo que militares israelenses expandem suas operações para o oeste.


 Prédio residencial após um ataque aéreo israelense no distrito de al-Sabra, na Cidade de Gaza, na Palestina (Foto: reprodução/Ahmad Salem/Bloomberg/Getty Images Embed)

Trump quer um basta

No último sábado (28), um dia antes do ataque de tropas israelenses em Gaza, na Palestina, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse, através da rede social Truth Social, que Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, estava em negociações para um acordo imediato com o Hamas por um cessar-fogo.

Em contrapartida, no dia seguinte, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Avichay Adraee, confirmou a ofensiva israelense ao norte de Gaza, para, segundo ele, eliminar terroristas e sua infraestrutura no local.

Moradores da região e médicos que atuam no local afirmaram que os bombardeios se intensificaram na madrugada do último sábado para domingo, destruindo diversas habitações em Gaza. Profissionais da área da saúde também confirmaram que um ataque aéreo israelense a uma tenda foi fatal para cinco pessoas em al-Mawasi, ao norte, ao sul da região, enquanto ao norte, o sargento da Força de Defesa de Israel, Yisrael Natan Rosenfeld, também não resistiu ao ataque.

A respeito do incidente, as Forças de Defesa de Israel não deram mais detalhes acerca do tema, mas afirmaram que estão tomando as precauções necessárias para que os civis não sejam atingidos.

 

Irã afirma ter ‘sérias dúvidas’ sobre comprometimento de Israel com cessar-fogo

Após quase duas semanas de intensos confrontos, o Irã mantém uma postura cautelosa diante do cessar-fogo firmado com Israel. No último domingo (29), o general Seyyed Abdolrahim Mousavi, comandante das Forças Armadas iranianas, declarou que o país permanece cético quanto à durabilidade do acordo. Em conversa telefônica com o príncipe Khalid bin Salman, ministro da Defesa da Arábia Saudita, o general declarou que o Irã continuará vigilante e pronto para responder a qualquer possível ataque.

“Não fomos nós que iniciamos essa guerra, mas respondemos ao agressor com toda a nossa força”, declarou o general, segundo a agência semioficial iraniana Tasnim. Ele também frisou que, considerando a desconfiança em relação ao compromisso de Israel com o cessar-fogo, o Irã se manterá preparado para qualquer nova agressão.

Bombardeios israelenses marcaram início da guerra, com apoio posterior dos EUA

O conflito entre os dois países foi deflagrado em 13 de junho, quando bombardeios israelenses atingiram alvos estratégicos no Irã, resultando na morte de altos comandantes militares e de cientistas ligados ao programa nuclear iraniano. Israel alegou que os ataques tinham como objetivo barrar o avanço do Irã na produção de armamentos nucleares. O governo de Teerã, entretanto, rejeita essas acusações e afirma que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para usos pacíficos, como a produção de energia.


Israel lança ataques contra o Irã (Foto: Reprodução/Majid Saeedi/Getty Images Embed)

No decorrer dos 12 dias de conflito, os Estados Unidos também se envolveram na ofensiva, realizando bombardeios contra três instalações nucleares em território iraniano, em 21 de junho. O governo do Irã, por sua vez, responsabilizou formalmente Israel e os EUA pelo início da guerra.

Em carta endereçada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, exigiu que os dois países sejam reconhecidos como os responsáveis pela escalada e respondam por danos causados, incluindo compensações financeiras.

Preocupações nucleares e números da guerra

A controvérsia em torno do programa nuclear do Irã permanece como um dos principais fatores que alimentam o conflito. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o Irã está enriquecendo urânio a 60%, bem acima do limite de 3,67% fixado no acordo nuclear de 2015, abandonado pelos Estados Unidos em 2018. Para fins militares, o enriquecimento necessário seria de 90%.

Enquanto isso, Israel mantém silêncio sobre seu arsenal, mas estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) indicam que o país possui cerca de 90 ogivas nucleares.

Além disso, segundo o Ministério da Saúde do Irã, 627 pessoas morreram e cerca de 4.900 ficaram feridas nos bombardeios israelenses. Já em Israel, as autoridades locais contabilizam 28 mortes em decorrência dos ataques retaliatórios do Irã.

Ataques israelenses deixam três mortos em sul do Líbano, apesar de cessar-fogo

Neste sábado (28), três pessoas perderam a vida em consequência de ataques realizados por drones e aviões das Forças de Defesa de Israel (IDF) no sul do Líbano. O episódio ocorreu em diferentes localidades, mesmo com um cessar-fogo vigente desde novembro de 2024, evidenciando a fragilidade do acordo de trégua na região.

As vítimas fatais incluem um homem atingido por um drone israelense em Kunin, que morreu no local, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Em Mahrouna, um segundo ataque vitimou duas pessoas que estavam em uma motocicleta, uma delas faleceu e outra ficou ferida. As autoridades de Beirute confirmaram também a participação de drones no ocorrido.

Israel afirma ter atingido alvo do Hezbollah

O Exército de Israel justificou os ataques afirmando que ambos os alvos eram membros do Hezbollah. Em Kunin, declararam ter “eliminado o terrorista Hasan Muhammad Hamoudi”, suspeito de participar de operações com tanques anti-mísseis. Já em Mahrouna, afirmaram ter neutralizado Abas Al Hasan Wahbi, classificado como oficial de inteligência do mesmo grupo.

A IDF ressaltou que identificou tentativas de reconstrução da capacidade militar do Hezbollah na área, violando os termos do cessar-fogo de novembro. Segundo o comunicado, essas ações incluíam armazenamento de armamentos e reestruturação de bases permissíveis apenas sob supervisão do governo libanês.

Impactos e tensão regional

Embora o número exato de vítimas civis ainda não esteja completamente definido, o Ministério da Saúde local enfatizou a gravidade da violação e criticou os bombardeios por violarem o acordo que estava em vigor. Lideranças políticas libanesas consideraram o ataque uma afronta à soberania nacional e exigiram medidas imediatas da comunidade internacional.

A população do sul do Líbano continua vivendo sob impacto diário desses sobrevoos e ataques esporádicos, que provocam medo e deslocamento, sobretudo entre aqueles que se ocuparam em reconstruir suas casas e meios de vida após conflitos anteriores. Históricos de confrontos frequentes desde 2006 aumentam o sentimento de insegurança.


Israel ataca o Líbano: bombardeios israelenses deixam mortos e feridos e rompem cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

O Hezbollah, por sua vez, respondeu afirmando que tais ações não passarão sem resposta. O grupo, apoiado pelo Irã, não divulgou ainda novas retaliações, mas reforçou seu compromisso em defender o território e criticou os ataques como parte de uma estratégia de Israel para limitar sua influência no sul libanês.

Cessar-fogo, uma utopia instável

O acordo de trégua, iniciado em 27 de novembro de 2024, previa restrições mútuas e monitoramento internacional, mas os recentes episódios, com cerca de 83 supostas violações relatadas, mostram que a implantação de um cessar-fogo duradouro ainda é incerta.

Enquanto os ataques continuam a ocorrer de forma intermitente, civis permanecem sob risco constante. Especialistas alertam que as ofensivas podem ser uma estratégia israelense para forçar deslocamentos de disputas territoriais e limitar o poder do Hezbollah.

Israel afirma que forças armadas elaboram “plano de execução” contra o Irã

Integrantes das Forças Armadas de Israel estão preparando “plano de execução” contra Irã, segundo Israel Katz, Ministro da Defesa do país, mesmo após acordo de cessar-fogo entre os países.

Depois de mais de 10 dias de ataques que degradaram instalações militares e nucleares iranianas, para as autoridades israelenses ainda seria preciso um planejamento para assegurar a superioridade armada de Israel.

Comunicado de Israel Katz

Em suas redes sociais, o Ministro Israel Katz informou sobre o plano contra Irã que está sendo produzido pelos militares israelenses. Segundo ele, a nova estratégia visa “impedir o desenvolvimento de mísseis e armas e responder ao apoio iraniano às atividades terroristas.”


 Reunião do Ministro Israel Katz com militares israelenses (Foto: reprodução/Instagram/@israelkatz)

Israel Katz ainda intitulou os ataques de Israel ao Irã de “12 dias de ação brilhante”, pois enfraqueceram o sistema de defesa aéreo do país rival e prejudicaram a fabricação de munições, além de matar profissionais relevantes para o desenvolvimento nuclear do Irã. “Eliminamos altos funcionários de segurança e cientistas renomados que promoviam o programa nuclear“, completou o Ministro.

No final de seu comunicado, o Ministro fez uma ameaça ao Irã e ao seu líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, ao dizer que todo o conflito foi uma amostra do novo modelo de ação de Israel.

“Um aviso à cabeça da serpente sem dentes em Teerã: a Operação “Leão em Ascensão” foi apenas a prévia de uma nova política israelense — depois de 7 de outubro, a imunidade acabou.”

Comandos aos militares nos ataques

Além do depoimento de Israel Katz nas redes socias, as Forças de Defesa israelenses publicaram nesta sexta-feira (27), as instruções que direcionaram aos comandantes das Forças Armadas no primeiro dia de ataques contra o Irã.


Forças de Defesa de Israel (Foto: reprodução/AlexiJ.Rosenfeld/GettyImgesEmbed)

“Se você me perguntar: ‘Comandante, qual é o elemento decisivo para a vitória? É Natanz? São 80 lançadores de mísseis terra-terra? Aeronaves sobrevoando Teerã sempre que quisermos esse é um componente decisivo significativo. Portanto, precisamos chegar lá e criar o impacto que os fará se sentir expostos e acabados.”

O cessar-fogo entre Israel e Irã foi iniciado na madrugada da última terça-feira (24). O acordo frágil foi anunciado por Trump depois de uma ligação com Benjamin Netanyahu e concordado pelo governo iraniano, que desde o início da trégua afirmou revidar qualquer novo ataque israelense.

Irã se diz vitorioso após trégua com Israel e minimiza ataques dos EUA

Em pronunciamento transmitido ao vivo nesta quinta-feira (26), o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, fez seu primeiro pronunciamento público sobre os recentes confrontos com Israel, declarando que a nação islâmica alcançou uma vitória decisiva. O discurso, que ocorreu dois dias após o cessar-fogo entrar em vigor, buscou reforçar a posição do país diante da comunidade internacional.

Discrepâncias nas avaliações sobre danos em usinas nucleares

Enquanto o presidente norte-americano Donald Trump afirmava ter infligido danos catastróficos ao programa nuclear iraniano, Khamenei descreveu essas alegações como “fantasias propagandísticas“. Dados de inteligência obtidos por veículos internacionais revelam que:

– As instalações de enriquecimento em Natanz sofreram interrupções operacionais temporárias;
– Sistemas auxiliares no complexo de Fordow apresentam avarias;
– O cronograma nuclear pode ter sofrido retardos entre quatro a sete meses.

Fontes próximas ao governo iraniano confirmaram que os reparos nas estruturas afetadas já estão em andamento, com previsão de normalização completa dentro do prazo mencionado. A Organização das Nações Unidas ainda não emitiu seu parecer oficial sobre a extensão dos danos.


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Instalação iraniana após ataque aéreo (Foto: reprodução/Majid Saeedi/Getty Images Embed)

Impactos regionais e reações internacionais

O conflito de doze dias resultou em:
– 647 mortes confirmadas;
– 7.950 pessoas feridos;
– 2.140 ataques registrados;
– Perdas econômicas estimadas em US$ 16,3 bilhões.

Khamenei destacou o ataque a bases militares estrangeiras na região como prova da capacidade dissuasória iraniana, embora especialistas em defesa classifiquem a ação como mais demonstrativa que efetiva. O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano reagiu às declarações, afirmando que “a comunidade internacional não se deixará enganar por retórica vazia“.

Cenário político pós-conflito

Analistas geopolíticos apontam que:
1. Israel mantém suas forças em estado de alerta elevado.
2. Países do Golfo Pérsico reforçaram sistemas defensivos.
3. A União Europeia busca retomar negociações diplomáticas.
4. A Rússia ofereceu-se como mediadora potencial.

O primeiro-ministro israelense enfatizou o compromisso contínuo com a segurança regional, enquanto o governo norte-americano sinalizou disposição para novas sanções econômicas caso Teerã retome atividades nucleares sensíveis.

Irã afirma que ao menos 627 pessoas morreram em conflito contra Israel

Na última quarta-feira (25), o canal de televisão oficial do Irã, conhecido como Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB), divulgou o número de pessoas mortas no país durante o conflito contra Israel. De acordo com o órgão, pertencente à mídia estatal iraniana, ao menos 627 pessoas perderam suas vidas no período do último dia 13 (quando o conflito foi iniciado) até o dia 25 de junho. 

As informações divulgadas foram colhidas a partir de instituições como o Ministério da Saúde do Irã, que afirmou que cerca de 86% das mortes ocorridas neste período foram em áreas que estiveram sob ataque de Israel. 

Ainda segundo os dados do canal IRIB, o número de feridos chega, até o momento, à marca de 4.870. 


O número de mortos durante o conflito foi divulgado por autoridades do Irã (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Cessar-fogo entre Irã e Israel

Após divergências e acusações mútuas de violação, o cessar-fogo entre Irã e Israel entrou em vigor, oficialmente, na última terça-feira (24). O acordo, mediado pelos Estados Unidos e acompanhado pelo presidente norte-americano Donald Trump, iniciou o fim dos ataques aéreos entre os países. 

A trégua no conflito quase foi abalada ainda na terça-feira (24), por uma acusação de Israel contra o Irã, segundo a qual o país teria organizado mais um ataque contra o território israelense. Até o momento, ambas as nações seguem o cessar-fogo. Tanto o Irã quanto Israel, porém, seguem reivindicando sua vitória no conflito. 

Sobre o acordo, o presidente dos Estados Unidos demonstrou otimismo. Em sua rede social Truth Social, o republicano apelidou o conflito de “Guerra de 12 Dias” e celebrou o término dos ataques. “Partindo do princípio de que tudo funcionará como deveria, o que funcionará, gostaria de parabenizar ambos os países, Israel e Irã, por terem a resistência, a coragem e a inteligência para encerrar o que deveria ser chamado de a Guerra de 12 Dias“, escreveu. 

Entenda o conflito

Iniciado no último dia 13, a partir de ataques das Forças de Defesa de Israel contra o Irã, o recente conflito entre os países ocorreu após acusações de Israel contra o desenvolvimento de armas nucleares iranianas. Em resposta às acusações, o Irã afirmou que o programa nuclear do país é voltado para fins pacíficos. Após os ataques iniciais de Israel, ambas as nações se envolveram em agressões mútuas.

Israel retira restrições e reabre aeroportos após cessar-fogo

Após o cessar-fogo, Israel iniciou um processo de retirada gradual das restrições impostas durante o período de conflito nesta terça-feira (24). As medidas, que afetam desde a movimentação de pessoas até o funcionamento de estabelecimentos comerciais, estão sendo flexibilizadas para permitir o retorno à normalidade.

Vislumbres de um retorno à normalidade

Ruas que antes estavam desertas começam a receber transeuntes, e a rotina diária lentamente reassume seu curso. Até a noite de quinta-feira (26), os cidadãos poderão se reunir para celebrações religiosas, frequentar seus locais de trabalho e participar de atividades educacionais sem restrições. Contudo, nas localidades próximas à Gaza, o limite para reuniões permanecerá em 2.000 pessoas.


Voos cancelados e atrasados ​​para Tel Aviv, Israel, no Aeroporto Internacional de Larnaca (Foto: reprodução/Alexi Rosenfeld/Getty Images Embed)

Aeroportos reabertos

A ministra dos Transportes de Israel, Miri Regev, anunciou que o país está se organizando para a reabertura completa de seus aeroportos e a ampliação das viagens internacionais. Essa preparação vem após a comunicação do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre um cessar-fogo entre Israel e Irã. Em declarações à imprensa no Aeroporto Ben Gurion, Regev explicou que a nação se encontra na Fase D do plano “Retorno Seguro”, que prevê uma volta gradual de passageiros, alinhada às diretrizes do Comando da Frente Interna.

O espaço aéreo israelense permaneceu praticamente fechado por quase duas semanas devido aos confrontos com o Irã. Apesar do aumento recente no fluxo de voos, a totalidade do espaço aéreo de Israel ainda não foi liberada. A ministra também mencionou os esforços para auxiliar cerca de 40.000 turistas a deixarem o país, com alguns já tendo partido por terra para o Egito e a Jordânia, ou de barco para o Chipre. Anteriormente, o espaço aéreo iraniano foi parcialmente reaberto, após doze dias de conflito, conforme dados da FlightRadar24.