Trump acusa Irã de atrapalhar negociações de cessar-fogo em Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Irã de interferir nas negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Em declaração feita na segunda-feira (28), após encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Trump afirmou que o Irã “mandou sinais muito ruins” ao grupo palestino, o que, segundo ele, dificultou os esforços diplomáticos para interromper o conflito.

Para um país que acabou de ser aniquilado, eles têm enviado sinais muito ruins, sinais muito desagradáveis. E eles não deveriam estar fazendo isso“, disse Trump.


Primeiro-ministro britânico Keir Starmer e Donald Trump (foto: reprodução/Carl Court/Getty Images Embed)

Trump disse ainda que os recados enviados por Teerã ao Hamas contribuíram para o fracasso das negociações. O presidente norte-americano não deu detalhes sobre o conteúdo das mensagens nem sobre como essas comunicações teriam ocorrido, mas reiterou que o Irã “não deveria ter interferido” no processo de mediação. O encontro com o premiê britânico ocorreu em Washington.

Tensão entre EUA e Irã

As declarações de Trump aumentam a tensão entre Estados Unidos e Irã, países que mantêm uma relação marcada por atritos diplomáticos e econômicos. A Casa Branca já havia expressado anteriormente preocupação com o papel de Teerã no apoio a grupos armados na região, como o Hamas e o Hezbollah. A acusação pública do presidente norte-americano reitera a posição de Washington de que o Irã tem influência direta sobre decisões do grupo palestino, o que, segundo o governo dos EUA, compromete negociações de paz.

Impasse no cessar-fogo e crise humanitária

As negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas estão paralisadas desde o início de julho. Segundo autoridades internacionais, o bloqueio nas conversas ocorre em meio ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza, onde mais de 60 mil pessoas morreram desde o início do conflito. Relatórios da ONU indicam que a fome e a escassez de recursos básicos afetam grande parte da população. Ainda não há previsão para retomada das tratativas mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos.

Irã suspende cooperação com agência nuclear da ONU após trégua com Israel

Em um movimento que pode acirrar ainda mais os ânimos no Oriente Médio, o Irã suspendeu oficialmente sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), responsável por monitorar o desenvolvimento de programas nucleares no mundo. A decisão foi tomada pelo Parlamento iraniano no dia 24 de junho deste ano, apenas um dia após o cessar-fogo com Israel, que pôs fim a 12 dias de confrontos diretos entre os dois países, e divulgada oficialmente nesta quarta-feira (2).

Irã endurece postura após trégua militar

O Parlamento de Teerã aprovou uma nova legislação que determina a suspensão imediata das inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a retirada das câmeras de vigilância instaladas em instalações nucleares sensíveis do país. Segundo o presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, a medida é uma resposta à “passividade da comunidade internacional diante das agressões israelenses” e ao que o país classifica como “violações dos compromissos nucleares por parte do Ocidente”.

A segurança nacional do Irã não será refém de acordos desequilibrados”, afirmou Ghalibaf durante a sessão parlamentar transmitida pela televisão estatal iraniana.

Segundo a rede Al Jazeera, a AIEA confirmou que seus inspetores foram retirados de algumas instalações e que está em diálogo com autoridades iranianas para avaliar os impactos da medida. Já os Estados Unidos, por meio do Departamento de Estado, afirmaram estar “profundamente preocupados” com a decisão, que classificaram como “um retrocesso significativo nos esforços diplomáticos”.


Presidente americano Donald Trump confirma 
cessar-fogo em entrevistas (Foto: Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)

Especialistas temem avanço sem transparência

A decisão iraniana reacende temores de que o país possa acelerar seu programa nuclear sem supervisão internacional. Para o analista em segurança internacional Ali Vaez, do International Crisis Group, “sem a presença da AIEA, o mundo terá menos clareza sobre as intenções e capacidades nucleares do Irã, o que pode aumentar a possibilidade de novos conflitos na região”.

O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos, mas países como os EUA e Israel veem com ceticismo essa declaração, especialmente diante da retomada de atividades que violam o acordo nuclear de 2015 — do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018.

Segundo a “BBC”, a AIEA já enfrentava dificuldades para obter acesso irrestrito às instalações iranianas nos últimos meses. A suspensão formal da cooperação marca, segundo especialistas, “um novo e perigoso capítulo” na já conturbada relação entre Irã, Israel e o Ocidente.

Irã afirma ter ‘sérias dúvidas’ sobre comprometimento de Israel com cessar-fogo

Após quase duas semanas de intensos confrontos, o Irã mantém uma postura cautelosa diante do cessar-fogo firmado com Israel. No último domingo (29), o general Seyyed Abdolrahim Mousavi, comandante das Forças Armadas iranianas, declarou que o país permanece cético quanto à durabilidade do acordo. Em conversa telefônica com o príncipe Khalid bin Salman, ministro da Defesa da Arábia Saudita, o general declarou que o Irã continuará vigilante e pronto para responder a qualquer possível ataque.

“Não fomos nós que iniciamos essa guerra, mas respondemos ao agressor com toda a nossa força”, declarou o general, segundo a agência semioficial iraniana Tasnim. Ele também frisou que, considerando a desconfiança em relação ao compromisso de Israel com o cessar-fogo, o Irã se manterá preparado para qualquer nova agressão.

Bombardeios israelenses marcaram início da guerra, com apoio posterior dos EUA

O conflito entre os dois países foi deflagrado em 13 de junho, quando bombardeios israelenses atingiram alvos estratégicos no Irã, resultando na morte de altos comandantes militares e de cientistas ligados ao programa nuclear iraniano. Israel alegou que os ataques tinham como objetivo barrar o avanço do Irã na produção de armamentos nucleares. O governo de Teerã, entretanto, rejeita essas acusações e afirma que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para usos pacíficos, como a produção de energia.


Israel lança ataques contra o Irã (Foto: Reprodução/Majid Saeedi/Getty Images Embed)

No decorrer dos 12 dias de conflito, os Estados Unidos também se envolveram na ofensiva, realizando bombardeios contra três instalações nucleares em território iraniano, em 21 de junho. O governo do Irã, por sua vez, responsabilizou formalmente Israel e os EUA pelo início da guerra.

Em carta endereçada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, exigiu que os dois países sejam reconhecidos como os responsáveis pela escalada e respondam por danos causados, incluindo compensações financeiras.

Preocupações nucleares e números da guerra

A controvérsia em torno do programa nuclear do Irã permanece como um dos principais fatores que alimentam o conflito. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o Irã está enriquecendo urânio a 60%, bem acima do limite de 3,67% fixado no acordo nuclear de 2015, abandonado pelos Estados Unidos em 2018. Para fins militares, o enriquecimento necessário seria de 90%.

Enquanto isso, Israel mantém silêncio sobre seu arsenal, mas estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) indicam que o país possui cerca de 90 ogivas nucleares.

Além disso, segundo o Ministério da Saúde do Irã, 627 pessoas morreram e cerca de 4.900 ficaram feridas nos bombardeios israelenses. Já em Israel, as autoridades locais contabilizam 28 mortes em decorrência dos ataques retaliatórios do Irã.

Israel afirma que forças armadas elaboram “plano de execução” contra o Irã

Integrantes das Forças Armadas de Israel estão preparando “plano de execução” contra Irã, segundo Israel Katz, Ministro da Defesa do país, mesmo após acordo de cessar-fogo entre os países.

Depois de mais de 10 dias de ataques que degradaram instalações militares e nucleares iranianas, para as autoridades israelenses ainda seria preciso um planejamento para assegurar a superioridade armada de Israel.

Comunicado de Israel Katz

Em suas redes sociais, o Ministro Israel Katz informou sobre o plano contra Irã que está sendo produzido pelos militares israelenses. Segundo ele, a nova estratégia visa “impedir o desenvolvimento de mísseis e armas e responder ao apoio iraniano às atividades terroristas.”


 Reunião do Ministro Israel Katz com militares israelenses (Foto: reprodução/Instagram/@israelkatz)

Israel Katz ainda intitulou os ataques de Israel ao Irã de “12 dias de ação brilhante”, pois enfraqueceram o sistema de defesa aéreo do país rival e prejudicaram a fabricação de munições, além de matar profissionais relevantes para o desenvolvimento nuclear do Irã. “Eliminamos altos funcionários de segurança e cientistas renomados que promoviam o programa nuclear“, completou o Ministro.

No final de seu comunicado, o Ministro fez uma ameaça ao Irã e ao seu líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, ao dizer que todo o conflito foi uma amostra do novo modelo de ação de Israel.

“Um aviso à cabeça da serpente sem dentes em Teerã: a Operação “Leão em Ascensão” foi apenas a prévia de uma nova política israelense — depois de 7 de outubro, a imunidade acabou.”

Comandos aos militares nos ataques

Além do depoimento de Israel Katz nas redes socias, as Forças de Defesa israelenses publicaram nesta sexta-feira (27), as instruções que direcionaram aos comandantes das Forças Armadas no primeiro dia de ataques contra o Irã.


Forças de Defesa de Israel (Foto: reprodução/AlexiJ.Rosenfeld/GettyImgesEmbed)

“Se você me perguntar: ‘Comandante, qual é o elemento decisivo para a vitória? É Natanz? São 80 lançadores de mísseis terra-terra? Aeronaves sobrevoando Teerã sempre que quisermos esse é um componente decisivo significativo. Portanto, precisamos chegar lá e criar o impacto que os fará se sentir expostos e acabados.”

O cessar-fogo entre Israel e Irã foi iniciado na madrugada da última terça-feira (24). O acordo frágil foi anunciado por Trump depois de uma ligação com Benjamin Netanyahu e concordado pelo governo iraniano, que desde o início da trégua afirmou revidar qualquer novo ataque israelense.

Trump diz que Irã não retirou material nuclear das instalações bombardeadas

Nesta quinta-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou via rede social, Truth Social, que o Irã não retirou o material nuclear de Fordow, instalação subterrânea que era usada para enriquecer urânio que foi bombardeada na noite de sábado (21), horário local de Brasília.
Segundo ele, a remoção do material seria muito perigosa, muito pesado para movê-lo, e que isso levaria bastante tempo para ser feito.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, diz não ter conhecimento de informações que houve remoção do material por parte do Irã antes dos ataques americanos.

Bombardeio a Fordow

Dan Caine, chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, contou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26) que nos ataques contra Fordow, foram usadas bombas destruidoras de bunkers e que o alvo foram os poços de ventilação da usina.


Bombardeio Fordow (Vídeo: reprodução/YouTube/@opovo)

De acordo com Caine, apesar do Irã ter tentado cobrir os poços com concreto, as tampas foram destruídas, o que permitiu uma abertura que facilitou os ataques seguintes. “Os armamentos utilizados foram planejados, projetados e lançados para atingir Fordow”, completou ele.
Ainda na mesma entrevista coletiva, Hegseth disse que os ataques contra Fordow foram “altamente bem-sucedidos” e que o presidente Donald Trump conduziu muito bem “a operação militar mais complexa e secreta da história“.
Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, afirmou que as centrífugas de Fordow não estão mais funcionando e isso é possível saber, pois a vibração característica que elas causam quando estão em funcionamento estão cessadas.

Khamenei rebate

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, rebateu as afirmações de Donald Trump. Nesta quinta-feira (26), Khamenei declarou que Trump exagerou quando falou sobre os impactos causados pelos ataques às usinas nucleares do Irã.
Para a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), ainda é cedo para afirmar os reais danos que possam ter ocorrido nas usinas. Segundo a CNN e o The New York Times, há um documento confidencial norte-americano que diz que os ataques não destruíram os componentes-chave do programa nuclear do Irã, e que o desenvolvimento das usinas só seriam atrasadas por alguns meses e não em décadas, como Trump havia alegado.
Esmail Baqai, porta-voz da política externa do Irã, falou em entrevista à Al Jazeera que houve danos consideráveis nas instalações, mas nega que tenham ficado vastamente destruídas.

Irã se diz vitorioso após trégua com Israel e minimiza ataques dos EUA

Em pronunciamento transmitido ao vivo nesta quinta-feira (26), o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, fez seu primeiro pronunciamento público sobre os recentes confrontos com Israel, declarando que a nação islâmica alcançou uma vitória decisiva. O discurso, que ocorreu dois dias após o cessar-fogo entrar em vigor, buscou reforçar a posição do país diante da comunidade internacional.

Discrepâncias nas avaliações sobre danos em usinas nucleares

Enquanto o presidente norte-americano Donald Trump afirmava ter infligido danos catastróficos ao programa nuclear iraniano, Khamenei descreveu essas alegações como “fantasias propagandísticas“. Dados de inteligência obtidos por veículos internacionais revelam que:

– As instalações de enriquecimento em Natanz sofreram interrupções operacionais temporárias;
– Sistemas auxiliares no complexo de Fordow apresentam avarias;
– O cronograma nuclear pode ter sofrido retardos entre quatro a sete meses.

Fontes próximas ao governo iraniano confirmaram que os reparos nas estruturas afetadas já estão em andamento, com previsão de normalização completa dentro do prazo mencionado. A Organização das Nações Unidas ainda não emitiu seu parecer oficial sobre a extensão dos danos.


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Instalação iraniana após ataque aéreo (Foto: reprodução/Majid Saeedi/Getty Images Embed)

Impactos regionais e reações internacionais

O conflito de doze dias resultou em:
– 647 mortes confirmadas;
– 7.950 pessoas feridos;
– 2.140 ataques registrados;
– Perdas econômicas estimadas em US$ 16,3 bilhões.

Khamenei destacou o ataque a bases militares estrangeiras na região como prova da capacidade dissuasória iraniana, embora especialistas em defesa classifiquem a ação como mais demonstrativa que efetiva. O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano reagiu às declarações, afirmando que “a comunidade internacional não se deixará enganar por retórica vazia“.

Cenário político pós-conflito

Analistas geopolíticos apontam que:
1. Israel mantém suas forças em estado de alerta elevado.
2. Países do Golfo Pérsico reforçaram sistemas defensivos.
3. A União Europeia busca retomar negociações diplomáticas.
4. A Rússia ofereceu-se como mediadora potencial.

O primeiro-ministro israelense enfatizou o compromisso contínuo com a segurança regional, enquanto o governo norte-americano sinalizou disposição para novas sanções econômicas caso Teerã retome atividades nucleares sensíveis.

Irã afirma que ao menos 627 pessoas morreram em conflito contra Israel

Na última quarta-feira (25), o canal de televisão oficial do Irã, conhecido como Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB), divulgou o número de pessoas mortas no país durante o conflito contra Israel. De acordo com o órgão, pertencente à mídia estatal iraniana, ao menos 627 pessoas perderam suas vidas no período do último dia 13 (quando o conflito foi iniciado) até o dia 25 de junho. 

As informações divulgadas foram colhidas a partir de instituições como o Ministério da Saúde do Irã, que afirmou que cerca de 86% das mortes ocorridas neste período foram em áreas que estiveram sob ataque de Israel. 

Ainda segundo os dados do canal IRIB, o número de feridos chega, até o momento, à marca de 4.870. 


O número de mortos durante o conflito foi divulgado por autoridades do Irã (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Cessar-fogo entre Irã e Israel

Após divergências e acusações mútuas de violação, o cessar-fogo entre Irã e Israel entrou em vigor, oficialmente, na última terça-feira (24). O acordo, mediado pelos Estados Unidos e acompanhado pelo presidente norte-americano Donald Trump, iniciou o fim dos ataques aéreos entre os países. 

A trégua no conflito quase foi abalada ainda na terça-feira (24), por uma acusação de Israel contra o Irã, segundo a qual o país teria organizado mais um ataque contra o território israelense. Até o momento, ambas as nações seguem o cessar-fogo. Tanto o Irã quanto Israel, porém, seguem reivindicando sua vitória no conflito. 

Sobre o acordo, o presidente dos Estados Unidos demonstrou otimismo. Em sua rede social Truth Social, o republicano apelidou o conflito de “Guerra de 12 Dias” e celebrou o término dos ataques. “Partindo do princípio de que tudo funcionará como deveria, o que funcionará, gostaria de parabenizar ambos os países, Israel e Irã, por terem a resistência, a coragem e a inteligência para encerrar o que deveria ser chamado de a Guerra de 12 Dias“, escreveu. 

Entenda o conflito

Iniciado no último dia 13, a partir de ataques das Forças de Defesa de Israel contra o Irã, o recente conflito entre os países ocorreu após acusações de Israel contra o desenvolvimento de armas nucleares iranianas. Em resposta às acusações, o Irã afirmou que o programa nuclear do país é voltado para fins pacíficos. Após os ataques iniciais de Israel, ambas as nações se envolveram em agressões mútuas.

Israel e Irã proclamam vitória após fim do conflito e confirmam cessar-fogo

Após 12 dias de conflito, Israel e Irã celebram o desfecho como vitória. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país conquistou uma vitória histórica, mas ressaltou a necessidade de continuar a campanha contra o ‘eixo do Irã’, derrotar o Hamas e assegurar o retorno dos reféns em Gaza. Já o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o resultado representa uma grande vitória para Teerã.

Essas declarações foram feitas em meio à pressão de Donald Trump, poucas horas depois do anúncio desta segunda-feira (23) de um cessar-fogo pelos Estados Unidos, negociado com a mediação do Catar. Irã e Israel demonstraram apoio à trégua.

As Forças Armadas de Israel suspenderam, às 20h no horário local (17h em Brasília), as restrições impostas à circulação no país. Segundo autoridades, o aeroporto Ben Gurion já voltou a operar. Do lado iraniano, a agência Nournews informou que o espaço aéreo do país também voltará a funcionar.

Trump anuncia cessar-fogo

Segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o cessar-fogo passou a valer no início da madrugada desta terça-feira (1h, horário de Brasília). Trump anunciou após conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Já o Irã concordou com a trégua após uma mediação conduzida pelo primeiro-ministro do Catar, com participação direta de integrantes da Casa Branca, segundo a agência Reuters.

Segundo fonte oficial dos EUA, o Irã indicou que obedeceria ao cessar-fogo desde que Israel não fizesse novos ataques. As negociações envolveram o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.

O acordo foi fechado poucas horas após o Irã disparar mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação ao ataque dos EUA a três instalações nucleares iranianas no sábado (21).


Irã e Israel anunciam vitória e aceitam cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Trégua começa sob tensão e incertezas

Apesar do acordo, houve registros de novos ataques em Teerã, e as declarações das partes envolvidas colocaram o acordo como incerto desde o início. Trump afirmou que ambos os países descumpriram os termos da trégua e demonstrou insatisfação com a situação.

Antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia, Trump declarou que Israel precisa se acalmar. Em publicação nas redes sociais, alertou que, se o país lançar novos ataques, isso representará uma grave violação.

Israel volta a mirar o Hamas

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Eyal Zamir, declarou que o país retomará o foco nas operações contra o grupo Hamas e no resgate dos reféns que ainda estão em Gaza.

Israel recomeçou os ataques aéreos na Faixa de Gaza em março, o que encerrou uma trégua que durou pouco mais de dois meses. Embora tenha permitido a entrada de ajuda humanitária, surgiram relatos de longas filas e confrontos armados nos locais de distribuição de alimentos.

Trump diz que conflito de Irã e Israel pode começar de novo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre o cessar-fogo entre o país, Israel e Irã. Ao responder perguntas durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (25) na Cúpula de Haia de 2025, evento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Holanda, Trump afirmou que “Lidei com os dois [Israel e Irã] e ambos estão cansados, exaustos. Pode começar de novo? Acho que um dia, sim. Talvez comece em breve“.

O acordo foi anunciado pelo presidente na segunda-feira (23) e depois reforçado na terça-feira (24), após Irã e Israel trocarem acusações, horas depois do pronunciamento. No dia seguinte, Trump escreveu em uma rede social que os países violaram o cessar-fogo, no entanto, apesar disso, ele seguia em vigor.

Os sistemas de defesa de Israel detectaram o lançamento de mísseis, porém o Irã negou a ação.

Cessar-fogo

Esta é a primeira trégua desde que o conflito começou, em 12 de junho, e prosseguiu por 10 dias de ofensivas. O acordo foi mediado por Donald Trump, que também atacou o governo e o território iraniano.

No sábado (21), o governo americano afirmou ter bombardeado instalações nucleares do país. Já o líder político e religioso do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez diversas declarações no X (antigo Twitter), dizendo, por exemplo, “O dano que os EUA sofrerão será definitivamente irreparável se eles entrarem militarmente neste conflito“.


  Em publicação, Trump fala sobre ataque contra o Irã (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)

O conflito

Os ataques tiveram início na sexta-feira (12), quando Israel bombardeou o centro de programa nuclear do Irã. O Oficiais iranianos e cientistas morreram na investida.

O governo israelense justificou a ação como uma forma de impedir os avanços das atividades nucleares iranianas. Ainda segundo ele, esse estudo seria uma forma do Irã derrubar o estado de Israel.

A capital iraniana enviou drones a Tel Aviv (cidade em Israel) como resposta ao atentado. Os Estados Unidos entrou no conflito contra o Irã e iniciou seus ataques.

Israel reconhece novo ataque iraniano após Trump divulgar cessar-fogo

Nesta terça-feira (24), horário local de Israel, militares divulgaram informações sobre a identificação de novos lançamentos de mísseis iranianos em direção ao país após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar que havia concordância para um cessar-fogo entre os países.

Os sistemas aéreos de defesa foram acionados e as sirenes soaram em diversas áreas ocupadas de Israel. A população foi então orientada para procurar abrigo em locais seguros e até o momento não há informações se houve feridos.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirma que seu país revidará com força após a quebra do acordo de trégua por parte do Irã. O cessar-fogo entrou em vigor nesta manhã, porém, segundo ele, dois mísseis foram interceptados por defesas israelenses.


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Reportagem Irã e Israel (Vídeo: reprodução/Youtube/O Povo)

Irã nega as acusações

Os canais de comunicação do estado iraniano negam que o país tenha disparado mísseis contra o estado de Israel após o acordo de cessar-fogo ter entrado em vigor a partir da meia-noite de hoje, no horário de Brasília.

A agência de notícias ISNA declarou que a informação de disparos de mísseis iranianos contra os territórios ocupados de Israel é falsa. Outras fontes também negaram a ação como, a Nour News e um funcionário de alto escalão da segurança do Irã.

Cessar-fogo

Nesta segunda-feira (23), o presidente Donald Trump emitiu um comunicado o qual afirmava que Irã e Israel haviam concordado com o cessar-fogo completo e total que se iniciaria em aproximadamente seis horas após este anúncio em suas redes sociais. Ele escreveu: “Gostaria de parabenizar ambos países, Israel e Irã, por terem resistência, coragem e inteligência para pôr fim ao que poderia ser chamada de ‘A guerra dos 12 dias'”.

Durante estas negociações, Donald Trump lidou diretamente com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.  Enquanto o Irã, de acordo com informações de um diplomata para a CNN, concordou com o cessar-fogo após debates com o Catar.
As autoridades iranianas declaram que se Israel cometesse algum erro, todos os territórios ocupados seriam atacados.