Trump reforça laços com Milei e cita Brasil em conversa sobre América do Sul

O presidente argentino Javier Milei divulgou nesta terça-feira (14) imagens de seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Nas fotos, os dois aparecem sorridentes no Salão Oval, e Milei compartilhou também um bilhete escrito à mão por Trump, no qual o republicano o chama de “amigo” e o elogia como um “grande presidente”.

A publicação foi feita na rede social X, onde Milei escreveu as siglas MAGA (Make America Great Again, o lema de campanha de Trump) e VLLC (¡Viva la libertad, carajo!, seu próprio slogan político).  O gesto reforça a sintonia ideológica entre ambos, marcada por discursos liberais e nacionalistas.

A aproximação entre os líderes acontece em um momento em que Milei busca apoio político e econômico internacional, especialmente dos Estados Unidos, para enfrentar a grave crise econômica argentina. O encontro foi visto como um sinal de prestígio para o governo argentino e de fortalecimento de laços entre os dois países.

Trump cita Lula e destaca papel do Brasil no continente

Durante o encontro com Milei, Trump aproveitou para comentar sobre o Brasil e sua recente conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas Nações Unidas. Segundo o republicano, a conversa com Lula foi “muito boa”, apesar das diferenças políticas entre ambos. “Eu o encontrei nas Nações Unidas antes de subir para discursar”, afirmou Trump, mencionando o brasileiro como um exemplo de diálogo regional.

A menção ao Brasil chama atenção porque Lula e Milei mantêm uma relação distante, marcada por divergências ideológicas e pela ausência de encontros oficiais. Ainda assim, Trump destacou o papel do país como uma potência regional que pode contribuir para a estabilidade da América do Sul.


Confira o encontro de Javier Milei e Donald Trump na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@cnnpolitica)

Ao abordar o tema, Trump ressaltou que os países sul-americanos estão se aproximando dos Estados Unidos e que o fortalecimento das economias locais pode beneficiar todo o continente. “Se a Argentina for bem, outros vão seguir o exemplo”, declarou, sugerindo que o sucesso econômico argentino pode impulsionar uma nova fase de cooperação continental.

Aliança simbólica e interesses estratégicos na América do Sul

A reunião entre Trump e Milei, além de simbolizar afinidade pessoal e ideológica, reflete também um movimento estratégico de ambos os líderes. Para o argentino, o encontro representa a chance de fortalecer a confiança dos mercados e buscar apoio financeiro em Washington, enquanto tenta equilibrar o corte de gastos e o desafio da inflação persistente em seu país.

Já para o americano, o gesto de apoio a Milei reforça sua imagem de liderança influente nas Américas, em um momento em que o republicano busca ampliar sua projeção internacional durante o novo mandato. A aproximação também sinaliza o interesse dos Estados Unidos em conter a influência de outros atores globais, como a China, sobre a economia sul-americana.

O bilhete divulgado por Milei, “Javier, você é um grande presidente. Eu sou seu amigo”, resume o tom simbólico do encontro. Embora não tenha sido anunciada nenhuma parceria formal, o gesto diplomático reforça o alinhamento entre os governos e marca mais um capítulo na relação entre Washington e Buenos Aires.

Biden celebra cessar-fogo em Gaza e reforça esperança de paz duradoura

O presidente Joe Biden demonstrou, nesta segunda-feira (13), satisfação e alívio com a suspensão dos confrontos na Faixa de Gaza e a libertação dos últimos 20 reféns vivos mantidos pelo Hamas. Em comunicado oficial, o democrata afirmou estar “profundamente grato e aliviado” por testemunhar o reencontro das vítimas com suas famílias e a oportunidade de reconstrução para os civis palestinos afetados pelo conflito.

Biden ressaltou que o cessar-fogo simboliza não apenas o término de um conflito, mas também um avanço significativo rumo à estabilidade na região. O presidente lembrou que os meses de negociações envolveram esforços intensos da diplomacia americana e aliados internacionais para garantir a libertação de civis e a interrupção da violência.

O líder norte-americano também ressaltou o sofrimento humano vivido por ambos os lados, reconhecendo as perdas “imensuráveis” enfrentadas pela população de Gaza e a dor das famílias israelenses que aguardavam a volta dos reféns. “Hoje é um dia de esperança, mas também de reflexão sobre o preço da guerra”, declarou.

Elogio a Trump marca momento raro de unidade política

De maneira pouco comum na política dos EUA, Joe Biden enfatizou elogios ao ex-presidente  Donald Trump pelo papel desempenhado na mediação do acordo. “Elogio o presidente Trump e sua equipe por seu trabalho para levar o novo acordo de cessar-fogo até a linha de chegada”, afirmou Biden, reconhecendo a importância da colaboração entre administrações rivais.

A fala causou surpresa entre os analistas de Washington, que estão habituados a acompanhar os dois líderes em posições opostas no cenário público. Especialistas apontam que a postura de Biden reflete uma tentativa de demonstrar que a política externa dos Estados Unidos pode transcender divisões partidárias quando se trata de segurança global e estabilidade internacional.


Donald Trump assina acordo cessar-fogo na Faixa de Gaza (Vídeo: Reprodução/Instagram/@cnnpolitica)

Trump, por sua vez, também adotou um tom conciliador ao afirmar que “a reconstrução começa agora” e que o foco deve estar na paz duradoura. Segundo fontes diplomáticas, a cooperação entre as equipes dos dois ex-presidentes foi fundamental para destravar as últimas etapas do processo de negociação com mediadores do Egito e do Catar.

Perspectivas para o futuro do Oriente Médio

Com o cessar-fogo firmado, líderes mundiais começam a discutir os próximos passos para garantir que a trégua se mantenha e que os esforços de reconstrução avancem sem novos impasses. Biden declarou que o Oriente Médio “está em um caminho para a paz que espero que perdure” e destacou o papel dos Estados Unidos no apoio à recuperação de Gaza.

A comunidade internacional, incluindo a ONU e a União Europeia, já anunciou planos de assistência humanitária e programas de reconstrução. Especialistas alertam, porém, que o sucesso da trégua dependerá do cumprimento dos compromissos assumidos por todas as partes envolvidas e da manutenção do diálogo diplomático.

Apesar do otimismo cauteloso, o desafio de transformar o cessar-fogo em uma paz duradoura ainda é imenso. Biden concluiu seu discurso destacando que a estabilidade somente poderá ser alcançada por meio de “ações equilibradas de paz, dignidade e segurança” para israelenses e palestinos — um compromisso que ecoa como promessa e desafio para a comunidade internacional.

Papa Leão XIV se mostra preocupado com às políticas dos EUA sobre imigrantes

Durante uma visita dos Bispos dos Estados Unidos ao Vaticano realizada nesta quarta-feira (8), o papa Leão XIV disse que eles devem ser firmes quanto como os imigrantes vêm sendo tratados pelo presidente americano Donald Trump e suas políticas.

O pontífice, recebeu diversas cartas que relatam o medo dos imigrantes de serem deportados diante das políticas do governo de Trump durante a reunião com os bispos, assistentes sociais da fronteira entre EUA e México.

O bispo de El Paso, Mark Seitz, citou que o Santo Padre está preocupado com essas questões e diz que ele deixou claro seu desejo de que a Conferência Episcopal dos EUA falasse com mais firmeza sobre estas questões.

Críticas do papa ao governo americano

Nas últimas semanas foi possível observar que a críticas de Leão XIV ao governo americano aumentou.

No dia 30 de setembro, o papa criticou as políticas de imigração do presidente Donal Trump, seu questionamento é se se as políticas anti-imigração seguem os ensinamentos pró-vida da Igreja Católica, em comentários que provocaram uma reação acalorada de alguns católicos conservadores proeminentes.


Papa Leão XIV critica tratamento de imigrantes nos EUA (Vídeo:reprodução/YouTube/@AgoraBrasilTVMeio)

A Casa Branca afirmou que a eleição de Trump se deu, em parte, por suas diversas promessas de campanha, entre elas a de deportar imigrantes ilegais com antecedentes criminais.

“Alguém que diz que é contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano de imigrantes nos EUA, não sei se isso é pró-vida”, disse o pontífice a jornalistas do lado de fora de sua residência nesta terça-feira (30).

Política migratória de Trump

Uma análise do Modelo Orçamentário da Penn Wharton, indica que a política de deportações em massa proposta pelo presidente dos Estados Unidos poderia reduzir os salários da maior parte dos trabalhadores, impactar negativamente o PIB e ampliar ainda mais o déficit federal.


Nova politica de imigração de Trump e seus impactos (Vídeo: reprodução/YouTube/@Itatiaiaoficial)

Segundo Kent Smetters, professor de economia empresarial e políticas públicas da Wharton School, a economia norte-americana sofreria com a saída de grande parte da força de trabalho, já que menos pessoas trabalhando resultariam em menor produção econômica.

Durante a campanha de 2024, Trump afirmou que pretende implementar o maior programa de deportação doméstica da história dos EUA, com a meta de expulsar milhões de imigrantes.

Israel e Hamas negociam acordo de paz sob pressão de Trump

Israel e Hamas retomaram nesta terça-feira (07), as negociações para um acordo de paz na faixa de Gaza sob pressão do governo Trump.

Hoje aconteceu no Egito diversas homenagens prestadas no Estado judeu aos mortos no atentado de 7 de outubro, representantes do governo egípcio afirmaram que as equipes trabalham atualmente para estabelecer um mecanismo de segurança que o plano seja executado pelos dois países envolvidos no conflito na faixa de Gaza.

Intervenção americana

O plano para a pacificação foi sugerido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aceito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O acordo inclui termos e obrigações para o fim da guerra entre Israel e o Hamas, a liberação dos reféns e a retirada das tropas do local.

A decisão sobre o que vai acontecer em um pós-guerra nessa região seria a institucionalização da faixa de Gaza em um território palestino, ou seja, o governo americano daria autonomia para a Palestina se tornar um país independente, mas com a supervisão de um “conselho da paz” comandado por Trump para evitar novos confrontos.

Hamas disse em comunicado que aceitou o acordo americano e que libertará todos os reféns vivos da faixa de Gaza, inclusive os corpos dos mortos, mas disse que gostaria de participar das discussões e debates do que aconteceria com a faixa de Gaza após a guerra.



As negociações indiretas começaram na segunda-feira, na cidade de Sharm el-Sheikh, no Golfo de Aqba. Autoridades do Egito e Catar atuam para ajudar no diálogo entre as partes rivais, enquanto esperam a chegada da delegação de Trump na quarta-feira (8).

Entre os principais pontos discutidos pelas delegações são: A ajuda humanitária por meio dos canais da ONU; a distribuição de itens essenciais; o mecanismo de segurança para retirada das tropas israelenses; e a liberação dos reféns israelenses.

Conflito se aproxima do fim

O porta-voz do grupo Hamas, Fawzi Barhum, afirmou que: “tenta superar todos os obstáculos para alcançar um acordo que atenda às aspirações do nosso povo em Gaza”. O povo palestino teme que o grupo aja em benefício próprio e esqueça principalmente dos desejos do povo ao tomar frente das negociações.

Segundo fontes ligadas a BBC, o fim da guerra e das negociações está próximo, os mediadores do conflito entraram em um consenso e o resultado irá surpreender o mundo positivamente.

O conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza começou em outubro de 2023, após o ataque terrorista do grupo palestino em território israelense deixar mais de 1.200 mortos e cerca aproximadamente de 250 serem levados como reféns.

A guerra já deixou mais de 67 mil mortos e quase 170 mil feridos e tirou milhares de palestinos forçados de seus lares.

Donald Trump critica escolha de Bad Bunny como atração principal do Super Bowl

A escolha do cantor Bad Bunny para performar durante o intervalo do Super Bowl 2026 parece não ter agradado ao governo americano. Em entrevista ao âncora conservador Greg Kelly, nesta segunda-feira (6), o presidente dos EUA criticou a ideia de trazer o cantor porto-riquenho.

“Nunca ouvi falar dele. Não sei quem ele é, não sei por que estão fazendo isso. É loucura. E eles culpam algum promotor que eles têm. Eu acho ridículo”, disparou sobre a decisão de trazer o cantor para o show. 

O assessor do departamento de Segurança Interna do governo dos EUA, Corey Lewandowski, afirmou que o show passará por uma fiscalização intensa por agentes de imigração e que a escolha do cantor para se apresentar é “vergonhosa”. Corey também afirmou que o cantor parece “alguém que odeia a América”.  

O posicionamento foi em resposta ao anúncio da organização do Super Bowl, após informar que o cantor será a atração principal. 


NFL anuncia Bad Bunny como atração do Super Bowl 2026 (Vídeo: reprodução/Instagram/@nfl)

Motivo pelo qual Donald Trump não concorda

A escolha do cantor para performar no palco do Super Bowl acontece justamente em um momento em que o artista se engaja fortemente na parte política. O astro de “Ojitos Lindos” está promovendo o novo álbum “Debí Tirar Más Fotos”, um trabalho musical que exalta o seu local de origem, Porto Rico. 

O arquipélago faz parte do território americano, mas segue sem direito ao voto presidencial. Bad tem criticado a gestão republicana e anunciou, em entrevista recente, que não vai incluir os Estados Unidos em sua próxima turnê devido à presença de agentes do serviço de imigração (ICE) nas suas apresentações. 

“O ICE poderia estar lá fora. Era algo sobre o qual estávamos conversando e que nos preocupava muito”, contou o artista à revista i-D.

Bunny também anunciou seu apoio à candidatura de Kamala Harris (Democratas), contra Donald Trump (Republicanos), para a presidência dos Estados Unidos em 2024. 

Bad Bunny no Super Bowl 2026

O cantor fará uma performance especial no intervalo do Super Bowl 2026. A final do campeonato de futebol americano será realizada no dia 8 de fevereiro no Levi’s Stadium, casa do San Francisco 49ers, em Santa Clara, na Califórnia.

Trump anuncia tarifa de 25 % para caminhões médios e pesados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que a partir de 1º de novembro todas as importações de caminhões médios e pesados sofrerão uma tarifa de 25 %. A informação foi postada em sua plataforma de mídia social, com o objetivo de “proteger” a indústria nacional frente à competição externa.

No mês anterior, Trump já havia indiciado que pretendia aplicar tarifas sobre caminhões pesados com vigência a partir de 1º de outubro, mas desta vez o anúncio se estende a veículos médios, ampliando a medida.

Justificativas e críticas

Trump argumenta que essa tarifa é necessária para assegurar que os fabricantes nacionais, como Peterbilt, Kenworth, Freightliner e Mack Trucks, não sejam “atacados por interrupções externas” e para garantir que os caminhoneiros americanos permaneçam “financeiramente saudáveis e fortes”.  Ele também menciona “segurança nacional e outros motivos” como justificativas para proteção à produção interna.

No entanto, especialistas em comércio exterior e economistas alertam que tarifas elevadas podem gerar uma série de repercussões negativas na economia global. Uma das principais preocupações é o risco de retaliações comerciais, já que países afetados pelas novas tarifas podem responder impondo barreiras a produtos norte-americanos, o que intensificaria as disputas comerciais entre as nações.

Outro efeito esperado é o aumento nos custos de transporte. Importadores que dependem de caminhões médios e pesados estrangeiros poderão repassar o custo adicional das tarifas para indústrias que utilizam esses veículos, provocando um encadeamento de reajustes nos preços de insumos e produtos finais.

Há também o risco de distúrbios na cadeia global de suprimentos. Muitas empresas que fabricam veículos ou componentes nos Estados Unidos utilizam peças importadas e podem enfrentar rupturas no fornecimento ou aumento significativo nos custos logísticos, afetando a competitividade e a produtividade do setor.

Além disso, especialistas destacam possíveis questionamentos legais e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Medidas tarifárias unilaterais, como a proposta pelo governo norte-americano, podem ser contestadas por outros países ou organismos internacionais, gerando disputas jurídicas e diplomáticas que ampliam a incerteza no comércio global.

Reações esperadas no Brasil e na América Latina

Para o Brasil e demais países da América Latina, a medida anunciada por Donald Trump pode representar um obstáculo significativo às exportações de caminhões e componentes pesados para o mercado norte-americano. O aumento das tarifas tende a reduzir a competitividade dos produtos estrangeiros, encarecendo os custos para compradores nos Estados Unidos e tornando menos atrativas as importações da região. Montadoras instaladas no Brasil, como Volkswagen Caminhões e Ônibus, Mercedes-Benz e Scania, que exportam parte de sua produção para mercados externos, poderão enfrentar dificuldades para manter volumes de venda e contratos com parceiros norte-americanos.


Nota sobre o encontro de Trump com Lula (Reprodução/CNN Brasil/Youtube)

Além disso, fornecedores latino-americanos integrados à cadeia produtiva dos EUA, incluindo fabricantes de autopeças, motores e sistemas eletrônicos, podem sentir o impacto de forma indireta. A imposição das tarifas pode levar empresas americanas a rever acordos de fornecimento, reduzir pedidos ou buscar alternativas em seu país, o que traria efeitos negativos sobre a produção, o emprego e a balança comercial da região no curto prazo.

Por outro lado, há quem veja possíveis oportunidades estratégicas decorrentes dessa mudança. Caso a indústria norte-americana consiga expandir sua capacidade de produção interna para suprir a demanda antes atendida por importações, poderá abrir espaço para novas parcerias tecnológicas e investimentos locais. Fabricantes dos EUA que desejem fortalecer suas cadeias de suprimento podem buscar acordos com empresas latinas-americanas para produção conjunta ou transferência de tecnologia, desde que as regras comerciais permitam.

Ainda assim, analistas avaliam que os efeitos positivos dependerão da estabilidade das relações comerciais entre os países e da habilidade dos governos da região em negociar exceções ou incentivos. Sem medidas de compensação, o protecionismo americano pode ampliar as desigualdades competitivas e limitar o acesso dos produtos latino-americanos ao maior mercado consumidor do mundo.

Cenário político e econômico

Essa nova imposição de tarifas ocorre em momento de elevado debate sobre protecionismo e disputas comerciais globais. Trump, ao tomar essa medida, reforça uma postura de forte intervenção comercial e de priorização da indústria doméstica durante seu governo.

A vigência marcada para o início de novembro indica que empresas importadoras e industriais têm pouco tempo para se adaptar ou buscar alternativas antes da aplicação efetiva da medida.

Lula pede pelo fim do tarifaço e das sanções contra autoridades em conversa com Trump

A diplomacia entre Brasil e Estados Unidos deu um passo significativo na última segunda-feira (6 de outubro de 2025), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um telefonema do presidente americano, Donald Trump.

O diálogo, por videoconferência, durou cerca de 30 minutos e foi descrito como “amigável” e “extraordinariamente bom” por ambos os lados.

Lula celebrou a “excelente química” entre os líderes, que já haviam tido um breve encontro na Assembleia Geral da ONU em setembro. O foco principal da conversa foi a economia e o comércio, com o lado brasileiro buscando resolver rapidamente as barreiras impostas por Washington.

​O pedido direto de Lula pelo fim das restrições

​O presidente Lula utilizou a conversa para abordar a principal fonte de atrito: as tarifas punitivas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Ele solicitou formalmente a retirada da sobretaxa de 40%, que se somou a uma tarifa existente de 10%, totalizando 50% em muitas exportações.

​As tarifas foram impostas em julho de 2025 por Trump, que as justificou como retaliação a o que chamou de “caça às bruxas” contra seu aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula garantiu, no entanto, que o tema Bolsonaro e o recente julgamento que o condenou não foram mencionados diretamente na chamada, classificando a sanção original como um “equívoco”.

​Além das tarifas, o presidente brasileiro pediu o levantamento de sanções que foram aplicadas contra autoridades de alto escalão do Brasil. Para o Planalto, as sanções representam um obstáculo nas relações diplomáticas.

​Trump delega negociações a Marco Rubio

​Apesar do tom cordial, Trump não respondeu diretamente aos pedidos de Lula. Em vez disso, ele designou o secretário de Estado, Marco Rubio, como o principal interlocutor americano para dar seguimento às negociações.


Marco Rubio, Secretário de estado dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Sean Gallup/Getty Images Embed)

​Rubio é conhecido por sua postura crítica a regimes de esquerda na América Latina, o que gerou ceticismo entre diplomatas brasileiros. O governo americano escalou também Christopher Landau, vice de Rubio e fluente em português e espanhol, para apoiar a equipe de negociação. Pelo lado brasileiro, o grupo de trabalho será liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e contará com o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Otimismo brasileiro e os próximos passos

​Trump expressou publicamente que gostou da conversa e que os países “se darão muito bem juntos”, prometendo que “vão começar a fazer negócios”. Lula, por sua vez, disse que o objetivo é um “jogo de ganha-ganha” para ambas as nações.

​Os líderes concordaram em se encontrar pessoalmente em breve e trocaram telefones pessoais para comunicação direta. As sugestões de Lula para o encontro incluem a Cúpula da Asean, na Malásia, no final do mês, e a COP30 em Belém, em novembro, evento para o qual reforçou o convite a Trump.

​O ministro Haddad classificou a reunião como “positiva” e demonstrou “determinação” em “virar a página” das tensões recentes, sinalizando a possibilidade de conversas com o indicado de Trump para o Tesouro, Scott Bessent, já na próxima semana. O vice-presidente Alckmin resumiu o sentimento: “Foi muito boa a conversa. Melhor até do que esperávamos.”

 

Putin se mostra otimista com o plano de paz de Trump para Gaza

Na quinta-feira (02), em um resort em Sochi, no Mar Negro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está “preparada para apoiar” ao plano de encerrar a guerra entre Israel e Hamas, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Conhecido como “plano de 20 pontos”, é a proposta dos Estados Unidos para em fim, dar fim a guerra que dura praticamente dois anos. Os pontos vão além de cessar-fogo e da negociação da liberação de reféns, mas também da entrega do território de Gaza, conquistado por Israel, à uma segurança internacional.

Como funciona o plano de 20 pontos

O plano é de Gaza ter um governo internacional temporário, tendo o presidente americano como o principal nome, além de contar com outros chefes de Estado, que devem ser anunciados, como Tony Balir, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, chamando de “Conselho da Paz”. Posteriormente, o controle de Gaza seria entregue à Palestina.

A proposta conta também com dois possíveis caminhos: O recuo de Israel, para áreas que já foram acordadas, se o Hamas libertar os reféns dentro de 72 horas e se for recusado pelo grupo palestino, as forças israelenses continuarão com o ataque em Gaza e posteriormente, entregar o território para a autoridade de transição.


Plano de Donald Trump para fim da guerra em Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Sobre a Guerra entre Israel x Hamas

A guerra teve início em outubro de 2023, quando o Hamas atacou civis israelenses, fazendo vários de reféns. Até então, Israel vem realizando diversos ataques à Gaza, afirmando parar somente quando os restantes dos aprisionados forem liberados.

Desde então, foram realizadas algumas propostas de cessar-fogo, sendo a última com a grande esperança e por um fim na guerra, visto que foi a primeira vez em que Israel concordou em deixar gradualmente o território de Gaza. O grupo palestino afirmou que deve dar uma resposta em breve, sobre a proposta de Trump em cessar-fogo, mas disse que não vai agir como se estivessem com uma “faca no pescoço”.

Shutdown: o que é e quais os impactos para a economia brasileira

Na última quarta-feira (1º), o governo dos Estados Unidos entrou em paralisação de seus principais serviços, ato conhecido como shutdown (“desligar”, em inglês). Isso acontece quando os membros do Congresso não chegam a um acordo para aprovação do orçamento. Com isso, os serviços públicos considerados não-essenciais são paralisados e funcionários ficam tem a remuneração suspensa.

Geralmente, os shutdowns não costumam durar muito tempo – o mais longo teve duração de 30 dias, em 2019. Contudo, o ato pode afetar a economia brasileira caso se prolongue. Especialistas explicam como isso pode acontecer.

O que é

O shutdown é a paralisação de serviços públicos considerados não-essenciais. Assim como ocorre no Brasil, o orçamento precisa ser aprovado pelo parlamento. Porém, nos Estados Unidos, quando oposição e situação não chegam a um consenso antes do início do próximo ano fiscal, o resultado é a paralisação no setor público, onde são mantidos somente funcionários essenciais em departamentos que protegem a vida humana ou a propriedade

A primeira vez em que os Estados Unidos implementaram o shutdown foi em maio de 1980, durante o governo do presidente democrata Jimmy Carter. O motivo foi uma disputa orçamentária entre o Congresso e a Casa Branca, relacionada principalmente ao financiamento de programas do Departamento Federal de Comércio e Justiça. Esse primeiro shutdown durou somente um dia.


O líder da maioria no Senado, o republicano John Thune (Centro), em coletiva de imprensa após o anúncio da paralisação (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Motivos do impasse

O impasse atual versa sobre a lei denominada “One Big Beautiful Bill”. O texto foi aprovado pela Câmara em 19 de setembro, mas acabou rejeitado no Senado. O projeto amplia gastos em defesa e imigração, ao mesmo tempo, em que corta recursos de programas ambientais e outras prioridades democratas.

Na prática, a lei é a expansão de grande parte das medidas da lei “Tax Cuts and Jobs Act” (TCJA) de 2017. O texto inclui a manutenção dos cortes no imposto de renda de pessoas físicas, a ampliação da dedução padrão e um limite maior para a isenção do imposto sobre herança a partir de 2026.

Somado a isso, o texto cria aumentos de investimentos no setor de defesa e controle migratório. Já os gastos em programas sociais, como o Medicaid e o Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), serão reduzidos, contudo, a medida será implementada somente em 2027, após as eleições de meio mandato.


Democratas protestam em favor de investimentos para o Obamacare (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)

Impacto no Brasil

Especialistas estudam o impacto que o atual shutdown pode acarretar a economia brasileira. O principal seria o atraso na divulgação dos indicadores econômicos, que orientam as decisões do banco central americano, como a taxa de juros.

Segundo Renato Nobile, da Buena Vista Capital, as ações atuais do presidente Donald Trump visam a desvalorização proposital do dólar. Com isso, vários bancos estão adquirindo ouro, por não enxergarem mais o dólar como uma moeda tão forte como antes.

Na última quarta-feira (1º), com o anúncio do shutdown, o preço do ouro chegou a marca de US$ 3.895,38 (cerca de R$ 20 mil) a onça (medida padrão de peso para metais).

Segundo Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora, existe a possibilidade de investidores estrangeiros encerrarem suas operações em países emergentes, como o Brasil, por conta da falta de dados para análise de riscos. Já para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, o dólar pode se fortalecer e pressionar a inflação interna por meio dos produtos importados.

Alguns investidores, porém, estão no aguardo da reunião entre Trump e Lula, que deve acontecer em breve. Para eles, o encontro tende a reduzir a pressão sobre o dólar e estimular a valorização da bolsa brasileira.

Hamas afirma que negará plano de paz de Donald Trump

Um dirigente do Hamas declarou à BBC que o movimento deve rejeitar o plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump para Gaza. Segundo ele, a proposta “serve aos interesses de Israel” e “ignora os do povo palestino”.

O representante afirmou ainda que o grupo dificilmente aceitará desarmar-se e entregar suas armas, uma das condições centrais do projeto. O grupo Hamas também se opõe contra a instalação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF) na região, classificada pelo dirigente como “uma nova forma de ocupação”. 

Liderança do Hamas dividida sobre adesão ao plano

Nesta segunda-feira (29), durante o encontro na Casa Branca, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aceitou o plano de paz proposto por Donald Trump. Por outro lado, o Hamas não se pronunciou oficialmente sobre sua decisão. O Ministério das Relações Exteriores do Catar afirmou que o grupo está analisando a proposta da Casa Branca de forma “responsável”.

De acordo com um alto funcionário palestino ouvido pela BBC, as negociações envolvem a liderança do Hamas dentro e fora de Gaza. No entanto, a figura mais influente no processo tem sido o comandante militar no território, Ez al-Din al-Haddad, que estaria inclinado a manter a resistência armada em vez de aceitar os termos apresentados. Já os dirigentes do movimento no exterior perderam espaço, sobretudo pela falta de controle sobre os reféns israelenses.


Anuncio de acordo para encerramento da guerra em Gaza (Vídeo: Reprodução/YouTube/@SBT News)

As conversas do Hamas devem se prolongar por vários dias e contam com a participação de outras facções palestinas. A Jihad Islâmica Palestina (PIJ), organização armada que participou do ataque de 7 de outubro e chegou a manter alguns reféns israelenses, rejeitou a proposta nesta terça-feira (30).

Há desconfiança que Israel retome operações

Para o grupo Hamas, o maior impasse seria a exigência em entregar seus reféns todos de uma só vez, o que significa abdicar da sua “moeda de troca“.

Apesar do apoio de Trump, há o receio que de o Israel intensifique suas operações militares assim que liberarem seus reféns. A desconfiança ganhou força após a tentativa de assassinato contra os líderes do Hamas em Doha, no início deste mês, episódio interpretado como um desafio direto aos Estados Unidos.

Um mapa de Gaza divulgado pelo governo Trump indica a criação de uma possível zona-tampão ao longo da fronteira sul com o Egito. Ainda não há detalhes sobre como essa área seria administrada, mas, caso envolva participação de Israel, tende a se transformar em mais um ponto de tensão nas negociações.