Acordo entre EUA e China avança com foco em terras raras e tarifas

Em meio a tensões comerciais persistentes entre as duas maiores economias do mundo, uma luz de entendimento parece surgir. Os Estados Unidos e a China anunciaram que chegaram a um acordo de entendimento que prevê uma pausa nas tarifas dos EUA e no controle de exportação chinês de minerais estrategicamente vitais e as chamadas terras raras.

Principais pontos do acordo

Os Estados Unidos teriam suspendido a ameaça de aplicar tarifas de até 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, conforme anunciado pelo governo americano. A medida representa um avanço significativo nas negociações entre as duas maiores economias do mundo e busca reduzir as tensões comerciais que vinham se intensificando nos últimos meses.

Em contrapartida, a China concordou em adiar por até um ano o regime de licenciamento que visava restringir a exportação de minerais de terras raras e ímãs magnéticos, insumos essenciais para indústrias de alta tecnologia e defesa. A decisão foi vista como um gesto de cooperação estratégica e uma tentativa de estabilizar o mercado global desses materiais.

Ambos os lados afirmam ter alcançado um “consenso preliminar” e agora aguardam aprovação interna antes de um encontro de alto nível entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, que deverá formalizar o entendimento.

Além disso, outros temas surgiram paralelamente ao acordo, como a retomada de compras chinesas de soja dos Estados Unidos, reajustes em tarifas portuárias e a ampliação do acesso americano a minerais chineses. Esses pontos complementares indicam que as negociações vão além das terras raras, abrangendo também setores estratégicos para o comércio bilateral.

Importância estratégica

As terras raras são elementos fundamentais para diversas tecnologias, desde veículos elétricos ao setor de defesa. A China detém mais de 90% do refino global desses materiais.


Acordo entre EUA e China (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Para os EUA, que buscam reduzir a dependência chinesa e fortalecer cadeias de suprimentos domésticas, esse acordo representa uma transição importante. Já para a China, esse movimento permite gerir as tensões comerciais de forma mais controlada, sem sofrer retaliações imediatas que pudessem afetar a economia ou sua posição estratégica.

O que muda e o que permanece incerto

Entre as mudanças positivas trazidas pelo acordo, destaca-se a redução imediata do risco de choques comerciais. Para as empresas americanas, a suspensão da ameaça de tarifas extremas a curto prazo representa um alívio significativo, já que diminui a incerteza sobre custos e facilita o planejamento de produção e exportação.

As indústrias que dependem de terras raras também se beneficiam com a perspectiva de maior estabilidade na oferta global desses insumos, essenciais para setores como tecnologia, energia e defesa. Além disso, no campo diplomático, o entendimento entre Washington e Pequim contribui para reduzir o risco de uma escalada imediata nas tensões entre as duas principais potências econômicas do planeta.

Por outro lado, persistem importantes incertezas e riscos. O acordo ainda não está concluído, pois depende da reunião entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, além da aprovação interna em ambos os países. A China, por sua vez, mantém postura cautelosa e evita divulgar detalhes do entendimento, o que indica que novos ajustes ou condições podem surgir ao longo das negociações.

Mesmo com a pausa tarifária, as diferenças estruturais nas relações comerciais entre EUA e China, como o déficit comercial, a transferência de tecnologia e as questões de segurança nacional, seguem sem solução imediata. Há também o risco de retrocesso, caso alguma das partes entenda que a outra não está cumprindo os compromissos assumidos, especialmente no sensível setor de minerais estratégicos.

Consequências para o Brasil e para o mundo

Para o Brasil e outros países exportadores, a desaceleração desse foco de tensão entre EUA e China pode significar uma redução das incertezas no comércio global. Por exemplo, se a China retomar compras de soja dos EUA, outros fornecedores como o Brasil podem perder espaço momentaneamente.

No âmbito global, uma relação comercial mais estabilizada entre EUA e China favorece cadeias de suprimento mais previsíveis, especialmente para setores de alta tecnologia.

O que observar nos próximos dias

A data e o local da reunião entre Donald Trump e Xi Jinping serão determinantes para o rumo das negociações. O encontro deve selar a assinatura formal do acordo e definir os próximos passos da cooperação comercial entre Estados Unidos e China, marcando um momento decisivo nas relações entre as duas potências.

Outro ponto que desperta atenção são os detalhes técnicos do regime de terras raras. Ainda não há clareza sobre quais minerais serão incluídos, quais tipos de licenças estarão em vigor e qual será o cronograma de liberação ou de pausa nas restrições. Essas definições serão cruciais para avaliar o real impacto do acordo sobre o mercado global desses recursos estratégicos.

Também permanece em aberto a extensão do pacto, pois ainda não se sabe se a pausa tarifária será apenas temporária ou se o entendimento poderá servir como base para uma relação comercial mais estável e duradoura entre os dois países.

Enquanto isso, o mercado já reage às expectativas. As ações de empresas ligadas aos setores de mineração, tecnologia e commodities agrícolas americanas registraram oscilações após o anúncio preliminar. Mineradoras especializadas em terras raras, por exemplo, apresentaram queda nos preços de suas ações, reflexo da percepção de que uma maior oferta futura e a redução do risco de escassez podem pressionar seus lucros.

Em reunião, Trump pergunta sobre prisão e elogia Lula

Neste domingo (26), os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva estiveram em uma reunião para discutir temas como a questão das tarifas, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Lei Magnitsky, comércio bilateral e comentaram também sobre a crise na Venezuela e a guerra da Ucrânia.

Durante o encontro, o presidente americano perguntou sobre o tempo em que Lula ficou preso até ter o processo anulado e elogiou a volta por cima, vencendo as eleições de 2022.

Trump comentou sobre Lula

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, disse que o presidente americano elogiou “o perfil da carreira política do presidente Lula”, por ter se recuperado após ser “perseguido no Brasil” e “provado sua inocência para voltar a se apresentar e conquistar seu terceiro mandato à Presidência”. Trump também comentou sobre os processos que respondeu, após a reeleição em 2024, afirmando perseguição política contra ele.

O presidente americano mostrou estar bem informado sobre a história e o perfil político de Lula, onde já havia dito na Assembleia Geral da ONU, em setembro, que havia gostado do presidente brasileiro.

Nesta segunda-feira (27), o líder americano classificou a reunião com Lula como “muito boa”, afirmando que um acordo comercial entre EUA e Brasil deve ser fechado futuramente. Aproveitou para elogiar Lula, ao chamar de “muito vigoroso” e parabenizou pelo seu aniversário de 80 anos.


A reunião entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, na Malásia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Os presidentes também falaram sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu disse para ele que o julgamento (de Bolsonaro) foi muito sério e com provas muito contundentes”, afirmou Lula, que disse também que Trmp sabe que o ex-presidente Bolsonaro “faz parte do passado da política brasileira”.

Outros pontos da reunião

Lula também comentou sobre a questão da tensão entre EUA e Venezuela e se colocou à disposição para ajudar em futuras negociações, sendo um mediador na relação entre os dois países, pela sua experiência como potência na América do Sul.

Segundo o ministro Mauro Vieira, Trump teria agradecido e concordado com a proposta de Lula, em servir como um intermediador no diálogo ente os EUA e Venezuela.

Além da interlocução com a Venezuela, os dois presidentes devem iniciar negócios comerciais e a suspensão de tarifas e também é esperado uma futura visita de Trump ao Brasil e de Lula aos EUA.

Em tom pragmático, Lula e Trump indicam avanço em negociações comerciais na Malásia

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O encontro, o primeiro formal entre os dois líderes desde o início do governo do republicano, marcou uma reaproximação cautelosa entre Brasília e Washington, após meses de tensões provocadas pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.

A conversa, que durou cerca de 50 minutos, ocorreu em clima cordial. Ambos evitaram polêmicas e adotaram um tom pragmático. Trump afirmou acreditar em um ótimo relacionamento com o Brasil e sugeriu que a redução das tarifas pode ocorrer nas circunstâncias certas. Lula, por sua vez, declarou esperar boas notícias e afirmou que não há motivos para desavenças entre os dois países.

Discussões sobre tarifaço e sanções

Segundo o chanceler Mauro Vieira, a reunião abriu caminho para negociações imediatas entre as equipes de ambos os governos. Ainda neste domingo, Vieira se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para discutir a possível suspensão ou redução das taxas em setores estratégicos.

O encontro também tratou de outros temas sensíveis, como as sanções impostas a autoridades brasileiras e a pressão americana sobre a Venezuela. Lula se ofereceu para atuar como interlocutor entre Washington e Caracas, destacando que a América do Sul é uma região de paz.


Reunião completa de Lula e Trump na Malásia (Vídeo: reprodução/Youtube/@diarioas)

Durante a conversa, Trump chegou a elogiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando sentir-se mal com o que ocorreu com ele, mas descartou qualquer relação do tema com as negociações comerciais. Lula reagiu com um sorriso e manteve o foco nas pautas econômicas.

Sinais de reaproximação

A reunião em território neutro na Ásia foi articulada após um breve contato entre os dois presidentes durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro. Desde então, as equipes técnicas de ambos os países vinham negociando uma agenda de diálogo.

O gesto é visto como um possível ponto de inflexão nas relações bilaterais, abaladas desde julho. Para o governo brasileiro, o encontro pode indicar disposição de Washington em revisar medidas consideradas mais políticas do que comerciais.

Ao final, Lula classificou a conversa como ótima e reiterou o desejo de ampliar a cooperação econômica com os Estados Unidos. Trump, por sua vez, afirmou que os dois países saberão chegar a um acordo.

Lula convida Trump para aniversário e promete “pedacinho de bolo”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (25), durante um evento público, que convidaria o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para comer um pedaço de bolo em comemoração ao seu aniversário de 80 anos. A declaração, feita em tom bem-humorado, arrancou risos do público presente. Lula completa 80 anos na próxima segunda-feira (27).

Lula provoca risadas ao convidar Trump

Em tom de brincadeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que convidaria o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para dividir um pedaço de bolo em comemoração ao seu aniversário de 80 anos. A declaração descontraída arrancou risadas do público presente.


Presidente Lula participando da abertura do Fórum Mundial de alimentação (Foto: reprodução/ Instagram/@lulaoficial)

Em tom bem-humorado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o líder americano Donald Trump, “poderia provar um pedaço de bolo”. O comentário foi feito durante conversa com jornalistas, em meio aos preparativos para um possível encontro entre os dois em uma agenda internacional paralela.

O encontro deve ocorrer durante a passagem dos líderes pela Ásia. A possibilidade ganhou destaque após Trump mencionar a reunião em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, a caminho da Malásia.

Até o momento, nem o governo brasileiro, nem a Casa Branca, haviam oficializado o encontro. A expectativa é que Lula e Trump discutam temas econômicos e diplomáticos, incluindo o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades do país, entre elas ministros do STF e integrantes do programa Mais Médicos.

Presidente espera que encontro com o Trump aconteça

Durante sua passagem por Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou o desejo de se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). O petista afirmou acreditar que o diálogo poderá abrir caminho para superar os impasses diplomáticos e econômicos entre Brasil e Estados Unidos, contribuindo para a resolução de divergências entre os dois países.

Lula afirmou estar confiante em um desfecho positivo nas negociações. Segundo ele, ainda não há condições impostas por nenhuma das partes, mas a intenção é discutir os pontos de divergência de forma aberta. O presidente reforçou que mantém o otimismo e acredita que o diálogo poderá resultar em um entendimento satisfatório para ambos os lados.

O presidente fez a declaração a jornalistas em frente ao hotel em que está hospedado, poucas horas depois de Donald Trump anunciar, durante conversa com a imprensa a bordo do Air Force One, que o encontro deve ocorrer em breve. O líder americano também sinalizou que poderia reconsiderar o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, dependendo das condições negociadas.

Donald Trump respondeu afirmativamente quando questionado sobre a possibilidade de se reunir com Lula, durante entrevista a jornalistas a bordo do avião da Força Aérea americana a caminho da Ásia. Questionado sobre a revisão das tarifas sobre produtos brasileiros, o presidente americano disse que isso poderia ocorrer “nas condições adequadas”.

O encontro, o primeiro entre os líderes desde o aumento de 50% nas tarifas imposto pelos Estados Unidos, será realizado à margem das reuniões da Asean e é encarado por ambos os governos como uma chance de estreitar novamente os laços diplomáticos. Este será o primeiro encontro formal entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump desde a posse do presidente americano e o início da crise causada pela sobretaxa de 50% aplicada pelo governo dos EUA sobre produtos brasileiros.

Espera-se que a reunião sirva como uma oportunidade para reconstruir a relação bilateral, abalada desde a imposição do aumento das tarifas. Os líderes vêm aproximando posições desde setembro. Durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Lula e Trump se encontraram e ressaltaram a boa relação pessoal entre eles.

A expectativa é que esses temas estejam na pauta do encontro. Em entrevista coletiva na Indonésia, o presidente brasileiro confirmou que pretende tratar dos assuntos livremente, sem restrições.

Flávio Bolsonaro diz ter ‘inveja’ de ataque dos EUA e sugere o mesmo no Rio

O Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), comentou em postagem do secretário de defesa dos EUA, Pete Hegseth, sobre um ataque americano no Caribe, em que segundo o secretário, estavam “envolvidos no narcotráfico no Pacífico Oriental”. Flávio se manifestou e no comentário alegou sentir “inveja”, alegando a existência de embarcações parecidas no Rio de Janeiro.

Flávio também convidou o secretário do governo de Trump à passar alguns meses no Rio, ajudando no combate ao crime organizado, na Baía de Guanabara, onde afirmou que essas embarcações estão “inundando o Brasil com drogas”.

Embarcação abatida no Caribe

Segundo o secretário de defesa Pete Hegseth, o ataque foi realizado na quarta-feira (22), sob a direção do presidente americano, Donald Trump, à uma embarcação que segundo ele era operada por uma “Organização Terrorista Designada”.

Peter Hegseth confirmou a morte de três suspeitos que estavam na embarcação, afirmando que eram envolvidos com o narcotráfico no Pacífico Oriental. Declarou, ainda, que nenhum soldado americano ficou ferido no ataque e, que os ataques acontecerão “dia após dia”. Conforme Hegseth, esses narcotraficantes trazerem “morte e destruição”.

Os Estados Unidos já haviam realizado um ataque à uma embarcação na terça-feira (14), próximo da costa da Venezuela. Segundo Trump, seis “narcoterroristas” que estavam à bordo foram mortos.


Flávio Bolsonaro comenta ter "inveja" de ataque americano (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Manifestação de Flávio Bolsonaro

Após o comentário, onde alegou ter “inveja” dos ataques americanos, repercutido pela imprensa, Flávio fez uma nova postagem onde, de forma irônica, parabenizou o trabalho da mídia, gerando muitos comentários de seus apoiadores e também de opositores.

O senador também se colocou como mais um possível candidato da direita à presidência do Brasil, nas eleições de 2026, mas a decisão pode gerar incômodos em aliados e intrigas, dividindo votos e comprometendo a ideia de união para enfrentar Lula.

O nome de Flávio surgiu após outros nomes da família Bolsonaro perderem forças. Eduardo Bolsonaro vive nos Estados Unidos e foi criticado até por parte da direita, por defender sanções econômicas no Brasil. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, surgiu como uma possível candidata à presidência, mas seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro quer que ela seja candidata ao Senado, pelo Distrito Federal.

Assim, o nome de Flávio vem ganhando força, mas lideranças de partidos de centro afirmaram que o senador não tem condição, podendo favorecer a reeleição de Lula.

Com recorde de doações, fundo patrimonial de Harvard passa dos US$ 56 bilhões

Estabelecida como a universidade mais rica dos Estados Unidos e do mundo todo, Harvard cresceu quase US$ 4 bilhões no ano fiscal de 2025 com fortes retornos de investimentos, chegando aos 56,9 bilhões de dólares. Os valores aumentaram mesmo com os cortes e congelamentos financeiros exercidos pelo governo Trump.

Durante meses, Donald Trump vem acusando a universidade de promover antissemitismo contra estudantes judeus no campus e decidiu congelar 2,2 bilhões de dólares em bolsas de pesquisas além de US$ 60 milhões em contratos com instituição.

Independente, a companhia de investimentos da universidade, a Harvard Management Co, divulgou na última quinta-feira (16) que obteve um retorno de 11,9% no ano fiscal que foi encerrado há quatro meses.

Batalha judicial contra Trump

Sediada em Cambridge, Massachusetts, Harvard vem sendo o foco central do governo Trump para alavancar o financiamento federal e forçar mudanças nas instituições de ensino dos Estados Unidos que na visão do presidente estadunidense, estão dominadas por ideologias antissemitas e de “esquerda radical”.


Presidente de Harvard responde ameaças de Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/@wsj

Além de cancelar bolsas para pesquisadores, afirmando que a universidade não fazia o suficiente para prevenir o assédio contra estudantes judeus, Trump segue tentando impedir que estudantes estrangeiros frequentem Harvard, ameaçando ainda mais cortes de verbas alegando violação da lei federal de direitos civis.

Em seu pronunciamento, a universidade garantiu ser acolhedora para os estudantes judeus e israelenses.

Diferentes investimentos

Superando a meta de longo prazo da universidade com o retorno de 11,9% no ano fiscal, o relatório anual de Harvard mostrou 8% a mais nos valores referentes ao ano anterior. Junto a isso, Harvard atingiu o recorde de doações da instituição com 600 milhões de dólares em doações irrestritas de ex-alunos e amigos.

O fundo patrimonial de Harvard alocou em grande número dois tipos de investimentos além de permanecer com 14% de alocação em ações públicas. Com a segunda maior porcentagem, a universidade tem 31% em fundos de hedge, conhecido no português como “cobertura” ou “limite”, os investimentos em hedge são parecidos com seguros, sendo um instrumento para garantir valores de ativos para compra e vendas futuras. Outros 41% em ativos da instituição são com investimentos de private equity, uma estratégia de participação em empresas privadas como compra sem ser listados na bolsa, recebendo lucro pela valorização pós-venda.

Em uma carta, o presidente-executivo da Harvard Management, N. P. Narvekar e Alan Garber, presidente da faculdade, contaram que a instituição continua se adaptando às incertezas e ameaças “às fontes de receita”, mas em nenhum momento citam Trump.

Trump diz que cessar-fogo em Gaza continua em vigor, após ataque de Israel

Ao ser questionado por repórteres, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que foi como um intermediador do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, afirmou que o acordo ainda continua de pé. “Sim, está”, disse Trump, a bordo do Air Force One, quando foi questionado e acrescentou que o caso “será tratado com firmeza”.

Israel bombardeou Gaza, deixando dezenas de mortos, além de suspender temporariamente ajuda humanitária até a “segunda ordem”. O governo de Israel afirma que o ataque foi em resposta à morte de dois soldados pelo Hamas, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O Hamas nega e afirma que Israel utiliza “pretextos frágeis” para atacar Gaza.


Momento do ataque de Israel contra o Hamas (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

Israel confirma ataque

Em comunicado nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel afirmaram o ataque, em resposta ao ataque sofrido pelo grupo terrorista, que foi classificada como “violação flagrante do acordo de cessar-fogo”. Segundo os israelenses, o bombardeio foi para “eliminar a ameaça”, além de “desmantelar estruturas militares usadas para atividades terroristas”.

Além do ataque, Israel suspendeu o envio de 600 caminhões, como eram previstos cessar-fogo até a retomada do acordo. A ONU havia afirmado que o fornecimento de alimentos, combustível e medicamentos haviam aumentado significativamente, após o acordo.

O acordo de cessar-fogo

O plano de cessar-fogo, que entrou em vigo no dia 10 de outubro, diz que o Hamas teria que libertar os 20 reféns vivos, além dos 28 corpos dos mortos israelenses, em troca da libertação de 2 mil prisioneiros palestinos e 150 palestinos mortos.

Até o momento, Israel confirmou a entrega dos 20 reféns vivos e a devolução de 12 corpos, que estão sendo identificados aos poucos. Ministério da Saúde de Gaza confirma a entrega de 30 corpos.

Mesmo com os constantes ataques, Israel afirma que irá retomar o cessar-fogo e que as ações foram pontuais. O próximo ponto é decidir o futuro do  governo de Gaza, a entrega dos armamentos do Hamas e o recuo dos militares israelenses no território palestino.

Protestos contra o presidente Trump acontecem nos Estados Unidos

Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Nova York, para protestar contra o presidente Donald Trump. O ato reuniu grupos de diferentes movimentos sociais, que marcharam pacificamente e carregaram cartazes com críticas e reivindicações. A mobilização ocorreu em resposta a decisões recentes do governo e à insatisfação com políticas consideradas controversas.

Vários protestos contra o Trump pelo país

Com o lema “No Kings” traduzido como “Não Queremos Reis”, os atos aconteceram em cerca de 2,5 mil cidades espalhadas pelos 50 estados do país. Enquanto isso, Trump permanece em Mar-A-Lago, na Flórida, sem agenda oficial.  As faixas exibidas pelos participantes, fez alusão ao nome da campanha que inspirou os protestos, promovida por uma coalizão de grupos progressistas.


População fazendo manifestações contra o governo Trump (Foto: reprodução/Instagram/@hugogloss)

Em junho, mobilizações organizadas sob o mesmo lema reuniram mais de cinco milhões de pessoas em todo o país, a maioria de forma pacífica. O título do movimento reflete uma crítica recorrente a Donald Trump, acusado por opositores de adotar uma postura autoritária, semelhante à de um monarca. “O presidente acredita que possui poder absoluto”, afirma o site oficial dos organizadores. “Mas nos Estados Unidos não existem reis, e não aceitaremos o caos, a corrupção nem a crueldade”, acrescenta o texto.

Apoiadores de Trump, por outro lado, acusaram os manifestantes de ligação com o movimento Antifa, de extrema esquerda, e classificaram os atos como demonstrações de “ódio à América”. Governadores republicanos de vários estados dos Estados Unidos colocaram unidades da Guarda Nacional em estado de alerta diante da possibilidade de episódios de violência.

As manifestações estão programadas para ocorrer em todo o país ao longo do dia, com atos previstos de costa a costa em cidades como Washington, Nova Orleans, Atlanta, São Francisco, Los Angeles e Las Vegas. Também foram organizados protestos em diversas capitais europeias, entre elas Berlim (Alemanha), Madri (Espanha) e Roma (Itália).

Em uma entrevista à uma rede de televisão, que será exibida no domingo, Donald Trump fez uma aparente referência aos atos. “Um rei! Não é teatro”, declarou o presidente. “Eles estão me chamando de rei, mas eu não sou um rei.”

Líderes republicanos levantaram a possibilidade de intervenção policial caso surgissem episódios de violência durante os protestos. No Texas, o governador Greg Abbott colocou as tropas estaduais em prontidão antes de um ato marcado para a capital, Austin, justificando a medida como resposta a uma “manifestação vinculada ao movimento Antifa”.

“Talvez seja necessário convocar a Guarda Nacional”, afirmou o senador do Kansas, Roger Marshall, antes das manifestações. “Espero que tudo seja pacífico, mas tenho minhas dúvidas.”

A decisão gerou críticas de democratas, incluindo Gene Wu, principal nome do partido no estado, que declarou: “Enviar militares armados para conter manifestações pacíficas é algo que reis e ditadores fazem e Greg Abbott acaba de provar que age como um deles.”

Na Virgínia, o governador republicano Glenn Youngkin também determinou que a Guarda Nacional estadual permanecesse em alerta. Durante a semana, o ator Robert De Niro conhecido por suas críticas a Donald Trump publicou um vídeo convocando os americanos a se unirem e “fazerem suas vozes serem ouvidas de forma pacífica”.

“Tivemos 250 anos de democracia por vezes desafiadora, às vezes confusa, mas sempre essencial”, disse o ator. “Agora, enfrentamos um aspirante a monarca que tenta nos tomar isso: o Rei Donald, o Primeiro.” Entre as celebridades esperadas nos protestos “No Kings” estão Jane Fonda, Kerry Washington, John Legend, Alan Cumming e John Leguizamo.

A primeira mobilização que aconteceu no país

A primeira grande mobilização aconteceu em um momento simbólico para o presidente e reuniu cidadãos descontentes com a forma como Donald Trump conduz o governo. Para muitos manifestantes, o republicano vem adotando uma postura cada vez mais autoritária em seu segundo mandato.

Integrantes do Partido Republicano afirmam que os democratas teriam atrasado as negociações do orçamento federal, que resultaram na paralisação da administração pública, com o objetivo de estimular os protestos em todo país contra o governo o atual.

CEO da Apple decide ampliar seu investimento em território chinês

O CEO da Apple, Tim Cook, se reuniu com o Ministro de Tecnologia chinês, Li Lecheng, na última quarta-feira (15). Na ocasião, declarou que a companhia ampliará seu investimento no país. Além disso, o ministro declarou que o governo pretende promover um ambiente de negócios favorável para empresas estrangeiras.

O principal motivo da postura de Cook seria a sobrecarga de tarifas impostas à China pelo presidente americano Donald Trump. A companhia contribui significativamente para a geração de emprego por meio de seus fornecedores e produz a maioria de seus iPhones no país.

Visita proveitosa

Tim Cook se encontrou com Li Lecheng em uma visita proveitosa e que resultará em grandes investimentos. Em um comunicado emitido pela pasta, ambas as partes “trocaram opiniões sobre o desenvolvimento dos negócios da Apple na China e o fortalecimento da cooperação na área de informação eletrônica”.

O ministro solicitou reiteradamente que a Apple trabalhe em estreita colaboração com fornecedores locais, enquanto o CEO da Apple disse que a empresa aumentará a cooperação com o país asiático. A China é o maior mercado da Apple fora dos Estados Unidos.


Li Lecheng, Ministro da Tecnologia, se reúne com o CEO da Apple, Tim Cook, em Pequim (Foto: reprodução/X/@globaltimesnews

Investimentos diversificados

Embora tenha diversificado sua cadeia de fornecimento fora da China nos últimos anos, incluindo o aumento das operações de celulares na Índia, a Apple ainda fabrica a maioria dos iPhones no país com a ajuda do Foxconn Technology Group e da Luxshare Precision Industry Co. Contudo, para diminuir sua dependência chinesa, a companhia também está ampliando investimentos em outros países asiáticos, como o Vietnã.

Mesmo com a guerra tarifária entre Estados Unidos e China, a Apple anunciou recentemente o investimento de cerca de US$ 600 bilhões no mercado americano pelos próximos quatro anos. Em agosto, Cook presenteou Trump com uma placa personalizada, fabricada nos Estados Unidos, montada em um suporte de ouro 24 quilates, em comemoração ao “Programa de Manufatura Americana” da Apple, após anunciar que a empresa investiria mais US$ 100 bilhões na fabricação nacional.

Brasil e EUA se reúnem nesta quinta-feira para negociar tarifas comerciais

O governo brasileiro e representantes dos Estados Unidos se reúnem nesta quinta-feira, em Washington, para discutirem as tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros. O encontro, considerado estratégico para o futuro das relações comerciais entre os dois países, reunirá o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o senador Marco Rubio, que atua como enviado especial do presidente Donald Trump para temas econômicos da América Latina.

A reunião é resultado de semanas de negociações diplomáticas em busca de reverter a decisão norte-americana de aplicar uma tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, como aço, alumínio, carne bovina e etanol. Segundo o governo dos Estados Unidos, a medida foi uma resposta “política” ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado.

Contexto político e diplomático

A decisão de Trump provocou forte reação em Brasília. O governo brasileiro classificou as tarifas como “injustificáveis e discriminatórias”, e vem trabalhando nos bastidores para evitar que a tensão se transforme em uma crise comercial de grandes proporções.

Em declarações recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende manter o diálogo aberto com Washington, mas deixou claro que o Brasil não aceitará “ameaças econômicas travestidas de política externa”. O líder brasileiro destacou que a relação entre os dois países deve ser pautada pelo respeito mútuo e pela cooperação, e não por medidas punitivas de caráter político.

Lula reforçou ainda a importância da parceria entre as duas maiores economias do continente. “O Brasil é um parceiro estratégico dos Estados Unidos, mas não será tratado como inimigo. Queremos respeito e cooperação, não retaliação”, declarou o presidente durante evento no Palácio do Planalto, antes da viagem da comitiva brasileira aos Estados Unidos.

Do outro lado, o presidente norte-americano Donald Trump tem adotado um tom mais duro. Em entrevistas recentes, o republicano voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que o julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal foi uma “vergonha para a democracia”. Segundo Trump, “os Estados Unidos não podem premiar governos que perseguem opositores políticos”, em referência direta às decisões do governo brasileiro e à condenação de Bolsonaro.

O que está em jogo

A tarifa de 50% imposta por Washington atinge diretamente setores estratégicos da economia brasileira, especialmente o agronegócio e a indústria de base. Dados do Itamaraty indicam que, apenas em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos movimentou US$88 bilhões, sendo que US$35 bilhões corresponderam a exportações brasileiras.


Motivo das tarifas contra o Brasil(Vídeo: reprodução/YouTube/@metrópoles)

Entre os produtos mais afetados pelas tarifas estão o aço e o alumínio, que representam um peso significativo na balança comercial e nas exportações da indústria pesada brasileira. Também sofrem impacto as carnes bovinas e de aves, que vinham registrando crescimento expressivo no mercado norte-americano, além do etanol e dos biocombustíveis, setores considerados estratégicos e que têm sido incentivados como parte dos esforços globais de transição energética.

Economistas apontam que, caso a tarifa seja mantida, o Brasil pode perder até US$7 bilhões por ano em exportações. A medida também tende a afetar pequenas e médias empresas do agronegócio, além de reduzir a competitividade de produtos brasileiros no mercado norte-americano.

Bastidores da negociação

Fontes do Itamaraty indicam que a estratégia brasileira é tentar convencer o governo Trump a substituir as tarifas por cotas de importação ou mecanismos de compensação gradual, o que permitiria uma transição menos brusca para os setores exportadores.

O chanceler Mauro Vieira pretende enfatizar o papel do Brasil como parceiro confiável na América Latina e reforçar que o país “não deve ser penalizado por questões políticas internas”.

Do lado norte-americano, Marco Rubio deve defender que as tarifas são “temporárias e revogáveis”, mas condicionadas à postura do governo brasileiro em relação ao julgamento de Bolsonaro e à política regional.

Perspectivas e próximos passos

Caso o diálogo avance, é possível que um memorando de entendimento seja firmado ainda nesta semana, prevendo um cronograma de revisão das tarifas e cooperação comercial em áreas como energia limpa, tecnologia e agricultura sustentável.

Entretanto, se as negociações fracassarem, o Brasil estuda levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e poderá adotar medidas de retaliação, como sobretaxas a produtos agrícolas e industriais dos Estados Unidos.

Especialistas em relações internacionais consideram que o encontro desta quinta-feira pode definir o tom da política comercial entre os dois países nos próximos anos.