Ataques de Israel matam 104 pessoas em Gaza durante cessar-fogo

Israel fez novos ataques em Gaza que mataram pelo menos 104 pessoas, incluindo crianças. Autoridades sanitárias descreveram os ataques desta quarta (29) como o dia mais mortal desde o início do cessar-fogo mediado por Trump. O cessar-fogo foi aprovado por Israel em 9 de outubro deste ano com várias condições que incluem desde a libertação de todos os reféns israelenses vivos, a devolução dos corpos e a retirada de algumas tropas de Israel na região. O Hamas devolveu apenas 15 dos 28 corpos de reféns mortos que estavam em Gaza.

Os ataques

Os ataques começaram após Israel acusar o Hamas de matar um soldado e encenar a descoberta de um refém morto. O governo israelense confirmou que seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ordenou que os militares realizassem ataques imediatos e poderosos na Faixa de Gaza. Os militares israelenses confirmaram que vão retomar o cessar-fogo, mas que seguirão a “responder com força a qualquer violação”.

Um oficial dos EUA confirmou à CNN que o país foi notificado da decisão de Israel de atacar Gaza. O Hamas nomeou os ataques de Israel de “bombardeio criminoso”, e afirmou que o acordo de cessar-fogo foi violado e que negou atacar soldados israelenses, reafirmando seu compromisso com a trégua.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 104 pessoas foram mortas no ataque da noite de terça, e que entre as vítimas estão pelo menos 46 crianças e 20 mulheres. O diretor do hospital Al-Shifa, Dr. Mohammed Abu Salmiya, relatou à CNN que a situação foi catastrófica. “Não há medicamentos ou suprimentos médicos para tratar os feridos e os doentes” , completou.

O exército israelense identificou o soldado morto como Yona Efraim Feldbaum, de 37 anos, do assentamento de Zayit Raanan na Cisjordânia. A Força de Defesa de Israel (IDF) informou que ele morreu em combate no sul de Gaza e integrava o Corpo de Engenharia de Combate na Divisão de Gaza.

Um oficial militar afirmou que o Hamas atacou tropas israelenses a leste da “linha amarela” que separa Gaza ocupada por Israel do resto do território, e que as tropas que estavam na área de Rafah no sul de Gaza foram atacadas por granadas lançadas por foguetes e atiradores de elite.

Donald Trump, o mediador do cessar-fogo, falou durante viagem para a Coreia do Sul que entendia o ataque afinal “eles mataram um soldado israelense”, mas sem nomear o Hamas. Ele terminou por afirmar que nada vai comprometer o cessar-fogo e repetiu que o Hamas será eliminado. Na última terça (28), o escritório de Netanyahu afirmou que o Hamas estava em clara violação do acordo de cessar-fogo de Gaza e que os restos que foram retornados por Israel não pertenciam a nenhum dos 13 reféns que ainda estão desaparecidos.

Um funcionário israelense contou à CNN que várias opções estão sendo consideradas, entre elas a expansão da “linha amarela”,  assim ocupando o território adicional ou a retomada do corredor de Netzarim, que atravessa Gaza. Também é comentado que qualquer resposta que Israel dê é coordenada com os EUA, e que o país está cogitando restringir o fluxo de ajuda humanitária, mas Washington se opõe a essa medida.

Acusação de encenação

Militares israelenses divulgaram na última terça (28), um vídeo de drone que diz mostrar membros do Hamas enterrando um corpo enrolado em um pano branco e, em seguida, encenando sua descoberta na frente da Cruz Vermelha.

O vídeo tem a duração de quase 15 minutos e mostra três homens arrastando um corpo enrolado por um pano branco por um terreno demolido e cobrindo esse corpo com terra. Logo depois, o corpo está todo coberto por terra, uma escavadeira aparece e pega a sujeira e a deixa cair em uma pilha próxima. Momentos depois, funcionários da Cruz Vermelha chegam ao local quando o pano com o corpo está sendo retirado da terra. Os militares israelenses disseram que o Hamas está tentando criar uma falsa impressão de esforço para localizar os corpos dos reféns mortos que ainda não foram devolvidos.

A Cruz Vermelha disse em um comunicado que sua equipe não sabia que uma pessoa morta tinha sido colocada ali antes de sua chegada e completou que: “é inaceitável que uma falsa recuperação tenha sido encenada, quando há tanto em jogo para o acordo ser mantido e quando tantas famílias ainda estão ansiosamente aguardando notícias de seus entes queridos”. Eles ainda completam que concordaram em atuar em Gaza como intermediário “de boa fé” e que a situação é “extremamente desafiadora”.


Cruz Vermelha em ajuda à Gaza (Foto: reprodução / Anadolu / Getty Images Embed)

Entrega dos corpos

Após Netanyahu ter afirmado que Israel realizaria novos ataques em Gaza, o Hamas anunciou que adiaria a entrega do corpo de um refém encontrado no sul de Gaza por causa das “violações” de Israel. O Hamas também alertou que qualquer escalada de Israel irá “dificultar as operações de busca e escavação e a recuperação dos corpos” dos reféns israelenses mortos. Essa operação já resgatou três reféns israelenses e o Hamas foi designado a transferir os restos mortais de um refém para Israel através da Cruz Vermelha.

A Guerra de Israel contra o Hamas começou após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, nos quais mais de 1.200 foram mortos e 251 reféns foram levados pelo Hamas para Gaza. Desde então, nestes dois anos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 68 mil palestinos foram mortos e mais de 170 mil ficaram feridos. Acredita-se que milhares de palestinos estejam enterrados sob os escombros.

Trump diz que cessar-fogo em Gaza continua em vigor, após ataque de Israel

Ao ser questionado por repórteres, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que foi como um intermediador do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, afirmou que o acordo ainda continua de pé. “Sim, está”, disse Trump, a bordo do Air Force One, quando foi questionado e acrescentou que o caso “será tratado com firmeza”.

Israel bombardeou Gaza, deixando dezenas de mortos, além de suspender temporariamente ajuda humanitária até a “segunda ordem”. O governo de Israel afirma que o ataque foi em resposta à morte de dois soldados pelo Hamas, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O Hamas nega e afirma que Israel utiliza “pretextos frágeis” para atacar Gaza.


Momento do ataque de Israel contra o Hamas (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

Israel confirma ataque

Em comunicado nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel afirmaram o ataque, em resposta ao ataque sofrido pelo grupo terrorista, que foi classificada como “violação flagrante do acordo de cessar-fogo”. Segundo os israelenses, o bombardeio foi para “eliminar a ameaça”, além de “desmantelar estruturas militares usadas para atividades terroristas”.

Além do ataque, Israel suspendeu o envio de 600 caminhões, como eram previstos cessar-fogo até a retomada do acordo. A ONU havia afirmado que o fornecimento de alimentos, combustível e medicamentos haviam aumentado significativamente, após o acordo.

O acordo de cessar-fogo

O plano de cessar-fogo, que entrou em vigo no dia 10 de outubro, diz que o Hamas teria que libertar os 20 reféns vivos, além dos 28 corpos dos mortos israelenses, em troca da libertação de 2 mil prisioneiros palestinos e 150 palestinos mortos.

Até o momento, Israel confirmou a entrega dos 20 reféns vivos e a devolução de 12 corpos, que estão sendo identificados aos poucos. Ministério da Saúde de Gaza confirma a entrega de 30 corpos.

Mesmo com os constantes ataques, Israel afirma que irá retomar o cessar-fogo e que as ações foram pontuais. O próximo ponto é decidir o futuro do  governo de Gaza, a entrega dos armamentos do Hamas e o recuo dos militares israelenses no território palestino.

Biden celebra cessar-fogo em Gaza e reforça esperança de paz duradoura

O presidente Joe Biden demonstrou, nesta segunda-feira (13), satisfação e alívio com a suspensão dos confrontos na Faixa de Gaza e a libertação dos últimos 20 reféns vivos mantidos pelo Hamas. Em comunicado oficial, o democrata afirmou estar “profundamente grato e aliviado” por testemunhar o reencontro das vítimas com suas famílias e a oportunidade de reconstrução para os civis palestinos afetados pelo conflito.

Biden ressaltou que o cessar-fogo simboliza não apenas o término de um conflito, mas também um avanço significativo rumo à estabilidade na região. O presidente lembrou que os meses de negociações envolveram esforços intensos da diplomacia americana e aliados internacionais para garantir a libertação de civis e a interrupção da violência.

O líder norte-americano também ressaltou o sofrimento humano vivido por ambos os lados, reconhecendo as perdas “imensuráveis” enfrentadas pela população de Gaza e a dor das famílias israelenses que aguardavam a volta dos reféns. “Hoje é um dia de esperança, mas também de reflexão sobre o preço da guerra”, declarou.

Elogio a Trump marca momento raro de unidade política

De maneira pouco comum na política dos EUA, Joe Biden enfatizou elogios ao ex-presidente  Donald Trump pelo papel desempenhado na mediação do acordo. “Elogio o presidente Trump e sua equipe por seu trabalho para levar o novo acordo de cessar-fogo até a linha de chegada”, afirmou Biden, reconhecendo a importância da colaboração entre administrações rivais.

A fala causou surpresa entre os analistas de Washington, que estão habituados a acompanhar os dois líderes em posições opostas no cenário público. Especialistas apontam que a postura de Biden reflete uma tentativa de demonstrar que a política externa dos Estados Unidos pode transcender divisões partidárias quando se trata de segurança global e estabilidade internacional.


Donald Trump assina acordo cessar-fogo na Faixa de Gaza (Vídeo: Reprodução/Instagram/@cnnpolitica)

Trump, por sua vez, também adotou um tom conciliador ao afirmar que “a reconstrução começa agora” e que o foco deve estar na paz duradoura. Segundo fontes diplomáticas, a cooperação entre as equipes dos dois ex-presidentes foi fundamental para destravar as últimas etapas do processo de negociação com mediadores do Egito e do Catar.

Perspectivas para o futuro do Oriente Médio

Com o cessar-fogo firmado, líderes mundiais começam a discutir os próximos passos para garantir que a trégua se mantenha e que os esforços de reconstrução avancem sem novos impasses. Biden declarou que o Oriente Médio “está em um caminho para a paz que espero que perdure” e destacou o papel dos Estados Unidos no apoio à recuperação de Gaza.

A comunidade internacional, incluindo a ONU e a União Europeia, já anunciou planos de assistência humanitária e programas de reconstrução. Especialistas alertam, porém, que o sucesso da trégua dependerá do cumprimento dos compromissos assumidos por todas as partes envolvidas e da manutenção do diálogo diplomático.

Apesar do otimismo cauteloso, o desafio de transformar o cessar-fogo em uma paz duradoura ainda é imenso. Biden concluiu seu discurso destacando que a estabilidade somente poderá ser alcançada por meio de “ações equilibradas de paz, dignidade e segurança” para israelenses e palestinos — um compromisso que ecoa como promessa e desafio para a comunidade internacional.

Líderes mundiais assinam cessar-fogo em Gaza após influência de Donald Trump

Líderes de diversos países do mundo se reuniram nesta segunda-feira (13), em Sharm El-Sheik, no Egito, para assinarem o acordo de cessar-fogo do conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Sugerido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, o encontro não contou com representantes das duas partes envolvidas na guerra.

Cúpula da paz em Gaza

O encontro ocorrido nesta segunda-feira, no Egito, teve como objetivo, colher assinaturas de líderes de diversos países ao redor do mundo pelo cessar-fogo da guerra entre Israel e Hamas. Além de Donald Trump, o documento foi assinado pelos presidentes Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, e Abdul al-Sisi, do Egito, além do emir Tamim bin Hamad Al Thani, do Catar, que atuaram mediando as tratativas.

Representantes de outras nações estiveram presentes, como o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; a Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o premier do Reino Unido, Keir Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Apesar do interesse direto na cúpula, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não participou do encontro. Embora tenha confirmado sua presença anteriormente, o líder de Israel alegou que a data da cúpula era próxima de um feriado judaico.

Antes da cúpula, tanto Netanyahu, quanto Trump discursaram no parlamento israelense. O norte-americano chegou a afirmar que “a era de terror” no Oriente Médio havia chegado ao fim, e que esta segunda-feira é um dia histórico. O líder de Israel, por sua vez, se disse comprometido com a paz.

Trump afirmou que a primeira fase do acordo está concluída.  Na segunda etapa, o republicano pretende discutir a respeito da reconstrução de Gaza.


Donald Trump mostra assinatura de documento por cessar-fogo em Gaza (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)

Reféns libertados

No mesmo dia da “cúpula da paz em Gaza”, 20 reféns israelenses que estavam presos foram libertos pelo grupo terrorista após mais de dois anos de cativeiro. A ação é parte de um acordo de paz assinado por Israel e Hamas.

O grupo terrorista ainda pediu um tempo para localizar os outros que acabaram morrendo. A Turquia chegou a anunciar uma força tarefa para encontrar as vítimas junto ao Hamas.

Israel e Hamas anunciam acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Israel e o grupo Hamas formalizaram na última quarta-feira (8) um acordo de trégua intermediado pelos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pelo presidente Donald Trump em suas redes sociais e confirmadas por mediadores envolvidos nas negociações. O presidente norte-americano declarou que a primeira etapa do plano de paz foi aceita por ambas as partes e que todos os reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 em Gaza serão libertos.

De acordo com autoridades israelenses, ainda permanecem 48 reféns sob custódia do Hamas, sendo 20 deles vivos. A proposta da Casa Branca, apresentada em setembro, estipulava um prazo de 72 horas para a liberação completa das vítimas. Um porta-voz do governo de Israel afirmou que espera iniciar a libertação dos reféns a partir de sábado (11). Em contrapartida, o Hamas solicitou mais tempo para a devolução dos corpos daqueles que faleceram durante o conflito. Israel, por sua vez, deve soltar prisioneiros palestinos e reduzir gradualmente suas tropas na Faixa de Gaza, embora a posição exata das forças militares ainda não tenha sido definida. Segundo Trump, a assinatura do tratado representa o primeiro passo em direção a uma paz duradoura.

Este é um dia histórico para o mundo árabe, muçulmano, Israel, países vizinhos e para os Estados Unidos da América“, escreveu o presidente americano em suas redes sociais, destacando a justiça como princípio do acordo.

Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, afirmou que o acordo contempla todos os mecanismos necessários para implementar a primeira fase do cessar-fogo, permitindo o fim imediato das hostilidades e a chegada de ajuda humanitária a Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou a assinatura do tratado, ressaltando a importância da libertação dos reféns e anunciando reunião com sua equipe de governo na quinta-feira (9) para validação interna do acordo.

Um dia significativo para Israel, um triunfo diplomático e moral“, declarou Netanyahu. “Agradeço aos corajosos soldados das Forças de Defesa de Israel e a todas as equipes de segurança. Graças à dedicação e ao sacrifício deles, conseguimos alcançar este momento. Com a ajuda de Deus, seguiremos avançando em direção à paz e ao cumprimento de nossos objetivos.”

O Hamas, em nota oficial, elogiou o papel de Catar, Egito e Turquia na mediação do cessar-fogo e agradeceu os esforços de Trump para encerrar o conflito. O grupo reforçou a exigência de que os países garantidores assegurem o cumprimento integral do tratado por Israel, sem atrasos na implementação dos acordos.

As concessões e sacrifícios do nosso povo não serão desperdiçados. Permaneceremos firmes em nossas promessas, defendendo os direitos nacionais até conquistar liberdade, independência e autodeterminação“, afirmou o grupo.

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando ataques do Hamas resultaram na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo dados divulgados por autoridades ligadas ao Hamas. Ao longo do embate, dois acordos de trégua anteriores foram firmados, um no final de 2023 e outro no início deste ano, ambos de curta duração, sem encerrar efetivamente os combates.

Estrutura e detalhes do plano de paz

O plano de 20 pontos divulgados pela Casa Branca em setembro prevê a Faixa de Gaza como área livre de milícias e grupos armados. A primeira fase do acordo ainda carece de detalhes oficiais, incluindo se todos os itens da proposta foram aceitos. Segundo o documento, membros do Hamas poderiam receber anistia desde que entregassem armas e se comprometessem com a convivência pacífica, sem participar do governo local.

Gaza seria administrada temporariamente por um comitê palestino técnico e neutro, supervisionado pelo “Conselho da Paz”, liderado por Trump, responsável pela gestão dos serviços públicos e pela reconstrução da região. O Hamas e demais facções ficariam impedidos de ocupar cargos no governo, direta ou indiretamente, e a administração futura seria transferida para a Autoridade Palestina, condicionada a reformas internas.


Palestinos celebram anúncio do cessar-fogo entre Israel e Hamas, marcando o início de uma trégua mediada pelos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Moiz Salhi/Anadolu/Getty Images Embed)

O plano ainda inclui pacotes econômicos e de desenvolvimento, supervisionados por especialistas internacionais que já trabalharam na construção de cidades no Oriente Médio. Em relação à segurança, Gaza passaria por desmilitarização completa, com destruição de toda infraestrutura bélica, criação de perímetro de segurança e supervisão de monitores independentes. A Força Internacional de Estabilização (ISF) seria responsável por treinar a nova polícia Palestina, enquanto as Forças de Defesa de Israel se retirariam gradualmente.

Possibilidade de Estado palestino

Embora o tratado seja vago quanto à criação imediata de um Estado palestino, a proposta norte-americana indica que isso poderia ocorrer futuramente, dependendo da reconstrução de Gaza e de reformas na Autoridade Palestina. Reconhecimentos recentes do Estado palestino por aliados dos EUA foram criticados por Trump e pelo governo israelense, que os consideram uma recompensa ao terrorismo.

A solução de dois Estados, com Israel e Palestina coexistindo pacificamente, é considerada pela comunidade internacional como a única alternativa para uma paz duradoura, embora setores do governo de Netanyahu ainda rejeitem a proposta.

Putin pede regiões de Donetsk e Lugansk a Trump como troca para cessar guerra

De acordo com a agência de notícias britânica Reuters e o jornal “The New York Times”, durante o encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump, que aconteceu no Alaska na última sexta-feira (15), o presidente russo disse estar disposto a terminar a guerra com a Ucrânia se puder ficar com territórios das cidades de Donetsk e Lugansk. A oferta feita ao Presidente dos Estados Unidos e foi a primeira ação concreta da reunião entre os dois líderes. O encontro terminou sem que houvesse propostas oficiais ou um acordo de cessar-fogo.

A oferta

Segundo reportagens, a Rússia estaria inclinada a abrir mão de regiões na Ucrânia, atualmente ocupadas por suas tropas, se o governo de Kiev estiver de acordo em ceder os distritos de Donetsk e Lugansk para o país. As duas cidades fazem parte da região de Donbass, localizada a leste da Ucrânia e fazendo fronteira com o sudoeste russo. É nesta região onde fica o mais importante movimento separatista pró-Rússia.


Reunião entre Putin e Trump (Vídeo: reprodução/youtube/@bandjornalismo)

Vladimir Putin já exigia a região de Donbass anteriormente à guerra, alegando que a área é originalmente do território russo. Diante disso, três dias antes de iniciar a guerra com a Ucrânia, em 2022, Putin assinou um decreto onde reconhece Donbass como territórios independentes.

De acordo com o presidente russo, o diálogo com Trump foi “sincero e substancial”. Ele também afirmou que respeita a postura dos Estados Unidos e que pretende encerrar o conflito de forma pacífica.

O que disse Trump

Neste sábado (16), o presidente dos Estados Unidos falou que o encontro com Putin foi “ótimo e bem-sucedido”, porém um acordo de cessar-fogo, que era o foco de Trump antes do encontro, não foi atingido. Trump afirmou que agora o foco está em um acordo de paz.

Donald Trump falou nesta manhã em sua rede social Truth Social, que esteve em ligação na noite anterior com Zelensky e vários líderes europeus, entre eles, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e segundo ele, todos estão de acordo que para a guerra entre Rússia e Ucrânia terminar é preciso que haja um acordo de paz e não apenas um cessar-fogo.

Na mesma publicação na rede social, Trump confirmou que haverá uma reunião com Zelensky na próxima segunda-feira (18), na Casa Branca, para falar sobre as próximas medidas na tentativa de cessar a guerra entre os dois países, já que a reunião com Putin terminou sem um denominador comum.

Donald Trump pretende se reunir com Putin e Zelensky na próxima semana

Donald Trump está planejando um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin o presidente ucraniano, Vlodymyr Zelensky nos próximos dias, afirma o “The New York Times”. Esta seria a primeira reunião entre os governantes desde o início do conflito entre os dois países, mas conversa entre os três líderes não confirma a oficialização de acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, em embate há mais de dois anos.

Encontro entre Putin e Witkoff

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu com o enviado especial americano, Steve Witkoff, nesta quarta-feira (6), em Moscou, Rússia. A conversa entre Putin e Witkoff teve a duração de três horas. A assessoria de Putin disse que a reunião foi “útil e contrutiva” e o enviado especial de Putin, Kirill Dmitriev, afirmou que a troca entre os países vai continuar.

Segundo Trump, o encontro foi produtivo, que “grandes avanços foram alcançados”, que a guerra precisa acabar e que trabalhará para isso nos próximos dias. Donald Trump também entrou em contato com o líder uraniano e o atualizou quanto a conversa com Putin. De acordo com Trump, Zelensky teria dito que “pressão sobre a Rússia está funcionando.


Encontro entre Putin, à esquerda, e Witkoff, à direita, nesta quarta (6) (Foto: reprodução/Gavriil Grigorov/Getty Images Embed)

Na última semana, submarinos nucleares foram enviados à Rússia a mando do presidente americano como resultado de ameaças nucleares do ex-líder russo, Dmitri Medvedev. Além disso, Donald Trump deu um ultimato a Rússia, ao determinar que a Rússia acabe com o conflito contra Ucrânia até a próxima sexta-feira (8), e caso o governo russo não cedesse, o chefe americano aplicaria uma taxação de 100% sobre produtos da Rússia e de seus aliados comerciais.

Armamento contra Rússia

Os combates entre Rússia e Ucrânia não chegaram ao fim. Segundo o governo ucraniano, dois indivíduos morreram e mais de cinco ficaram feridos após ataque em Zaporizhzhia na madrugada desta quarta-feira (6). Frente aos ataques russos cada vez mais severos, Suécia, Noruega e Dinamarca desejam comprar armas dos Eua para ajudar na defesa ucraniana.


Militares ucranianos em região perto da fronteira com a Rússia (Foto: reprodução/Roman Pilipey/Getty Images Embed)

O ministro da Defesa da Suécia afirmou que a Ucrânia não luta para proteger só o seu território, mas também os outros países. Oslo, Copenhague e Estocolmo contribuirão com mais de US$ 400 milhões em auxílio militar à Ucrânia, como armas, munições e ajuda na área de defesa aérea.

Acordo de cessar-fogo em Gaza entra na reta final com apoio de Trump e Netanyahu

Um cessar-fogo temporário entre Israel e Hamas pode ser anunciado até o próximo fim de semana. A expectativa foi revelada por fontes diplomáticas nesta terça-feira (8), após avanços nas negociações indiretas realizadas em Doha e encontros de alto nível entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê israelense Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.

Negociações avançam com mediação internacional

A possibilidade de uma trégua em Gaza ganhou força nesta semana após uma série de movimentações diplomáticas nos bastidores. As tratativas entre Hamas e Israel ocorrem por meio de mediadores do Catar, já no terceiro dia consecutivo de reuniões em Doha. Fontes envolvidas nas conversas afirmaram que os principais obstáculos foram reduzidos de quatro para apenas um. O plano prevê um cessar-fogo inicial de 60 dias, com a libertação progressiva de reféns israelenses e a devolução de corpos.


Conflito entre Hamas e Israel (Foto: Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Em troca, Israel concordaria com a liberação de presos palestinos e facilitaria a entrada de ajuda humanitária em Gaza. A principal divergência no momento envolve a logística da ajuda humanitária: Israel quer manter controle direto sobre a distribuição, enquanto o Hamas exige participação das Nações Unidas. Ainda assim, diplomatas indicam que há margem para acordo.

Trump assume protagonismo e pressiona por acordo

Durante a visita de Netanyahu a Washington, o presidente Donald Trump realizou dois encontros com o premiê israelense — um jantar informal e uma reunião no Salão Oval — com foco quase exclusivo na crise em Gaza. “Esperamos resolver isso muito em breve”, declarou Trump, segundo relatos da CNN. O assessor especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse que há chances reais de que um cessar-fogo seja anunciado até domingo, com a libertação de dez reféns vivos e nove corpos por parte do Hamas. Witkoff indicou que “resta apenas uma questão” para que o acordo seja finalizado.


Apesar do otimismo dos norte-americanos, o Catar adotou postura mais cautelosa, afirmando que as conversas ainda exigem tempo e sensibilidade para avançar de forma duradoura.

Israel aceita cessar-fogo em Gaza, segundo Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou através de seu perfil na sua rede social, a “Truth Social”, que Israel concordou com as condições para o cessar-fogo em Gaza. “Meus representantes tiveram uma longa e produtiva reunião com os israelenses hoje sobre Gaza… trabalharemos com todas as partes para pôr fim à guerra”, escreveu o presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira (01).

O cessar-fogo entre o país e o grupo Hamas deve durar 60 dias e os representantes do Qatar e do Egito também fazem a articulação das propostas. Trump finalizou a publicação com “Espero, para o bem do Oriente Médio, que o Hamas aceite este acordo, porque a situação não vai melhorar“.

Hamas

Segundo a agência de notícias Associated Press, o grupo terrorista Hamas está disposta a aceitar o acordo, mas com a condição de que o pacto colocasse um fim à guerra que já dura mais de um ano.

No entanto, ainda conforme a agência, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu quer o fim do grupo, ele disse que “não haverá Hamas” depois que o conflito acabar. A proposta dos 60 dias quer garantir que tropas de Israel sejam retiradas de Gaza e que a região receba suporte humanitário.


Pronunciamento de Trump (Foto: reprodução/Truth/@realDonaldTrump)

A guerra

Após décadas de confrontos entre Israel e Palestina, em 2023, o grupo militar Hamas invadiu o país israelense, o que causou a morte de pessoas e reféns levados pela organização terrorista. Desde então, Israel vem bombardeando a Faixa de Gaza.

Entre ataques e pessoas capturadas, em outubro de 2024, forças de Israel assassinaram Yahya Sinwar, líder do Hamas. Ele foi o responsável pelo ataque de 2023.

O motivo do conflito é a disputa da Faixa de Gaza, a região é estratégica militarmente e possui reservas de gás natural. O cenário de devastação já deixou civis e inocentes mortos e feridos – pelo menos 48 mil mortos -, além de condições mínimas de existência, como alimentação e saúde, estarem ausentes na realidade dos palestinos.

 

Rússia nega atrasar negociações de paz enquanto intensifica ofensiva na Ucrânia

O governo russo rejeitou nesta terça-feira (01) as declarações do enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, que acusou Moscou de atrasar intencionalmente as negociações para encerrar a guerra, enquanto intensifica ataques contra civis. O Kremlin reiterou que está disposto a dialogar, mas apontou que as exigências ocidentais são “inaceitáveis” e perpetuam a instabilidade.

Rússia responde às críticas de Washington

Durante visita a Kiev na segunda-feira (30), Keith Kellogg afirmou que a Rússia “não pode continuar a ganhar tempo enquanto bombardeia alvos civis“. A declaração provocou uma reação imediata do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que classificou a fala como “manipuladora e desprovida de fundamento”.


Keith Kellogg em visita a Kiev (Foto: Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Em comunicado oficial, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “a Rússia nunca se recusou a negociar. Pelo contrário, são os Estados Unidos e seus aliados que insistem em condições irrealistas e recusam qualquer proposta viável de cessar-fogo”. Peskov acusou Washington de estimular a escalada do conflito ao fornecer armamento pesado à Ucrânia.

A embaixada russa em Washington também se manifestou, dizendo que “os EUA continuam a alimentar o conflito com sanções e armas, ao mesmo tempo que acusam a Rússia de falta de compromisso com a paz“.

Ofensiva russa e impasse diplomático

Enquanto as declarações ganham repercussão internacional, o conflito segue violento no leste da Ucrânia. Relatórios da ONU indicam que, somente na última semana de junho, ao menos 112 civis morreram em bombardeios nas regiões de Donetsk e Kharkiv. A missão de monitoramento da ONU na Ucrânia expressou “grave preocupação” com o uso indiscriminado de munições em áreas densamente povoadas.

Segundo analistas do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Rússia parece apostar em ganhos territoriais mínimos enquanto mantém um discurso público de abertura ao diálogo. “É uma estratégia dupla: continuar a guerra no campo de batalha, mas simular disposição diplomática”, afirma Nataliya Bugayova, pesquisadora do ISW.

Em paralelo, líderes da União Europeia preparam nova rodada de sanções contra o setor energético russo, enquanto pressões diplomáticas sobre Moscou se intensificam nas Nações Unidas. Ainda assim, não há previsão concreta de retomada de negociações multilaterais.