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Exclusivo: Rebeca Andrade fala sobre suas lesões, inspirações e sobre as olimpíadas

A ginasta Rebeca Andrade, a primeira mulher brasileira a conquistar 2 medalhas nas olimpíadas, conversou com o Portal Lorena R7 sobre suas lesões, sobre a responsabilidade de ser tão nova e sobre as olimpíadas.

05 Set 2021 - 11h28 | Atualizado em 05 Set 2021 - 11h28
Exclusivo: Rebeca Andrade fala sobre suas lesões, inspirações e sobre as olimpíadas  Lorena Bueri

Com as medalhas conquistadas em Tokyo, Rebeca Andrade entrou para história, sendo a primeira mulher brasileira a conquistar duas medalhas em uma mesma edição de olimpíadas. O recorde entre os homens é de Isaquias Queiroz com 3 medalhas. A ginasta brasileira conquistou a prata no individual geral e o ouro no salto. Além disso, Rebeca levou o funk para o mundo, fez a música "Baile de Favela" tocar em Tokyo , mostrando um pouco da cultura brasileira para os quatro cantos do mundo.

Rebeca, de apenas 22 anos, já passou por 3 lesões bastante complicadas na carreira. Sua trajetória até chegar em Tokyo foi marcada por lesões, luta e superação. Foram três cirurgias no joelho em quatro anos, a última em meados de 2019, após romper o ligamento cruzado anterior. A classificação para a Olimpíada só foi confirmada no começo de junho deste ano, quando a paulista conquistou a medalha de ouro no individual geral do Campeonato Pan-Americano, e se mostrou preparada para a disputa olímpica.

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                                               Rebeca subiu no lugar mais alto do pódio. ( Foto: Lionel Bonaventure/AFP)

 

A medalhista olimpíca, Rebeca Andrade, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Lorena R7. Confira!

 

- Primeiramente, quero começar agradecendo pela oportunidade. Qual é a sensação de subir no lugar mais alto de pódio e ouvir o hino brasileiro?

“Foi incrível poder subir no topo do pódio e fazer o hino do Brasil tocar. Foi uma sensação única é incrível, porque eu esperei muito por aquele momento, eu lutei muito, batalhei muito, muitas pessoas envolvidas no meu trabalho de recuperação, de força, mental também, eu sentia que estava todo mundo comigo ali, que todo nosso trabalho, que tudo valeu a pena e foi incrível demais. ”

 

- Quem é sua maior inspiração na ginástica?

“Eu tenho algumas né? Eu tenho a Day, não tem como deixar de falar. Eu tenho ela como ídolo na minha vida, me espelhei muito nela para que eu continuasse na ginástica, queria muito ser como ela, ter resultados como ela teve e hoje dizer que tive, é a coisa mais incrível da minha vida, porque é um sonho de criança, que se tornou objetivo e se concretizou, não tem dinheiro que pague isso. E também tem todas as outras meninas, a Jade, a Dani, a geração das meninas que vieram antes de mim, que foram as que eu vi bastante. E tem eu (risos), eu também me inspiro muito em mim, porque eu passei por tantos momentos difíceis que muita gente teria desistido, mas eu consegui ser forte, manter minha cabeça firme em todas as vezes, sabendo que eu teria capacidade de voltar, acreditando em mim, eu acho que não tem coisa maior do que você acreditar em si mesmo e eu fiz isso. Eu me inspiro muito em mim e espero inspirar muitas pessoas também. ”

 

-  Você se tornou a primeira mulher brasileira a vencer duas provas na mesma edição dos Jogos Olímpicos. Como é carregar tamanha responsabilidade com apenas 22 anos?

“É uma responsabilidade muito grande que eu vou fazer o máximo para usar da melhor maneira possível, mas ao mesmo tempo, eu penso que foi uma coisa muito boa, era um desejo de muitas gerações e também uma esperança para as que tão vindo agora, foi uma espera muito grande de outros treinadores, coordenadores e todo mundo que se dedica tanto para esse esporte e a gente queria muito isso. Eu fico muito feliz de ter sido a pessoa que concretizou isso. A responsabilidade a gente sempre tem, independente do resultado, a gente se sente responsável por inspirar, por falar sobre o trabalho, pela evolução do esporte, mas eu consigo levar tudo numa boa, tenho profissionais incríveis trabalhando do meu lado, que estão sempre lá quando eu tenho alguma dúvida, algum problema que eu preciso resolver, então eu não carrego essa responsabilidade sozinha. “

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- Qual o motivo da escolha da música "Baile de Favela" em suas apresentações?

“ A música “Baile de favela” não foi uma escolha minha, ela foi uma surpresa do meu coreógrafo. Eu lembro que estava saindo da minha música antiga, que era da Beyonce, que eu usei para Rio 2016, no começo eu dei uma estranhada, porque eu estava saindo do Pop americano para um funk, e eu comecei a pensar “será que as pessoas vão gostar? ”. Só que foi um pensamento muito rápido, porque em seguida eu pensei assim, primeiro eu tenho que gostar e vou fazer as pessoas gostarem também, pois o funk tem uma batida muita legal e eu gosto. E casou muito bem as duas músicas, porque tem a primeira música antes de começar o funk e eu acho que a mudança quando passa pro funk, é uma coisa que encanta, que as pessoas não esperam e chama atenção. O funk é um ritmo muito legal, é nossa cultura, é um dos ritmos mais escutados no Brasil e foi muito legal levar ele pro mundo todo, eu fiquei muito feliz de fazer as pessoas sorrirem e entrar um pouquinho na casa de cada pessoa que estava me assistindo de longe. ”

 

- Com quantos anos você começou a dar os primeiros saltos na ginástica?

“ Eu comecei a dar os meus primeiros pulos na ginástica, posso dizer até mesmo antes de começar a fazer a ginástica, sempre gostei muito de subir em árvore, de correr, de brincar, de dar estrelinha, mesmo antes de saber o que era ginástica. Mas eu acho que quando eu entrei com meus 4 para 5 anos, foi onde eu comecei, nos testes as professoras pediam para gente fazer flexão, subir na corda, correr, dar um rolinho para frente, rolinho para trás, então foi bem cedo e profissionalmente mesmo, quando eu entrei para equipe, eu acho que tinha uns 6 ou 7 anos e daí já estava saltando (risos) ”

 

- Você chegou ao Flamengo com 10 anos, onde está até hoje. Qual a importância do time carioca em sua carreira?

“Na verdade, eu entrei no Flamengo com 11 anos, porque com 9 eu saí de casa, eu fui para Curitiba, passei um ano lá e quando eu completei 11 anos eu fui para o Flamengo. Foi muito importante na minha carreira, no meu crescimento, no meu desenvolvimento. Eu com meus treinadores nós nos mudamos para o Rio, pois sabíamos que o Flamengo era um ginásio muito bom, onde a gente poderia desenvolver todo meu talento, me fazer amadurecer dentro do esporte e aproveitar toda minha capacidade, todo aquele talento que eu tinha. A melhor decisão que a gente tomou foi ir para o Flamengo, que deu super certo, hoje a gente está aqui com meus resultados, com nossos resultados né, então fizemos uma escolha muito maravilhosa, muito importante, que mudou nosso futuro. “

 

 

- Mesmo tendo apenas 22 anos, você já passou por 3 cirurgias complicadas, sendo a última a alguns meses antes das olimpíadas. Em algum momento pensou em desistir? De onde tirou forças para superar esses momentos difíceis?

“ Realmente eu passei por 3 cirurgias, foi um processo bem difícil da minha carreira, porque as lesões aconteceram sempre em momentos cruciais da minha vida como atleta. A primeira eu estava me preparando para ir para o Pan-Americano e logo em seguida teria o mundial, a segunda eu já estava no mundial e a terceira foi um pouco antes de ir para o mundial onde a gente poderia classificar a equipe. É uma coisa que mexe bastante com a gente. Com certeza minha força veio da minha família, do meu treinador, das minhas amigas, do treino da ginástica e de os profissionais que acreditavam, não só na Rebeca Andrade, que é a Rebeca que todos conhecem agora, mas da Rebeca pessoa mesmo, eles sabiam da minha capacidade, mas sempre buscaram prezar pela minha saúde, pelo que eu queria, se eu decidisse parar naquele momento, eles me apoiariam, mesmo sabendo que eu poderia chegar muito longe. Saber que eu tinha todo esse suporte me deu vontade de continuar, eu não tive receio em voltar porque eu sabia que todas as pessoas estavam lá, sempre querendo o meu bem, independente da minha escolha, eu acho que essa força fez toda a diferença para que pudesse continuar na ginástica, acreditando que eu poderia chegar ainda mais longe, me esforçando cada vez mais e respeitando todo meu processo de recuperação. Tinha dias que eu sentia muita dor, virava para meu treinador Francisco e falava “Chico hoje eu não vou conseguir fazer, tá doendo muito, tá muito difícil”, e ele respeitava esse momento, não me obrigava a fazer em cima da dor, a gente não precisava disso, essa parte de respeitar meu processo, entender que eu estava em outra fase com meu corpo, depois de uma terceira cirurgia, foi muito importante para que essas coisas, esses resultados de hoje viessem. Essas forças deles foram essenciais, para que eu conseguisse superar todos os momentos difíceis e voltar a fazer a ginástica. “

 

(Foto destaque: Ricardo Bufolin/ CBG)

 

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