Dias após vazarem áudio e vídeo de sua autoria nas redes sociais, Sérgio Reis vê projeto musical acabar por conta da repercussão polêmica. Cinco dos seis cantores confirmados no álbum “romperam” com o acordo, fazendo com que Bavini, filho e produtor de música do cantor, anunciasse o fim do planejamento.
No dia 14 de agosto, circulou, na internet, um áudio polêmico do sertanejo. Na gravação, Sérgio fazia ameaças a ministros do STF, alegando que vão “tirar na marra” os políticos, convocando, também, uma greve nacional de caminhoneiros para o mês de setembro. “Se, em 30 dias, eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É isso que você quer saber? É assim que vai ser. Pronto”, dizia ele no áudio.
Sérgio Reis teve áudio e vídeo polêmicos vazados. (Reprodução/Instagram)
Além disso, mais um vídeo do cantor no qual ele afronta a corte suprema foi divulgado e tornou-se viral. No conteúdo, o sertanejo afirmou que “ninguém anda no país por 72 horas”, fazendo menção a uma possível greve dos caminhoneiros. “Nós vamos parar por 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no país, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro”. Ele inclusive, prometeu que a manifestação será histórica, ao confirmar que “nada e nunca será igual ao que vai acontecer em setembro”. “Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem ao nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ‘ai’ do caminhoneiro que furar esse bloqueio”, ameaçava Reis.
Apesar das falas, o artista de 81 anos apareceu em uma live no dia 16 de agosto se retratando do ocorrido e alegando que apenas “fizessem um estudo” acerca dos deputados: “O exército não pode fazer nada, o presidente não pode fazer nada, e nós não podemos fazer nada. Estamos fazendo a nossa parte”, dizia ele, em lágrimas.
As declarações, logo tomaram um rumo com teor polêmico, e Sérgio Reis agora é alvo de uma operação da PF (Polícia Federal), a qual cumpre mandados de busca e apreensão em endereços do cantor. A PF possui o objetivo de apurar se o também, ex-deputado cometeu o crime de incitação à violência, dano à coisa alheia e atentado contra a segurança.
O cantor sertanejo viu seu disco ser finalizado após as repercussões. (Reprodução/Instagram)
Com a repercussão, o projeto musical de seu filho, Marco Bavini, também foi comprometido. O álbum, que, segundo o produtor de Sérgio Reis, contaria com a participação de mais seis cantores. Entretanto, cinco deles anunciaram a saída da produção, ocasionando no término do planejamento de Bavini, o qual comandava o projeto há cerca de cinco anos. “Ninguém mais que eu lamenta por isso. Eu vinha gravando e construindo esse projeto há quase cinco anos de gravações. Infelizmente foi assim. O disco não existe mais”. Contou o filho em entrevista ao G1.
Ainda em conversa com o G1, Bavini, o qual também é músico, confirmou que tocava a produção e cuidava. “A produção do CD, a [escolha do] repertório e gravação foram minhas e, até então, feitas no meu estúdio. Mas, por conta do assunto ‘música’ ter ficado em segundo plano, eu interrompi tudo”, afirmou.
O disco contava com a participação de Zé Ramalho, Maria Rita, Guilherme Arantes, Guarabyra, Anastácia e Paula Fernandes. Desses, apenas a última noticiou que continuaria na produção musical –agora, finalizada. Os que saíram confirmaram que a decisão foi tomada por conta das falas antidemocráticas de Sérgio Reis.
(Foto destaque: Sérgio Reis. Reprodução/Instagram).