Nos últimos dias as regiões Centro-Oeste e Sudeste tiveram grandes variações de temperatura, com São Paulo registrando 34º na quinta-feira (24) e 18º no sábado (26). Uma mudança brusca de temperatura pode apresentar diversos riscos para a saúde humana e o meio ambiente.
Quando expostos a mudanças extremas de temperatura em curtos períodos, os sistemas biológicos podem enfrentar estresse térmico, resultando em impactos negativos e doenças relacionadas ao calor, como exaustão pelo calor, insolação e golpe de calor. Populações vulneráveis, como idosos e crianças, estão mais suscetíveis a essas condições.
Como o corpo humano reage
A exposição a altas temperaturas pode sobrecarregar o sistema de resfriamento do corpo, causando desidratação, insuficiência orgânica e distúrbios cardiovasculares. Por outro lado, a rápida queda de temperatura pode levar à contração dos vasos sanguíneos, aumento da pressão arterial e risco de acidentes cardiovasculares.
Pessoa com sintomas de doença respiratória. (Foto Reprodução/Freepik)
Variações climáticas, como temperaturas extremas e alterações nos padrões de poluição do ar, podem piorar a qualidade do ar e aumentar a exposição a poluentes atmosféricos. Isso contribui para o agravamento de doenças respiratórias, como asma, bronquite crônica e infecções respiratórias.
A mudança de temperatura pode influenciar significativamente as doenças respiratórias, afetando a saúde das vias respiratórias e agravando condições pré-existentes.
Algumas das principais doenças respiratórias que podem aparecer pela mudança de temperatura
Asma: A variação brusca de temperatura, especialmente a transição de um clima quente para um clima frio, pode desencadear crises de asma em pessoas predispostas. O ar frio pode causar constrição das vias aéreas, levando a sintomas como chiado no peito, tosse e dificuldade para respirar.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): Mudanças de temperatura podem agravar os sintomas de pessoas com DPOC, uma condição caracterizada por inflamação e obstrução das vias respiratórias. O ar frio e seco pode irritar as vias aéreas, levando a exacerbações da doença.
Infecções Respiratórias: Mudanças na temperatura e na umidade podem afetar a disseminação de vírus respiratórios, como os que causam a gripe e o resfriado comum. Ambientes frios e secos podem tornar as membranas mucosas do trato respiratório mais vulneráveis à infecção.
Rinite e Sinusite: A variação de temperatura também pode agravar sintomas de rinite alérgica e sinusite. As mudanças climáticas podem influenciar os níveis de pólen e alérgenos no ar, desencadeando reações alérgicas em indivíduos sensíveis.
Bronquite: A exposição a mudanças bruscas de temperatura pode irritar os brônquios e contribuir para a inflamação das vias aéreas, agravando os sintomas da bronquite, que incluem tosse com produção de muco.
Pneumonia: Mudanças no clima também podem influenciar a disseminação de bactérias e vírus que causam pneumonia. A exposição a temperaturas extremamente frias pode enfraquecer o sistema imunológico das vias respiratórias, tornando o corpo mais suscetível a infecções.
Poluição do Ar: A mudança de temperatura pode impactar os níveis de poluição do ar. Em algumas situações, a inversão térmica (quando o ar quente fica preso acima do ar frio) pode aumentar a concentração de poluentes, como partículas finas e dióxido de enxofre, o que pode agravar doenças respiratórias.
Para reduzir os riscos associados a doenças respiratórias causadas pela mudança de temperatura, é importante que indivíduos com condições pré-existentes sigam o tratamento médico prescrito, evitem exposição excessiva a variações bruscas de temperatura e mantenham-se atualizados sobre as condições climáticas locais.
Foto Destaque: Homem usando bombinha de inalação. Reprodução/Freepik