Atualmente o Brasil está em um cenário de aumento de casos de COVID-19. Nesta última quarta feira (8), foram registradas 301 mortes pela doença em 24 horas, o que já marca mais de 650 mil vítimas do Sars-CoV 2.
Em meio aos novos picos de contaminação, é importante entender como se proteger e proteger ao próximo. Muitas pessoas ainda não sabem quando já estão livres para voltar ao convívio social, após ter contraído o vírus, enquanto outras ainda precisam saber o momento certo de ter aquele encontro presencial novamente com alguém que já não apresenta mais os sintomas.
Sobre isso, o infectologista e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Alexandre Vargas Schwarzbold, explica: "em média, tem nove dias de duração [o vírus], mas dependendo da carga viral pode durar menos tempo no organismo de uma pessoa, de cinco a sete dias, ou mais, chegando a 14 dias. Em pacientes com alguma imunodepressão, a duração e excreção viral pode durar ainda mais, chegando a duas semanas ou até um mês."
Essa variação do tempo de duração do vírus no organismo se deve a alguns fatores como o estado de saúde prévio da pessoa, a quantidade de vírus que se contaminou e o status vacional (vacinados têm duração menor do vírus no corpo).
"Um dos principais fatores que definem o tempo de permanência do vírus no corpo é a imunidade da pessoa. E quanto maior a idade, menor a competência do sistema imune", afirma Rosana Richtmann, infectologista e diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Ela também explica que a imunidade vacinal, fatores genéticos e condições de imunossupressões também influenciam na variação do tempo do vírus no organismo. "Alguém sob tratamento de câncer, por exemplo, pode apresentar resposta imune menor e maior período de permanência do vírus no corpo."
Contudo, como ter certeza de que não está mais transmitindo o vírus e já dá pra marcar aquele rolê com os amigos?
Os especialistas afirmam que uma forma objetiva de saber a resposta é por meio do teste rápido de antígeno, pois ele detecta se o vírus ainda está em atividade e se a quantidade viral é suficiente para uma transmissão.
Teste rápido de antígeno é o mais eficaz para detectar se o vírus ainda está ativo no organismo para haver contaminação (Foto: Reprodução: SindMédico).
Muitas pessoas procuram o teste do RT-PCR, porém, ele não é indicado para constatar se uma pessoa ainda pode transmitir o vírus.
Sobre isso, a infectologista Rosana explica: "imagine que o vírus seja uma formiga na garganta. Se a pessoa fizer o teste do PCR e a formiga estiver viva, o resultado será positivo. Mesmo se após um tempo a formiga estiver morta, e sobrar uma pata da formiga na garganta, o teste do PCR ainda dará positivo."
Ou seja, o teste RT-PCR detecta qualquer estrutura do vírus, estando ativa ou não, por isso, ele é recomendado apenas para fins de diagnóstico.
A recomendação atual no Brasil é que pacientes contaminados pelo coronavírus se mantenham isolados de 5 a 10 dias, em acompanhamento dos sintomas e testes realizados.
Foto Destaque: A permanência do vírus Sars-CoV 2 depende de alguns fatores como comorbidades, status vacinal e quantidade de vírus contaminados. Reprodução: Revista Galileu