CFM pede à Anvisa a proibição do PMMA em preenchimentos

A substância é considerado de alto risco pelo Conselho Federal de Medicina e sua utilização pode causar infecções crônicas com sequelas permanentes

22 jan, 2025

Nesta terça-feira (22), o Conselho Federal de Medicina (CFM) se reuniu com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para requisitar a proibição da utilização da substância conhecida como PMMA em operações de preenchimento subcutâneo. 

Segundo o conselho, o material traz “lesões e até morte de pacientes em procedimentos invasivos”, sendo os estéticos, os principais causadores desses males.

O polimetilmetacrilato

PMMA ou polimetilmetacrilato, é uma substância de consistência gelatinosa amplamente aplicada em preenchimentos subcutâneos em pequenas áreas do corpo, mas também é encontrada em próteses dentárias, em lentes de contato e em impermeabilizações de paredes e lajes, por exemplo. 

O material é utilizado em diversos setores e varia de acordo com sua especificidade. No país, a Anvisa exige registro para sua aplicação em fins estéticos, e considera a substância algo de alto risco.

Em manifesto, O CFM destaca que se debruça apenas sobre a utilização da substância em preenchimentos e, ainda, enfatiza que a decisão foi tomada após sucessivos alertas feitos por órgãos como a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que chamam atenção para o tema há quase duas décadas, “o uso em grandes volumes e com fins estéticos vem aumentando vertiginosamente, inclusive por profissionais não médicos, causando imenso dano à população”.


CFM falando sobre os males causados pelo PMMA no X (Foto: Reprodução/ X/ @mediina_cfm)


Malefícios

Segundo o CFM, o uso da substância pode causar granulomas, edemas, processos inflamatórios, e reações alérgicas, sendo necessário substituí-la por uma tecnologia mais moderna, como o ácido hialurônico, por exemplo. No documento, o presidente da CFM afirma que as complicações da PMMA demoram para aparecer, mas são derivadas das particularidades do produto e, portanto, vêm a tona mesmo em caso de aplicação por um profissional qualificado e especializado.

Na visão de especialistas, há subnotificação e subdiagnóstico dos granulomas (inflamações crônicas) causados pela utilização do PMMA. Além disso, o procedimento cirúrgico para retirar a causa da infecção é difícil, uma vez que o produto se mescla com os tecidos do corpo e acarreta sequelas permanentes.

Foto Destaque: Pessoa manipulando ampolas (Reprodução/Loic Venance/Getty images Embed)

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