Saúde

Atenção para o botulismo, doença bacteriana grave presente em conservas de alimentos

O botulismo pode ser uma doença considerada rara, mas que pode ser fatal. Causada por uma bactéria presente nas conservas de alimentos, é preciso ter atenção.

11 Ago 2023 - 14h30 | Atualizado em 11 Ago 2023 - 14h30
Atenção para o botulismo, doença bacteriana grave presente em conservas de alimentos Lorena Bueri

O botulismo tem o potencial de desencadear complicações que abrangem desde fraqueza prolongada até distúrbios no sistema nervoso e problemas respiratórios agudos.

Se não for tratada prontamente, essa forma de intoxicação pode, em último caso, levar a um desfecho fatal, embora sejam raras as ocorrências, conforme autoridades de saúde em diversos países alertam. Contudo, quando os casos surgem, há um denominador comum: os indivíduos adoeceram após consumirem alimentos inadequadamente processados ou conservados.

Bactéria responsável e transmissão

A base do botulismo é uma toxina liberada pela bactéria Clostridium botulinum. Vale mencionar que as próprias bactérias não são prejudiciais; elas, na verdade, estão naturalmente presentes no ambiente, particularmente em locais com escassez de oxigênio. Essa condição é típica, por exemplo, em alimentos enlatados, onde os esporos (estruturas de reprodução) dessas bactérias começam a liberar a toxina.

"Isso ocorre principalmente em conservas feitas sem as devidas precauções e em alimentos indevidamente processados, enlatados ou envasados ​​em casa", detalha a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A própria denominação da bactéria deriva da palavra em latim "botulus", que significa "salsicha" - à época do descobrimento da intoxicação, eram as salsichas que frequentemente se associam a esse problema.

A OMS ressalta que essa forma de intoxicação não é transmitida de pessoa para pessoa, embora seja possível a transmissão através do contato com feridas ou inalação. Entretanto, a toxina botulínica é transmitida principalmente por meio do consumo de alimentos mal processados ou com baixa acidez. A lista de produtos suscetíveis inclui:

  • Vegetais enlatados com baixa acidez: feijão-verde, espinafre, cogumelos e beterraba.
  • Carnes cruas ou peixes preservados por defumação, ou salga inadequadas.
  • Suplementos alimentares e vitaminas.

Sintomas

A organização sem fins lucrativos Mayo Clinic aponta que os primeiros sinais evidentes de intoxicação incluem fraqueza muscular, pálpebras caídas, voz fraca, tontura, boca seca e visão turva.

As toxinas botulínicas são neurotóxicas, ou seja, afetam o sistema nervoso, resultando em paralisia e enfraquecimento que podem culminar em insuficiência respiratória. Por conseguinte, um caso não tratado pode evoluir para um estado de saúde ainda mais grave.

Normalmente, os sintomas emergem entre 12 e 36 horas após a ingestão de produtos deteriorados. O período mínimo é de quatro horas, e o máximo, de oito dias, segundo a Agência Espanhola de Defesa do Consumidor, Segurança Alimentar e Nutricional.

Medidas de prevenção

Dado que a intoxicação pode ser oriunda de alimentos enlatados, a vácuo ou de baixa acidez, a embalagem do produto é geralmente o primeiro indício de que algo está errado. Em especial, as latas amassadas ou mal seladas são os principais focos de preocupação. Além disso, recomenda-se evitar salsichas e outros embutidos caseiros ou de origem duvidosa.


Dicas para a prevenção do botulismo. (Foto: reprodução/Camaragibe Agora/Facebook)


Tratamento

"Se você for diagnosticado com botulismo alimentar ou com os primeiros sintomas, a administração de antitoxina reduz o risco de complicações, embora não possa reverter os danos já causados", explica a clínica Mayo.

O uso de antibióticos é recomendado apenas quando a toxina penetra na corrente sanguínea por meio de uma ferida. Quando o caso está avançado e o diagnóstico é tardio, o paciente frequentemente precisa ser colocado em um respirador mecânico, já que a toxina se espalha pelo corpo.

 

Foto Destaque: potes de alimentos em conserva. Reprodução/Tudo Gostoso.

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