Marcelo Freitas vota pelo arquivamento da cassação de Eduardo Bolsonaro
Aliado da família Bolsonaro, deputado mineiro defende que atuação de Eduardo nos EUA não configura quebra de decoro nem afronta à soberania nacional

O deputado Marcelo Freitas (União – MG) votou nesta quarta (8) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pelo arquivamento do processo que pede a cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL – SP) por atuar contra o país e na defesa das sanções dos EUA contra o Brasil com o objetivo de desestabilizar as instituições republicanas.
O Voto de Freitas
Marcelo Freitas foi escolhido pelo presidente do colegiado e é um aliado antigo da família Bolsonaro e já se referiu a Eduardo como amigo. Ele defende que parlamentares, especialmente os da oposição, costumam recorrer a órgãos internacionais para expressar críticas ao governo, e que isso não necessariamente configura uma quebra de decoro.
Ele ainda pontuou que não houve afronta à soberania nacional e que não é possível responsabilizar Eduardo sobre as sanções adotadas por outro país. Após a leitura do parecer, o deputado Chico Alencar (PSOL – RJ) pediu vista do processo. A votação do relatório deverá ser na próxima semana e se o parecer de Freitas for rejeitado um novo relator será escolhido e caso seja aprovado, ainda caberá recursos.
Eduardo Bolsonaro na Casa Branca (Foto: Reprodução/ Mandel Ngan/ Getty Images Embed)
A possível cassação de Eduardo
O filho de Bolsonaro, foi eleito por São Paulo e mora nos EUA desde o início do ano e tem se reunido com as lideranças americanas e é apontado como um dos incentivadores das sanções econômicas que o governo americano colocou contra autoridades e produtos brasileiros.
A Procuradoria Geral da República (PGR) foi a responsável pela denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de coação e pela tentativa de pressionar as autoridades brasileiras e influenciar os rumos dos processos contra o pai. Eduardo é alvo de 3 pedidos de cassação que já foram encaminhadas ao Conselho de Ética e o esperado é que essas representações caminhem juntas.
Uma outra representação que está para começar a ser discutida em 2026 é sobre o excesso de faltas. Eduardo Bolsonaro tem acumulado faltas sem justificativas e assim podendo ser cassado por excesso de ausências. Apesar da manobra de seus aliados para abonar as faltas baseado no entendimento que parlamentares em cargo de liderança podem ter faltas abonadas. Tática frustrada porque o presidente da Câmara rejeitou essa representação.