Réus no caso de tentativa de golpe acompanham depoimentos de testemunhas

Ex-presidente Bolsonaro e ex-ministros acompanham depoimentos no STF sobre plano golpista em julgamento que investiga crimes contra a democracia brasileira

19 maio, 2025

Nesta quarta (15), o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e os ex-chefes Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira entraram virtualmente na audição de cinco réus citados pela Procuradoria, no caso que espia o plano de golpe de Estado depois das eleições de 2022.

No trâmite legal que o STF iniciou em março, essa conversa age como um dos atos cruciais, após aprovar as denúncias contra os réus. Juristas do escritório do ministro Alexandre de Moraes, o líder do caso, devem escutar os relatos, junto com pessoas da Procuradoria e dos defensores dos réus.

Cinco testemunhas prestam depoimentos cruciais

Estão nomes ligados diretamente às investigações, como:

  • Éder Lindsay Magalhães Balbino, empresário suspeito de ter elaborado um falso dossiê sobre suposta fraude nas urnas eletrônicas
  • Clebson Ferreira de Paula Vieira, especialista em análise de informações estratégicas no Ministério da Justiça, dedica-se a coletar dados sobre municípios com alta concentração de votos para Lula ou Bolsonaro no primeiro turno de 2022.

  • Adiel Pereira Alcântara, ex-integrante da Polícia Rodoviária Federal, apontado por participar de ações para dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno.

  • Carlos de Almeida Baptista Júnior, que antes liderava a Aeronáutica, e Marco Antônio Freire Gomes, antigo comandante do Exército, ambos citados como alvos de pressão para apoiar a tentativa de ruptura institucional.

  • Braga Netto, atualmente em prisão preventiva, assistiu à sessão direto da Vila Militar, no Rio de Janeiro, ao lado de seus advogados.


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Supremo Tribunal Federal (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)


Réus respondem por diversos crimes graves

O processo criminal abrange uma série de acusações graves. O antigo chefe de Estado e os outros acusados estão sob investigação por supostamente tentarem derrubar o governo democraticamente eleito, extinguir o regime democrático à força, criarem uma organização criminosa armada, causarem estragos graves ao patrimônio público e danificarem um bem histórico protegido.

A expectativa é de que as oitivas avancem nas próximas semanas, aprofundando as apurações sobre o planejamento e a eventual participação das altas esferas do governo anterior em ações que teriam o objetivo de impedir a posse do eleito Lula.

Foto destaque: Jair Bolsonaro (Reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

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