Gêmeos siameses pigópagos ganham novo lar após separação em Porto Alegre

Os gêmeos Jairo e Gabriel, unidos pela base da coluna vertebral, foram submetidos a uma cirurgia de separação em 29 de junho de 2023. A operação, que envolveu mais de 70 profissionais de saúde, foi realizada no Hospital da Criança Conceição, localizado em Porto Alegre, e teve duração de 19 horas. Os dois foram adotados antes mesmo da separação e já estão em casa após recuperação.

Várias equipes médicas participaram da separação dos gêmeos

Após a renúncia dos pais biológicos um mês depois do nascimento, o Conselho Nacional de Justiça intermediou o processo de adoção dos gêmeos.


Jairo e Gabriel foram separados por cirurgia em junho no Hospital da Criança Conceição, em Porto Alegre (Foto: reprodução/Grupo Hospitalar Conceição)


Estela Maris Baumgarten e Patrícia da Costa Maldonado tornaram-se as mães adotivas antes mesmo da realização da cirurgia de separação.

Dezembro de 2022

  • Jairo e Gabriel nascem unidos pela base da coluna.

Janeiro de 2023

  • Os pais biológicos abrem mão da guarda dos gêmeos.

Fevereiro – Maio de 2023

  • Os gêmeos são cuidados pela equipe do hospital em Porto Alegre, recebendo atenção constante;
  • Os médicos pesquisam casos semelhantes e preparam-se para a cirurgia de separação.

Junho de 2023

  • Preparação intensiva, com a realização de simulações cirúrgicas com bonecos;
  • Cirurgia de Separação (29 de junho): os gêmeos passam por uma complexa cirurgia envolvendo diversas equipes médicas.

Julho de 2023

  • Estela e Patrícia oficializam a adoção e os gêmeos passam a se chamar Jairo e Gabriel.
  • Jairo recebe alta após algumas semanas de recuperação.

Setembro de 2023

  • Gabriel se recupera de uma infecção e outros problemas de saúde e recebe alta do hospital.

Casos de siameses pigópagos são raridade

Além do caso de Jairo e Gabriel, outro nascimento de gêmeos pigópagos foi registrado em Campo Largo, Paraná, em 27 de setembro, no Hospital do Rocio. Nascimentos de gêmeos siameses são raros, sendo estimados em um a cada 100 mil.


Outro nascimento de siameses pigópagos foi registrado no Paraná em setembro (Foto: reprodução/Boa Noite Paraná)


70% desses casos são gêmeos xifópagos, quando eles são unidos pelo osso do tórax. Então eles [gêmeos pigópagos] são a raridade na raridade”, afirmou a médica Marina Nunes Machado, responsável pelo parto no Hospital do Rocio, em entrevista a uma afiliada da Rede Globo.

O termo “siameses pigópagos” refere-se a gêmeos unidos pela região sacrococcígea, que representam entre 6% e 19% dos casos de siameses, segundo estudos.

Outras categorias de casos de siameses incluem: cefalópagos (unidos pela cabeça), toracópagos (conectados frontalmente pelo tórax), onfalópagos (fusão na região umbilical), isquiópagos (união envolve abdômen inferior e pelve), parápagos (unidos lateralmente), craniópagos (ligados pelo crânio) e rachipagus (conexão ao longo da coluna dorsal).

 

Foto destaque: Patrícia e Estela levam os gêmeos para casa após alta de Gabriel (Reprodução/G1)

Uso de IA poderá evitar novas epidemias de gripe

Cientistas desenvolvem nova arma para ajudar a definir antecipadamente quais vacinas a Organização Mundial da Saúde (OMS) poderá usar para combater a gripe daqui por diante, uma inteligência artificial que examina e diz quais linhagens do vírus poderão circular em maior número a cada ano.

Inovação

A partir de pesquisas realizadas em um banco de dados com amostras de vírus já existentes no mundo desde 1980, os cientistas já são capazes de antecipar quais variantes irão continuar evoluindo.


Cientista e vírus Influenza (Foto: reprodução/El Comercio)


Estudo

A iraniana Maryam Hayati, cientista de computação da Universidade Simon Fraser, de Vancouver (Canadá), explicou para a revista Science Advances, na edição desta semana, como foi possível obter sucesso em teste realizado por sua equipe.

Através da análise dos dados coletados até 2020,  Hayati e sua equipe foram capazes de “prever” as características genéticas de uma cepa que circulou no ano de 2021. Com a ajuda de um algoritmo que estuda a “/árvore de família”/ do patógeno, os cientistas puderam reproduzir qual foi a decisão da OMS quanto ao uso de determinada vacina naquele ano.

Os dados utilizados na pesquisa foram de amostras de vírus obtidas no hemisfério norte, desta forma, os pesquisadores acreditam que, é provável que por enquanto, o algoritmo possa estar limitado a análise de epidemias de gripe boreais. Segundo eles, ainda há pouco material para o trabalho da IA referente ao hemisfério Sul, o que limita a produção de métodos como o utilizado para o trabalho com o Influenza neste hemisfério.

Ainda, segundo A Hayati, o padrão de circulação do vírus da gripe sofreu mudanças após a epidemia do Corona-Vírus, o que tornou mais complicada a prevenção, e essa ocorrência pode ter afetado, de alguma forma, o total sucesso das pesquisas – o que leva a necessidade de ainda mais estudos.

Futuro próximo

Ainda em fase inicial, o estudo da utilização da IA poderá ser uma ferramenta para auxiliar no processo de tomada de decisões rápidas em casos de possíveis epidemias, segundo os pesquisadores do projeto.

 

Foto Destaque: Vírus da Gripe (Reprodução/Journal Med)

Cientistas mostram em pesquisa que poluição atmosférica eleva o risco de Parkinson

Cientistas do Barrow Neurological Institute publicaram um artigo no mês de outubro na revista científica Neurology, um estudo concluindo a relação entre a maior poluição atmosférica com a incidência da doença de Parkinson na população, comparando com aquelas pessoas que não são tão expostas. A pesquisa revelou que a população exposta a níveis altos de poluição do ar tem cerca de 56% de chances de ter a doença.

A análise foi feita nos Estados Unidos para comprovar a relação entre os níveis altos de poluição atmosférica com as regiões onde há incidências maiores da doença de Parkinson, pois estudos anteriores demonstravam que pequenas partículas de poeira causavam inflamações no cérebro e isso ajudaria a doença se desenvolver.

Variações entre regiões

A pesquisa concluiu que componentes tóxicos no ar também são fatores determinantes para o aumento das chances de desenvolvimento da doença e que isso variou em regiões dos Estados Unidos.

Algumas cidades que apresentam níveis bastante elevados de poluição e que tem parques industriais que ajudam a aumentar essas condições, como o vale do rio Mississippi-Ohio, que foi considerada a cidade-chave para a doença, assim como partes do Texas, Kansas e a ponta da Flórida.

As regiões que residem na parte central dos Estados Unidos têm menos risco de desenvolver o Parkinson, revelou a pesquisa dos cientistas. A situação da poluição nesses locais é melhor do que no restante do país.


Cientistas concluiram que os níveis de poluição influenciam no desenvolvimento do Parkinson (Foto: reprodução/Freepik/Freepik)


Refinamento da pesquisa

Os pesquisadores utilizaram dados do Medicare, sistema de saúde do governo destinado a pessoas com mais de 65 anos, que identificou 90 mil pessoas com o Parkinson. Esses doentes foram divididos por bairro, que permitiu que os cientistas conseguissem calcular os valores da incidência da doença em cada região, assim como dados médios anuais da poluição do ar nessas regiões estudadas.

O trabalho foi concluído após acertarem dados importantes, como idade, sexo, fatores de risco, histórico de fumantes e fatores de risco. Após essas identificações, foi constatado a ligação entre a exposição durante a vida da pessoa à poluição e o desenvolvimento posterior da doença de Parkinson.

 

Foto Destaque: estudo comprovou que partículas finas junto com substâncias tóxicas no ar ajudam a desenvolver a doença de Parkinson (Reprodução/Freepik/Freepik)

Baixada Santista apresenta aumento expressivo nos casos de Covid-19

Oito cidades da Baixada Santista apresentaram crescimento expressivo nos casos da Covid-19, e tem profissionais da saúde em alerta para uma nova onda da doença. Entre agosto e setembro desse ano, oito cidades do litoral contabilizaram 428 testes positivos. Em outubro, o registro foi de 2.123 novos infectados pelo vírus.

O aumento se deu por conta da subvariante XBB.1.5 da ômicron. Ela é responsável por um contágio mais rápido, mas apresenta sintomas mais brandos. Entretando, ainda assim o diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Leonardo Weissmann, disse em entrevista ao G1 ter “observado aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à Covid-19 em praticamente todo o país, inclusive com aumento de internações”.

Itanhaém dispara nos casos de Covid

De acordo com informações repassadas pelos municípios, o crescimento desses números tem gerado preocupações. Das oito cidades listadas, Itanhaém lidera com 740 casos confirmados em outubro. Em agosto o município não teve nenhum registro, e em setembro teve 52 novos positivos. Esse aumento expressivo fez a prefeitura suspender as aulas em três unidades de ensino, para tentar conter a contaminação entre os alunos.


Pátio vazio de escola municipal de Itanhaém, após suspensão de aulas (Foto: reprodução/Prefeitura de Itanhaém)


Número de casos na região

Santos aparece na sequência, registrando 463 testes positivos, contra 54 no mês de agosto e 127 em setembro. A cidade de Peruíbe confirmou 388 infectados pela Covid-19 no último mês. Em agosto, duas pessoas testaram positivo, e em setembro, 42.

São Vicente registrou 278 novos casos em outubro. Em setembro foram 56, e em agosto foram 13.  Já em Bertioga, tiveram 140 positivados em outubro, 26 em setembro e nenhum em agosto.

Cubatão apresentou 88 infectados em outubro, oito em setembro e 18 em agosto. Em Mongaguá, o município registrou 72 casos, contra 14 em setembro e oito em agosto.

De todas as cidades listadas, Guarujá foi a única que não apresentou aumento expressivo nos casos, contabilizando quatro confirmados em outubro, cinco em setembro e três em agosto.

Praia Grande não contabiliza os casos desde que o fim da pandemia foi decretado, mas acompanha o aumento de casos na região e se mantém em alerta.

Todos os municípios orientam que a população utilize máscara de proteção ao apresentar sintomas gripais, além de procurar atendimento médico para realizar a testagem para Covid-19. Caso o paciente seja detectado com a doença, a orientação é de afastamento de todas as atividades até o desaparecimento dos sintomas.

 

Foto Destaque: mulher mostra teste para Covid-19 (Reprodução/Freepik)

Ministério da Saúde pode incluir exame de tomografia de pulmão no calendário do SUS

O Ministério da Saúde está estudando uma possível inclusão do exame periódico de tomografia de pulmão no calendário do SUS. De acordo com o Inca, é o tipo de câncer mais letal entre os homens e o segundo entre as mulheres. O cigarro é o principal agravante da doença.

O câncer mais letal entre homens

Regina Coelho, aposentada de 68 anos, descobriu um nódulo no pulmão no ano passado. Ela conta que fumou por mais de quarenta anos, e que ficou assustada com a notícia, já que não esperava. 

O Instituto Nacional do Câncer, o Inca, estima que em 2023 houve quase 32 mil novos casos de câncer respiratórios, entre eles o de traqueia, brônquios e pulmão. No país, mais de 12% da população brasileira é fumante, de acordo com estudos da TV Brasil deste ano. 


Cigarro é o principal agravante de doenças pulmonares. (Foto: reprodução/Peter Franz/Pixabay)


Visando melhorar esse cenário, especialistas e sociedades de saúde torácica, pneumologia e de radiologia querem indicar um exame periódico para rastreamento do câncer de pulmão. A medida já está em vigor para outros tipos, como o de mama e o de próstata.

O exame poderá ser feito uma vez por ano, e vale para pessoas entre 50 a 80 anos, fumantes ou quem já parou de fumar há pelo menos 15 anos. Como todo câncer, o diagnóstico precoce é extremamente importante. No caso desse tipo de câncer, pode reduzir a letalidade em até 20% dos pacientes. 

O Ministério da Saúde também advertiu sobre a importância da detecção e o alerta para os principais sintomas: tosse, dispneia (respiração difícil ou ofegante), fadiga e emagrecimento.

Exames médicos periódicos

O exame é feito por meio de uma tomografia de tórax de baixa dosagem feita em pacientes, que assim é possível encontrar lesões ou suspeitas de câncer de pulmão. Daniel Bonomi, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, explica mais sobre o procedimento: “Esse é o grande objetivo. A gente tenta diminuir ao máximo possível a radiação para que a gente não tenha problemas relacionados à radiação no futuro”, explica ele. 

Segundo o Portal do Servidor, os exames periódicos podem ser semestrais, anuais ou bienais. Semestrais para quem opera com raios-X ou pacientes de doenças crônicas; já as anuais, para pessoas a partir dos 45 anos de idade ou com fatores de risco de agravamento de doenças.

 

Foto destaque: pulmão saúdavel. (Reprodução/Robina Weermeijer/Unsplash)

Vacinação anual contra a Covid-19 será implementada em 2024

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (31), a incorporação da vacinação anual contra a Covid-19 a partir de 2024, ampliando seu alcance para crianças com idades entre 6 meses e 5 anos, bem como para grupos considerados de alto risco. Essa iniciativa visa alinhar-se às diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e abordar a persistente ameaça da Covid-19 no Brasil.

Vacinação periódica 

Conforme declarado durante uma coletiva de imprensa realizada pelo Ministério da Saúde, a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, enfatizou que a vacina contra a Covid-19 será remodelada anualmente, seguindo um modelo já previsto para a vacina contra a Influenza. Esse novo acréscimo ao calendário nacional de vacinação tem como alvo crianças, idosos, gestantes, profissionais de saúde, pessoas com deficiência permanente e outros grupos vulneráveis.

Ethel Maciel ressaltou a necessidade de vigilância contínua, observando que o Brasil ainda enfrenta uma média diária de 42 óbitos devido à Covid-19, justificando a inclusão da Covid-19 como preocupação permanente para o Ministério da Saúde.

Grupos prioritários na campanha de vacinação anual

Idosos;

Indivíduos imunocomprometidos;

Gestantes e puérperas;

Profissionais de saúde;

Pessoas com comorbidades;

Populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas;

Residentes de instituições de longa permanência e seus trabalhadores;

Pessoas com deficiência permanente;

Pessoas privadas de liberdade com mais de 18 anos, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema penitenciário e pessoas em situação de rua.


Vacinação contra Covid-19 (Foto: reprodução/Tânia Rego/Agência Brasil)


Campanha de conscientização e disponibilidade da vacinação

Para conscientizar a população sobre a importância da imunização, o Ministério da Saúde lançará uma nova campanha publicitária no início de novembro. Atualmente, a vacinação contra a Covid-19 está disponível gratuitamente para todos os cidadãos com mais de 6 meses de idade por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme as orientações do Ministério, aqueles com 18 anos ou mais, que já completaram pelo menos duas doses da vacina, deverão receber uma dose de reforço do imunizante. Além disso, aqueles que ainda não finalizaram o esquema vacinal ou têm doses de reforço pendentes podem atualizar seus registros de vacinação nas unidades de saúde.

Foto destaque: Vacinação contra Covid-19 será anual (Reprodução/Fabio Nunes Teixeira/Prefeitura Municipal de Guarulhos)

Como fica a saúde mental das crianças que estão no meio do conflito entre em Israel e o Hamas

O Fantástico apresentou neste domingo (29) uma reportagem feita com especialistas na área de saúde mental para entender como fica o psicológico de crianças e adolescentes que se encontram na região do conflito entre Israel e o grupo terrorista, Hamas. A conclusão é de que o abalo psicológico já causa danos também a saúde física dos “pequenos”.

O que dizem os especialistas

Segundo o psicólogo uruguaio, residente em Israel há mais de 40 anos, Leo Wolmer, a grande maioria dos menores, desde os mais pequenos, que estão sendo atendidos nos hospitais da região, já apresentam sintomas de ansiedade: distúrbios do sono, medo da hora de dormir, assim como constante estado de alerta, sabendo até diferenciar o som de alarmes e sirenes.

Os efeitos dos traumas já causados pelos 22 dias de conflito irão perpetuar por muito tempo ainda a existência dessas crianças, assim como comprometer várias áreas de desenvolvimento, não só psicológicos, como emocionais e físicos. Conforme esclarece Ionara Rabelo, psicóloga dos Médicos Sem Fronteiras, tais fatos vividos podem comprometer desde a capacidade de aprender, como o desenvolvimento de habilidades simples como a fala. Além de “prepará-las” para o revide em qualquer situação de conflito.

Yasser Abujamei, chefe do maior centro de saúde mental na Faixa de Gaza, contou que há uma necessidade constante de se afirmar para os pequeninos que tudo vai ficar bem, que ele vão “sobreviver”, e salientou que esse período de sofrimento, os traumas por ele causados, irão acompanhar a todos por toda vida. 

E Rabelo ainda coloca que, do futuro dessas crianças também depende a saúde mental dos adultos com quem convivem, abalados com a mesma intensidade.


Crianças na Faixa de Gaza. (Foto: reprodução/Liberacittadinanza)


Efeitos da Guerra

Um cérebro em formação é suscetível a toda e qualquer experiência vivida, que afeta de forma duradoura todo o desenvolvimento psíquico da criança, assim como o cognitivo e o emocional. A vivência da violência extrema, presente na guerra, é capaz de alterar a química do cérebro, assim como o funcionamento de diversas áreas, como as relacionadas à memória e ao raciocínio lógico, levando ao atraso do desenvolvimento.  Entre os efeitos de convivência interpessoal estão problemas relacionados a fala: algumas crianças têm dificuldade em desenvolver esta habilidade, e outras, simplesmente a anulam, deixam de se comunicar verbalmente. Muitas vezes também passam a apresentar comportamento agressivo e antissocial, uso de abusivo de álcool e drogas ilícitas, como comportamento suicida.

Assim como o físico da criança também responde aos traumas vividos, não é difícil encontrar reclamações de dores no corpo, febre e incontinência urinária.

Como lidar com a situação 

Segundo Helen Mavichian, psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento, em um artigo para a Revista Exame, os adultos precisam estar preparados para atender a estes pequenos e poder lhes fornecer algum conforto e, pelo menos, sensação de segurança.

Mavichian afirma que a verdade tem que ser constante, as crianças precisam saber exatamente tudo que acontece, assim como é preciso tentar esclarecer todas as dúvidas, os questionamentos que apresentarem. Que é preciso que se sintam seguras para expor seus sentimentos e emoções, e serem acolhidas em suas angústias. 

A psicoterapeuta também alerta que aqueles que apenas testemunham os fatos pelas mídias também devem ter suporte, ser esclarecidos quanto a suas questões, e ter suas reações observadas, para que se possa atender, de forma satisfatória para a criança, o comportamento e as fragilidades que por ventura venham a apresentar.

Assim como se pode usar da situação para trabalhar, através do diálogo, com os pequenos questões que envolvam o respeito às diferenças, tolerância e empatia.

 

Foto Destaque: Uma menina observa do lado de fora de uma casa danificada, no sul da Faixa de Gaza, em 9 de maio de 2023.  (Reprodução/REUTERS/IBRAHEEM ABU MUSTAFA)

Dengue: uma doença endêmica que exige prevenção e cuidado

A dengue é a arbovirose que mais prevalece no Brasil e é causada por um vírus transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que também pode transmitir outras doenças como febre amarela, Chikungunya e zika. A dengue é endêmica no Brasil, ou seja, ocorre de forma frequente e contínua em várias regiões do país.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAN), nas Américas, 500 milhões de pessoas podem contrair dengue. Já segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 390 milhões de casos de dengue acontecem anualmente no mundo, sendo que 96 milhões se manifestam clinicamente. No Brasil, desde os anos 1980, são registradas epidemias frequentes da doença, que podem causar óbitos em alguns casos.

O Ministério da Saúde (MS) explica que “todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.”

Sintomas

Podendo se manifestar de formas mais brandas ou graves, depende do tipo de vírus que causou a infecção, de contaminações prévias e de fatores individuais, como doenças crônicas. Os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor nas costas e manchas vermelhas pelo corpo.


 Infográfico da Fiocruz e Ministério da Saúde explica os principais sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (Foto: reprodução/Fiocruz/Ministério da Saúde/Agência Nacional de Saúde Suplementar)


Em alguns casos, a dengue pode evoluir para uma forma hemorrágica, que é mais grave e pode provocar sangramentos em diferentes órgãos, insuficiência circulatória e choque. Essa forma da doença exige atendimento médico imediato e pode levar à morte.

Mas a população também precisa ficar atenta a sinais mais urgentes, como os destacados pelo Ministério da Saúde:

– Dor abdominal intensa e contínua;
– Vômitos persistentes;
– Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
– Hipotensão postural e/ou lipotímia;
– Letargia e/ou irritabilidade;
– Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
– Sangramento de mucosa;
– Aumento progressivo do hematócrito.

O diagnóstico da dengue é feito por meio de exames laboratoriais, que podem detectar a presença do vírus ou dos anticorpos produzidos pelo organismo. O tratamento consiste em hidratação constante e alívio dos sintomas com medicamentos indicados pelo médico. Não há um tratamento específico para eliminar o vírus da dengue.

Prevenção e vacinas

A melhor forma de prevenir a dengue é combater a proliferação do mosquito transmissor, eliminando os possíveis criadouros. O Aedes aegypti se reproduz em locais com água parada e limpa, como vasos de plantas, pneus velhos, latas e garrafas vazias, calhas, caixas d’água e piscinas abandonadas.

O MS, em casos leves do quadro, recomenda:

– Repouso relativo, enquanto durar a febre;
– Estímulo à ingestão de líquidos;
– Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
– Não administração de ácido acetilsalicílico;
– Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.

Além disso, existem duas vacinas contra a dengue disponíveis no Brasil: a Dengvaxia®, para pessoas que já tiveram dengue anteriormente, e a QDenga®, para todas as pessoas a partir de 4 anos de idade até idosos de 60 anos. As vacinas são aplicadas em duas ou três doses, com intervalos de três ou seis meses.

A dengue é uma doença que pode ser evitada com medidas simples e eficazes. É importante que cada pessoa faça a sua parte para eliminar os focos do mosquito e proteger a sua saúde e a da sua comunidade.

Foto Destaque: OMS alerta que 390 milhões de casos de dengue acontecem todo ano no mundo (Reprodução/Banco de Imagens/Serviços e Informações do Brasil)

Corpo congelado de mulher volta à vida; saiba mais sobre a hipotermia

Em 1980, Jean Hilliard foi encontrada na neve e seu corpo parecia como “um pedaço de carne recém-retirado do freezer”. Após ser socorrida depois de um acidente de carro, a mulher que havia ficado presa em uma vala, com temperaturas abaixo de -22°C, voltou à vida.

Detalhes do incidente

Em meio à uma madrugada congelante, Jean perdeu o controle do carro que dirigia e foi andando até a casa de um amigo que pensava que morava próximo ao local. Porém, depois de caminhar por quase uma hora, a mulher escorregou, caiu de cara na neve e ficou desmaiado por mais de seis horas.

Seu amigo, Wally Nelson, apenas encontrou a jovem na manhã seguinte do acidente e viu Jean com os membros enrijecidos, a pele esbranquiçada e os olhos abertos. A mulher teve um quadro extremo de hipotermia, causado pela queda significativa da temperatura corporal. 

.Ao encontrar Jean, Nelson a levou imediatamente para o hospital. Quando a jovem chegou, os médicos começaram a aquecer seu corpo o mais rápido possível para que voltasse à vida.


Jean Hilliard, mulher que ficou congelada e voltou à vida. (Foto: reprodução/Fox 9)


O corpo humano deve estar em uma temperatura de 36°C, para realizar suas funções metabólicas. Caso o número abaixe para 35ºC ou menos, o organismo perde mais calor do que produz, diminui o ritmo cardíaco e afrouxa os processos neurológicos. 

Mais tempo que uma pessoa fica no frio extremo ou se sua temperatura corporal continuar caindo, a hipotermia pode ocasionar à morte

Relato do médico

O médico que tratou Jean Hilliard em 1980, George Sather, relatou ao New York Times sobre o ocorrido. “Seu corpo estava frio e completamente sólido, como um pedaço de carne recém-retirada do freezer”.

Sather disse que não soube explicar como Jean conseguiu voltar à vida. “Eu realmente não consigo explicar como ela está viva. É realmente um milagre”, disse o médico ao jornal estadunidense. 

A jovem teve sorte ao acordar algumas horas depois e começar a falar. Jean ficou no hospital por sete semanas, foi monitorada e reaprendeu a andar. A mulher é a única pessoa que voltou a viver, sem lesões permanentes, depois de ficar congelada.

Foto destaque: Homem na neve em frio extremo. Reprodução/Shutterstock.

Dores nas pernas na infância: veja sobre possível relação com o crescimento

Queixas de dores nas pernas em crianças no horário de dormir pode ser “dor de crescimento”. A condição acomete de 10% a 20% das crianças, segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e deve ser diferenciada de outras causas presentes em doenças mais sérias. 

O que causa a dor 

Para a Dra. Carla de Oliveira Alves Puell, ortopedista do Grupo Prontobaby, embora não exista comprovação científica de que o crescimento provoque esse sintoma, o quadro clínico se caracteriza por algia em membros inferiores à noite, podendo ser intensa a ponto de acordar a criança.

Normalmente surge dos três aos sete anos de idade, e pode estar relacionada ao período de maior desvio de eixo fisiológico dos membros inferiores do desenvolvimento. As atividades realizadas ao longo do dia sobrecarregam a musculatura e se manifestam no período noturno”, comenta a médica.

Segundo a SBP, as crises podem acometer ambos os sexos e está mais relacionada ao biotipo e as atividades físicas diárias. Em 80% dos casos é localizada na parte anterior das coxas, canelas, panturrilhas e atrás dos joelhos, sendo raro o envolvimento dos membros superiores. 

Diferenciando de outras condições e tratamento

De acordo com a Dra. Carla de Oliveira Alves Puell, o tratamento para amenizá-la pode ser massagem e calor local, por ter origem muscular. “Se essas medidas não forem suficientes, vale utilizar analgésicos, com orientação médica”, sinaliza a especialista.

Para os pais que se questionam se o problema pode ser confundido com outra doença, a ortopedista é categórica ao falar que qualquer queixa deve ser investigada em conjunto a diferentes sintomas que possam estar presentes.

A dor do crescimento não é incapacitante e nem tem sinais associados. Caso o paciente apresente febre, edema, equimose, hematoma, limitação de movimento, deve haver uma investigação clínica e laboratorial de processos infecciosos ou lesões tumorais”, esclarece.

A SBP esclarece que o grau de ansiedade será reduzido quando a família compreender e aceitar que as dores são benignas e desaparecerão até o fim da infância.

Foto destaque: garoto alongando as pernas. (Freepik“>Reprodução/Freepik)