Os gêmeos Jairo e Gabriel, unidos pela base da coluna vertebral, foram submetidos a uma cirurgia de separação em 29 de junho de 2023. A operação, que envolveu mais de 70 profissionais de saúde, foi realizada no Hospital da Criança Conceição, localizado em Porto Alegre, e teve duração de 19 horas. Os dois foram adotados antes mesmo da separação e já estão em casa após recuperação.
Várias equipes médicas participaram da separação dos gêmeos
Após a renúncia dos pais biológicos um mês depois do nascimento, o Conselho Nacional de Justiça intermediou o processo de adoção dos gêmeos.
Jairo e Gabriel foram separados por cirurgia em junho no Hospital da Criança Conceição, em Porto Alegre (Foto: reprodução/Grupo Hospitalar Conceição)
Estela Maris Baumgarten e Patrícia da Costa Maldonado tornaram-se as mães adotivas antes mesmo da realização da cirurgia de separação.
Dezembro de 2022
- Jairo e Gabriel nascem unidos pela base da coluna.
Janeiro de 2023
- Os pais biológicos abrem mão da guarda dos gêmeos.
Fevereiro – Maio de 2023
- Os gêmeos são cuidados pela equipe do hospital em Porto Alegre, recebendo atenção constante;
- Os médicos pesquisam casos semelhantes e preparam-se para a cirurgia de separação.
Junho de 2023
- Preparação intensiva, com a realização de simulações cirúrgicas com bonecos;
- Cirurgia de Separação (29 de junho): os gêmeos passam por uma complexa cirurgia envolvendo diversas equipes médicas.
Julho de 2023
- Estela e Patrícia oficializam a adoção e os gêmeos passam a se chamar Jairo e Gabriel.
- Jairo recebe alta após algumas semanas de recuperação.
Setembro de 2023
- Gabriel se recupera de uma infecção e outros problemas de saúde e recebe alta do hospital.
Casos de siameses pigópagos são raridade
Além do caso de Jairo e Gabriel, outro nascimento de gêmeos pigópagos foi registrado em Campo Largo, Paraná, em 27 de setembro, no Hospital do Rocio. Nascimentos de gêmeos siameses são raros, sendo estimados em um a cada 100 mil.
Outro nascimento de siameses pigópagos foi registrado no Paraná em setembro (Foto: reprodução/Boa Noite Paraná)
“70% desses casos são gêmeos xifópagos, quando eles são unidos pelo osso do tórax. Então eles [gêmeos pigópagos] são a raridade na raridade”, afirmou a médica Marina Nunes Machado, responsável pelo parto no Hospital do Rocio, em entrevista a uma afiliada da Rede Globo.
O termo "siameses pigópagos" refere-se a gêmeos unidos pela região sacrococcígea, que representam entre 6% e 19% dos casos de siameses, segundo estudos.
Outras categorias de casos de siameses incluem: cefalópagos (unidos pela cabeça), toracópagos (conectados frontalmente pelo tórax), onfalópagos (fusão na região umbilical), isquiópagos (união envolve abdômen inferior e pelve), parápagos (unidos lateralmente), craniópagos (ligados pelo crânio) e rachipagus (conexão ao longo da coluna dorsal).
Foto destaque: Patrícia e Estela levam os gêmeos para casa após alta de Gabriel (Reprodução/G1)