Festa junina: alimentos saudáveis para quem não quer sair da dieta

O São João, um dos períodos de maior riqueza cultural e gastronômica no Brasil, é sempre aguardado com bastante emoção pelos brasileiros, e após dois anos sem os tradicionais festejos juninos várias cidades estão programando um grande retorno das celebrações. Como em toda boa festa o cardápio junino sempre é a estrela, com receitas que variam de bolos e guloseimas à pratos quentes e requintados. Canjica, milho assado, bolo de fubá e o quentão são alimentos e bebidas tradicionais nas festas de São João.

Apesar de tudo ser muito gostoso, nem todos os pratos seguem uma linha saudável, mas para aqueles que querem manter o estilo de vida mais saudável, ou não querem sair da dieta, é possível aproveitar o cardápio da festa escolhendo pratos específicos.

Alimentos saudáveis

Pratos mais calóricos como alguns bolos, que além de farinhas, possuem em sua composição açúcares, manteiga ou óleos, podem ser substituídos pelo pé-de-moleque ou bolo de fubá. Enquanto uma fatia de bolo pode conter, em média, 350 kcal, o pé-de-moleque só contém 150 kcal, além de ter amendoim em sua composição, conhecido por ser fonte de gordura boa e aumentar a sensação de saciedade. O fubá, além de ser rico em vitaminas E e B, ainda possui magnésio, zinco, ferro e cobre em sua composição; a fatia do bolo é uma ótima pedida pra quem não quer fugir da dieta. Outro alimento que contém farinha em sua composição é o pastel, que ainda passa por uma fritura em óleo para ser consumido. A substituição ideal é o churrasquinho de carnes ou queijo, com moderação. O petisco é assado, não frito por submersão em óleo, e ainda contém menos carboidratos e mais proteínas.


O mês de junho é marcado por celebrações com comidas típicas, como bolo de milho, canjica e pipoca. (Foto: Reprodução/Guia da Semana).


No campo dos açúcares você pode trocar a maçã do amor por espetinhos de frutas ou legumes, que irão fornecer fibras, vitaminas e outros compostos, como os antioxidantes, que protegem o organismo contra os radicais livres. O arroz também pode ser substituído pelo espetinho de frutas, só não vale aqueles cobertos com caldas ou chocolate.

Os amantes do milho também podem optar por uma opção mais saudável, substituindo a canjica (curau em alguns locais) pela espiga assada. No milho assado não existe a adição de açúcar ou outros ingredientes utilizados no preparo da canjica. O milho ainda contém vitamina A e outros minerais que contribuem para a saciedade e para a saúde do intestino, mas o sal e a manteiga devem ser adicionados com moderação.

Outras trocas podem ser a cocada, de coco ou de leite, pelo doce de abóbora, rico em potássio, magnésio, cálcio, ferro e vitaminas B1, B3, B5, B6, C e E; o quentão pelo vinho, que possui teor alcoólico de 12% a 14%, bem menor que a cachaça usada no quentão, que fica entre 45% a 50%; e cachorro-quente pelo buraco quente. Enquanto o cachorro-quente é recheado com produtos industrializados, como salsicha e batata palha, além do purê de batatas em algumas regiões brasileiras, o buraco quente é composto por um pão com carne desfiada em seu miolo, sendo uma ótima fonte de carboidratos e proteínas.

“E a pipoca, posso comer em paz?”, vocês devem estar se perguntando. A pipoca é liberada para todo mundo, mesmo para quem quer manter a linha fit, isso porque a casca do grão é rica em fibras que auxiliam o bom funcionamento do intestino, além de promover a sensação de saciedade.

O único ‘porém’ é a forma como a pipoca é feita; dê preferência para aquelas preparadas com pouca gordura, seja vegetal ou animal, e com pouco sal. Evite preparos que vão ao micro-ondas, uma vez que a utilização do eletrodoméstico destrói as vitaminas e antioxidantes dos grãos. De resto é só não exagerar nas porções e curtir bastante as festividades, seja em família ou com amigos.   

Foto Destaque: Milho assado é uma opção de alimento saudável nas festas juninas. Reprodução/Blog Segredos da Comida. 

Dieta rica em açúcar e gordura podem prejudicar a saúde mental

A saúde mental é composta por uma junção de pilares, como a genética, estilo de vida. Alguns estudos indicam que a influência da alimentação em questões emocionais, inclusive na ansiedade e depressão.

Uma dieta rica em açúcar e gorduras, porém pobre em diversos nutrientes importantes pode causar grandes alterações no corpo e prejudicando processos importantes à manutenção da saúde mental. Entre eles, estão malefícios como o estresse oxidativo e a neuroinflamação.

A variação de saúde mental está relacionada com aumento do estresse oxidativo porque o cérebro é um tecido metabolicamente muito ativo e acaba liberando muito radical livre, responsável pelo envelhecimento das células e até por má função celular“, afirmou a nutricionista Lara Natucci, em entrevista ao VivaBem durante o congresso Ganepão, realizado em São Paulo.


Comida gordurosa (Foto: Reprodução/Divulgação)


Em uma alimentação ruim, a microbiota pode causar uma piora no intestino dificultando a absorção de bons nutrientes, interferindo diretamente na produção de neurotransmissores.

Segundo a nutricionista, a boa notícia é que pesquisas também mostram redução em sintomas e o caráter preventivo de uma alimentação saudável, com produtos de fácil acesso no dia a dia.

Se conseguirmos ter uma alimentação rica em diversos nutrientes, vitaminas, minerais, vamos ter substrato para formar neurotransmissores. Com fibras e probióticos garantimos boa saúde intestinal, além dos micronutrientes. Se tivermos nutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes, prevenimos inflamação“, diz a nutricionista.


Comida saudável (Foto: Reprodução/Divulgação)


Uma dica é manter os bons padrões alimentares e usar produtos de época, pois isso ajuda a tornar os hábitos constantes. Além de terem os compostos bioativos, nutrientes e serem mais acessíveis e com maior disponibilidade.

Estudos também se dedicam à suplementação como parte do tratamento dos transtornos. “Normalmente os pesquisadores falam em oito semanas para ter algum efeito de melhora da depressão e ansiedade“, comenta a nutricionista Lara Natacci.

Nestes casos, é preciso comprovar via exames os problemas de deficiência das substâncias e ter prescrição médica individualizada, porque a autossuplementação pode ser tóxica.

 

Foto destaque: Pessoa comendo um X-Burguer. Reprodução/Divulgação

Entenda como chinelos e rasteirinhas podem lesionar os pés

Após tanto tempo de isolamento, o que muitos preferem é usar sapatos baixos para o dia a dia. No entanto, Carolina Cunha Moraes Accioly, ortopedista do Hospital Português, em Salvador, afirma que esses modelos de calçados apresentam um falso conforto: “Não é novidade que o uso contínuo de salto alto faz mal à coluna, no entanto, as rasteirinhas e os chinelos também causam dores, pois não amortecem o impacto durante a caminhada, o que leva a desgastes nas cartilagens dos tornozelos, joelhos, quadris e lombar. Andar um longo trajeto com esses modelos, sem o devido amortecimento, pode levar a dores nas regiões lombar e dorsal”. 

Tal dor é desencadeada através da sobrecarga das estruturas de ligamento e articulação, previamente acometidas geralmente, e pode afetar tanto mulheres como homens. Marcelo Risso, ortopedista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, esclarece que: “A coluna tem um equilíbrio que é mantido pela inclinação da pelve, pela lordose lombar e cervical e pela cifose dorsal —curvatura normal da coluna. Qualquer alteração em uma dessas curvas interfere nas demais e gera sobrepeso nas articulações e ligamentos”. 


Segundo especialsitas, chinelos e rasteirinhas não dão suporte para o arco do pé (Foto: Reprodução/Revista News).


Algumas características como: lordose, encurtamento da musculatura posterior lombar e nos membros inferiores e patologias degenerativas podem levar a reclamações quanto ao uso de calçados mais baixos. De acordo com o site Viva Bem, para essas pessoas, a recomendação dos especialistas é optar por modelos com um pouco mais de altura. 

O ortopedista especialista em cirurgia do pé e tornozelo da Unisa (Universidade Santo Amaro), Eduardo Araujo Pires explica: “O que se sabe é que pessoas sedentárias, obesas e que não realizam alongamentos sentem-se mais confortáveis com o uso de salto, pois o corpo fica mais equilibrado e, de uma forma ou de outra, força-se menos a musculatura dos membros inferiores e a coluna lombar”. 

De acordo com a ortopedista do Hospital Português, os pés são responsáveis por dar suporte ao peso do corpo e pelo deslocamento e sofrem impacto diário durante as atividades, que é transmitido para as outras articulações dos membros inferiores e para a coluna vertebral.  

“Na região plantar do pé existe uma estrutura fibrosa chamada fáscia plantar, que é a mais afetada. Esse tecido pode passar por um processo inflamatório que evolui para fascite plantar, que tem como consequências a dificuldade para caminhar e a mudança da biomecânica da marcha, que propicia uma pisada inadequada, ocasionando dores articulares crônicas e lesões na coluna, em especial, na região lombar”, afirma Carolina Cunha Moraes Accioly.

Foto Destaque: Uso prolongado de chinelos pode provocar lesões nos pés. Reprodução/Vida Plena e Bem-Estar.

Ginseng: para que serve a planta medicinal

De origem asiática, o ginseng é uma erva medicinal cultivada principalmente na China, Japão, Coreia do Sul e na parte asiática da Rússia. Há milhares de anos ela é usada na medicina chinesa como uma alternativa para o tratamento de doenças inflamatórias, por conter ginsenosídeos (compostos ativos), além de ser usado também para reduzir o estresse, como fonte garantidora de energia e restauradora do equilíbrio corporal.

Disponível para comercialização em diferentes formas, desde raízes secas e frescas, capsulas, comprimidos, bebidas, infusões e cosméticos, o ginseng é da família Araliceae, e possui diversos subtipos, os principais sendo: o ginseng coreano o asiático (Panax ginseng), o siberiano (Eleutherococcus senticosus) e o americano (Panax quinquefolius). Seu desenvolvimento se dá em locais com flutuações de temperatura e pouca exposição ao sol, como em florestas tropicais da América e da Ásia.

Para que serve?  

A erva ajuda a prevenir e tratar transtornos como a depressão, doenças como Alzheimer, Parkinson e Huntington. Possui também poder antioxidante, que ajuda a atenuar os efeitos de radicais livres para as células, além de aumentar a resistência ao estresse físico, químico e biológico dos indivíduos, sendo indicado como tratamento fitoterápico para queixas de desânimo e cansaço.

Devido aos ginsenosídeos possui efeitos anti-inflamatórios, anticancerígenos e antitumoral, além de possuir propriedade imunomoduladora, que aumenta as células de defesa do corpo, como os macrófagos e leucócitos.

Melhora no desempenho sexual; diminuição do estresse e ansiedade; melhora nas condições associadas ao diabetes e melhora dos efeitos colaterais induzidos por quimioterapias também são benefícios da ingestão do ginseng.

Como utilizar  

Especialistas consultadas pelo portal da Uol VivaBem explicam detalhes sobre o consumo e a necessidade de se identificar a procedência da erva, uma vez que é comum a comercialização da erva misturada a extratos de outras plantas, o que pode impactar nos preços e nos efeitos terapêuticos.


Se produzido com o pó da ginseng, o chá poderá ser consumido mais vezes por dia. (Foto: Reprodução/Saúde Dica)


Se ingerido em cápsula, o princípio ativo do ginseng é mais bem disposto no organismo, ou seja, é mais biodisponível, informa o portal. Já o extrato seco do Panax ginseng, assim como a erva em pó e in natura desidratada, pode ser consumida com mais frequência ou em concentrações mais elevadas, para garantir os mesmos resultados que os demais métodos.

Contraindicações

Seu uso não é recomendado para pessoas hipertensas, asmáticas, que possuem infecções agudas ou menstruações excessivas, assim como para pacientes psiquiátricos ou que façam uso de antidepressivos, anticoagulantes, corticosteroides, hipoglicemiantes orais, insulina ou cafeína. Crianças menores de 12 anos, grávidas e lactantes também devem evitar o consumo da ginseng, uma vez que estudos sobre a segurança do consumo nesses grupos ainda não foram concluídos.

 

Foto Destaque: A raiz oriental pode ser consumida de diversas formas, in natura, cápsulas ou pó. Reprodução/Sempre Viva.

Mantra e saúde: A inclusão de terapias complementares

No Brasil, um documento assinado em 1986, um relatório da 8° Conferência de Nacional de Saúde, ajudou a pensar o que viria a ser o SUS e defendeu a introdução de práticas alternativas de assistência no âmbito de serviço de saúde e nele se fala sobre o uso de práticas medicinais convencionais e tratamentos terapêuticos.

Essas Práticas Integrativas Complementares (PICS), são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, ajudam a prevenir doenças como depressão e hipertensão.

Evidências cientificas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre tratamento convencional e práticas integrativas e complementares. Além disso, está tendo um crescimento de profissionais capacitados e habilitados na área da medicina não convencional.

O Brasil é referência mundial na área de práticas integrativas e complementares. É uma modalidade que ajuda na prevenção e promoção à saúde com objetivo que a pessoa fique doente. Além disso, os PICS, também podem ser usadas para aliviar sintomas e tratar pessoas que já se encontram doentes.


Foto: Cartão do Sus- Usado para tratamentos na medicina complementar (Reprodução/Inst.Humanitas)


 

Um dos marcos mais importantes foi a Estratégia da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre a medicina tradicional. Pois o texto defende uma construção de políticas sobre medicina tradicional, complementares e integrativas, para promover a saúde do indivíduo e sua integralidade, e ao mesmo tempo, garantir a segurança de práticas terapêuticas em uso mundo a fora.       

Porém, os funcionamentos dos PICS caberiam a cada município estruturar protocolos de práticas que melhor atendessem as demandas e particularidades de cada paciente. Contudo, existem lugares em que médicos especializados nessas práticas precisam atender de modo convencional ou até mesmo trabalharem em triagem, pois o seu município, não tem um protocolo específico e algumas práticas que estão autorizadas pelo SUS, não podem ser aplicadas por falta de equipe, protocolo, local para realização do atendimento.

De acordo com alguns especialistas, informam que em torno de 78% dos pacientes tem gastado bem menos em analgésicos, anti-inflamatórios e até mesmo encaminhamento de exames de alta complexidade. 

Foto destaque: Mantra é oferecido pelo SUS. Reprodução/Metrópoles

Entenda os problemas causados pela respiração bucal

Normalmente, a respiração é através do nariz. No entanto, de acordo com artigo publicado na revista oficial da SLAAI (Sociedade Latino-Americana de Alergia, Asma e Imunologia), a prevalência de quem respira pela boca entre crianças de 8 a 10 anos chega a 64%.

Tal questão deve ser tratada logo nos primeiros meses de vida, isso porque bebês bem pequenos já podem apresentar respiração bucal e possuir doenças obstrutivas em suas vias aéreas. O site Viva Bem afirma que uma amamentação errada com mamadeira ou postura inadequada no seio materno podem ser algumas das causas.

Quando acontece a respiração bucal, geralmente, é um indicativo de obstrução de vias aéreas (nariz ou faringe). Tal obstrução pode ocorrer devido várias razões, algumas são: rinite alérgica, desvio de septo, aumento das conchas nasais (estruturas que se encontram na parte anterior do nariz), adenoides (“carne esponjosa”, que fica localizada na parte posterior do nariz), o aumento das amígdalas, assim causando respiração bucal e também ruidosa.

É por meio de exames específicos que será feito um diagnóstico para saber se é o nariz que está tapado ou se é na garganta que ocorre a obstrução. Para se ter certeza do que causa o quadro, é o médico otorrinolaringologista que fará os exames.


Respirar pela boca pode afetar o humor. (Foto: Reprodução/Escova TePe GOOD)


Sintomas

Respirar pela boca pode causar sintomas como a falta de ar nasal, espirros, coriza, bem como pode causar ronco e, possivelmente, síndrome da apneia obstrutiva do sono. O indivíduo com essa condição também poderá apresentar um aumento de infecções, como sinusite, amigdalite e infecções de ouvido.

Outro problema que pode causar é a deglutição de ar. Nesse caso, o ar no estômago provoca gases dando uma sensação de estômago cheio, inclusive podem também ser frequentes arrotos e flatulências. 


Respirar pela boca pode afetar o desenvolvimento dos dentes. (Foto: Reprodução/Vitaclass)


Além de tudo isso, o paciente pode apresentar problemas na postura, também afetando sua função muscular típica da respiração, alterações de desenvolvimento dos dentes e mudanças comportamentais como a dificuldade para se concentrar, sono agitado e irritabilidade.

Tratamento

Segundo o site Viva Bem, o tratamento para essa condição é multidisciplinar e envolve profissionais como otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e dentista especialista em ortopedia funcional. 

No caso do atendimento odontológico, o indicado é a expansão do maxilar restabelecendo o espaço bucal funcional, assim adequando os posicionamentos dos músculos intra e extrabucais, corrigindo o posicionamento dos dentes e, também, a tonicidade muscular da face, até mesmo favorecendo o melhor fechamento dos lábios. 

 

Vaginismo: disfunção sexual causa dores na hora do sexo

Muitas mulheres crescem ouvindo que sentir dor durante relações sexuais é normal, mas o desconforto, na verdade, está ligado a uma disfunção com diagnóstico e tratamento já conhecidos. O vaginismo, como é chamada a disfunção sexual feminina, é caracterizada por contrações musculares involuntárias do assoalho pélvico (músculos localizados ao redor da vagina), que causam dores e dificultam no momento da penetração.

Apesar de ter uma taxa de incidência que varia entre 11% e 42% entre mulheres, segundo levantamento feito pela Revista Brasileira de Sexualidade Humana, é comum que muitas mulheres passem pela disfunção e não a reconheçam.  

 

Possíveis causas

Podendo ocorrer desde a primeira relação sexual (vaginismo primário) até mulheres com vida sexual ativa (vaginismo secundário) e que já tiveram relações consideradas prazerosas, o vaginismo possui múltiplas e complexas causas, como abuso sexual, comportamento psicológico controlador, alterações anatômicas no canal vaginal ou mesmo doenças de dor crônicas, como fibromialgia.


Além da vida sexual, o psicológico também pode ser abalado pela disfunção. (Foto: Reprodução/IStock.)


“Sempre vamos olhar para vários pontos, como: se a educação em casa foi muito castradora e proibitiva, se passou por violência psicológica ou sexual, se tem algum antecedente de problema de saúde ginecológico (por exemplo, líquen vulvar), se tem outras doenças de dor crônica associadas, se tem uma personalidade controladora, hipervigilante e se a pessoa é ansiosa”, explica a ginecologista Teresa Embiruçu, especialista em obstetrícia e sexologia.

 

Como identificar

Apesar de o diagnóstico médico ser preciso, alguns sinais podem servir de alerta para as mulheres. Dores fortes e desconforto no momento da penetração, ou mesmo ao realizar exames ginecológicos, são alguns deles. “Algumas pacientes, inclusive, sentem como se o seu canal vaginal não existisse e não houvesse espaço para introduzir algo dentro”, relata a fisioterapeuta pélvica Débora Pádua, A profissional é especializada em vaginismo.

Outra situação que merece atenção é quando a mulher consegue ter a penetração vaginal, mas apresenta ardência, incômodo ou dor. “É como se tivesse entrando uma faca, descrita como vulvodínia. A vulvodínia já seria mais uma dor localizada na mucosa vulvar que impede ou dificulta a penetração”, explica a ginecologista Teresa.

O diagnóstico pode acontecer por meio de uma conversa com um médico especialista, clínico geral ou psiquiatra. O exame físico, inspeção da mucosa e da musculatura pélvica também é necessário para descartar outra causa para as dores.

 

Consequências

Devido as fortes dores causadas, o vaginismo pode impedir a realização de exames preventivos, atrapalhar a vida sexual das mulheres e dificultar os planos de aumentar a família. O ciclo menstrual também pode ser afetado, uma vez que a utilização de coletores e tampões menstruais pode ser dificultada. 

As intensas alterações hormonais do período pós-parto também podem ajudar no desenvolvimento da disfunção. “Seja após o parto vaginal ou cesariana, no puerpério há uma fase de queda hormonal. Assim, essa mulher vai ter relações sexuais com menos lubrificação e, às vezes, menos desejo, gerando mais atrito no canal vaginal”, revela a fisioterapeuta Débora Pádua.

 

Tratamento

O tratamento para o vaginismo consiste, principalmente, no acompanhamento psicológico e fisioterapia pélvica, objetivando auxiliar no relaxamento da musculatura e dessensibilizar os músculos da vagina ao toque e a penetração. Medicações podem ser indicadas para casos mais graves, como dor crônica na mucosa vulvar, além do uso de ansiolíticos e técnicas para trabalhar o foco de atenção.


Acompanhamento com fisioterapeuta pélvico ajuda a diminuir as dores. (Foto: Reprodução/Clínica Sexualidade Funcional.)


“A abordagem psicológica também é essencial para trabalhar as crenças errôneas e ressignificar alguns momentos dessa construção da sexualidade”, relata Tereza. Já a fisioterapeuta Débora afirma que também é preciso haver uma mudança neurológica, “não adianta somente relaxar a musculatura, isso tem que fazer sentido para o cérebro, para que ele entenda que não é mais necessário gerar a contração”, disse.

Ambas as especialistas reforçam a importância do acompanhamento fisioterapêutico, que além de proporcionar um autoconhecimento para as mulheres, pode motivá-las a melhorar e ter uma qualidade de vida, não apenas sexual, melhor.

 

Foto Destaque: Saúde feminina pode ser afetada pela disfunção sexual. Reprodução/Blog Drauzio Varella.

Introdução alimentar: como a ingestação de sólidos pode estar relacionada a alergias no seu bebê

A transição do aleitamento materno exclusivo, que deve acontecer até os 6 meses de vida do bebê, para a alimentação complementar e introdução de alimentos sólidos, com diversas texturas e sabores, é um dos fatores que mais causam preocupações nos pais. Muitos temem a reação das crianças à ingestão dos novos alimentos, principalmente aqueles com fama de alergênicos, como leite, ovos, castanhas, peixes e frutos do mar.

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), estima-se que 6 a 8% das crianças com até 2 anos sofrem com alergias alimentares, mas adiar o contato delas com outras comidas pode causar o mesmo efeito. “Restringir a dieta ou demorar para apresentar algum alimento pode ter o efeito oposto, aumentando as chances de reação alérgica mais tarde”, explica a pediatra e alergista Renata Cocco, professora da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, em São Paulo.

Deixar a introdução alimentar para depois também pode acarretar em diversos problemas, tanto para as crianças quanto para a família. Um levantamento realizado em 2020 pela VEJA SAÚDE com apoio da Danone Nutricia revelou que quase 9 a cada 10 famílias, com crianças de até 10 anos, passavam por problemas na hora das refeições, isso porque a criançada se negava a conhecer novos alimentos (61% dos casos); atitudes como desinteresse pelo prato, brincadeiras à mesa e distrações no momento das refeições foram registrados em 40% dos lares.  


Introdução alimentar só deve ser iniciada a partir dos 6 meses. (Foto: Reprodução/Blog Mamãe e Cia).


De acordo com o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifasp), é comum que ocorra uma recusa inicial da criança durante a introdução alimentar, mas “quando isso se intensifica e se torna crônico, pode comprometer o desenvolvimento infantil e toda a dinâmica familiar”, diz .

O recomendado, portanto, é não restringir a alimentação das crianças, oferecendo de tudo um pouco durante a introdução alimentar, sempre prestando atenção as reações dos pequenos, que com o tempo se acostumarão aos novos alimentos.

Dicas alimentares

Algumas dicas podem tornar esse momento mais tranquilo para os pais e bebês.

1 – Sem sal

Nutricionistas e pediatras não recomendam a ingestão de alimentos com sal até o primeiro ano de vida, sendo assim, opte por ervas e outros temperos para dar gosto a comida.

2 – Sem açúcar ou mel

Tanto o leite materno quanto outros alimentos, em sua grande maioria frutas, já são adocicados, por isso evite adicionar mais. Já o mel não deve ser consumido até a criança completar 1 ano, pois pode alojar bactérias causadoras do botulismo.

3 – Diversidade de alimentos

Por último, aposte em um cardápio variado, com diversas frutas, legumes e verduras, garantindo a ingestão de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais pela criança.

 

Foto Destaque: Além do leite materno, é importante que os bebês tenham contato com outros alimentos. Reprodução/Blog Granado Bebê.

Cetogênica: a dieta que ajuda a amenizar os sintomas da epilepsia

A epilepsia é uma síndrome neurológica causada por alterações temporárias e reversíveis – crises epilépticas – no funcionamento do cérebro, podendo provocar convulsões, mal-estar e perda de consciência por alguns segundos ou minutos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença acomete, pelo menos, 50 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões apenas no Brasil.

A doença possui algumas variantes e sua identificação irá depender de fatores como: a região do cérebro que é afetada, o nível de consciência durante as crises ou a frequência com que elas ocorrem. Dentre as variantes existe a epilepsia refratária, onde o uso de medicamentos não é efetivo no controle da doença. Nesse caso, especialistas recomendam a adoção da dieta cetogênica como solução para o quadro clínico.

Existente desde a década de 1920, estudos científicos indicam que a dieta cetogênica, recomendada para pacientes com resistência no tratamento medicamentoso, pode reduzir em até 50% as crises epilépticas, garantindo uma qualidade de vida melhor para os pacientes, é o que afirma a nutricionista, mestre em ciências e responsável pelo ambulatório de dieta cetogênica para epilepsias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marcela Gregório.

“Existem determinadas síndromes cuja dieta é capaz de promover mais de 70% de redução das crises, e até mesmo o controle total. Pacientes com epilepsia com crises focais e generalizadas podem ter uma melhora de 50% nas crises”, conta a nutricionista.

Em que consiste a dieta?

A dieta cetogênica consiste em diminuir a ingestão de carboidratos pelos adeptos, aumentando o consumo de gorduras boas e proteínas. “A ausência de carboidratos faz com que o cérebro busque outra fonte de energia, que no caso são as gorduras. Cetose é o nome desse processo, que estimula a atividade cerebral e, consequentemente, reduz as convulsões”, é o que explica a nutricionista Camila Monteiro.


Dieta cetogênica também é indicada para pessoas que querem perder peso. (Foto: Reprodução/IStock)


Alimentos como pães, bolos, massas, doces, leguminosas como feijão, soja, ervilha e grão-de-bico são proibidos na dieta, dando lugar ao consumo de carnes brancas e vermelhas, ovos, verduras e a maioria dos legumes. Gorduras como manteiga, castanhas, azeite e banha de porco são bem vindas ao cardápio, assim como abacates, cocos, iogurtes e açaí. Já as bebidas, apenas água, e café e chá sem açúcar podem ser ingeridos.

Segundo o pediatra e neurologista do Hospital Sabará (SP), Carlos Takeuchi, o problema da dieta cetogênica está no fato dela ser muito restritiva, tanto em quantidade quanto em qualidade do alimento, “você não pode comer carboidrato e açúcar, precisa pesar o quanto vai colocar no prato de cada coisa, como quantos mililitros de azeite vai por na salada. É muito trabalhosa”.

Por se tratar de uma dieta limitada, ela precisa ser prescrita por um neurologista e acompanhada por um nutricionista especializado, principalmente em casos onde o paciente pratique atividades físicas, visto que algumas pessoas podem começar a apresentar sinais de fraqueza e câimbras. Cansaço e mau-humor também podem ser sintomas colaterais da dieta.

Apesar de fortemente recomendada, a nutricionista Camila Monteiro alerta que os novos hábitos alimentares não devem durar muito tempo. “Uma pessoa com epilepsia deve ser submetida a dieta cetogênica pelo período de 2 a 3 anos, onde espera-se que suas crises sejam reduzidas pela metade, mesmo após o final do tratamento”. Já os indivíduos que não possuem o distúrbio neurológico “devem seguir as restrições por, no máximo, 6 meses”.

O risco de desenvolvimento de colesterol e aumento nas taxas de triglicerídeos, devido ao alto consumo de gorduras, reforça a necessidade de acompanhamento médico. Fora esses fatores, a dieta se mostrou segura e eficaz na maioria dos casos.

 

 

Foto Destaque: A dieta citogênica é muito indicada para crianças epilépticas. Reprodução/IStock.

Dores físicas e mentais: União de duas dores e como enfrentá-las

Nesses dois últimos anos, têm sido difíceis para a humanidade, pois surgiu uma pandemia, oriunda do novo Coronavírus. Este vírus, fez a população ficar em casa e mexeu com todos, principalmente na área mental. Casos de depressão e suicídios aumentaram, já que, a população sentiu-se só. Houve um estudo na China mostrando que durante a pandemia, 35% pessoas mostraram ansiedade, 20% com depressão e 18% com distúrbios mentais, foram estudadas 7.236 pessoas. Também, houve um segundo estudo, que começou no dia 29 de janeiro e terminou em 3 de fevereiro de 2020, mostrando que 70% dos entrevistados estiveram com grande estado de estresse.

O estresse também afeta o organismo, já que a pessoa recebe estímulos visuais e auditivos, o cérebro começa a liberar adrenalina e com isso faz com que a pessoa sinta que está com dores lombares, de cabeça, falta de ar e entre outros problemas. Segundo o neurocirurgião, Dr. Fernando Gomes, é importante que a pessoa tenha uma válvula de escape: “Por isso é tão importante cuidar da mente com atenção e carinho. Gerenciar pensamentos, administrar a ansiedade e usar o racional são palavras de ordem nessa quarentena”.


Foto: Ilustração diário (Reprodução: saúde abril)


Quando os sintomas ficam acentuados, pode não apenas afetar o sono, mas toda uma qualidade de vida. O corpo passa a reagir em sinais de defesa e acaba evoluindo para as dores físicas, pois, a dor mental é incolor, ai o corpo acaba mostrando uma dor física para que a pessoa possa entrar em alerta.

Para isso, é muito importante que se coloque suas angústias, alegrias, tristezas em um diário. Sim, como na adolescência, pois, você verá o que passou, se sentir alguma dor de cabeça, poderá levar ao seu médico e será visto o que dá gatilho a sua dor de cabeça ou estresse… O diário fica marcado a lembrança de cada pessoa e não há ninguém no mundo que tenha vivido a mesma coisa. Pode ter vivido parecido, mas não a mesma coisa.

Para isso, é necessário controlar a dor, com atividades musculares, respiração, tentar diminuir o estresse diário, tirar um tempo e refletir sobre atitudes, como agir ou não, tomar um chá, ouvir uma música que se gosta e que faça relaxar. Pois a cada dia é uma vivência e o dia deverá ser vivido a cada instante, mas vivendo no presente.

 

Foto Destaque: Dores no corpo podem ser sinais de estresse.

Reprodução/saúdeabril