Estamos vivendo um cenário onde a vacina que combate o Covid-19, vem criando uma estabilidade na sociedade, visto que a taxa de imunizados com as duas doses é cerca de 62,72% - de acordo com dados do Consórcio de Veículos de Imprensa. Dessa forma, os cientistas estão começando a se preocupar em estudar outras áreas que foram afetadas pelo vírus. Agora, uma delas que detém o foco dos pesquisadores é a saúde reprodutiva das mulheres.
Mulher com cólica menstrual. (Foto reprodução: Reprodução/Cottonbro/Pexels)
Segundo uma pesquisa feita no início do ano pela Trinity College Dublin, Irlanda, com mais de mil mulheres, constatou que mais da metade delas sofreram alterações em seus ciclos menstruais, fluxo e cólicas. Além disso, essas mulheres que foram observadas, também relataram sintomas da TPM mais intensos. No estudo, 56% disseram que o ciclo menstrual alterou desde o começo da pandemia, enquanto 54% revelaram que tiveram uma baixa na libido. Ademais, algumas delas também relataram insônia, ansiedade e depressão.
“A pandemia aumentou o nível de estresse e ansiedade da população, em geral, e nas mulheres, isto pode repercutir no ciclo menstrual. Sabe-se que níveis elevados de estresse podem promover alteração na produção dos hormônios sexuais e causar alterações no ciclo menstrual”, explica a Daniela Yela Gomes, especialista em Ginecologia Endócrina da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e docente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em entrevista à Revista Crescer.
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Além disso, esses sintomas relatados na investigação, conforme a explicação da ginecologista Daniela Yela Gomes, são bastante comuns em virtude das situações estressantes impostas pelo coronavírus: “O aumento do estresse e da ansiedade causados pela pandemia global pode ser um fator precipitante para problemas sexuais”, explica. “O estresse pode afetar a libido e isto é mais frequente em mulheres que nos homens”. Daniela ainda reforça que o fato de fazer todas as atividades em casa, acaba desgastando tanto a rotina, quanto a saúde.
Conforme a análise feita pelos pesquisadores do Trinity College Dublin, os resultados apontam a necessidade de buscar cuidados médicos adequados para manter a saúde física e mental das mulheres resistente em relação à pandemia. “Este estudo foi conduzido em um estágio relativamente inicial do programa de vacinação da covid, portanto, a duração da pandemia e a eficácia da vacina podem influenciar descobertas futuras, sendo necessária investigação adicional com dados objetivos e mensuráveis. Nossas descobertas destacam uma necessidade real de fornecer cuidados médicos apropriados e apoio de saúde mental para mulheres afetadas por distúrbios menstruais, dado o fardo psicológico sem precedentes associado à pandemia”, afirma a médica Dra. Michelle Maher, autora do estudo.
Foto destaque: Mulher segurando flor. Reprodução: Cottonbro/Pexels