Neste domingo (03), os venezuelanos participam de um referendo, no qual responderão se desejam que a região de Essequibo seja anexada ao país. Atualmente esse território pertence à Guiana.
A votação teve início às 6h no horário local e seguirá até as 18h. Enquanto isso, o Ministério da Defesa do Brasil aumentou a concentração militar na fronteira, e afirmou que acompanha as discussões.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar que o “bom senso prevaleça”, e que essa região não precisa de conflito. Já o presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse que planeja estabelecer bases militares com suporte estrangeiro.
Cidadão venezuelano participando do referendo consultivo com relação ao território de Essequibo. (Foto: reprodução/g1)
Origens da disputa
Essequibo, o território em disputa, vem sendo alvo de conflito entre a Venezuela e a Guiana há mais de um século. A Guiana, porém, o controla desde o final do século 19, representando 70% do país e contando com 125 mil habitantes.
Ambos os países afirmam serem proprietários legítimos desse território, com base em documentos internacionais distintos. A Guiana usa como base um laudo feito em Paris em 1899, no qual foram estabelecidas as fronteiras.
Já a Venezuela tenta legitimizar sua causa a partir de um acordo firmado em 1966, antes da independência da Guiana (antiga colônia do Reino Unido), no qual o laudo mencionado fora anulado e um novo acordo foi feito com o próprio Reino Unido.
Importância da região
Apesar da região de Essequibo ser composta por matas densas, em 2015 foi revelada a presença de petróleo no território. Estima-se que lá hajam reservas de aproximadamente 11 bilhões de barris de petróleo, apesar de a maior parte estar localizada no mar. Essa descoberta incentivou ainda mais o desejo da Venezuela pela posse da região.
Foto Destaque: venezuelanos em fila organizada pelas Forças Armadas, para participarem da votação. (Reprodução/g1)