O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou que não pretende criar isenções para as tarifas sobre aço e alumínio, reforçando sua política de “tarifas recíprocas” para equilibrar o comércio internacional. A declaração foi feita nesta quinta-feira (14) na Casa Branca, onde Trump explicou que a medida visa igualar os impostos que outros países aplicam às exportações norte-americanas.
“Decidi que, por razões de justiça, vou impor tarifas recíprocas. O que um país nos cobra, nós cobraremos o mesmo deles; nem mais, nem menos”, afirmou o presidente no Salão Oval.
A confirmação veio na madrugada desta segunda-feira (17), durante um voo do Air Force One da Flórida para Washington. Trump destacou que as tarifas recíprocas serão aplicadas em conjunto com novas tarifas sobre automóveis. “Eles nos cobram, e nós os cobramos. Além disso, nos automóveis, no aço, no alumínio, teremos alguns adicionais”, disse ele.
Em janeiro, o governo norte-americano já havia elevado as tarifas sobre importações de aço e alumínio para 25%, sem concessões ou exceções, intensificando a guerra comercial com diversos parceiros.
Impactos na economia global
A decisão de Trump pode trazer consequências significativas para a economia global. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertou que o aumento das tarifas reduzirá o crescimento econômico nos Estados Unidos, Canadá e México, além de elevar a inflação.
O México será o país mais afetado, segundo a OCDE, com uma contração de 1,3% na economia este ano e uma queda de 0,6% em 2025, contrariando as projeções anteriores de crescimento de 1,2% e 1,6%, respectivamente.
Donald Trump não deve isentar taxa de aço e alumínio (Vídeo: Reprodução/YouTube/Jovem Pan - 3 em 1)
Brasil entre os mais afetados
O Brasil, um dos principais exportadores de aço para os EUA, também poderá sentir os efeitos das medidas protecionistas. Em 2024, o país exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá. Atualmente, cerca de metade das exportações brasileiras de aço têm como destino o mercado norte-americano, tornando a siderurgia brasileira altamente vulnerável a essas novas tarifas.
A imposição de barreiras pode impactar diretamente a produção e o emprego no setor siderúrgico nacional, além de afetar o desempenho da balança comercial brasileira. Especialistas alertam que, caso não haja um acordo entre os dois países, a indústria brasileira precisará buscar novos mercados para evitar prejuízos maiores.
A escalada das tensões comerciais reforça a política protecionista de Trump e amplia as incertezas sobre os impactos dessas medidas na economia global.
Foto destaque: Presidente Trump em reunião do conselho (Reprodução:Chip Somodevilla/Getty Images Embed)