O Supremo Tribunal Federal (STF) validou cooperação internacional com o FBI no caso de vendas ilegais de joias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, do advogado Frederick Wassef e do general Mauro César Cid - o "Cid Pai", que corre em investigação.
Em caso de emissão de quebra de sigilo pelos Estados Unidos, os documentos do processo podem levar de 2 a 3 meses para chegarem ao Brasil. Em um primeiro momento,a Polícia Federal (PF) encaminhou o pedido dos documentos aos EUA para ajudar no caso.
Além disso, o FBI também pode abrir uma investigação em território americano por ocultação de valores e lavagem de dinheiro decorrente de crime peculato (tem como objetivo punir o funcionário público) no Brasil.
Entenda o caso
O caso investigado gira em torno de um relógio de luxo da marca Rolex enviado como presente às autoridades da Arabia Saudita e Catar pelo ex-presidente durante uma de suas viagens oficiais em 2019.
O intem foi levado aos Estados Unidos para ser vendido, de acordo com a Policia Federal (PF) de forma ilegal durante viagem de Bolsonaro nas vesperas de deixar a presidenencia. De acordo com a PF, o item teria sido vendido pelo ajudante de ordens de Jair, Mauro Cid.
Michele Bolsonaro e Jair Bolsonaro em evento (Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Gazeta do Povo)
Além do Rolex, o Tribunal de Contas da União (TCU) definiu em 15 de março, um prazo de cinco dias úteis para que Bolsonaro enviasse ao tribunal o kit de joias suiças em ouro branco da marca Chopard recebidas em troca do relógio dado pelo presidente pelo governo da Árabia Saudita na mesma viagem de 2019. As joias já foram devolvidas. A PF identificou diversas interações entre Wassef e Mauro Cid no mês de março. Em seguida, Wassef embarcou para os EUA.
Veja quais os pedidos da PF ao FBI
Para ter as informações necessárias a PF fez uma lista de pedidos ao FBI. Eles incluem perguntas como, se o ex-presidente estava sozinho ou acompanhado no momento da troca de presentes, se existem imagens de Wassef na joalheria, se foi registrado pagamento em dinheiro pelo Rolex.
Além disso, surgiram questionamentos dentre eles se algum cartão internacional foi usado no momento da compra, da onde o dinheiro saiu e se foi de alguma conta feita nos EUA.
Foto destaque: PF e FBI investigam Jair Bolsonaro por suposto crime de lavagem de dinheiro. Reprodução/Lula Marques/Agência Brasil
