Nesta terça-feira (24), o Comando Militar do Sudeste (CMSE) do Exército Brasileiro divulgou que soltou o grupo que estava impedido de deixar o Arsenal de Guerra desde 10 de outubro deste ano, quando o crime foi descoberto. Este ato não é considerado prisão, apenas chamado de "aquartelamento", utilizado para apuração dos fatos.
Investigação do furto das metralhadoras
A medida de aquartelamento foi aplicada para 480 militares que ficaram impedidos de sair do quartel de Barueri, o Arsenal de Guerra localizado na cidade de São Paulo. O objetivo era obter depoimentos para auxiliar na busca das armas que haviam desaparecido desde do feriado de 7 de setembro deste ano.
Durante a investigação do Comando Militar do Sudeste (CMSE), o número de militares que cumpriam a medida foi sendo reduzida, inicialmente foram liberados 360. Até a última segunda-feira (23) eram 40 militares. Todos tiveram seus celulares retidos durante o cumprimento da medida.
Em nota à imprensa o Comando Militar que investiga os fatos, informou que, em razão da evolução das investigações, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) não está mais na situação de sobreaviso, e ainda, que não existe mais nenhum efetivo aquartelado. Todos os militares da Organização Militar cumprem suas atividades normalmente.
Até o momento, pelo menos 20 militares são suspeitos e estão sendo investigados por alguma participação no caso do desaparecimento das armas ocorrido no feriado de 7 de setembro. Desse grupo de sete militares, três deles são suspeitos de serem os responsáveis diretamente pelo furto, de acordo com a investigação: um teria aberto o paiol, outro pegou as armas e um terceiro transportou num caminhão militar para fora do quartel.
Nesta terça (24), 17 metralhadoras foram recuperadas. Dessas armas, oito foram localizadas pela Polícia Civil no Rio de Janeiro, sendo quatro metralhadoras calibre .50 e quatro metralhadoras calibre 7,62, elas foram localizadas, abandonadas num carro.
Furto de metralhadoras em SP (Foto: Reprodução/Terra)
Troca do comando do Arsenal de Guerra de São Paulo
O tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, diretor do Arsenal de Guerra, foi exonerado na semana passada, a decisão da exoneração foi do comandante do Exército Brasileiro, Miguel Ribeiro Paiva. Em seu lugar, assume como o novo diretor, o coronel Mário Victor Vargas Júnior, que comandará a base em Barueri, conforme divulgado pela Agência Brasil.
Após investigação, aqueles que tiveram envolvimento direto com o desaparecimento das metralhadoras confirmado serão punidos criminalmente pela Justiça Militar. As penas aplicadas poderão ser de 1 ano a 38 anos de prisão.
Foto Destaque: Oito armas que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Quartel em Barueri (SP), foram recuperadas em Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio (Reprodução/Arquivo/PMRJ/Ernesto Carriço)