Após um ataque ucraniano, a Rússia em represália bombardeou a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, na noite de quarta-feira (13) e na manhã desta quinta-feira (14), segundo informações do jornal The Guardian. Os ucranianos usaram um sistema de mísseis Himars, fornecidos pelo governo americano, para atacar um local que seria defesa aérea russo, na cidade de Luhansk, gerando assim a contraofensiva do governo Putin.
A cidade de Bakhmut, conhecida pela produção de um famoso vinho espumante, que antes da guerra tinha 70.000 habitantes, perdeu mais de 30.000 habitantes desde o início da guerra entre a Rússia e Ucrânia, segundo informações de Dmitro Pidkuiko, diretor municipal das operações de retirada. A cidade vem sendo bombardeada diversas vezes nas últimas semanas e a queda da cidade abriria acesso para as tropas russas a muitas localidades, incluindo a cidade de Kramatorsk.
Escola da cidade de Bakhmut é destruida após ataque russo. (Reprodução: AFP)
“Não é possível fugir da guerra, você nunca sabe onde a guerra nos encontrará”, relata a engenheira agrônoma de 60 anos, Liubov Mojayeva. A ucraniana moradora de Bakhmut, transformou o centro cultural da cidade em uma área de distribuição de comida. “Você nunca se acostuma com a guerra, é horrível, aterrorizante”, acrescenta Mojayeva.
Próximo a prefeitura da cidade, quase 30 pessoas aguardam para embarcar em dois ônibus da ONG ucraniana “Rescue Now”, que levará os refugiados até Dnipro, cidade industrial a quatro horas de distância. Mas a retirada se torna cada vez mais difíceis com o aumento dos bombardeios nas estradas, relata um dos motoristas.
Sofia, uma menina de 8 anos abraçada a um tigre de pelúcia, observa a retirada das pessoas de sua cidade. “Também, gostaria de partir, mas meus pais não querem. Todo mundo foi embora, não há mais crianças da minha idade no bairro”, diz a menina. A mão de Sofia confirma: “Não vamos embora. Temos um abrigo”.
Como acontece com frequência, permaneceram na cidade as pessoas mais idosas, sem recursos ou lugar para fugir e algumas delas, não veem motivo para deixar a cidade de Bakhmut.
Foto destaque: Moradores da cidade de Bakhut sofrem com retaliação russa. Crédito: Aris Messini/AFP/Getty Images