Mariupol tem sido a região da Ucrânia mais atacada pela Rússia desde o início do conflito, e, nesta quinta-feira (21), a Rússia afirma que finalmente a capturou. Apesar da “conquista”, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ter desistido de atacar o complexo metalúrgico de Azovstal, onde mais de dois mil soldados e civis ucranianos estão concentrados.
O governo Ucraniano nega ter perdido a cidade de Mariupol para a força militar russa, mas, a respeito do complexo metalúrgico, afirma que a Rússia não é capaz de conquistá-lo.
Azovstal é uma das maiores metalúrgicas de toda a Europa com cerca de 6km² e vários túneis de passagem subterrânea, além de dezenas de galpões. O complexo fica na região do porto da cidade, que é uma área estratégica para a Rússia por ter saída para o mar de Azov e estar entre as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk e a da Crimeia.
Em reunião com o ministro da defesa russa, Sergei Shoigu, Putin ordenou o cancelamento do ataque ao complexo metalúrgico alegando que não valia a pena e que era preciso pensar na vida dos soldados e oficiais russos. Mas o líder russo ainda deu ordem para que toda aquela área industrial fosse bloqueada, e assim foi feito, segundo a afirmação de Sergei Shoigu.
Em recado às suas tropas ucranianas, Vladimir Putin afirma que poupará a vida de quem entregar as armas e se render ao seu exército.
Sepulturas são cavadas à beira de uma estrada em Mariupol, em 20 de março. (Foto: Reprodução/Reuters)
O general Richard Barrons, ex-comandante das Forças Armadas do Reino Unido, diz que capturar Mariupol é vital para o esforço de guerra da Rússia. Segundo ele, construir uma ponte terrestre da Rússia para a Crimeia seria como um grande êxito estratégico para a Rússia.
Segundo a Ucrânia, milhares de civis morreram em Mariupol. Cerca de 90% dos edifícios foram destruídos ou danificados, e metade da infraestrutura local não tem mais conserto.
Foto Destaque: Morador passa por edifícios destruídos em Mariupol, na Ucrânia. Reprodução/CNN.