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Projeto de dessalinização em Fortaleza gera preocupações sobre impacto ambiental e queda de internet

O governo estadual almeja estabelecer a instalação de uma usina na Praia do Futuro, que abriga simultaneamente um ponto de interconexão de cabos submarinos.

01 Out 2023 - 15h05 | Atualizado em 01 Out 2023 - 15h05
Projeto de dessalinização em Fortaleza gera preocupações sobre impacto ambiental e queda de internet Lorena Bueri

O planejamento de uma usina destinada a dessalinizar a água do mar para o abastecimento de Fortaleza está gerando divergências entre o governo do Ceará e empresas do setor de telecomunicações, embora ainda seja um projeto não concretizado. A disputa está centralizada na Praia do Futuro, famosa por seu turismo. É nesse local que o governo estadual planeja construir uma unidade de dessalinização para o fornecimento de água potável à população.

A Praia do Futuro também é o local de um hub, um ponto fundamental de conexão de cabos submarinos que conectam o Brasil a várias partes do mundo, incluindo a África, Europa e América do Norte e Central. Essa localização é estratégica, uma vez que Fortaleza está geograficamente posicionada entre a África, Europa e Estados Unidos, regiões que abrigam a maior parte do tráfego de dados da internet global.

Projeto

De acordo com o Ministério das Comunicações, aproximadamente 90% do tráfego de internet do Brasil passa por essa região. As empresas do setor de telecomunicações expressam preocupações de que a instalação da usina possa comprometer os cabos submarinos, tanto no mar quanto em terra firme.


Imagem ilustrativa do projeto. (Reprodução: foto/divulgação/Cagece)


Elas argumentam que uma falha na infraestrutura poderia resultar em uma interrupção prolongada dos serviços de internet, com um tempo de recuperação estimado em 40 a 50 dias. Isso levanta preocupações significativas, dada a importância da região como um hub de comunicações, envolvendo não apenas uma única subestação, mas várias delas na área, como ressalta Luiz Henrique Barbosa, da Associação de Prestadores de Serviços de Telecomunicações.

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará, responsável pelo projeto, assegura que o ponto de captação de água do mar já foi realocado para uma área situada a mais de 500 metros de distância dos cabos submarinos.

O terreno designado para a construção da usina permanece a cerca de 50 metros do trecho dos cabos instalados em terra. A empresa de saneamento afirma que não há riscos envolvidos nesse cenário.

''Se houver algum risco, esse risco já está presente hoje, pois estamos operando de forma harmoniosa. Temos cabos, gás, água, esgoto, drenagem e rede elétrica funcionando conjuntamente. Não vejo esse risco. Além disso, a tubulação que se conectará à planta de dessalinização estará em uma profundidade bastante considerável, com mais de seis metros de profundidade. Isso significa que essa tubulação não deve interferir nem mesmo com as tubulações já existentes, quanto mais com os cabos", afirma Neuri Freitas, presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará.

A usina será desenvolvida e operada por meio de uma parceria público-privada, envolvendo três empresas, duas do Ceará e uma da Espanha. O projeto terá um custo de três bilhões e cem milhões de reais, em um contrato com duração de 30 anos, com capacidade para fornecer água para mais de 700 mil residentes de Fortaleza.

Comunicado

O governo do Ceará está aguardando a licença da Superintendência Estadual de Meio Ambiente para iniciar a construção e argumenta que uma mudança da Praia do Futuro para outra região mais distante aumentaria os custos do projeto e, consequentemente, as tarifas de água.

 "Nós recomendamos a construção da usina, mas em um local distinto, desde que sejam tomados os devidos cuidados. Se os cuidados forem adotados, a localização não é o principal para a Anatel. O mais importante para a Anatel é preservar totalmente os cabos submarinos para evitar qualquer impacto na comunicação do Brasil", afirma Vicente Aquino, conselheiro da Anatel.

A Anatel, por sua vez, não vê outra alternativa e recomenda que a usina seja instalada em uma localização diferente.

Foto Destaque: Litoral do Ceará onde existe um projeto de dessalinização. Reprodução: foto/divulgação/Cagece.

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