Na manhã desta terça-feira (20), a oposição afirmou que o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria protocolado, com o total de 113 assinaturas. O impeachment foi motivado pela declaração feita pelo presidente em que comparou a atuação de Israel na faixa de Gaza ao Holocausto comandado por Hitler.
A União Brasil, o PSD (Partido Social Democrático) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) assinaram a petição, apesar de serem bases de apoio, fazem oposição ao governo.
A comparação, realizada durante uma coletiva de imprensa no último domingo (18), desencadeou todas as críticas do governo israelense contra o presidente, resultando no pedido de impeachment. A partir desta declaração, Lula é considerado persona non grata, ou seja, não é bem-vindo.
As autoridades, juntamente com o presidente brasileiro, analisam outras ações para mostrar que a intenção não era a de ofender os judeus.
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/O Antagonista)
Janja defende seu esposo
Em suas redes sociais, Janja fez uma publicação sobre orgulhar-se do presidente e exclareceu seu ponto de vista. “Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus”, afirmou.
Declara ter orgulho do marido, pois ele tem defendido o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas, e a paz. Afirma também que se o presidente tivesse vivenciado a Segunda Guerra, ele teria defendido a vida dos judeus.
Além das afirmações, em suas redes sociais aponta um erro de interpretação dos demais parlamentares e diz que Lula se referia ao governo genocida, não aos judeus.
Crime de responsabilidade
Os membros do Congresso Nacional alegam, como justificação do impeachment, que o presidente Lula cometeu o crime de responsabilidade ao fazer esta declaração. “São crimes de responsabilidade contra a existência política da União: 3 – cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”, aponta o artigo 5º da Constituição Federal.
Além da comparação, o presidente classificou a atuação de Israel na Faixa de Gaza como genocida. Até hoje, esse impeachment foi o mais assinado, batendo o recorde e ultrapassando o processo que aconteceu em 2016, da ex-presidente Dilma Russef.
Foto destaque: Lula, diante a imprensa, falando sobre o Holocausto e Israel (reprodução/BBC)