O Primeiro-Ministro da Espanha Pedro Sánchez fez um pronunciamento nesta segunda-feira (29) afirmando que permanecerá no cargo. O premiê havia dito na última semana que iria refletir sobre a possibilidade de renunciar após denúncias de partidos da oposição, de extrema-direita, terem representado junto ao Ministério Público espanhol, MP, requisição contra sua esposa Begoña Gómez por tráfico de influência e corrupção. Na sexta-feira (26), o MP pediu arquivamento do caso.
O que disse o Premiê
Em seu pronunciamento na manhã desta segunda-feira (29), no Complexo da Moncloa, residência oficial do Primeiro-Ministro, ele afirmou que continuará no cargo com ainda mais força, e que a campanha de descrédito feita pela oposição não o vai parar.
Pedro Gómez fez duras críticas ao que chamou de mentiras grosseiras sobre a acusação de opositores de extrema-direita a sua esposa. Dando continuidade ao discurso, o premiê afirma assumir perante a população o compromisso de trabalhar sem descanso e com serenidade para regenerar a democracia espanhola.
Cancelamento de compromissos para refletir
Pedro Sánchez ocupa o cargo desde 2018 e na última semana havia cancelado todos os compromissos públicos sob alegação de que iria refletir se continuaria no cargo depois da decisão de um tribunal da capital espanhola Madrid, ter aceitado investigar sua esposa Begoña Gómez por tráfico de influência de corrupção. A denúncia veio de partidos de extrema-direita que fazem oposição e pressão para que ele renuncie ao cargo.
Em seu discurso nesta manhã (29), ele confirmou que refletiu profundamente na última semana sobre continuar no cargo, dizendo que a única forma de se avançar é refletindo e decidindo com clareza para onde se deve caminhar.
Milhares de pessoas que apoiam o Premiê saíram às ruas neste sábado (27) para pedir que ele ficasse no cargo. Nesta segunda-feira (29), Sánchez afirmou no discurso que isso o influenciou a continuar no cargo e agradeceu todo apoio recebido.
Begoña Gómez esposa do primeiro-ministro Pedro Sánchez da Espanha (Foto: reprodução/Paolo Blocco/WireImage)
O caso
A associação “Mãos Limpas” enviou, a um tribunal de Madrid, uma denúncia contra a esposa de Pedro, Begoña Gómez. Na Espanha, a esposa do Primeiro-Ministro não é considerada primeira-dama, ou seja, não tem cargo oficial.
A investigação que corre sob sigilo, denuncia que Begoña teria ligação com o dono de uma empresa do ramo de turismo da Espanha, a Globalia, que também é proprietário da empresa aérea Air Europa, e que durante a pandemia de Covid-19 conseguiu junto ao governo espanhol um empréstimo para salvar sua empresa de falência. Uma outra denúncia, segundo a CNN, é de que Begoña teria utilizado a posição de esposa para beneficiar parentes em concursos públicos.
O Ministério Público espanhol pediu o arquivamento do caso na última sexta-feira (26). Segundo fontes da CNN ligados ao MP, não existem indícios de que houve delitos por parte de Begoña na denúncia.
O Mãos Limpas
A organização “Mãos Limpas” em seu site oficial se identifica como um sindicato independente que representa os trabalhadores públicos. Nos últimos anos ganhou notoriedade por mover processos judiciais contra pessoas importantes.
O grupo se identifica com ideias conservadoras e se aproxima de partidos de extrema-direita. Em seu perfil nas redes sociais eles afirmam que o principal objetivo é obter independência do Poder Judiciário espanhol, interpelando denúncias de corrupção política e econômica na justiça, que possam prejudicar a população em geral.
Na quinta-feira (25), o líder da organização, Miguel Bernard, já havia admitido que a denúncia havia sido baseada em informações falsas que foram publicadas em redes sociais.
Foto Destaque: Pedro Sánchez primeiro-ministro da Espanha (Reprodução/Getty Images Embed/ Pier Marco Tacca)
