Os pedidos de seguro desemprego em 2021 foram o menor desde 2006; foram 6.087.675 requerimentos no ano passado, 10,3% a menos que em 2020 (6.784.120). Em 2006, foram registrados 5.857.986 solicitações. O levantamento foi feito pelo G1, com base nos dados do Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
As parcelas do seguro desemprego também foram as menores pagas pelo governo desde 2006: 22.382.788
Na contramão desses dados, o país sofre com a alta taxa de trabalho informal. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho de 2021, a informalidade representava 40% da população empregada. Entre os 86,7 milhões de trabalhadores brasileiros, 34,7 milhões não tinham carteira assinada nem CNPJ.
De acordo com o Ministério do Trabalho, a queda de seguros desemprego pode ter um responsável, o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que teria preservado 11,1 milhões de vínculos de trabalho. O programa, que teve duração de 16 meses, de abril de 2020 a agosto de 2021, permitiu a redução da jornada de trabalho e do salário ou a suspensão do contrato.
A informalidade, em 40%, também ajudou na redução de pedidos de seguro-desemprego (Foto: Arquivo Agência Brasil/Marcello Casal Jr.)
Conforme estudos sobre o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), havia mais de 2,1 milhões de trabalhadores com estabilidade provisória no emprego em dezembro do ano passado.
Segundo levantamento da LCA Consultores, em 2020 e 2021, uma parcela expressiva de trabalhadores teve a garantia provisória de emprego, e nos primeiros quatro meses deste ano ainda é possível verificar uma quantidade residual de contemplados com a estabilidade.
Mesmo que o número de demissões com carteira assinada terem chegado a 18 milhões em 2021, apenas 6,1 milhões de pedidos de seguro-desemprego foram feitos no ano passado. O número de pedidos de seguro-desemprego mês a mês variou em 2021 entre 30% a 40% do total de demissões, exceto em dezembro, que ficou com 28%.
Foto destaque: Carteira de Trabalho. Reprodução/Metrópoles.