Nesta segunda-feira (08), em discurso à diplomatas, no Vaticano, o Papa Francisco pediu pela proibição mundial da “barriga de aluguel”.
“Considero deplorável a prática da chamada maternidade de aluguel, que ofende gravemente a dignidade das mulheres e da criança; e se baseia na exploração da situação de necessidade material da mãe. Por esta razão, faço um apelo à comunidade internacional para que se comprometa a proibir universalmente esta prática”, declarou religioso durante a reunião.
Para o pontífice, "o caminho para a paz exige o respeito pela vida, por toda a vida humana, começando pela da criança não nascida no ventre materno, que não pode ser suprimida, nem transformada em um produto comercial".
O Papa Francisco já havia se mostrado contra a “barriga de aluguel” em junho de 2022, quando a classificou como “desumana”.
Momento em que o Papa Francisco pede pela proibição mundial da "barriga de aluguel". (Vídeo: Reprodução/Youtube/O Liberal).
“Barriga de aluguel”
A prática consiste na comercialização da gravidez, através da implantação de um embrião no útero de uma "barriga de aluguel" e na entrega do bebê ao solicitante após o nascimento. No entanto, no Brasil, a “barriga de aluguel” é considerada ilegal.
De acordo com a resolução 2.294/2021, “a doação temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial”. A constituição do país garante somente a “cessão temporária de útero”, em casos em que a mulher tenha vínculo sanguíneo com o casal.
Já em países da Europa - como Reino Unido, Bélgica e Holanda – e alguns estados do Estados Unidos, a “barriga de aluguel” sob recompensa financeira é autorizada.
Vaticano condena a teoria de gênero
Durante o discurso anual de 45 minutos, conhecido como "estado do mundo", o religioso também reiterou a posição do Vaticano contra a teoria de gênero, que estipula que o gênero é mais complexo e fluido do que as categorias binárias de masculino e feminino.
De acordo com o Papa Francisco, a teoria é “extremamente perigosa, pois, em sua reivindicação de tornar todos iguais, anula as diferenças", além de atuar como uma “colonização ideológica", que “provoca feridas e divisões entre os Estados” e não favorece a instauração da paz.
Foto destaque: Papa Francisco. (Reprodução/MAURIZIO BRAMBATTI/EFE/EPA).