Nesta terça-feira (3/12), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, anunciou a imposição da lei marcial no país. Segundo ele, a medida é necessária para proteger o território de possíveis ações de aliados da Coreia do Norte. No entanto, a decisão gerou forte reação da oposição, que acusa o governo de se aproveitar do conflito com Pyongyang para consolidar controle sobre a Assembleia Nacional e restringir direitos democráticos.
O líder da oposição, Lee Jae-Myung, classificou a decisão como inconstitucional e convocou todos os partidos políticos a irem até a Assembleia protestar contra a medida. Apesar do fechamento do acesso à Assembleia Nacional, parlamentares conseguiram entrar no plenário e realizar uma sessão de emergência. Durante a reunião, declararam a invalidez da lei marcial. Até membros do próprio partido de Yoon criticaram a decisão, demonstrando divisões internas no governo.
Restrições políticas e censura aumentam tensões
A lei imposta por Suk-yeol substitui legislação normal por leis militares, restringindo a liberdade de imprensa, o funcionamento da Assembleia Nacional e limitando direitos civis. Manifestações políticas foram proibidas, e diversos sites de notícias enfrentam instabilidade, levantando suspeitas de uma possível censura.
Mesmo com a proibição, manifestantes se posicionaram em frente à sede do legislativo para exigir o fim da lei e a prisão do presidente. As forças armadas foram enviadas para dispersar os protestos, mas após a votação que derrubou a lei, a população comemorou.
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Manifestantes protestando contra a lei marcial (Foto: Reprodução/Anthony Wallace/Getty Images Embed)
Governo enfraquecido após derrota legislativa
A recente derrota do partido governista nas eleições legislativas aprofundou o enfraquecimento político de Yoon. Seu partido conquistou pouco mais de 100 cadeiras, enquanto o Partido Democrático obteve mais de 170, consolidando-se como a maior força dentro da Assembleia Nacional.
Foto destaque: Presidente Yoon Suk-yeol (Foto:reprodução/Instagram/@Kilimgazetesi)