Uma operação ocorrida nesta quarta-feira (02), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, prendeu Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da ‘Vaza Jato’. Walter declarou à PF que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia perguntado em uma reunião sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas durante as eleições.
Além da prisão preventiva, a operação está com cinco mandados de busca e apreensão contra ele e a deputada Carla Zambelli, que intermediou a conversa entre o hacker e o ex-presidente.
Carro da Polícia Federal (Foto: reprodução/Polícia Federal)
Mais detalhes do depoimento
Walter havia dito anteriormente à congregação que havia se reunido com Jair Bolsonaro (PL) para debater sobre o sistema das urnas eletrônicas. Segundo o hacker, na reunião, o ex-presidente questionou as probabilidades de uma invasão nesse software, caso encontrasse o código-fonte dos equipamentos.
Porém, Delgatti Neto disse que "isso não foi adiante" aos investigadores porque ele só poderia ter acesso a esse código caso tivesse acesso à sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A partir da norma da Corte, o acesso antecipado aos sistemas eleitorais é permitido apenas 12 meses antes da data do primeiro turno e ocorre em ambiente determinado e sob a supervisão do tribunal.
A operação
A operação 3FA está apurando se Walter Delgatti Neto conseguiu invadir o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inseriu alguns documentos falsificados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Entre essas documentações, estaria incluso um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
O nome da ação faz referência à "autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados", disse a Polícia Federal.
Os mandados de busca e apreensão incluem os seguintes pertences pessoais abaixo:
- Armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, e passaporte;
- Carros eventualmente encontrados nos endereços da deputada e nos armários de garagem:
- Dinheiro e bens (joias, veículos, obras de arte e outros objetos) em valores superiores a R$10 mil, desde que não comprovada cabalmente, no local dos fatos, a origem lícita.
Foto destaque: Deputada Carla Zambelli com Walter Delgatti em encontro. Reprodução/Twitter/@Zambelli2210