A Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, recebeu uma intimação da Advocacia-Geral da União (AGU) nesta segunda-feira (28), por permitir que anúncios fraudulentos e golpes fizessem uso indevido de símbolos oficiais do governo federal e imagens de autoridades públicas. A ação busca responsabilizar a empresa por danos morais coletivos e barrar que conteúdos semelhantes continuem em circulação.
Anúncios e golpes
Segundo a AGU, entre os dias 10 e 21 de janeiro de 2025, foram identificados cerca de 1.770 anúncios enganosos publicados em ambas as plataformas supervisionadas pela Meta. Os conteúdos se caracterizavam como programas do governo e campanhas, utilizando, de forma indevida e sem autorização, logotipos oficiais, nomes de órgãos públicos e imagens manipuladas por IA. O golpe consistia na promessa fraudulenta de depósitos via Pix, desde que a vítima pagasse uma taxa falsa para receber o valor.
Uso de IA e falha na moderação
A chegada de ferramentas de Inteligência Artificial foi um grande marco na otimização de alguns processos do cotidiano, além de servir como um grande auxílio. Sua rápida aprendizagem e capacidade de realizar tarefas de forma autônoma permitem que as IAs sejam utilizadas em uma ampla gama de setores, desde a indústria até o atendimento ao cliente, tornando os processos mais rápidos e eficientes.
No entanto, seu uso indevido tem se tornado uma preocupação frequente. Golpistas se aproveitam da ferramenta para divulgar informações falsas e manipuladas, com o intuito de promover notícias de interesse sobre partidos políticos, figuras públicas e campanhas, ou aplicar golpes financeiros.
Estudos realizados pela UFRJ mostram aumento em golpes com uso de IA (Vídeo: reprodução/YouTube/GloboNews)
A ação movida pela AGU destaca que a Meta falhou em seus mecanismos de verificação, permitindo que conteúdos fraudulentos fossem promovidos como anúncios pagos, atitude que vai contra as próprias políticas da empresa acusada e pode ser classificada como negligência na proteção dos usuários contra informações enganosas.
Medidas exigidas pela AGU
Além da remoção imediata das publicações, o governo solicita que a empresa tome providências cabíveis para evitar que conteúdos mentirosos sejam promovidos nas redes sociais e também exige que o valor arrecadado com os anúncios que foram identificados seja informado ao governo e doado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.
Foto destaque: Meta é processada por permitir que anúncios fraudulentos circulem nas redes sociais (Reprodução/Lionel Bonaventure/AFP)