Nesta quarta-feira (04), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve presente na Comissão de Meio ambiente do Senado e declarou que o Brasil corre o risco de perder o Pantanal totalmente até o final deste século, caso o mundo não consiga reverter o atual cenário de aquecimento global.
Risco de extinção do Pantanal
Durante sua participação em uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Marina Silva abordou a questão dos incêndios e a prolongada seca que afetam grande parte do Brasil, com impactos mais graves no Pantanal e na Amazônia.
"Ao persistir esse fenômeno no Pantanal, os pesquisadores indicam que o bioma pode ser perdido até o final do século. As causas são evidentes: baixa precipitação, alta evapotranspiração e a incapacidade de alcançar os níveis de cheia dos rios e da planície alagada", detalhou a ministra.
Ela acrescentou: "A cada ano, perdemos mais cobertura vegetal, seja por desmatamento ou queimadas. Isso prejudica toda a bacia e, segundo os pesquisadores, até o fim do século poderemos perder a maior planície alagada do planeta."
Imagem pantanal em chamas (Foto: reprodução/Lucas Ninno/Getty Images Embed)
Marina Silva pede mais recursos
Durante a audiência com senadores, a ministra do Meio Ambiente destacou a necessidade de intensificar os esforços e aumentar os recursos para combater as consequências das mudanças climáticas. Ela ressaltou os aumentos orçamentários em comparação com o governo de Jair Bolsonaro e fez um apelo aos congressistas para destinarem mais recursos à sua pasta.
Marina sugeriu que o Congresso crie um marco regulatório para emergências climáticas, permitindo que os recursos destinados a essas situações sejam excluídos da meta fiscal do governo federal. “Para agir preventivamente, é necessário ter respaldo legal”, afirmou.
Ela também observou que o governo enfrenta um "paradoxo", sendo pressionado a investir em ações contra incêndios enquanto apoia projetos que podem agravar a situação. Marina ressaltou que o esforço atual é para "empatar o jogo" e reduzir os impactos adversos das queimadas e da seca histórica.
Em agosto, o Brasil registrou o maior número de queimadas desde 2010, com 68.635 focos, a maioria na Amazônia e no Cerrado. Esse é o quinto pior resultado desde o início das medições pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além disso, o país enfrenta a maior seca desde 1950, afetando quase todo o território, exceto o Rio Grande do Sul.
Foto destaque: ministra do meio ambiente Marina Silva (Reprodução/Bruno Kaiuca/Getty Images Embed)