Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, teve seu álibi desmentido. Em novo depoimento, a mulher do ex-PM reformado afirmou que, diferente do que Lessa dizia, ele não havia ficado em casa na noite do assassinato. Com a dissolução deste álibi, Élcio de Queiroz, outro envolvido no crime, pôde firmar acordo de delação, além de explicar o atentado.
Preso preventivamente desde 2019, Lessa passou a ser investigado, em 2018, após denúncia de que o ex-PM teria recebido R$ 200 mil para atentar contra Marielle Franco. De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ronnie Lessa recebeu um depósito de R$ 100 mil em 9 de outubro de 2018, meses após o assassinato da vereadora e do motorista.
Apesar do ex-PM negar qualquer envolvimento no crime, em acordo de delação premiada, Élcio de Queiroz responsabilizou Lessa pelos tiros dispirados contra Marielle e Anderson.
A declaração de Queiroz foi dada após ser confrontado com o depoimento da mulher de Ronnie Lessa, que afirmou ter ficado em casa durante todo o dia e não ter encontrado nenhum dos ex-policiais no local. A mulher ainda evidenciou que Lessa somente chegou após o amanhecer.
Detalhes revelados por Élcio de Queiroz
Em delação de abril deste ano, o réu dos assassinatos desde 2019, Élcio de Queiroz, assumiu participação como motorista do carro que perseguiu Marielle e Anderson e acusou o ex-bombeiro Maxwell Simões de colaborar com o plano de matar a vereadora. Segundo o réu, Maxwell também teria ajudado os envolvidos a se desfazerem do carro utilizado no crime.
A denúncia de Queiroz resultou na prisão de Simões, mais conhecido como Suel, na segunda-feira (24), além da posterior transferência do ex-bombeiro para um presídio de segurança máxima em Brasília.
Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e Maxwell Simões (Foto: Reprodução/ TV Globo).
Futuro do caso
De acordo com a força-tarefa responsável pelas investigações, existem provas que validam as declarações de Élcio de Queiroz e, segundo uma fonte para o blog de Natuza Nery, um acordo de delação também pode ser oferecido a Ronnie Lessa.
As cláusulas da delação premiada de Élcio, contudo, permanecem sob sigilo. O Ministério Público do Rio somente afirmou que não há acordo para o delator não ir a júri popular e que sua pena ainda será estabelecida.
Foto destaque: Ronnie Lessa. Reprodução/Tv Globo.