China e Rússia realizaram exercícios conjuntos no Oceano Pacífico, marcando a retomada de uma parceria militar anunciada no final do ano anterior. Navios de guerra das duas nações participaram dessas manobras, que fazem parte da cooperação entre elas.
Enquanto isso, o Japão enviou caças à região para monitorar a atividade de duas aeronaves russas de coleta de informações, suspeitas de estarem realizando espionagem. Essas ações acontecem em meio a uma cúpula envolvendo os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul em Washington.
Ameaça de espionagem
Na quinta-feira, o Japão reportou a presença de navios de guerra russos e chineses em suas águas territoriais, o que aumentou as preocupações regionais. O Ministério da Defesa russo confirmou a realização das manobras navais conjuntas, no entanto, não comentou sobre as acusações feitas pelo Japão.
Essas manobras incluíram uma série de exercícios, como defesa contra ataques aéreos, resgates, técnicas de decolagem e pouso de helicópteros em navios, treinamentos contra ataques submarinos e a transferência de carga militar.
Simultaneamente, os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul realizam uma cúpula em Camp David para fortalecer a colaboração militar entre eles. Durante o encontro, eles anunciaram um acordo para a tomada de decisões conjuntas em possíveis operações militares na região do Pacífico, visando enfrentar os desafios apresentados pela China. No entanto, os líderes também expressaram a disposição de construir relações diplomáticas estáveis com Pequim.
Exercícios militares navais de China e Rússia vão durar até domingo. (Foto: Reprodução/OGlobo)
China e Rússia em aliança
A aliança entre a China e a Rússia tem sido uma estratégia chave do presidente russo, Vladimir Putin, para equilibrar a influência dos Estados Unidos e da Europa, especialmente durante o contexto da guerra na Ucrânia. A parceria entre essas duas nações visa fortalecer seus laços estratégicos, o que inclui atividades militares conjuntas.
O encontro entre Putin e Xi Jinping, presidente chinês, em março, também ressaltou a cooperação estratégica entre Rússia e China, especialmente considerando as tensões com o Ocidente. Essa colaboração pode também estar relacionada à busca da Rússia por equipamentos militares, como tanques, em virtude de desafios territoriais.
Foto destaque: Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Chiina, Xi Jinping, em encontro bilateral em fevereiro de 2022, dias antes da invasão russa à Ucrânia. Reprodução/Alexei Druzhinin/Sputnik/Pool via AP/G1