A loja Americanas S.A. enfrentará uma supervisão especializada, conforme a decisão da Justiça do Rio de Janeiro emitida na última terça-feira (07), às 19h57. O tribunal autorizou a contratação de um observador externo, conhecido como watchdog, para monitorar a gestão da empresa em recuperação judicial. Este fato ocorre após a varejista, que se encontra em crise financeira desde janeiro de 2023 devido a um déficit contábil de mais de R$ 20 bilhões, não divulgar seus balanços financeiros desde o ano passado. A sede da Americanas, localizada na capital fluminense, será o centro das atenções do observador contratado.
Crise financeira provoca mudança
Os credores da Americanas, preocupados com a falta de transparência nas informações fornecidas até o momento, solicitaram a intervenção de um observador externo. As partes interessadas argumentam que os relatórios mensais do administrador judicial não oferecem dados suficientes para análise. A desembargadora Leila Santos reconheceu o apelo e determinou a contratação do Observador Judicial CCC Monitoramento. A Americanas, que tem entre seus acionistas, três dos homens mais ricos do Brasil, arcará com os custos, desembolsando R$ 300 mil mensais em honorários.
O processo de venda da Hortifruti Natural da Terra foi interrompido pela varejista. A decisão foi tomada para que a empresa se concentre na elaboração do balanço atrasado. A expectativa é que os resultados financeiros de 2022 sejam anunciados na próxima segunda-feira (13), após vários adiamentos.
Entenda melhor a crise nas Lojas Americanas e suas consequências (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)
Assembleia de credores e expectativas futuras
A Assembleia de credores está agendada para o dia 19 de dezembro, onde será discutido o plano de recuperação da empresa. A permanência do observador será limitada até a decisão da assembleia poder rever a contratação. A medida busca oferecer maior transparência e prevenir fraudes durante o processo de recuperação.
A iniciativa de solicitar a supervisão partiu do Special Renda Fixa Referenciado DI Fundo de Investimento, administrado pelo Banco Itaú, entre outros credores. Eles acreditam que a atuação do observador será essencial para garantir a integridade do processo.
Foto Destaque: Fachada de uma das lojas da rede Americanas. (Reprodução/Divulgação/iSardinha)